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História La Farsa - Ouça-me bem, amor


Escrita por: fleabagirl

Notas do Autor


Agora que voltei, quero apenas falar algumas coisinhas antes de darmos continuidade.

Esta fanfic tem o intuito de ser leve e divertida, porém, obviamente em alguns momentos, terá suas turbulências, como em uma história normal.

Darei continuidade a uma história de universo alternativo sem nenhum compromisso com a realidade.

Acrescentei também em alguns capítulos anteriores algumas músicas que condizem com determinadas situações da história, iremos colocar de vez em quando. Esperamos que vocês ouçam, pois gosto da conexão das músicas com as situações que descrevemos. E lembrando que também existe nossa playlist:

https://open.spotify.com/playlist/5OI7UFv0egnK5D8rBO19TT?si=L7NaPiLJQlKspSuu7SR5-g

Por fim, queria apenas agradecer a todas as meninas que sempre estiveram do nosso lado com mensagens acolhedoras e de apoio. Vocês são muito importante pra nós e tem um lugarzinho especial em nossos corações!

Agora, sem mais delongas, vamos ao que interessa. ♡

Capítulo 26 - Ouça-me bem, amor


— Itzi! — Já queres ir embora? — me dá um olhar ansioso — Nós nem dançamos ainda.

Claro. A outra mal te soltou.

— Meus saltos estão me matando. — o que não era mentira, mas fiz questão de intensificar minha cara de cansada.

Talvez eu esteja um pouco pouco bêbada, quem diria que eu ficasse alta com meras taças de champanhe. No entanto, foram diversas para aguentar a noite.

— Você sabe... estou exausta. 

— Tudo bem, vou apenas me despedir do pessoal e já iremos. Prometo ser rápido. — responde com um certo receio na voz.

Se retira, deixando apenas eu e Alonso sozinhos novamente. Pedro me dá um sorriso triste. Sei que parte dele sabe que a tentativa de fazer o relacionamento dar certo é de ambas as partes. Bom, pelo menos o que restou do relacionamento. 

Lhe devolvo o gesto e nos abraçamos. Encosto meu rosto em seu ombro, suas mãos passeiam por minhas costas em um gesto de conforto e apoio. Suspiro pesadamente, nos afastamos e ele deposita um beijo no topo da minha cabeça.

— Fica bem, Itzi. — pisca para mim antes de se retirar

— Tentarei.

Minutos depois, Álvaro volta, me oferece a mão para segurar e seguimos até o carro. Uma breve garoa cai durante esta noite. Durante o caminho, encosto a cabeça na janela enquanto assisto alguns pingos de chuva deslizarem sobre o vidro.

— Como descobriu o caso de Blanca? — despejo a pergunta no silêncio do ambiente.

— O que? — percebo seu rosto tencionar.

— Você sabe... A traição. — mordo o lábio inferior, talvez um pouco apreensiva com sua reação.

Assisto ele engolir seco e respirar pesadamente antes de responder.

— Qualquer pessoa percebe quando seu parceiro está diferente. Já era frequente chegar em casa e vê-la tomando algumas taças de vinho com seu mais novo parceiro de trabalho. — relatou, sem ao menos me olhar — Então fui percebendo mais detalhes ao longo dos meses, não queria parecer obcecado, mas era impossível não notar. Ela não saía de perto do celular quando eu me aproximava. Estava fria comigo, ausente. — ele deu de ombros — E enfim chegou um dia que eu não aguentava mais, obviamente percebia um certo semblante de culpa no rosto de Blanca. Alguém precisava pôr um fim naquilo, acho que no fundo ela não sabia por onde começar. — paramos no semáforo e ele me fitou de relance — Cheguei em casa depois do trabalho, eu estava começando com as reuniões de La Casa de Papel. Então tivemos uma conversa, ela me pareceu aliviada, se desculpou. Diferente de mim, levantei a voz naquela noite, não me orgulho obviamente, por conta disso, ela ameaçou ficar com a guarda das crianças. Mesmo com todas as evidências, foi um baque e tanto pra mim, amei muito aquela mulher. Fiquei abalado por semanas, estava decidido a ir embora de casa, mas ela preferiu sair. Então fiquei, mudei a decoração de tudo e troquei quase toda a mobília da casa.

