História Kim... (Short fic Jimin) - Fotografias

Fazia três dias que não nos víamos, esse tempo parecia longos anos, Kim sempre estava muito ocupada para conversar por mensagens, mesmo assim a cada 10 pensamentos meus, 11 eram sobre ela. Eu simplesmente não conseguia fazer outra coisa além de lembrar de seu doce sorriso e do seu incrível senso de humor, andava por ai mais distraído do que o normal. Sempre tive um tipo ideal de mulher para me apaixonar, mas quando conheci ela todos os meus conceitos mudaram, não existe um tipo ideal, mas sim alguém que te surpreenda a ponto de não reparar mais nas outras pessoas, mesmo que elas pertençam ao seu padrão estabelecido. Novamente me pego pensando nela, mas o barulho de alguém batendo na porta de meu quarto me faz voltar a realidade.

- Jimin, está ai? - Namjoon pergunta do outro lado da porta.

- Sim, Hyung! - eu respondo gritando para que ele escute e eu não precise me levantar da minha cama.

- Está tudo bem? você não saiu desse quarto hoje, nem para comer algo.

- Eu estou bem sim, só não estou afim de me levantar. - quando terminei de falar isso ele abriu a porta e se sentou ao meu lado.

- Park Jimin não minta, eu te conheço muito bem e eu sei que você odeia ficar assim  - ele tentou me levantar puxando me puxando pelo braço -  se levante e vamos comer algo, estou preocupado com você, passa o dia grudado nessa tela do celular.

- Sabe Hyung, eu queria ela aqui...

- A Kim?

- Claro, quem mais seria?

- Aqui vemos claramente nosso ChimChim apaixonado - ele riu e bagunçou meus cabelos - mas se você ficar deitado aqui, ai é que você não vai conseguir ver ela mesmo, tenha mais atitude.

- Aish Namjoon, ela não está respondendo as minhas mensagens, será que ela não quer mais falar comigo?

- Para de ser dramático, talvez ela só esteja ocupada trabalhando.

- É, pode ser isso...

- Eu sei que não sou tão bom como o Yoongi em dar conselhos, mas eu acho que você deveria ir atrás dela e fazer uma surpresa.

- Ótima ideia, Rapmon, vou fazer isso mesmo - me levantei rapidamente da cama.

- Então, boa sorte Jimin - ele saiu do quarto e eu comecei a me arrumar, já sei o que iria fazer.

[...]

Cheguei na portaria do prédio da Kim, com duas sacolas de comida coreana nas mãos, esse seria o nosso segundo encontro, nada romântico, apenas casual, na verdade nem sabia se ela estava em casa, foi mais uma tentativa de sorte. Quando eu estava pegando o elevador para subir no andar do apartamento dela, encontro com Charlie, aquele amigo que ela me apresentou, ele passou por mim, não me cumprimentou e ainda me lançou um olhar de raiva, juro que não entendi o motivo de toda essa hostilidade. Finalmente eu cheguei na porta do apartamento e apertei a campainha, esperei alguns segundos e ela abriu a porta já falando um pouco alterada:

- Charlie, eu já disse que não quero mais falar com você... - foi ai que ela percebeu que não era mais o amigo dela e sim eu - Ji-Jimin?, desculpa não vi que era você .

- Sem problemas, eu queria te fazer uma visita, mas acho que essa não é a melhor hora... - percebi que os olhos dela estavam vermelhos e o rosto inchado, provavelmente estava chorando à algum tempo atrás - Eu volto outra hora, Kim.

- Não, Jimin, fica aqui, eu preciso de um amigo - ela me pediu docemente, impossível de negar seu pedido.

- Então, como amigos, o que está acontecendo? por quê você está assim? - falei entrando no apartamento e dando um longo abraço nela.

- É uma longa história... - Kim passou a mão no rosto como se tentasse secar lágrimas invisíveis - Mas acredito que você queria saber que história é essa.

- Com certeza - disse tentando alegrar o clima da situação - Está com fome? eu trouxe comida. - levantei as sacolas que estavam em minhas mãos e nós dois começamos a rir.

Enquanto nós jantávamos, ela me contou tudo, Charlie foi o primeiro namorado dela no ensino médio, mas não durou muito tempo e eles voltaram a ser amigos, então, depois de muito tempo eles se reencontraram novamente na ONG e até tentaram manter um relacionamento, por um ano, mas tudo acabou quando ela descobriu que ele a traiu enquanto estava em uma missão pacificadora, desde então ele tenta voltar com ela e hoje só foi mais uma das inúmeras tentativas dele. Depois do jantar ela já estava com um semblante totalmente diferente, estava com um sorriso no rosto e um brilho no seu olhar tão expressivo.

- Por isso, Jimin, eu disse naquele dia que o amor não existia... acho que se o amor realmente existisse, ninguém seria capaz de fazer isso com outra pessoa.

- Mas eu tenho a certeza de que ele  não te amava e você não deveria se prender a este sentimento tão ruim, ele é que devia se sentir culpado por te fazer sentir assim.

- Como você tem certeza de que ele não gostava de mim?

- Gostar não é o suficiente - peguei na mão dela, como se pudesse passar meus sentimentos pelo toque - se uma pessoa ama a outra em nenhuma possibilidade ela vai querer ver a pessoa que ama ficar triste, nem que para isso sacrifique a sua felicidade.

- Como sabe disso, Jimin? - ela me olhava nos olhos esperando uma resposta.

- Bom, eu não sei... - falei envergonhadamente, mas na verdade eu sabia qual era a resposta e de repente ela muda totalmente de assunto.

- Eu acho que você gostaria de ver um lugar, vem comigo - ela saiu me arrastando pela casa até chegar no estúdio fotográfico, com inúmeras fotos cobrindo as paredes, eu simplesmente estava maravilhado com tantas cores e formas num lugar só.

- Isso é incrível - comecei a analisar cada foto na parede - realmente você fotografa muito bem.

- Ahh, obrigada, não é nada - ela estava com vergonha de meus elogios.

- Essa foto... - passei a mão por cima de uma foto minha no dia em que estávamos na ONG, ela se aproximou para ver qual foto era e depois disse:

- É a minha favorita, principalmente porque você está nela - ela riu docemente e eu fiquei corado.

- Você tem ideia de como eu aprendi aquelas coisas sobre o amor, quando você me perguntou? - ela ficou em silêncio, esperando a minha resposta - Eu acho que estou apaixonado por você, acho não, eu tenho a certeza. - disse isso e segurei as suas mãos, como se nunca mais fosse soltar.

- Então eu acho que agora acredito no amor... porque eu faria qualquer coisa para te ver feliz.

- Qualquer coisa? - perguntei a ela, com um sorriso bobo no rosto.

- Sim, qualquer coisa.

- Então promete ficar comigo, eu não consigo passar mais um instante de tempo longe de você, tudo o que eu vejo me leva a ti, meus pensamentos te pertencem. Esse deve ser aquele sentimento em que o coração não bate mais por si próprio, meu coração também bate por você, Kim.

- Não posso prometer fielmente ficar com você, mas vou dar o melhor de mim para que esse seu sorriso na boca e nos olhos se mantenha assim. Eu ainda acho que está cedo demais para dizer Eu Te Amo, mas não importa, vou ter muito tempo para descobrir isso...

Puxei ela mais para perto, colei nossos lábios, nossas bocas, nossas almas... eu estava sendo a pessoa mais feliz do mundo naquele momento, finalmente eu descobri como era se sentir plenamente completo por saber que ela estava feliz, principalmente se o motivo da felicidade dela era eu.