História Kim SeokJin em: ativo, passivo ou flex? - Goyu;

Passando os dedos entre seus fios morenos, jogando-os para trás, SeokJin tinha um semblante pensativo no rosto enquanto olhava para um espaço qualquer do campus da faculdade. Lambendo os próprios lábios, Jin colocou a palma da mão debaixo do queixo e voltou a pensar sobre uma questão que lhe atormentava há séculos sempre que via um trisal de amigos próximos, estes que estudavam na mesma universidade na qual estava. 

Kim SeokJin era um lindo ômega de cabelos sedosos, aroma adocicado de vários doces – o que inveja a maioria dos ômegas, pois parte deles tinham o cheiro variável, de uma ou duas coisas –, lábios carnudos muito beijáveis, ombros largos que lhe davam um ar glamuroso e um humor maravilhoso.  Suspirando fundo, o Kim franziu o cenho quando NamJoon, seu namorado, estalou os dedos na frente de seus olhos, resultando-se em se assustar e imediatamente levantar o braço e estapear o ombro do indivíduo, que gemeu frustrado pelo local começar a arder. Certamente ficaria a marca dos dedos de Kim Esbofetador SeokJin em NamJoon. Apesar, ninguém mandou assustar Jin, bem Kim SeokJin. 

— Que droga, SeokJin! Você bate por maldade, porra! 

— Se fosse por bondade eu não estaria te batendo, idiota. — O ômega rosnou. — Sai para lá, você me assustou. — acusou. 

— Eu te assustei? Você que me assustou, estava querendo falar com você e nem me responder você respondia! — O alfa bufou e sentou ao lado do namorado com um rostinho de cachorro sem dono. — O que está pensando? Aconteceu alguma coisa para você estar assim? Não falou nada quase o dia inteiro. — perguntou preocupado. SeokJin sempre falava mais que a boca, era até um milagre e apavorante ele não ter dito nada e ainda por cima saído da rodinha de amigos. 

— Ah, Joon, acho que você vai me achar um bobo caso eu conte. — disse baixo. 

— Desde quando você se preocupa com isso? — Franziu o cenho. — Kim SeokJin, o que você fez? — Observou o outro, aparentemente já o culpando. 

— Nada... ainda. — murmurou. 

— Nada ainda? Como assim? 

— NamJoon — aproximou-se do outro, colocando a cabeça em seu ombro e suspirando fundo —, você nunca quis saber como Jimin, Taehyung e Hoseok começaram a namorar? Nunca quis saber... quem é o passivo da relação? — Jin arqueou uma sobrancelha sugestivo. 

— O quê? Para que eu iria querer saber disso, SeokJin-hyung? — O alfa ficou confuso. Onde o namorado queria chegar com aquele papo totalmente sem sentido? Para NamJoon, não era nada importante saber quem era o ativo ou passivo de uma relação, apesar, não estava nela para ter curiosidade. 

— Ah, não sei. — Deu de ombros, como se não ligasse. — Diferente do que vimos normalmente, eles não são dois alfas e um ômega, nem dois betas e um ômega, nem dois ômegas e um alfa, nem um beta e dois alfas, dois ômegas e um beta, nem u-... 

— Caralho, Seok, eu já entendi, não precisa me falar toda a Wikipédia dos trisais que você conhece. Continue logo! 

— Aí, seu estúpido. — Revirou os olhos, desejando acertar outro tapa no namorado, que se afastou pedindo desculpas. — O que estou querendo dizer é: eles são um casal de três ômegas! Três, NamJoon, três! 

— E o que tem? O que tem de errado, Jin? — Tentou entender. 

— Muito pelo contrário, mas vamos analisar comigo, senhor Kim. — Jin passou o braço pelo pescoço do namorado, virando-se para trás e apontando disfarçadamente para o trisal que lanchava juntos, agarrados e aparentemente dengosos um com o outro. — Vamos começar pelo mais novo: Kim Taehyung. — disse. — Pele bonita, gosta de usar saias lilás, usa gargantilha, cabelos loiros, usa maquiagem e tem um brinco bem fofo, vou até perguntar onde ele comprou. Park Jimin, o segundo mais velho; baixinho, é um pouco bravo quando comentam tal coisa, mas é um amor; sempre no colo de um dos namorados, usa saia e tem quase todas as cores, eu já vi a coleção. — comentou orgulhoso. Tinha até roubado algumas. — Também tem cabelos loiros, e vamos combinar, Jimin tem muita cara de passivo. E por último: Hoseok, o mais velho dos namorados; cabelos ruivos, tanto como os outros gosta de usar saias no decorrer do cotidiano, só que de tons escuros; sempre fica com uma gargantilha no pescoço, dia e noite... e hum... tem um sorriso muito bonito, usa maquiagem... e...  

