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História Knee Socks - Sexto Capítulo: DESCOBERTAS


Escrita por: LeMariCarvalho

Notas do Autor


mais um capzinho <3 espero que gostem!

Capítulo 7 - Sexto Capítulo: DESCOBERTAS


Fanfic / Fanfiction Knee Socks - Sexto Capítulo: DESCOBERTAS

Quando Madara finalmente encontrou-se com o sobrinho e Hinata após o fim de seu expediente, ele ficou momentaneamente arrebatado com a visão que tinha da menina. 

Não bastava ela mexer com ele de uma forma completamente não usual, ela ainda tinha que parecer mais linda a cada vez que ele a via. Com seus longos cabelos soltos, a roupa de colegial e as meias ⅞ de gatinho, ela já era uma bela visão. Contudo, aquele largo sorriso feliz que ela exibia - ainda que tímido - a tornava magnífica. A cada vez que ela fechava os olhos brevemente para rir de algo que Sasuke falava, sua beleza crescia exponencialmente. 

Madara suspirou, tentando se lembrar de outro momento de sua vida em que ele se vira tão fascinado por alguma mulher e engoliu em seco ao perceber que não houvera. Ao que parecia, o encanto da Hyuga era forte demais e nem ele resistira.

Não que Madara fosse um solteirão convicto. Tinha tido dois namoros sérios nos Estados Unidos, um durando dois anos e outro durando quatro, além de seus inúmeros casos de uma noite e de algumas semanas. Contudo, nunca havia ficado tão encantado com a beleza e personalidade de mulher alguma em sua vida, ainda mais quando ambos não haviam partilhado nem um único beijo. Não que ele quisesse elogiar Hinata desfazendo-se de outras mulheres - ele não sentia que apenas a Hyuga fosse inteligente, linda, amorosa, etc. Mas ela era, com certeza, aquela que era a perfeita para ele. Seu tipo físico, sua personalidade e sua inocência eram perfeitos para acabar com a sanidade do Uchiha.

Ele balançou a cabeça discretamente, dispersando seus pensamentos antes de se aproximar sorrateiramente e dar um peteleco na nuca de Sasuke, enquanto piscava para Hinata - que, obviamente, soltou uma gargalhada enquanto corava.

- Porra, tio. - reclamou o mais novo, acariciando o local "agredido". 

- Deixa de ser molenga, garoto. - exclamou, enquanto fazia um breve cafuné nos cabelos do menino.

Hinata sorriu diante daquela demonstração de afeto, sem saber direito como cumprimentar o seu sensei. Acabou sendo formal, por fim:

Olá, Madara-sensei! Como você está? - disse, tímida.

Madara sempre se questionava o que ele tinha feito aos deuses em outras vidas para que o testassem tanto assim. Aquela garota com aquele sorriso tímido e aquela forma de tratamento era um atentado sério ao seu auto controle. Contudo, ele manteve bravamente sua compostura e se aproximou da menor, porém sem tocá-la - ainda estavam na frente da escola e não seria bom para ele, professor,  ser visto com tamanha intimidade com uma aluna.

- Vou bem, Hinata. Cansado pela mudança, mas bem. Você vai conosco à minha casa hoje, não é?

- Sim! - exclamou, depois pareceu pensar em algo e acrescentou, visivelmente constrangida - Quer dizer, se não for incomodar! Sasuke me chamou, mas eu entendo caso você não…

- Corta essa, Hina! - o Uchiha mais novo interrompeu a amiga, já se dirigindo ao carro do tio, deixando os outros dois encarando suas costas - É mais fácil minha presença incomodar meu tio que a sua.

Foi com aquela frase que Madara percebeu que seu sobrinho sabia. Óbvio que Sasuke percebera desde o ínicio a atração que sentia pela Hyuga - tanto que o mais novo tinha demonstrado abertamente sua contrariedade. Todavia, o que quer que fosse o sentimento a mais que ele nutria pela colegial havia sido notado pelo seu perspicaz parente. E, surpreendentemente, ele não estava mais repreendendo o tio. Madara não sabia se aquilo era muito bom ou muito ruim.

- Com certeza, moleque. Você é muito irritante, devia aprender a ser agradável com sua amiga. - brincou de volta, diante do olhar confuso da menina. Ele não queria questionamentos sobre o que fosse aquilo que sentia antes de ter certezas. Mas também queria que ela se sentisse confortável e querida, então completou em tom carinhoso - Você não incomoda, Hinata. Você é sempre bem vinda na minha casa. - principalmente na minha cama, completou em pensamentos antes que pudesse se recriminar.

