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História KnockOut - YM - Décimo Sexto Round


Escrita por: guinhos_waifu

Capítulo 17 - Décimo Sexto Round


Yoongi sentiu o ombro doer e acabou despertando. Tinha dormido numa posição ruim, coçou o olho e viu que estava sozinho no quarto escuro.

— Jimin?- Chamou ainda da cama, mas não obteve resposta.

Resolveu procurar no banheiro, mas estava sozinho, voltou para a cama, coçou a cabeça e pegou o celular, Jimin não era de sumir daquele jeito, devia ter deixado algum recado. Estranhou a quantidade de mensagens acima do normal, ainda mais porque eram de Taehyung e logo abaixo estava o contato do noivo. Abriu a conversa e leu o texto que ele tinha enviado, sentiu a ansiedade crescer, deveria ter entendido errado então resolveu ler novamente. Depois da quinta vez começou a negar com a cabeça, jogou o celular na cama e começou a caminhar de um lado para o outro.

— Porra, Jimin!- Esbravejou irritado, sentia a respiração descompensada.

Sentou na beirada da cama e levou as mãos à cabeça, aquilo deveria ser um pesadelo, ainda estava sonhando e seu noivo tinha resolvido de cometer a burrice de se entregar para a pessoa que estava cometendo loucuras para chegar até ele. Tinha achado que já tinha passado por traumas suficientes, mas claro que o amor da sua vida tinha uma carta na manga.

Pegou as armas e colocou a munição antes de colocar nos coldres.

— Filho da puta... Esperou eu melhorar com a porra da arma para fazer essa merda. Desde quando está planejando isso?- Negou com a cabeça, terminando de carregar as armas.

Sabia para onde deveria ir, mas ainda assim, se sentia inseguro por estar sozinho no meio dessa guerra. Desceu até a moto que estava no estacionamento e ligou para V, ele demorou um pouco para atender, aumentando a ansiedade do boxeador.

— Boa noite, D. Achei que só iria acordar de manhã.

— Filho da puta.- Montou na moto e colocou o capacete no braço.— Me fala que Jimin está com você.

— Jeongguk está comigo. Não foi minha ideia, Jimin–

— Vai pra porra, Taehyung. Você poderia muito bem ter impedido.

— Parece que não conhece seu noivo.

Yoongi esfregou o rosto e grunhiu.

— Onde você está? Na sede?

— Estou no meu apartamento.

— Então logo estou aí.

Desligou sem esperar uma resposta, ainda negou com a cabeça enquanto colocava o capacete, acelerou a moto e saiu cortando as ruas de Daegu. Ainda estava incrédulo com a atitude do mais velho. Chegou até o apartamento, desligou a moto e foi até o porteiro, esperou um pouco até que pudesse subir, mas ficou surpreso porque o Kim estava indo até sua direção. Yoongi cerrou os punhos, segurando a vontade de socá-lo.

— Que porra aconteceu?

Taehyung negou com a cabeça.

— Vamos subir primeiro, está bem? É melhor.

O boxeador revirou os olhos e o seguiu, queria sair descobrir onde Jimin estava e sair atrás dele e o silêncio deixava claro que tinha algo errado. Entraram no apartamento e o loiro foi recebido por Gureum latindo perto de si.

— É assim que me trata? Depois que te resgatei daquela casa maldita?

O cachorro começou a cheira-lo, finalmente parando de latir.

— Ele está assim por causa de Jeongguk, ele mal me deixa chegar perto.

Continuou a seguir o mais velho pelo labirinto que chamava de casa, Gureum passou pelos dois, entrando em um cômodo, denunciando onde Jeongguk estava. Não iria negar que se sentia aliviado por ver o treinador, o mais novo se levantou e foi até o boxeador, o abraçando com força, o Min retribuiu o abraço, sentindo certo alívio.

— Você está horrível.- O Jeon comentou, fazendo o loiro rir.

— Eu também senti sua falta.

O treinador riu e foi o suficiente para Yoongi o abraçar mais forte, como se fosse o Jeon que o segurasse para continuar em pé. Se sentia perdido, talvez fosse uma maneira de repensar se realmente queria participar tão ativamente na facção, quantas vezes aquilo voltaria a acontecer?

— Eu também senti sua falta, Yoon.- Se afastou um pouco e sorriu para o loiro— Temos algumas coisas para resolver, não?

— Meu bem, deixe que eu converse com ele, você chegou hoje, por favor descanse.

— Tae, eu estou muito agitado para dormir, também tenho bastante tempo para descansar.- Desviou o olhar para o amigo— Eu ajudei a encontrar Yoongi, não vou ficar parado enquanto você mal dorme.