— E eles são nossos amigos e você não deveria pensar em quem come quem. SeokJin, isso é constrangedor! — exclamou NamJoon com uma faceta estranha na face, tirando o braço do menor de seu pescoço. 

— Aigoo, NamJoon, você só diz isso porque não está curioso! 

— E não estou mesmo. 

Observando o alfa levantar e caminhar em direção a cantina, SeokJin deixou um biquinho pairar em seus lábios; desejava tanto saber quem era o manhosinho daquele trisal. “Mas que merda, viu, SeokJin” Ele próprio revirou os olhos pela curiosidade. Jin sabia que NamJoon estava certo, na maioria das vezes ele sempre estava, mas o que o poderia fazer? Uma coisa era certa: se Seok não descobrisse sozinho, tiraria sim sua dúvida perguntando aos amigos, já que tinham intimidade o suficiente para tal coisa. 

Com as horas passando, todos da área de medicina estavam no laboratório fazendo pesquisas e descobrindo novas experiências, essas escritas no caderno para estudar, já que cairia no teste de final de ano. 

Aproximando um de seus olhos no microscópio, SeokJin observou bem a célula e suspirou fundo, afastando-se e olhando para o rosto de Jimin, que esperava uma resposta para anotar no caderno. 

— Lymphocytes. Célula do sangue. — disse, debruçando sobre a mesa e murmurando alguma coisa que nem ele mesmo entendeu. 

— Terminamos, Jin-hyung. — O Park sorriu dócil. — Posso entregar as respostas para o professor? Fomos a primeira dupla a acabar. 

— Parabéns para nós. — resmungou sem um pingo de ânimo. 

— O que foi, Jin-hyung? Parece que está triste.  

— Não, não... pior que não, não estou triste. — Olhou ao Park. Jimin era fofo, bochechas rechonchudas, avermelhadas e com pequenas covinhas aos lados, que quase não davam para enxergar. De ômega para ômega, SeokJin o achava bem gostoso. — Mas e você? Como está?  

— Ah, estou bem. — Ele andou ao professor e entregou a lista, logo voltando e sentando ao lado do amigo. — Acho que nada de diferente. 

— Como o Hobi e o Tae estão? 

— Bem também. Você não quis sentar com a gente hoje. 

— Ah, não foi isso, eu precisava resolver umas coisas e não podia ser perturbado. — Jimin riu. 

— Tudo bem, hyung.  

Quando a aula acabou, Jin seguiu caminho ao seu dormitório para descansar um pouco e depois ir estudar. Seus músculos estavam tensos e sua visão cansada; sobrecarregado de trabalhos para fazer era o motivo de tudo aquilo.  

Depois de se banhado, Jin jogou-se sobre a cama e bocejou alto, revirando os olhos em seguida por ver NamJoon adentrar no quarto e deitar ao seu lado. 

Acariciando os fios do alfa, SeokJin disse sonolento: 

— Você sabe que a coordenação não permite que alfas venham ao dormitório dos ômegas, não é? O cheiro incomoda a alguns. 

— Eu passei perfume, não se preocupe. — Bocejou. — Pretende estudar? 

— Acho que sim, tenho algumas coisas para fazer. 

— Hum, eu também. Sorte que semana que vem tem feriado e emenda levando a quinta e sexta-feira junto. 

— Sim, poderíamos viajar. — Jin falou. 

— Viajar? 

— Sim, amor, vamos para um hotel aqui mesmo em Seoul, fingimos ser turistas. — SeokJin sorriu quando ouviu NamJoon rir. — A gente convida os meninos e racha o pagamento. 

— Sim, pode ser. — Concordou. — Mas ontem Yoongi me mandou uma mensagem nos convidando para beber, amanhã é sexta. 

— Para beber? 

— Huhum. Eu vou aceitar, o Taehyung também aceitou. Ele quer pegar carona com a gente. 

— Os outros também vão? 

— Jimin e Hoseok? 

— Sim. 

— Claro, onde um vai os outros também vão. 

— Isso é fofo. — NamJoon assentiu. — Imagina saber quem é o passivo... 

