[Dois anos depois.]
Dois anos se passaram, meu pai ainda não se conformava ... da mama estar traindo, ele, e como era de se esperar... eu quem levava a culpa.
eu quem saia machucada, mas eu não estava me importando com aquilo nesse instante.
Eu iria começar a estudar, eu estava tão animada... nervosa, feliz.
Era uma mistura maluca de sentimentos, mas mesmo assim, me olhei no espelho, já arrumada para ir para a mesma, respirei fundo ... e sai do quarto, vendo minha mãe saindo para ir pro trabalho.
– Aonde vai, pirralha? -e ela questiona, debochando.
Fiquei sem resposta no princípio.
– Responde sua— - eu a interrompi.
– Coisa que você nunca fez, estudar.. Para ser uma pessoa descente. - respondi, fria, e saindo de casa.
Fui caminhando até a escola, e deixei-a murmurando sozinha.
[...]
Fiquei parada em frente ao portão, olhando para o mesmo enquanto todos os alunos entravam, conversando com seus amigos e amigas.
– Hey, mocinha, entre logo não pode se atrasar. - diz uma das inspetoras.
Logo quando entrei, fui caminhando procurando minha sala.
Entrei, e enquanto todos me olhavam, me sentei em uma das carteiras... e também reparei que três garotas estavam me olhando, com um olhar de nojo, rindo de mim, mas baixinho.
Todos ... olhavam para mim, um sucurrando para o outro, mas em relação a isso eu não me importei muito, apenas me sentei, e fiquei observando do outro lado da janela.
– Atenção alunos! - o professor chama a atenção dos alunos. - Temos uma aluna nova hoje, Kimi Arashi pode vir aqui na frente e apresentar-se por favor?
Eu não o escutei, pois não queria ... estava com vergonha.
– Kimi Arashi, venha. - reforçou ele.
Respirei fundo, e me levantei ... já que eu não tinha muita escolha, fui para frente da turma, com as mãos na frente do corpo.
O professor logo escreveu meu nome no quadro, e se sentou novamente, na mesma hora abaixei a cabeça.
– Sou Kimi Arashi, tenho seis anos, e moro em um templo com minha família.
– Você mora no mato é garotinha? - questiona uma garota, que curiosamente era a mesma que estava rindo de mim.
Fiquei envergonhada mas... não esbocei reação ... apenas caminhei em direção a minha mesa novamente e me sentei.
Alguns garotos ficaram me olhando, enquanto sorriam, mas eu não sei atenção, depois que o sinal do almoço tocou, eu saí da sala e fui até o refeitório.
Fui até às mesas e comecei a me servir, e quando peguei a bandeja para me sentar, aquela mesma garota apareceu.
– Aaaah olha só se não e a novata... - ela diz, debochando.
As outras duas riram de mim ... mas eu fiquei calada.
– O gato comeu sua língua?? - ela questiona, me rodeando.
Continuei calada, enquanto os outros alunos observavam.
Ela se enfureceu, e bateu em minha bandeja, me fazendo derrubar a comida no meu uniforme.... enquanto os alunos riam de mim.
– Opa ... Desculpa! - ela debocha, rindo também.
Eu saí correndo envergonhada... enquanto eu escutei alguém chamar a atenção dela, descobrindo seu nome..
Ela se chamava Kana Tsunade.
Entrei dentro do banheiro e fechei a porta, e fiquei sentada no chão .... enchendo os olhos de lágrimas... e com a roupa toda suja.
Depois de alguns minutos chorando, escuto alguém entrando no banheiro, ouvindo passos.
– Ai, novata! - Kana diz, chutando a porta de um dos sanitários. - Eu sei que você tá aí sua merdinha, sai daí, agora!
Fiquei assustada .... e comecei a tremer, mas eu não sai, não de primeira.
– Não vai sair?? - ela chuta de novo, arrombando a mesma.
Ela me puxou para perto dela, me segurando pelo cabelo, e entrando no banheiro também.
– Pronta para seu banho, novata?? - ela diz, rindo.
Enquanto ela ria, meus olhos não paravam de se encher de lágrimas ... e quando percebi, ela já havia mergulhado minha cabeça dentro do vaso sanitário, me deixando completamente molhada.
Do mesmo jeito, ela continuava ... ela tirava e colocava novamente, fez isso umas quatro vezes, até que me jogou no chão, me largando.
– Você é patética! - ela grita, me dando um chute no estômago. - e vocês garotas não vão se divertir??
As outras duas também me chutaram, enquanto riam de mim, todos os chutes, no mesmo lugar ... até o ponto que me encolhi no chão, perdendo a bocão aos poucos, chegando ao ponto de desmaiar.
Tudo que eu ouvia enquanto fechava os olhos,.. eram elas, rindo, enquanto me chutavam ... e me chamavam de lixo... repetidamente.
Até que fechei os olhos, e perdi a consciência.
Eu só queria morrer...
Lição daquele dia,
não quero arrumar amigo nenhum.
Minha primeira impressão da escola naquele dia, a única boa impressão que eu tinha dela,
foi por água abaixo ...
No fim das contas..
Ninguém é amigo de ninguém.
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