O Kim revirou os olhos e negou com a cabeça, o Min ficou parado ali, vendo a discussão do casal. Taehyung começou a listar os motivos que o Jeon não deveria se envolver, ainda mais em uma missão de resgate tão grande, se tratando de um chefe de uma gangue, o mais novo dizia que não se importava, enquanto o boxeador estava sentado, sendo a platéia da briga.

— Ao menos me escute uma vez, Jeongguk, você está cada vez mais enfiado na gangue, eu não quero que faça isso, não quero que entre pra gangue. Quantas vezes tenho que explicar que não tem como sair?

— Eu sei disso! Eu não vou entrar para a facção, Tae, eu só quero ajudar nesse momento. De qualquer forma, você sabe que corro perigo, é meu relacionamento com o dono de Daegu, eu treino o namorado do dono de Busan. Ajudar Kitty a sair de um cativeiro não vai mudar nada na quantidade de perigo que já corro.

O mais velho negou com a cabeça, levou as mãos no quadril e encarou Yoongi.

— E você? Já pensou o que vai fazer?

— Atirar no meio da cara de Bambam.- Deu de ombros como se fosse algo simples.

V riu soprado.

— Por Deus, vocês dois são feitos um para o outro mesmo.- Respirou fundo— Você precisa de um plano, Yoongi, eu vou te dar todo o apoio e contatos, mas preciso de uma direção.

— Você, como amigo dele, não vai fazer nada?

O Kim sorriu, sentou no sofá ao lado do namorado e fez um bico, desviando o olhar para o teto.

— Vai ser sua prova de fogo. Anda, volte para casa, bole um plano bom e depois venha conversar comigo.

O loiro fez uma careta e soltou o ar entre os dentes. Pegou o capacete, e saiu dali batendo a porta. Queria matar Taehyung, mas não antes de torturá-lo como podia. Conhecia Jimin o suficiente para saber que nunca faria o mesmo com o melhor amigo. Colocou o capacete, montou na moto e partiu em direção à Busan, tinha o pressentimento que teria que fazer essa viagem entre as duas cidades mais vezes do que gostaria.

Jimin passou a mão no espelho embaçado pelo vapor do chuveiro e encarou seu reflexo lamentável. Estava com um hematoma no olho por conta da última tentativa de se livrar de Bambam, o lábio estava cortado por conta do soco que tinha recebido e o cabelo estava recém-tingido de preto. Não se reconhecia. Tinha o cabelo claro desde a época da adolescência, estar com o cabelo escuro e machucado daquela forma não era do que tinha lutado para ser.

O cabelo ainda estava pingando, mas não conseguia fazer nada além de se olhar nos olhos. Tinha passado por um treinamento intenso quando pequeno, chegando a chorar de exaustão e dor nas mãos pelas bolhas de manipular a katana por tantos meses sem descanso. Na maioria das vezes escutava como era fraco e como não servia para seguir o ramo.

" Deveria ter te deixado onde te encontrei"

Num beco, chorando, a um passo de ser abusado durante uma madrugada fria.

Uma lágrima escorreu pelo rosto do Park que prontamente secou o rastro com as costas da mão. Secou o cabelo na toalha, vestiu a roupa que tinha levado para o banheiro só então percebendo que não tinha uma camiseta para vestir. Pendurou a toalha no box e saiu em direção ao quarto no fim do corredor, bateu na porta e esperou até que Bambam abrisse.

— O que quer, boneca? Já está se sentindo sozinho o suficiente para vir atrás de mim?

— Eu preciso de uma camiseta.

O tailandês o olhou de cima a baixo.

— Por que? Você fica lindo assim.

Kitty assentiu, sem conseguir levar o elogio a sério. Bambam deu espaço para que ele entrasse no quarto, sentiu o dedo do mais novo percorrer suas costas, segurou o punho dele e o virou na direção contrária, fazendo com que ele gritasse de dor e se arqueasse.

— Não. Encoste. Em mim. Nunca! Está me ouvindo?- Perguntou entre dentes.

O tailandês assentiu, fazendo com que o mais velho finalmente o soltasse. Os olhos de Jimin percorreram o quarto, percebendo que ele estava fazendo as malas, sabia que sairiam dali em breve. Bambam tirou a camiseta que usava e entregou para o Park, não estava com a melhor feição e o mafioso não duvidava que ele revidaria em breve. Bambam tinha um ego enorme, era prepotente, metido, ignorante e sempre, sempre, começava a gritar por pouca coisa. Era irritante conviver com ele.

Vestiu a camiseta e saiu dali, indo em direção à sala, não teve tempo de reagir, o mais novo o imobilizou, puxando seu braço para trás das costas e colocando seu corpo contra a parede. Jimin tentou se soltar, mas o tailandês colocou o corpo contra o seu, fazendo um peso para que não conseguisse se afastar.