— SeokJin! 

— Amanhã será o grande dia, mon amour!

(...)

Suspirando fundo, NamJoon tinha os braços cruzados e uma carranca no rosto; não havia pensado que SeokJin estava tão fanático daquele jeito para lhe arrastar a uma escola de ballet para ver como Hoseok, Jimin e Taehyung se tratavam. 

Massageando seus ombros, NamJoon olhou para os lados e notou que era o único alfa naquela academia. Observando os amigos que formavam um trisal, o Kim pôde reparar que Taehyung tentava seguir os passos de seus hyungs, mas no máximo tropeçava e começava a rir; sorte que a professora ainda não tinha chegado. 

Abraçando a cintura de Jimin, Taehyung começou a dançar atrás dele, sendo seguido por Hoseok, que abraçou o peito do Park, ficando desta forma os três abraçados, em um perfeito sushi de Park Jimin. 

Sorrindo pequeno, NamJoon notou SeokJin sentar ao seu lado, tendo um sorriso também no rosto. 

— Eles são boiolas. — disse. 

— São mesmo. 

— Hum... o Taehyung é o maior dos três. 

— Sim, ele é, JinJin. 

— O Jimin o menor. 

— Sim, é... isso mesmo. 

— Ativo, passivo e flex! — SeokJin gritou, levantando as mãos ao alto e sentindo suas bochechas esquentarem quando o olhar de todos parou em sua direção. — A-Ah, droga. — murmurou envergonhado, arrumando a postura e tentando se esconder atrás de seu alfa, que também estava corado. 

— Que merda, Seok. — NamJoon resmungou. — Que vergonha... Hey, não foi nada, voltem ao que faziam, ele se exaltou um pouco. — Soltou uma risada forçada. Sorte que as pessoas entenderam e voltaram a fazer suas respectivas atividades e aquecimentos. — Sai, SeokJin-hyung, você já me fez passar muita vergonha hoje. 

— Perdão, Nam — pediu —, mas eu descobri uma coisa muito importante, uma coisa sensacional!  

— Você é um louco, isso sim. 

— O Taehyung é o ativo, o Jimin o passivo e o Hoseok flex da relação, homem!

NamJoon franziu o cenho. 

— Como assim? Você viu? 

— Eu? Eu não, credo, que nojo. 

— Mas como você sabe, hyung? 

— Simplesmente porque se parece! Olhe bem para eles e me diga se não é isso. 

NamJoon nem percebeu quando entrou na onda do namorado. 

— Não parece ser isso, não. 

— Claro que parece, olhe para eles, olhe atentamente. 

— O Taehyung parece ser o passivo. 

Dessa vez foi SeokJin que esbugalhou os olhos e fez careta. 

— Duvido! 

— O Jimin ativo e... Hoseok versátil? 

— NamJoon, não, amor! Olhe para o rostinho do Minnie, com certeza ele é frufru, bonitinho. 

— SeokJin, aparência não diz nada sobre a pessoa. 

Jin cruzou os braços e bufou. 

— A gente aposta então. 

— Apostar? Apostar o quê? 

— Dinheiro. Se eu ganhar, você me dá cinquenta mil wones. Se eu perder, te dou cinquenta mil wones. 

— Não, ficou louco, Jin? Você está querendo apostar para saber quem é o passivo ou ativo no relacionamento dos nossos amigos? Eu não vou apostar nada. 

— Tudo bem, você está certo! Eu vou perguntar então! 

— O quê!? Isso é pior ainda! 

— Cale a boca, vou perguntar quando formos embora. 

Batendo a palma da mão em sua própria testa, NamJoon suspirou fundo. “Ah, dei-me paciência para aguentar esse ômega” O Kim pediu em meio a um suspiro cansado. 

Quando a noite caiu sobre a tarde, todos já haviam voltado para a casa e SeokJin ainda mantinha a ideia de perguntar para o trisal quem era o passivo da relação, mas claro, não os forçaria a nada, até porque poderia se contentar com um “isso não é da sua conta” saindo dos lábios dos ômegas. 

Vestindo um pijama totalmente branco, SeokJin empurrou seu alfa e pediu para que se o mesmo não fosse lhe ajudar, nem pensasse em atrapalhar, resultando então em um NamJoon emburrado seguindo o namorado pelos corredores. 

A noite, diferente do dia calorento, estava fria. Chuviscos caiam sobre o céu e nuvens carregadas d’água desabariam em pouco tempo, por isso SeokJin apressava os passos, pois não queria voltar para o quarto e ter que tomar banho novamente; já se sentia muito limpo para o seu gosto. 