— Sinto muito. — o fitei com um semblante triste, enquanto fiz um leve carinho em sua perna.

Não gostaria que ele tivesse sofrido tudo aquilo. 

— Eu não sinto. Minha vida foi melhor assim. — respondeu ríspido.

Parecia o Álvaro que vi pela primeira vez, e não aquele homem doce no qual eu convivo todos os dias. Recolhi minha mão, a repousei na minha perna e permaneci em silêncio.

— Acho que a notícia de que havia conseguido o papel na série foi algo incrível que me aconteceu em meio àquele caos, mas não foi nada comparado em conhecer você.

Sorri fraco, meus olhos se encontram um pouco marejados. Talvez pelo misto de tudo que ele havia falado. Fitei o carpete do carro, acho que não era a melhor alternativa trocarmos olhares, uma vez que ele também mal me olhava. Não sei ao certo se estamos definitivamente brigados neste momento, creio que a palavra certa seja... distantes. 

— Gosto de pensar no fato de que você inaugurou minha cama nova.

Sorri novamente, soou quase como uma gargalhada, porém ele se encontra sério. Por mais que Álvaro tenha falado coisas adoráveis, sua feição está lhe traindo, a ruga em sua testa está presente. Álvaro se encontra um tanto quanto alheio. Depois de longos segundos em silêncio, que mais pareciam minutos, decidi quebrar, regressando ao assunto anterior.

— Vocês têm lindos filhos. Deviam formar uma bela família, não seria difícil imaginar que seria um relacionamento para sempre.

— A gente sempre pensa que tudo é para sempre, Itziar.

Sinto minha cabeça rodar um pouco, não sei ao certo se por conta de sua resposta ou pelo excesso de bebida. Seguimos em silêncio, Álvaro não comentou nada sobre o ocorrido na festa, talvez ele nem tenha se dado conta. Claro que não. Para os homens as coisas passam tão despercebidas. 

— Vai dormir comigo hoje? — quebra o absoluto silêncio — Digo, apenas dormir. Você sabe.

— Não. — viro-me rapidamente para ele e logo volto a encostar minha cabeça onde estava — Me leve para casa, quero apenas minha cama hoje.

Não sei se soou um pouco grosseiro. Álvaro não retrucou. Não insistiu. Tampouco me ofereceu uma massagem nos pés como era de praxe sempre que eu reclamava de dores por conta dos saltos ou das inúmeras horas em pé. Bufei e peguei meu celular na tentativa de me distrair, respondi algumas mensagens de amigos e da minha família, rolei o feed do Instagram, e quando me dei conta, já estávamos em minha rua. Guardei o aparelho na bolsa e retirei o cinto do carro. Quando ele parou, virei-me para o homem e agradeci.

— Boa noite! — sorri fraco e ele fez o mesmo.

Ele se aproximou e depositou um casto beijo em minha bochecha. Me afastei para abrir a porta e ir embora.

— Itzi... 

— Sim?

— Obrigado por ter me acompanhado hoje. Você não faz ideia do quanto sua presença foi importante pra mim. Seu apoio, e por estar ao meu lado mesmo muitas vezes eu não merecendo. — ele suspirou — Eu te amo muito. É isto. Obrigado. — sorrio.

— Também te amo... muito. Deus, como eu te amo! — senti meus olhos marejarem — Mas acho que nem sei mais o que somos. — suspirei e ficamos alguns segundos apenas nos fitando — Boa noite, Álvaro.

Abri a porta e me retirei antes que meu corpo correspondesse de outra forma e me traísse.


[...]


Três dias depois 

Coloco os pés em meu apartamento por volta das oito horas da noite, voltando de uma reunião com meu agente para definirmos alguns possíveis trabalhos para mim e resolvermos as questões dos patrocínios com determinadas marcas. Ao entrar, jogo a bolsa no sofá e vejo Álvaro na cozinha preparando o jantar, conforme havíamos combinado que ele iria dormir comigo. Bom, apenas dormir, uma vez que nossa relação atingiu um estado frágil, longe da solidez. Está tudo um pouco incerto demais e posso dizer que estamos vivendo juntos até onde vai dar, porém não estávamos querendo admitir um para o outro.