— Me solta!- Tentou se debater, mas foi em vão, fez uma careta pela dor no ombro que veio em seguida.

— Onde está toda marra, hm?- Aproximou o rosto e soltou uma risada— Você só está me divertindo, Park, não pense que está me cansando com esse joguinho.

Bambam sorriu largo, fazendo a boca voltar a sangrar. Não era só Jimin que estava machucado.

— Porque não diz logo o que quer e acaba com essa merda?

O tailandês o soltou, fazendo a náusea do mais velho diminuir. Sentia nojo daquele homem.

— Não é óbvio? O que eu mais queria no mundo, era você, Park. Busan e Daegu terem caído foi a cereja do bolo.

— Busan não caiu.

— E quem vai governar? Taemin?- Riu soprado— Achei que tinha aprendido com Taehyung que você não governa a cidade.- Cruzou os braços vendo o mais velho se segurar— O que foi? Não vai dizer que Busan é diferente de Daegu? Não vai dizer como seu bestie é diferente de você?

— Vai se foder!

O mais novo sorriu de canto e levantou as sobrancelhas.

— Descanse um pouco, Park, vamos ter uma longa viagem essa madrugada.

O tailandês lhe deu as costas e Jimin revirou os olhos. Não sabia quanto tempo iria aguentar aquilo, mas arfou quando percebeu que Yoongi estava certo. Entregou o que Bambam mais queria de mão beijada e esperava que o noivo o perdoasse. Encarou a camiseta que estava usando e sentiu o estômago embrulhar, o perfume do mais novo ainda estava forte, Jimin olhou em direção ao quarto e viu ele continuando a fazer as malas despreocupado.

O mais velho foi para a sala, deitou no sofá e acabou pegando no sono. Preferia dormir na sala do que no quarto, na mesma cama com seu querido sequestrador, não conseguia dormir a noite inteira por medo então acabou acordando com o tailandês se aproximando com duas mochilas.

— Vamos pegar um vôo, eu realmente espero que você se comporte bem, não quero ter que te botar na linha na frente de todo mundo.

O Park se levantou e pegou a mochila da mão dele, Bambam entregou um óculos escuro para esconder o olho roxo e saíram para pegar um táxi. O mais novo não teve receio algum em pegar um dos canivetes de Kitty sem se importar se o motorista veria, colocou por dentro da camiseta do mafioso e se aproximou.

— Se me morder eu juro que te mato aqui mesmo.- Sussurrou antes de dar um beijo breve. -- Vamos nos chamar apenas por apelidos carinhosos, está bem? Como o casal carinhoso que somos.

Jimin ficou em silêncio enquanto recebia beijos no rosto, se segurando para não socá-lo com toda a força que podia. Sentia a lâmina contra a pele ao ponto de doer, sabia que o canivete era afiado e poderia cortá-lo com o menor movimento, sentia a raiva crescer dentro de si, o nojo aumentando com o passar do tempo. Iria matá-lo.

O carro parou em frente ao aeroporto, Bambam pagou o motorista e desceu puxando o mais velho consigo, pegou o passaporte e entregou para o Park.

— Seu novo nome está aí dentro.- Segou o quadril do mais velho que sentiu algo contra a pele— Consegue me obedecer, boneca?

O mafioso desviou o olhar e não conseguiu conter a careta, assentiu de leve e ganhou um beijo no rosto, se segurou para não se afastar.

— Viu como não dói?- Colocou uma mecha de cabelo recém-pintado atrás da orelha de Jimin— Podemos nos dar bem.

Caminharam até o guichê e entregaram o passaporte, o mais novo estava falando alguma coisa idiota para o Park, dando continuidade naquela atuação de merda. O mais velho estava indignado como tinha se metido naquela situação. Colocaram as mochilas no raio-x e passaram pelo detector de metais, sabia que seu canivete passava tranquilo naquele tipo de máquina, afinal de contas, muitas vezes precisava entrar armado em algum lugar importante.

Foram até a porta do embarque, o atendente checou as passagens antes de devolver.

— Tenham uma boa viagem.- Sorriu de forma cordial antes de esperar os próximos passageiros.

Bambam segurou a mão de Jimin enquanto caminhavam pelo longo corredor de vidro. Não sabia para onde iriam, mas esperava que Agust D e V o encontrasse logo. Não tinha certeza se conseguiria aguentar tudo aquilo.

×��×

O barulho da porta batendo fez com que Yoongi despertasse, ele abriu os olhos e se levantou, encarando Taemin que o encarava assustado com os olhos esbugalhados.