Vendo NamJoon andar mais rápido e parar ao seu lado, SeokJin olhou ao rosto do namorado e decidiu-se perguntar: 

— Você não queria vir? O que está fazendo aqui? 

— Seok, eu não vou te deixar andar sozinho por aí em plena madrugada. 

— Larga disso, ainda não são nem oito horas da noite. 

— Vai, Jin, anda logo, irei te acompanhar, 

— Não pense em me barrar quando eu for perguntar. 

— SeokJin, é sério, desiste disso logo. 

— Não. — Silabou. 

— Desiste, por favor. 

Começando a correr quando o namorado tentou segurar seus ombros e voltar para o quarto consigo junto, não faltava menos de metros para SeokJin chegar ao quarto de seus dongsaengs. Ouvindo os passos do alfa próximos de si, o Kim amaldiçoou-se por ser menor que Kim NamJoon, certamente ele poderia correr mais rápido. 

Com a respiração já desregulada – assim porque não fazia exercícios frequentemente e seu alfa não ligava para isso, e se ligasse também estaria nem ai –, SeokJin levou uma das mãos ao peito e outra a maçaneta do dormitório sessenta e dois. 

Abrindo a porta bruscamente, Jin entrou no quarto dos amigos e instantaneamente seus olhos arregalaram, sua garganta secou, as bochechas ficaram rubras e seu lobo uivou tímido. Dando pequenos passos para trás, SeokJin notou o corpo do namorado bater contra o seu, em seguida ficar tão envergonhado quanto estava; Jin sentiu tal coisa pela marca que tinha no pescoço desde que completou vinte anos de idade, no entanto, há cinco anos atrás. 

Levando a mão para frente dos lábios, o ômega prendeu a respiração pela cena constrangedora que via. Outra vez NamJoon estava certo em dizer que não deveriam ter ido para àquele quarto; sim, ele sempre estava certo. 

Hoseok, Jimin e Taehyung encontravam-se suados, com a pele cheia de arranhões e chupões arroxeados, destacando-se principalmente na área do pescoço, abdômen e clavícula.  

Uma cena que poderia ser erótica e satisfatória, se tornou algo onde Jimin e Taehyung rosnavam querendo proteger o corpo do ômega deles, que estava algemado sobre a cama enquanto tinha uma máscara preta cobrindo sua visão e um vibrador ainda ligado entre suas nádegas redondinhas e avermelhadas, já sujas de um recém líquido gosmento branco. 

Trazendo o corpo do namorado para si, não querendo que ninguém além dele próprio e de Jimin o vissem, Taehyung rapidamente o cobriu enquanto seus olhos estavam em uma coloração alaranjada. Aproximando-se do namorado, Jimin ficou na frente tanto de Taehyung, quanto na de Hoseok, que havia apagado no mesmo instante em que o objeto vibrante fora desligado e tirado de seu interior.  

— Que porra vocês fazem aqui? — O Park perguntou entre rosnados, estando na defensiva por outras pessoas conseguirem observar o corpo de seus ômegas. 

— O-Oh, é... NamJoon, fala alguma coisa. — Jin abraçou minimamente o namorado, virando o rosto e não querendo ser desrespeitoso em uma situação tão... íntima.

— É-É... n-nada, estamos de saída, não é, hyung? — NamJoon perguntou, olhando para um lugar qualquer, sem que seja para os ômegas nus. 

— Sim, estamos, estamos sim. — Concordou rapidamente. — Voltem para a brincadeira de vocês, estamos indo embora para terem privacidade. 

— Sim, vamos, vem, Jin. 

Fechando com força a porta do quarto quando passou para o lado de fora, SeokJin encostou suas costas na madeira e soltou o ar que estava preso desde que entrou naquele dormitório. Suspirando fundo outra vez, o Kim jogou a cabeça para trás e desejou esquecer da cena dos amigos transando. 

Olhando para NamJoon, que parecia estar mais envergonhado ainda, SeokJin sorriu forçado e notou pelo cheiro que o mesmo estava bravo. 

— SeokJin... 

— Acho melhor voltarmos para o quarto. Não é bom ficar assim, né, exposto nessa friagem. Que frio, não é, Joonie-bonito? Bebê lindo do meu coração. Vamos embora, sim? Saiba que eu te amo muito mesmo.