História Kurushii Ningen to Kirei Kyuketsuki - O vampiro que fugiu de casa prt 2

POV'S EMMETT ON

Eu dei meia volta e fui andando. O humano gritou alguma coisa pra mim, mas eu ignorei, seguindo meu caminho e praguejando em latim. O garoto de cabelos pretos e olhos castanhos me seguiu por todo o percurso, no começo me fazendo várias perguntas, que eram ignoradas, depois de um tempo ele desistiu e o silêncio reinou. Qual o problema dele? Seguindo um estranho assim, talvez ele seja burro, mas creio que todos os humanos são. 

Eu parei subitamente de andar, fazendo com que ele trombasse nas minhas costas. 

- Huh? Chegamos na casa do seu irmão? - Ele perguntou, ajeitando os óculos. 

Eu suspirei pesado. 

- Humano.... Eu odeio dizer isso, mas.... Estou perdido.... - Eu o fitei e estranhamente ele pareceu ficar feliz com a notícia. 

- Ah... Sério? Seu irmão não te deu o endereço? - Ele me olhou num misto de confusão e ansiedade. Os batimentos dele estavam levemente acelerados, o cheiro dele era ótimo... Eu estava realmente com fome pra pensar isso de alguém como ele, só pode.

- Na verdade eu não preciso de um endereço... Temos uma ligação... Mas ela está muito fraca... Como se tivesse sido encobertada por algum tipo de magia... - Pensei comigo mesmo - Um feiticeiro talvez.... Não.... A magia não é tão potente assim... 

Ouvi um riso baixo e me virei de frente para o humano, que abafava o som com uma das mãos. 

- Nossa, você leva esse negócio de vampiro mais a sério do que eu... - Ele sorriu e me encarou - Achei que isso não fosse possível... 

Eu revirei os olhos. 

- Eu realmente sou um vampiro humano imundo! Agora, queira ser um bom servo e me leve até a sua morada... - Olhei pra ele, que riu alto dessa vez. Por isso que prefiro mestiços, humanos são muito idiotas... 

- Tá... Meus pais não estão por aqui mesmo... - Ele sorriu gentil e começou a andar na direção oposta a qual viemos, sendo seguido por mim em silêncio. 

POV'S EMMETT OFF

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POV'S HIROSHI ON

Chegamos na nossa casa a meia noite. Ele havia me feito andar um bocado atrás do tal irmão. Eu sei que não deveria trazer estranhos pra casa, mas... Eu sempre quis um amigo pra conversar dessas coisas comigo. Haruko e Haruto não gostam muito desse tipo de coisa....

Eu abri a porta, entrando e deixando ele entrar em seguida. Ele olhava os arredores como se fosse a primeira vez que tivesse entrado numa casa. 

- Hum... Pequeno... Nada mais que o esperado de um humano sujo... - Ele falou consigo mesmo. 

- Certo... - Me sentei no sofá, vendo ele ir perto de uma fotografia pendurada na parede - Quer um chá? Alguma coisa? 

- Hum.... Não bebo chá... - Ele pegou um porta retratos de quando eu era bebê, o analisando com cuidado. 

- Ah.. Tá... - Abri a sacola com meu jantar, pegando o onigiri e o comendo com calma, observando o suposto vampiro que parecia estar obcecado pelas fotos da minha família - Gosta de fotos? 

- É... Ficam melhores que pinturas.... - Ele largou o porta retratos.

- Quer tomar um banho? - Perguntei - Quer dizer, você estava caído no chão... Parece cansado... 

- Ah... Certo... - Ele me olhou, sorrindo ligeiramente, quase imperceptível. 

Eu desviei o olhar, o guiando até o banheiro, entregando uma muda de roupas pra ele. 

- Deuses... O que eu estou fazendo...? - Ri baixo e voltei pra sala. 

Não demorou muito para que eu ouvisse o albino me chamar, eu parei em frente a porta do banheiro, que foi aberta por ele. Ele já estava vestido, os cabelos outrora presos, agora estavam soltos. A única coisa que me estranhou foi que ele ainda usava o tapa-olho.

- Leve minhas roupas mortal... - Ele veio até mim, parando na frente do espelho e estendendo as peças pra mim.  

Por um momento, apenas por curiosidade, eu olhei pro espelho.

- Ah.... Meu.... Deus..... - Eu estava pasmo. Empurrei as roupas pra ele e fechei a porta do banheiro, trancando-a por fora.

- Hey! O que está fazendo!? - Emmett gritou irritado.

- N-n-não.... Não tem reflexo.... - Eu murmurei e ouvi ele rir debochado.

- Parabéns humano! Você acabou de descobrir que vampiros não tem reflexo! Como é inteligente... - Ele falou a última parte com sarcasmo.

Eu sorri, rindo baixo, em seguida rindo mais alto, até gargalhar.

- Qual é a graça humano nojento!? - Ele abriu a porta, arrebentando a tranca e amassando a maçaneta.

- Um vampiro... - Eu olhei pra ele, sem me importar com a porta - Se você é um vampiro.... Você pode me transformar!? - Falei esperançoso.

  Ele riu baixo. 

- Talvez... Mas não vou fazer isso... Já tenho problemas demais, não quero criar mais um. 

Meu sorriso murchou. 

- Ah... - Suspirei baixo - Entendo.... 

O som de batidas impacientes na porta chamou a nossa atenção. 

- Deixa que eu atendo... - Eu sorri sem graça pra ele que deu de ombros. 

Fui até a porta, abrindo e encontrando dois rapazes. Um mais alto e pálido, os cabelos negros moldando o rosto, dando destaque para os olhos vermelhos, a expressão séria e irritada me lembrava um pouco a do vampiro. O outro mais baixo e delicado, os cabelos rosa claro bagunçados, os olhos azuis me fitando curioso. 

- Mortal! - O moreno me pegou pelo colarinho, me assustando - Onde está escondendo aquele rato nojento!? - Ele falou entredentes. 

- O que!? Rato!? Eu não fiz nada! - Olhei pra ele nervoso. 

- A-Allan! Calma! - O rosado tocou de leve o ombro do mais alto, sorrindo gentil - É só um humano... Vai assustá-lo assim... Deixa que eu resolvo isso... 

O tal Allan respirou fundo e me soltou, a parte da minha camiseta onde ele tinha segurado estava amassada. 

- Meu nome é Pinku... - O menor me olhou e sorriu - Aquele ali é o Allan... - Ele indicou o moreno com a cabeça - Estamos procurando por uma pessoa. 

- Uh.. Q-que pessoa...? - Olhei desconfiado pra eles. 

- Um rato vadio que precisa ser exterminado! - Allan ralhou e eu me encolhi - Anda logo! Sei que sabe onde ele está! 

- Allan! Deuses! - O rosado revirou os olhos - Me deixe resolver isso okay!

- É... Deixe sua fadinha resolver isso.... - O albino que antes estava pra dentro, agora se escorava no batente da porta, atrás de mim.

Pinku olhou para Allan um tanto quanto preocupado. 

- Seu nojento.... - Os olhos vermelhos de Allan fuzilavam o garoto atrás de mim. 

- Boa noite pra você também, irmão.... - Emmett sorriu de canto e eu fiquei mais confuso do que achei que fosse possível ficar. 

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