— Você não dormiu?- Ele perguntou ofegante, sentou do outro lado da mesa, encarando o loiro.

— Não consegui.- Respondeu com a voz rouca, puxou a cadeira de rodinhas e sentou novamente, ligou o computador da sala do noivo— Fico pensando como ele está.

O mais velho assentiu.

— Sabe que ele não vai deixar aquele idiota fazer nada contra ele, não é? Digo, é o Kitty, você sabe. Ele sabe se virar.

O boxeador não conseguia se sentir seguro com aquilo, tinha uma ideia do que Bambam podia fazer, mas não sabia a que ponto chegaria com o mais velho. Esfregou o rosto irritado, não tinha vinte e quatro horas que tudo tinha acontecido, mas ainda assim sentia medo.

— Eu entrei em contato com a nova hacker, passei todas as informações que ela precisava e estou aguardando um retorno.

O Lee assentiu.

— E ela já respondeu?

Yoongi negou com a cabeça, sentia os olhos arderem então os fechou por um momento.

— Me dê um norte, Taemin, por favor. Passei a noite toda acordado e só consegui pensar nisso.

— Vá descansar, D. Você não vai conseguir comandar nada cansado dessa forma.

— Com certeza Bambam deve ter saído de lá, como fez quando me sequestrou. Ele pode ter deixado algo para trás.

— Você quer ir até lá? Sabe que é uma missão suicida, não é?

— Tem que ter algo que ele deixou para trás, ele tem esse padrão.- Tentou manter os olhos abertos e grunhiu irritado.— E ainda descobrir quem ainda está infiltrado na facção.- Abriu um dos arquivos no computador e riu soprado— Vai me ajudar?

— É claro.- Se levantou— Você e Jimin vão se casar, você é meu chefe também. Vou organizar a equipe, precisa de mais alguma coisa?

— Kitty ainda suspeita de três pessoas, quero saber onde estão, com quem estão e quem são os contatos deles. Vamos pegar esse filho de puta.- Se levantou e pegou o casaco— Vou para Daegu, resolver com V o restante da operação.

— Yoongi. Se cuida. Serão longas semanas pela frente. Arrume alguém para te levar até lá, não seja louco de pegar a moto.

Taemin o deixou sozinho, saindo para resolver suas pendências. Não iria mentir, não confiava em ninguém ali além de Taemin, então resolveu resolver sozinho. Desceu até o térreo e alcançou a moto, colocou o capacete e partiu de volta para Daegu, iria aproveitar e passar a noite por lá, já que não tinha dado check-out. Sentiu que tudo iria dar certo. Tinha que dar.

×��×

Jimin tirou a blusa que estava usando assim que o avião pousou, não se importou em mostrar os roxos pelo corpo, estava com calor desde o momento que o avião chegou à América Latina. Pegaram a bolsa e foram até o estacionamento, Bambam sabia falar bem a língua, então conseguia se comunicar bem, o Park admirou a cidade, apesar de parecer um pedaço do inferno pelo calor, as pessoas pareciam alegres, falavam alto e usavam roupas bem coloridas.

— Ei! Vamos.- O tailandês indicou com a cabeça— Quer comer alguma coisa? Vamos pegar quatro horas de estrada.

O mais velho acabou fazendo uma careta.

— Faz tempo que comemos, então aceito sim. Estou com fome.

Bambam assentiu, alcançaram o carro alugado e jogaram as bolsas no banco de trás, Jimin entrou no banco do passageiro cansado, o mais novo voltou em direção ao aeroporto, o mafioso ficou lá com o carro desligado e sozinho. Não tinha nem como fugir dali, não sabia para onde ir, nem tinha dinheiro para ir a lugar nenhum. Não iria desistir de fugir, mas seria realista, não teria chance alguma de sobreviver naquele momento.

Bambam não demorou para voltar, entregou as sacolas para o Park e começou a dirigir. Jimin sabia que era por conta da ansiedade, mas mesmo assim acabou comendo bastante. O restante da viagem seguiu em silêncio, o tailnadês ligou o rádio, mas ainda assim dava para sentir o clima incômodo, a cidade grande foi ficando para trás, começando a dar lugar à casas pequenas e mais espaçadas que pareciam numa condição precária. Pegaram uma estrada de terra e começaram a subir um morro que parecia não ter fim, até ele embicar o carro num portãozinho de madeira.

Pelo o que conseguia ver por fora, a casa era muito grande. Bambam tinha um sorriso estampado no rosto, como se fosse algo animador estarem ali, estacionou o carro no jardim que havia na parte da esquerda da casa, uma parte coberta para estacionar o carro e um caminho largo seguia até uma das entradas da casa que ficava ao fundo.

