História L - Simon Dominic. - 30 - Rayna.

Rayna.

W parou o carro em frente à mansão do meu pai depois de muito insistir que Ki-seok não me acompanhasse hoje. Eu estava tentando ao máximo agir naturalmente com ele, mas toda vez que o olhava era como se a culpa estivesse estampada em minha testa. Não fui eu que fiz aquilo, mas foi alguém do meu sangue.

- Confesso que fiquei surpresa com a sua visita, achei que me ver te dava náuseas. - Loren provocou sentando-se na poltrona a minha frente.

- Eu tenho algo para perguntar e isso não podia esperar mais. - Disse e a mesma assentiu.

- Tudo bem, pergunte.

- O L... A família dele...

- Hum...

- Foi o David ou você inventou isso?

- Oh, essa é nova. Não imaginei que L te contaria esse tipo de coisa.

- Ele não contou. - Afirmei e Loren sorriu.

- Eu poderia dizer que é mentira para que você saísse daqui sem fazer um daqueles seus dramas, mas você disse que quer a verdade. Essa é a verdade. - Disse e desviei o olhar. - L está aparentemente dormindo com a sobrinha do cara que torturou e matou toda a família dele.

- Como você descobriu isso?

- Eu tenho total controle sobre a maior empresa de segurança do país, você não imagina como são os nossos técnicos e investigadores. - Sorriu. - Você acha mesmo que David voltou por que estava com saudades da sobrinha que ele nunca viu? Eu acho que não.

- O que você quer dizer?

- Ele voltou porque quer a BPS, quem sabe ele não termine de acabar com o que começou. - Sorriu servindo-se de uma taça de vinho e me levantei. - Eu tenho feito tudo para que L aja com calma e segurança, então aconselho que não se meta nisso.

- Eu tenho que ir agora. - Disse caminhando até a porta. - Você pode... Deixar essa conversa entre nós?

- Como quiser. - Levantou sua taça e suspirei abrindo a porta e sai de lá em direção ao jardim onde W me esperava. Respirei fundo algumas vezes tentando me acalmar e organizar os meus pensamentos.

- Podemos ir? - W perguntou e assenti seguindo-o até o carro e entrei no banco de trás acomodando-me.

"L está aparentemente dormindo com a sobrinha do cara que torturou e matou toda a família dele."

Suspirei balançando a cabeça levemente enquanto o carro deixava a mansão, eu precisava pensar e decidir o que eu faria. Ki-seok mataria David ou ele o mataria, essas eram as únicas opções e ambas eram assustadoras.

        Simon/L.

Quando o carro de Rayna chegou W me contou que eles haviam ido até a mansão conversar com a Loren, eu não sabia o que tinha acontecido e não sabia se deveria perguntar.

- O dia está bom hoje. - Rayna sorriu enquanto caminhávamos pelo jardim.

- Sim está. - Murmurei olhando em volta.

- Eu queria dar uma volta hoje, o que acha?

- Pra onde você quer ir? - Sorri encarando-a.

- Comer alguma coisa, caminhar um pouco. Vamos?

- Tudo bem...

- Fora do trabalho hoje. - Pediu e franzi a testa.

- Por quê?

- Eu quero que seja eu e você.

- Tudo bem, eu vou me trocar e preparar o carro então. - Avisei e Rayna assentiu correndo para dentro de casa e a segui. Troquei o terno por roupas casuais e sai do quarto depois de terminar de me arrumar para checar o carro.

- Eu enchi o tanque essa manhã. - W avisou me entregando as chaves.

- Tudo bem, nós estaremos de volta ao final da tarde. - Disse destravando o carro quando Rayna apareceu na entrada da casa.

- Estaremos aguardando. - Avisou afastando-se e entrei no carro enquanto ele abria a porta para Rayna.

- Vamos? - Sorriu colocando o cinto e assenti ligando o carro para sairmos da propriedade. Os parques do centro estavam muito bonitos essa época do ano e seria um bom passeio já que o dia estava agradável eu estava precisando esfriar a cabeça.

     ...

Quando chegamos ao centro da cidade estava um pouco mais movimentado que o normal já que no outono ela virava um bom lugar para o turismo.

- Uau, essa é a melhor vista, com certeza. - Rayna sorriu tirando uma foto e travei o carro seguindo para o seu lado. - Ou essa é a melhor? - Sorriu tirando uma foto minha e sorri debochado.

- Vamos engraçadinha. - Disse entrelaçando nossas mãos e Rayna sorriu puxando-me.

- Vamos tirar uma foto antes, não temos nenhuma foto juntos. - Pediu e assenti juntando-me a ela. Rayna subiu um pouco mais o celular e sorriu encostando-se mais a mim tirando a selfie. - Ficou boa. - Murmurou olhando a foto e assenti.

- Vamos, eu estou com fome. - Afirmei e Rayna gargalhou entrelaçando seu braço ao meu enquanto caminhávamos pela cidade.

- Eu acho que nunca seria capaz de vir aqui sozinha.

- Você precisava sair um pouco mais do quarto para poder vir aqui sozinha. - Sorri.

- Pelo menos eu estou vindo, essa é uma grande evolução. - Afirmou e puxei a porta da loja de bolos dando espaço para ela passar. - Eu quero aquele ali. - Apontou para um bolo da vitrine.

Pegamos dois pedaços de bolo saindo da loja e entrelaçamos nossas mãos enquanto caminhávamos para a ponte.

- O sol hoje está tão bom. - Suspirou olhando para o rio e sorri.

- É um dos bons dias de outono, eu gosto disso. - Comentei.

- Eu fui ver a Loren hoje. - Rayna murmurou pegando um pedaço de bolo quando nos sentamos.

- W falou. O que você foi fazer lá?

- Tirar uma duvida que eu tinha.

- E conseguiu?

- Sim, eu consegui. - Murmurou. - Mas agora não sei se eu deveria mesmo ter perguntado.

- É um pouco tarde para se arrepender agora, você terá que lidar com a resposta.

- Eu estou pensando em como farei isso.

- Faça como será melhor para você. - Aconselhei e Rayna me encarou. No fundo eu sabia qual tinha sido a sua pergunta e a sua resposta, eu sabia onde estávamos agora e como essa situação era complicada, mas eu não queria perde-la.

Eu pensei em deixá-la no começo, ele era o seu tio e estaria sempre ao redor dela, ela o admira e confia nele, mas eu não consegui me afastar e agora estamos aqui.

- Acho que W fez um bom trabalho nas semanas que ficou a frente da minha segurança. - Comentou e desviei o olhar. - Acho também que você faz um ótimo trabalho cuidando de todos nós da mansão.

- Rayna. - Murmurei. - Vamos separar as coisas, por favor. Você, nós, não tem nenhuma ligação com isso.

- Você sabe que tem, estamos em lados opostos Ki-seok.

- Então o que vamos fazer? - Perguntei encarando-a e Rayna respirou fundo antes de me encarar.

- Acho que deveríamos terminar.