Ela sorriu calorosamente e murmurou um pequeno “obrigada” antes de se dirigir até o carro. Madara não pôde se impedir de abrir a porta de trás do carro para que ela entrasse, ouvindo uma risada baixa vinda do carona e decidindo ignorar.

O percurso até a casa do mesmo foi tranquilo. Eles apenas pararam em um mercado para comprar os ingredientes para fazer uma refeição simples. Ao chegarem, os dois adolescentes ficaram surpresos com o fato de a cozinha já estar perfeitamente arrumada, assim como a sala já estava quase “pronta”, faltando apenas tirar os livros das caixas no chão e arrumá-los na estante perfeitamente limpa. 

- Nós viemos aqui com a intenção de ajudar a arrumar as coisas, mas quase não tem o que ser feito aqui! - exclamou Sasuke.

- Ah, como me mudei no sábado, preferi passar o dia inteiro arrumando minhas coisas no meu quarto e nos banheiros. No domingo, arrumei só a cozinha, que foi bem mais trabalhoso. - ele ia explicando, enquanto pegava surippas para seus visitantes e depois calçava as suas próprias - Ao longo da semana fui arrumando essa sala e meu escritório, mas ainda falta muito a se fazer nos dois. Claro que tudo isso foi possível porque sua mãe contratou um serviço de limpeza, então quando cheguei aqui estava tudo impecavelmente limpo.

- A srª. Uchiha é muito atenciosa. - foi o comentário da Hyuga, amável como sempre.

- Minha mãe é uma intrometida. - o Uchiha resmungou.

Madara riu das respostas conflitantes, antes de oferecer um meio termo:

- Ela é um pouco dos dois, mas esse é o charme de sua personalidade.

Os três riram suavemente em conjunto, até que os adolescentes resolveram que os três iriam arrumar a estante de livros. Hinata e Sasuke pegaram panos limpos, passando nos livros antes de entregá-los a Madara que os posicionava na estante. Eles conversavam enquanto desempenhavam o serviço, os dois homens trocando de função para que nenhum deles se cansasse porém não permitindo que a menina participasse daquele rodízio - os Uchihas e sua mania de super proteção.

Somente após cerca de duas horas eles deram uma pausa, se dirigindo à cozinha. Os dois mais novos se encarregaram de auxiliar o homem a cortar os ingredientes e depois, enquanto ele cozinhava de fato a refeição deles, colocaram a mesa. O trio era incrivelmente compatível - conversavam muito porém também ficavam muito em silêncio, todos confortáveis em ambas as situações -, portanto a refeição foi muito agradável. Mesmo com a implicância de um certo Uchiha com sua amiga.

- Você não sabe a vergonha que ela passou na aula de Inglês uma vez! - Sasuke disse, mais animado do que era normal em contar os micos de sua amiga.

- Ah, meu Deus, por que você nunca esquece essas coisas? - ela choramingou, mas ainda ria, com ambas as mãos cobrindo seu rosto.

- O que aconteceu afinal? - inquiriu o mais velho, genuinamente curioso.

- O professor perguntou a ela coisas que ela gostava muito, mas com que ela tinha contato poucas vezes. Ela foi tentar falar praia,  beach, mas aí.. - ele foi interrompido por sua própria risada divertida - Ela se confundiu na pronúncia e soltou “bitchs”.

Madara soltou a risada mais longa que Hinata vira até agora. Ele visivelmente estava se divertindo, tinha achado o acontecimento hilário, assim como seu amigo que, apesar de já saber daquilo - afinal, ele estava presente - sempre ria muito todas as vezes que contava. Apesar das suas bochechas estarem realmente quentes pelo rubor, ela se sentia confortável, até mesmo ria suavemente.

- Em minha defesa, os sons são iguais. Não dá pra ver a diferença. - ela fez uma careta - Eu odeio essa língua.

Isso apenas fez os dois homens rirem mais, antes de Madara resolver implicar um pouco com a menina:

- Assim eu vou ficar magoado, Hina. Nem com minhas aulas você começou a gostar de Inglês? Eu não sou bom professor?

- N-Não é isso! - ela imediatamente arregalou os olhos, ficando ainda mais vermelha e balançando as mãos, agitada, querendo desfazer o “mal entendido” - Você é um ótimo professor sim, Madara! N-Não foi isso que eu quis… - a menina se interrompeu quando, em meio a sua agitação, ela derrubou sobre si mesma o copo de chá gelado que ela bebia.