O mais novo saiu do carro e correu para o outro lado da casa, o som de algo caindo a água fez Jimin assentir.

— Ele realmente é um idiota- Murmurou para si.

— A água está uma delícia!

O Park respirou fundo e soltou o cinto de segurança, desceu do carro sem se importar em fechar a porta, olhou para a casa de tijolos e deu a volta nela, encontrando Bambam boiando dentro de uma grande piscina. O mais velho tirou as botas e colocou os pés cansados na água fresca e acabou gemendo aliviado, escutou o barulho da água se mexendo e viu o o tailandês se aproximar, ele chacoalhou o cabelo, fazendo espirrar um pouco no mafioso e se apoiou nas pernas de Jimin.

— O que está achando?

A resposta do Park foi em dar de ombros.

— Precisamos entrar num consenso, está bem? Não vou te deixar preso em casa, mas quero que me obedeça. Te ver machucado dessa forma, acaba comigo.- Acariciou os braços do mais velho que desviou o olhar.

Bambam respirou fundo e saiu da piscina, deu a volta na casa e sumiu, deixando Jimin aliviado. Deixou o corpo pender para frente, caindo na água, deixou que chegasse até o fundo da piscina, olhou para cima vendo o céu azul distorcido.

Ter crescido nas ruas o ajudou a ter malandragem logo cedo. Claro que sua mãe não tinha gostado nada daquilo, mas ela passava o dia todo trabalhando para conseguir ter comida na mesa e quando Jimin conheceu seu pai, e sim, realmente era pai biológico, o Park mais novo não conseguiu entender como o pai conseguia dar tudo do melhor e a mãe trabalhava tanto para ter o básico. E bom, com o tempo descobriu o motivo, mas já era tarde demais, a matriarca tinha pedido para que saísse de casa.

Se impulsionou para cima e alcançou a superfície, se sentia indefeso com Bambam e aquele medo tinha ficado ainda maior quando tinham chegado naquele lugar. Saiu da piscina e foi até a porta de vidro que tinha perto da piscina, dando direto na sala. O mais novo estava sentado no sofá, o cabelo ainda estava molhado, mas ele já vestia uma roupa seca, tinha um troca de roupa ao lado dele e tailandês estava com uma toalha em mãos.

— Se troque e venha aqui para eu secar seu cabelo.

Aquilo nem fazia sentido, já que teria que colocar as roupas enquanto ainda estava molhado, mas claro que abaixou a cabeça e obedeceu. Explorou um pouco a casa até encontrar o quarto que parecia o principal, já que a mochila dos dois estava ali, tomou um banho rápido e se trocou, voltou para a sala e sentou no chão, entre as pernas de Bambam.

— Você está muito quieto, o que aconteceu?

— Não vou brincar de casinha com você, sinto muito. Não ache que estou feliz por ter sido sequestrado para um lugar tão bonito, não muda nada do que você fez.

O mais novo riu soprado enquanto ele começou a passar a toalha nos fios pretos.

— Não pense como algo forçado, aproveite o momento. Quando que você poderia vir para cá com um trabalho que exigia tanto esforço?

— Você comprou essa casa com a mercadoria desviada?- Perguntou sem rodeios.

— Por isso que gosto tanto de você. É tão esperto...

Sentiu as mãos do tailandês descerem para seu pescoço e foi o suficiente para que se levantasse, foi até o primeiro quarto e não se importou em fechar a porta, apenas deitou na cama, cansado demais para lidar com aquela merda. Iria sair dali, nem que tivesse que matar Bambam enquanto ele dormia.

×��×

Jeongguk levou a mão à boca tentando reprimir a risada, Taehyung estava ao seu lado com os braços cruzados assistindo a cena curiosa.

— Eu acho que agora ele dorme– O Kim falou baixo, tentando não tirar o boxeador em seu estado de quase dormindo.

— Não, ele precisa de mais dez minutos-- O treinador murmurou.

Yoongi tentava segurar a cabeça, mas estava caindo de sono. Estava esparramado no sofá e nem precisava falar que estava exausto, estavam conversando sobre o plano e de repente o boxeador estava lutando para se manter acordado. Não sabia nem como ele não tinha caído da moto enquanto pilotava até Daegu. O mais novo respirou fundo, se aproximou do loiro com calma e segurou seu braço.

— Yoon, deita lá no quarto de hóspedes, você vai ficar com dor nas costas.

O Min pareceu despertar, mas logo fechou os olhos novamente, pendendo o corpo para frente e quase caindo do sofá, por sorte o Jeon estava esperto o suficiente para segurá-lo.

— Jimin.... Bambam...- Ele balbuciou— Não posso deixar que nada aconteça com ele.- Se levantou cambaleante.

— Sim, sabemos, mas descanse um pouco- V ordenou irritado— Vamos precisar de você para dar qualquer andamento no plano.

Jeongguk o guiou até o quarto, o ajudou a tirar o tênis e a calça jeans para não se sentir desconfortável. Parecia muitas das vezes que tinha que cuidar do amigo bêbado depois de uma vitória, até colocarem o limite de só beberem caso fosse uma luta muito importante.

— Ele era amigo de infância de Jimin, eles cresceram na rua juntos.- Murmurou antes do Jeon o cobrir– Sem o computador, ainda não consegui descobrir muito sobre ele.

— Vamos descobrir, não se preocupe Descanse.

Jeongguk não precisou repetir, mal saiu do quarto e escutou a respiração do mais velho mudar, indicando que já estava dormindo. Apagou a luz e encostou a porta, se sentindo que estava colocando o filho pequeno para dormir. Voltou para a sala encontrando o namorado ainda no mesmo lugar, dessa vez com o cenho franzido, o Jeon o abraçou por trás, recebendo um carinho nos braços.

— Ele dormiu?

O mais novo assentiu e acabou rindo, sentou no sofá e o Kim colocou as mãos nos bolsos da calça.

— Você não acha estranho como Bambam quase matou Yoongi e não fez absolutamente nada com você?

— Ele sempre falou que seu interesse era Jimin, então não tinha porque fazer algo contra mim.- Se alongou cansado, tinha percebido isso durante sua estadia com o mais velho.— Yoongi disse que eles cresceram juntos, pode ser algo não resolvido.

— Deve ter acontecido algo nesse meio tempo, não acho que foi algo de quando eram crianças. Afinal de contas, tanto ele quanto Mark queriam vingança.

Gureum veio correndo até o dono e subiu no sofá, pedindo carinho para o Jeon, o mais velho continuou em silêncio.

— Bom, os moradores mais antigos do bairro devem saber o que aconteceu.- Jeongguk comentou— Minha mãe contava muita história de quando o pai do Kitty governava a cidade, até as coisas ficarem muito violentas e a gente mudasse para Daegu.

Taehyung acabou rindo soprado, sentou ao lado do mais novo e respirou fundo.

— E você se apaixona logo por um traficante, ela corta contato com você e você quer perguntar para ela se ela lembra da infância de outro traficante?

— Para começar, você não trafica mais. E nem Jimin.

O mais velho negou com a cabeça.

— Não pessoalmente, né?

— Podemos dizer que vocês trabalham com administração. Ou podemos falar com a mãe de Jimin também.

V ainda o encarava em silêncio, não conseguia acreditar nas palavras que estavam saindo da boca do namorado.

— Nem pense nisso, ainda mais saindo sozinho para fazer algo assim. A mãe de Jimin não é como a sua que se mandar mensagem ela ainda responde, ela finge que ele não existe.

— Eu não iria sozinho, poderia levar Yoongi comigo.

— Sério? As duas pessoas que foram sequestradas saindo por aí?

— Eu não vou ficar trancado aqui para sempre, Tae, quando Jimin voltar e Yoongi voltar a lutar, vamos continuar a carreira dele, as coisas vão voltar ao normal.

Taehyung respirou fundo e levantou agitado.

— Você acha mesmo que as coisas vão voltar ao normal? Acha que a federação de boxe vai fingir que nada disso aconteceu?

— Ele não fez nada de errado, não tem nada prove isso. Esse é o sonho de Yoongi, não ache que ele vai desistir logo agora.

— Eu sei que ele não vai desistir.- Coçou a cabeça — Se quiser perguntar para sua mãe, não tem problema, seria bom visitá-la também.

— Tudo bem, vou levar Yugyeom comigo, mas sabe que, mesmo sem a sua permissão eu iria, não é?

— Me sinto cuidando de crianças.

— É para se acostumar.- Jeongguk respondeu baixinho encarando o cachorro.

Taehyung achou melhor fingir que não tinha escutado, estavam no meio de uma guerra e pensar em adotar crianças não era a melhor coisa no momento. Sentiu o celular vibrar no bolso e viu as mensagens de Taemin, acabou fazendo uma careta.

— Taemin está vindo para cá, preciso ir para a sede. Parece que tem muita coisa para resolver e a garota que Jimin arranjou está sobrecarregada.

— Vai entrar em contato com o Hobi?

O Kim encarou o namorado e respirou fundo.

— Espero que não, mas preciso ir. Caso precise sair, me avise, está bem?