Na sua cabeça, ela pensou que fora muito sortuda em ter trocado de roupa assim que chegara ao apartamento. Afinal, ela e Sasuke haviam trazido mudas de roupa, preparados para arrumar o apartamento e sem querer sujar seus uniformes. Portanto, agora não era blusa azul marinho que usava pra ir a escola que se encontrava encharcada, mas sim sua blusa simples branca. E, por sorte, sua calça jeans clara estava perfeitamente seca.

Já na cabeça de Madara, ele mais uma vez perguntava o porquê de passar por tantas provações. À sua frente estava seu objeto de desejo - e muito provavelmente, de afeição - com uma blusa branca que naturalmente já se agarrava à sua pele, mas, como se não bastasse isso, agora a peça se encontrava completamente molhada, tornando-a transparente. Transparente o suficiente para que ele percebesse o contornos dos seios da menina. Transparente o suficiente para que ele percebesse que o sutiã dela era azul - ah, ele adorava azul. Transparente o suficiente para que ele reparasse nas rendas discretas da peça - e, obviamente, no que a peça comportava.

Inclusive, transparente o suficiente para que ele permanecesse tanto tempo encarando a menina que levou um forte chute na canela por baixo da mesa - cortesia de Sasuke. Imediatamente se recompôs, percebendo que Hinata milagrosamente não se dera conta da sua secada absurda sobre ela. Passou a língua pelos lábios, gravando aquela imagem na sua cabeça, antes de levantar e desviar o olhar. 

- Eu vou, hm, buscar uma blusa e uma toalha para que você possa tomar um banho, Hinata. - disse sobriamente, tentando manter o rosto impassível, antes de sair.

A menina soltou um gemido exasperado e frustrado, cobrindo o rosto com as mãos, em extremo constrangimento. Balançou a cabeça desacreditada da sua capacidade de transformar um momento alegre em um desconfortável.

- O que foi, Hina? - Sasuke inquiriu atenciosamente.

Embora ele soubesse que a amiga era linda, ele a via como uma irmã. Não conseguia de forma nenhuma ver ela de uma forma não fraternal, portanto não se sentia tentado a secar o corpo exposto da garota, apenas tinha ficado preocupado com a reação da menina após seu tio deixar o ambiente. Tinha ela ficado incomodado com o olhar de predador do mesmo sobre ela?

- Sasuke-kun! Seu tio deve estar tão bravo comigo… Eu sujei a mesa dele. Sou tão desastrada! - ela soltou baixo, visivelmente ansiosa.

- O quê? - ele quase riu, incrédulo com a inocência da amiga.

- Você não viu como ele saiu daqui rápido e sério? Ele deve estar muito irritado! - ela choramingou.

- Hina, você é cega? - questionou, sério, fazendo ela paralisar pelo choque com aquelas palavras - Ele saiu daqui daquele jeito porque sua blusa está transparente!

Ela olhou para baixo, constatando que era verdade. Mesmo assim, olhou para o amigo confusa.

- E o que tem isso? - perguntou, fazendo Sasuke bufar, divertido.

- Acontece que ele estava te secando. - explicou sem rodeios - Ele não saiu daquele jeito porque estava bravo e sim porque estava tentando parar de olhar pros seus… seios. - ele tentava ao máximo ser delicado com a amiga, sabendo o quão inocente e inexperiente ela era - Ele estava tentando ser um cavalheiro, apesar de te achar atraente.

- O Madara-sama… Me acha… Atraente? - ela estava tão surpresa que acabou referindo-se ao homem formalmente.

- Francamente, Hina. - seu amigo soltou uma risada baixa, divertido - Te achar atraente é um eufemismo pro meu tio. Eu quase achei que sua blusa ia secar do que jeito que ele estava te secando. - provocou, vendo as bochechas dela se tornarem rubras novamente.

Hinata mal podia acreditar no que ouvia. Madara, tio de seu melhor amigo, seu sensei, a achava bonita? Ele estava… Olhando para o corpo dela? Uma sensação boa se espalhou pelo seu peito, enquanto seu coração se acelerava fortemente. Ela passara tanto tempo de sua vida tendo certeza de que era bonitinha, porém nada atraente ou interessante… E agora, ouvia de Sasuke que seu tio - o homem mais bonito que ela já vira na vida - se sentia atraído por ela…

- Hina? - ouviu a voz do Uchiha mais velho a despertar dos pensamentos e corou - Tem uma toalha e uma blusa minha em cima da minha cama. Tome um banho quente para evitar que fique doente. Ah, use o chuveiro da minha suíte, porque o de visitas eu ainda não testei.

Ela assentiu e saiu apressadamente, querendo distância para colocar seus pensamentos em ordem. Quando ouviu a porta de seu quarto se fechar, Madara finalmente respirou aliviado e sentou-se à mesa com o sobrinho.

- Se segure um pouco, velhote. - o mais novo caçoou.

- Vai se ferrar, moleque. 

- Ah, então já sei como te irritar. - riu um pouco sob o olhar mortal do tio, antes de retornar a sua seriedade costumeira - Mas eu preciso te alertar… A Hina é a garota mais inocente desse mundo. Seja cuidadoso com ela ou eu, meu pai e Itachi não vamos ser cuidadosos com você. - ameaçou em um tom tão calmo que parecia estar falando sobre o clima.

- Eu não pretendo magoar essa menina de forma nenhuma. Quer dizer, ela parece um anjo. Quem consegue fazer mal a uma criatura tão… - ele se interrompeu, antes que começasse a ficar piegas. Ele não era assim - É por isso que eu quero levar tudo com muita calma. Não vou tomar nenhuma atitude enquanto não tiver certezas.

- Bom, sua decisão é muito… Correta. Mas também muito engraçada. - desdenhou o mais novo - Não é como se precisasse ter dúvidas de que você gosta dela. Pra quem te conhece, é mais que óbvio. - Madara abriu a boca pra negar, mas desistiu quando viu Sasuke erguer as sobrancelhas - Só mais uma coisa: não vai com muita sede ao pote. Você pode ter pego mulheres do Oriente ao Ocidente, mas a Hinata nem beijar beijou. - ouviram a porta do quarto e então o menino resolveu encerrar a conversa - Tá avisado, velhote.

Normalmente, Madara levantaria da sua cadeira e prenderia a cabeça do seu sobrinho com um braço, aplicando-lhe cascudos com a mão livre até que ele retirasse aquele terrível insulto  - “velhote”. Todavia, ele estava refletindo acerca das palavras do sobrinho. Será que ele realmente gostava da Hyuga?

Seu questionamento foi respondido quando a mesma entrou na sala. Com sua camisa preta de uma banda de rock qualquer cobrindo sua calça até a altura das coxas, as surippas lilases - que ele havia realmente comprado para ela - e o cabelo preso num coque bagunçado, Hinata parecia mais linda do que nunca. Seu coração disparou enquanto ele se enchia de um orgulho pueril e primitivo ao vê-la com sua roupa. Aquela cena estava tão bonita aos olhos dele que ele se perguntou como não havia notado aquilo antes.

Ele não estava atraído por Hinata. Ele estava apaixonado por ela.

……………………………………………………………

Depois da menina trocar de roupa, eles retornaram ao seu afazer anterior. Apesar de estar pensativa, Hinata ainda sim participou da conversa normalmente. Ela não estava desconfortável com a revelação de Sasuke, ela estava satisfeita. E ela não tinha a menor ideia do que aquilo significava.

Quando ela se deu conta de que gostava de Naruto, não fora assim. Ela só percebeu que o tratava de forma diferente da qual tratava o outro amigo e que ficava muito nervosa perto dele - ocasionando em rubor e um coração disparado. Contudo, nunca tinha sentido seus hormônios a flor da pele igual acontecia com seu sensei, nunca seu estômago havia se enchido de borboletas com apenas um sorriso do loiro, nunca havia estremecido ao sentir as mãos dele em seu corpo igual acontecera nas raras vezes em que Madara tinha abraçado ela. Então, o que aquilo tudo queria dizer?

Hinata estava tão distraída em seus pensamentos que nem se deu conta de que Sasuke saíra do sala para ir ao banheiro. As prateleiras mais baixas estavam todas preenchidas, então a menina mecanicamente levantou-se para tentar alocar o livro que estava em suas mãos numa mais alta. Soergueu-se na ponta dos pés, tentando alcançá-la - sem sucesso. Diante de sucessivos fracassos, bufou sem perceber, fazendo com que Madara - que observava a cena desde o início - deixasse um sorriso tomar seus lábios antes de resolver ajudá-la. 

O homem andou até ela, parando com seu peito quase colado ao corpo feminino, e pegou o livro da mão da menina, colocando na devida prateleira. Inclinou-se para falar na orelha da Hyuga, em tom baixo:

- Quando precisar de ajudar, é só me pedir, Hina. Eu posso te ajudar em qualquer coisa. 