Deu um beijo breve no rosto do mais novo, mas Jeongguk o puxou novamente, lhe dando um beijo nos lábios, pegando o mais velho de surpresa. O Kim se afastou um pouco e recebeu um sorriso do treinador que o puxou de volta para perto, lhe dando um beijo feroz, deixando claro que sentia falta daquele tipo de contato.

Se afastaram um pouco e o Jeon encostou a testa na do mafioso.

— Eu te amo.- Taehyung fechou os olhos e respirou fundo, se sentiu angustiado por deixá-lo sozinho— Se cuida.

— Eu também te amo. E trate de voltar para mim, tigrão.

Deu um beijo na testa do namorado antes de sair, precisava arrumar outro hacker e nem sabia o motivo, já que Taemin foi breve na mensagem. Checou o celular mais uma vez, não queria parecer desesperado, mas não conhecia ninguém confiável. Esperava não ter que recorrer a única opção que conhecia.

×��×

Jimin caminhou com calma entre os corredores do mercado, tentando decidir o que iria levar. Já tinham comprado tudo o que tinha na lista, ainda assim tinha arrumado a desculpa de ir atrás de algo para tirar Bambam de seu encalço. Chegou na parte dos utensílios de casa e ficou admirando o cutelo azul que estava pendurado ali.

— Boneca, vamos logo.- O mais se aproximou sem que o Park percebesse— Quero assistir um filme com você.

Era estranho como na cabeça dele os dois realmente eram um casal. Por mais que respeitasse os limites do mais velho, ainda o chamava daquele apelido ridículo e às vezes fazia manha, como se fosse uma criança birrenta.

— Vou pegar uma garrafa de vinho.- Saiu em direção ao corredor de bebidas, sem dar atenção ao tailandês.

— Não gosto que você beba.

Jimin lhe lançou um olhar, pegou duas garrafas e empurrou contra o peito do mais novo.

— Que pena.

Começou a empurrar o carrinho em direção ao caixa, Bambam tomou a frente, colocou as garrafas na esteira e começou a conversar com a atendente, o mais velho começou a tirar os produtos, tentando prestar atenção na conversa dos dois. Estavam há tanto tempo lá que começou a pegar uma palavra ou outra, mas nada que fosse o suficiente para formar uma frase ou entender uma sentença completa.

Passaram toda a compra e levaram para o carro, o silêncio permanecia, mas pelo sorriso do tailandês estava claro que tinha um notícia boa, estava sorrindo como bobo. Entraram no carro e Bambam se virou para o Park.

— A atendente me disse que amanhã vai ter um festival no centro da cidade, o que acha de irmos.

— Vai ser legal.- Assentiu já bolando um plano para escapar,

O tailandês sorriu para o mais velho, alheio ao que estava por vir.

×��×

Yoongi grunhiu frustrado. Apesar da investigação caminhar bem, estava mais lento do que esperava, encontrou mais barreiras do que esperava. Esperava muito e teve uma quebra de expectativa muito grande. Demorou uma semana para que conseguissem acessar o HD do computador que ficou para trás, as câmeras de segurança mostravam o caminho que tinha feito durante a semana e quando viu Jimin com os fios pretos no aeroporto sentiu o coração ir no chão.

Mas não havia descoberto só isso, Bambam estava há anos atrás de Kitty, monitorando entrada e saída de cargas e o movimento da gangue. Óbvio que tinha deixado aquilo para trás de propósito, mas não tinham conseguido achar mais nada além daquilo.

O boxeador mexeu no celular ansioso, estava na academia fechada com Jeongguk e Yugyeom e esperando a tinta preta agir nos fios, iria dar um tiro no escuro com J. Pearl, iriam para aquele lugar que Bambam havia mandado Taemin, mas não tinham certeza de nada. As gravações do aeroporto não levavam a lugar algum, já que até nisso o tailandês tinha pensado.

— Yoongi, vai lavar seu cabelo senão vai cair.- O treinador chamou a atenção dele.

— Apesar que um careca no meio da multidão chama menos atenção.- Yugyeom respondeu brincalhão.

Correu para o banheiro já tirando a calça e o casaco, já que tinha tirado a camiseta para não manchar, mas estava frio demais para ficar só de calça, tentou tirar rápido o excesso de tinta preta e saiu do chuveiro olhando o cabelo. Já estava novamente passando da altura da maçã do rosto, a cicatriz vermelha no rosto deixava sua imagem mais amedrontadora e não iria negar, gostava do cabelo preto.

Vestiu novamente a calça de lavagem clara, a blusa de manga comprida e a jaqueta camuflada, saiu do banheiro secando o cabelo na toalha e Jeongguk sorriu com o resultado.

— Ficou bom. Só falta J. Pearl chegar.