Ela queria responder, agradecer ou esboçar qualquer reação, todavia, não conseguia. Não quando o hálito quente do homem resvalava em sua nuca, gerando arrepios por toda sua pele. Não quando aquilo fez seu corpo ficar quente. O máximo que ela conseguiu fazer foi fechar os olhos, tentando entender seu próprio corpo, e deixar escapar um suspiro baixo, mas tão baixo, que o próprio Madara não ouviria caso eles não estivessem praticamente colados.

O homem queria dizer que estava perfeitamente inabalado por toda aquela proximidade, mas na realidade ele estava desequilibrado. Hinata estava exalando uma mistura de seu perfume natural de cerejeira - provavelmente vindo do seu cabelo - com o cheiro amadeirado do sabonete que Madara costuma usar. Ele suspirou, sentindo-se mais territorial que nunca com aquilo e ao mesmo tempo se xingando mentalmente - gostasse dela ou não, eles eram pessoas, não animais ou objetos. Instintivamente, afastou o cabelo longo da menina dos pescoço da mesma, deixando que seu nariz deslizasse com leveza pela pele alva. Pôde senti-la estremecer com o toque inesperado e pousou uma das mãos com delicadeza em sua cintura.

- M-Madara-sensei… - Hinata suspirou, tão afetada que esqueceu como o outro pedira pra ser chamado.

Claro que, embora a menina não tivesse nem percebido o que falara, aquela frase a afetara profundamente o Uchiha mais velho. Ele suspirou, fechou os olhos - contendo um gemido - e apertou um pouco mais a cintura da menor que não entendeu o porquê, contudo pegou-se gostando da sensação, deixando outro suspiro escapar.

Provavelmente, naquele momento ele teria virado Hinata e a beijado com todo desejo e afeição possíveis. E ela, provavelmente, teria correspondido. Mas a bolha dos dois foi completamente arruinada pelo ruído da porta do banheiro se abrindo. Madara imediatamente se distanciou, enquanto a Hyuga permaneceu imóvel e trêmula.

- O que houve, moleque? Demorou, hein. Caiu na privada? - o outro disse num tom calmo, a única alteração em sua voz foi a maior rouquidão.

- O que você tá falando, velhote? - Sasuke respondeu, mal humorado - Minha mãe me ligou na hora que eu tava saindo, ela pediu pra nós irmos logo porque está tarde. Tudo bem?

- Ah, claro. Vocês já me ajudaram muito. Eu levo vocês, ok?

O garoto concordou num murmúrio, arrumando suas coisas. Quando já se encaminhava pra porta, deu-se conta de que sua amiga ainda estava paralisada perto da estante. Estranhou e observou seu tio, percebendo que, apesar de demonstrar mais normalidade, o homem estava meio distraído, algo completamente atípco dele. Hm, algo tinha acontecido ali.

Contudo, o que quer que tivesse ocorrido não havia deixado Hinata desconfortável, isso era óbvio - ela só estava extremamente pensativa. Portanto, ele decidiu não questionar nada, quando ela quisesse viria conversar com ele. Sasuke quase nunca se intrometia nos assuntos da amiga, a não ser que estivesse preocupado com bem estar dela - a parte intrometida daquele trio era o que estava mais ausente nos últimos tempos, Naruto.

- Hina? - chamou suavemente. Ela finalmente “despertou” e se virou para ele, corada - Vamos?

Ela assentiu e ia em direção a sua blusa molhada, quando Madara a deteve:

- Não se incomode. Eu lavo junto com as minhas roupas e levo ela seca e limpa pra você no próximo jantar, ok? - disse num tom terno.

- O-Ok. - ela anuiu, se sentindo ao mesmo tempo mais tranquila e mais nervosa, mas ainda sem entender o porquê.

Antes que ela pudesse ensaiar pegar sua bolsa, o mais velho pegou o objeto, carregando-o para a menina. Sasuke revirou os olhos, vendo a menina corar - E não é que o velhote realmente sabe como impressionar? - e saiu na frente, querendo rir com a situação que nunca achou que presenciaria: seu tio flertando com sua melhor amiga.

Os dois foram andando com calma até o carro, trocando poucas palavras amigáveis como de costume. Entretanto, ambos sabiam que algo havia mudado. A atmosfera entre eles estava diferente e não de uma forma negativa. Madara tinha que se segurar para não passar o braço pelos ombros da menina, enquanto Hinata não podia se impedir de corar e desviar os olhos sempre que o olhar de ambos se encontravam.

Naquela noite, ela também chegou a uma conclusão: ela não sabia exatamente o quê sentia por Madara. Mas o que quer que fosse, ela sabia que era intenso.


Notas Finais


surippas: são aqueles chinelos/pantufas que os japoneses costumam usar dentro de casa


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