— Daqui a pouco ele está aqui...- O médico disse distraído no celular

Yoongi acabou rindo e negou com a cabeça, o treinador semicerrou os olhos e encarou o Kim.

— Como assim "daqui a pouco ele chega"?

— Oh.- O Min sentou na beirada do ringue e encarou o mais novo— Ele não te contou?

— Não tem o que contar!- Yugyeom interrompeu envergonhado.

— Yugyeom está namorando Yijeong.- O boxeador cantarolou como uma criança irritante.

— Não estamos namorando!

Yoongi caiu na risada, o mais velho o olhou feio e Jeongguk ainda estava com os olhos arregalados, entreolhando os dois.

— Vocês estão juntos.

— Não é algo sério. Nós só estamos aproveitando o tempo livre, não quero adentrar um relacionamento, ainda mais com ele. Logo ele volta para Seul e combinamos que seria apenas isso.

O boxeador negou com a cabeça, também não esperava e não queria ter um relacionamento com alguém de uma gangue, mas lá estava, esperando o líder de Seul chegar para salvar o noivo, que era dono de Busan. J. Pearl finalmente chegou, Yoongi se levantou ansioso.

— Está atrasado

— Eu sei, estava arrumando os últimos detalhes. Vamos ou vai continuar reclamando?

O Min sorriu de canto, se despediram brevemente de Jeongguk e Yugyeom e entraram no carro, ansiosos para chegarem logo no aeroporto.

— Está pronto?

— Na verdade, estou com medo de eles não estarem lá.- Assumiu sentindo o estômago revirar— Caso não estejam, não sei para onde ir, teríamos que recomeçar toda investigação.

O mais velho assentiu, usou o estacionamento do aeroporto, pegou a mochila e foi até o portão de embarque. O Min checou mais uma vez o celular e sorriu com as notícias que recebeu.

— Estamos indo para o lugar certo, Hoseok conseguiu confirmar. E Taemin conseguiu achar o último infiltrado, então estamos seguros.

— Pelo menos isso, porque continuo sem saber como pronunciar aquela língua.

— Ele conseguiu a localização da casa que está no nome real dele e, sério, nunca conseguiríamos encontrar.

Mostrou o celular para Yijeong e ele fez uma careta tentando ler o nome do tailandês.

— Se Hoseok não fosse tão cuzão, eu pensaria em trabalhar com ele.

Embarcaram no avião e passaram o que parecia ser intermináveis horas até chegarem ao Equador, Agust D tentou controlar a ansiedade e descansar um pouco, mas foi em vão. Já era tarde quando finalmente pousaram, alugaram um carro e o Min pegou a direção, seguindo o GPS até o hotel, mas tiveram que parar por conta do trânsito denso, as pessoas falavam animadas entre si e os dois tentavam entender qualquer palavra que fosse. O carro da frente começou a dar ré, o boxeador estalou a língua no céu da boca e começou a fazer o mesmo, a mulher parou o carro ao lado dele e começou a falar em espanhol.

— Eu não sei a sua língua-- Arranhou um inglês sem vergonha.

— Festival.- Ela apontou para frente— Vá a pé, rua fechada.

Yoongi assentiu, manobrou o carro para estacionar por ali mesmo, sem saber a dimensão do festival, mas estavam perto do hotel.

— Só porque eu queria chegar logo.- J. Pearl brincou, tentando amenizar o clima tenso.

Começaram a caminhar e a quantidade de gente começou a aumentar, o boxeador tentava passar entre as pessoas que estavam paradas na beira da calçada vendo o desfile. As pessoas usavam roupas coloridas, com penas e com brilho, uma estátua com o rosto preto era levada à cavalo por um homem que tinha o rosto pintado de preto e as vestes como a da estátua. Sentiu alguém lhe puxar, olhou para trás e viu Yijeong.

— Podemos cortar caminho por detrás da igreja, parece que estão indo para lá.

Yoongi olhou ao redor tentando achar um espaço menos movimentado, mas não parecia bom, seguiu a sugestão do mais velho, se aproximando da igreja, olhou para o outro lado da rua e parou onde estava, fazendo J. Pearl trombar em si. Nunca iria esquecer aquele rosto, mas a feição de nojo que ele tinha e a tentativa de afastar Bambam de si só fazia a raiva crescer.

— Yoongi, foco, estamos no meio de uma multidão, aqui, não é o mel–

Bambam estava de costas para a rua, encurralando o Park contra uma das casas que tinha ali, Yoongi sentiu a náusea subir. Caminhou até aquela cena nojenta, não sentia que controlava o próprio corpo, nada ao seu redor parecia existir além de Bambam tentando fazer seja lá o que fosse com seu noivo. Sacou a arma, firmou a mira e atirou.

 



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