Companheirismo. Cumplicidade. Carinho. Amor. Respeito. Admiração. Todas as demais características permanecem, mesmo apesar de determinados conflitos.

— Oi. — adentro o ambiente e lhe dou um selinho rápido.

Álvaro, por sua vez, segura minha cintura, impedindo que eu me afaste. Os rostos à milímetros de distância, dando assim para sentir a respiração um do outro. Os corpos quase grudados e uma breve troca de olhares, resultando em sorrisos tímidos. Nossas bocas se encontram novamente, e seus lábios quentes e macios brincam com os meus, um tanto quanto ansiosos. Fechamos os olhos aproveitando a deliciosa sensação, até que as línguas se encontram em um entrelaçar gostoso, achando seu próprio ritmo lento em um beijo tão arrebatador e confortante. Nos afastamos e sorrimos novamente, de modo abobalhado.

— Como foi a reunião? — pergunta ele, voltando a cozinhar.

Álvaro está tão lindo, peitoral exposto e apenas o short cinza do pijama. Cabelos bagunçados e seu óculos de grau, que na minha opinião deixava-o mais atraente. Já eu, estou com um jeans azul e apertado, camisa xadrez, tênis branco e cabelos em um rabo de cavalo desarrumado.

— Você sabe, estamos vendo como as coisas ficarão, as oportunidades que irão surgir... — respondo, mexendo na gaveta dos talheres — Saberemos ao longo do tempo.

— Só quero o que for melhor para você. — ele pisca para mim e sorri apenas com os lábios, formando as covinhas no canto de sua boca.

— Eu sei. — retribuo o gesto — Eu também. 

Lavo as mãos e pego alguns legumes que ele havia separado e busco a faca apropriada — Me deixa te ajudar. 

— Você sabe que não precisa.

— Mas eu quero. — ele revira os olhos.

Inicio cortando os legumes enquanto conversamos assuntos aleatórios, até que em um determinado momento, a faca acaba passando direto e corta a ponta do meu indicador. 

— Ai! — largo o talher e olho para o pequeno corte, no qual derramava um pouco de sangue. 

— Itzi! Tenha cuidado. 

Abro a torneira e deixo a água corrente aliviar um pouco a pequena dor. Álvaro aproxima meu dedo de seu rosto para analisar a ferida. Percebendo então que o sangue não havia diminuído, em um gesto involuntário, o homem coloca meu dedo em sua boca. Como uma espécie de efeito imediato, sua boca quente ao redor do meu dedo faz com que um arrepio percorra minha espinha e uma onda de adrenalina atravesse meu corpo.

Talvez as diversas semanas sem sexo colaboraram grandemente para tais reações. A língua quente e macia em contato com minha pele enquanto chupa meu dedo, seu olhar intenso me abordando, suas pupilas parecendo que saem faíscas, transbordando desejo, fazendo com que eu sinta uma fisgada em minha intimidade.

— Acho que já melhorou. — ele retira e olha para o pequeno corte.

— É... — gaguejo — Eu também acho. 

A partir daí um silêncio se instalou. Não sei ao certo se confortável ou constrangedor. Mas sei que no jantar, estávamos um tanto quanto envergonhados, a ponto de conversarmos sobre o clima da cidade, mas obviamente também tivemos nossos momentos de descontração. 

Após o jantar, preparei um banho de sais, com singelas velas aromáticas ao redor da banheira cheirando a lavanda. Apenas uma luminária de luz fraca estava ligada, tornando o ambiente mais relaxante ainda. Retiro minhas roupas e as jogo em um canto, formando uma pequena pilha. Ajusto a temperatura da água e sinto a com as mãos, até que ouço o ranger da porta do banheiro abrir, viro-me de relance e Álvaro encara meu corpo nu à meia luz. Estou de costas para ele e apenos lhe fito, viro meu rosto, percebendo então que o mesmo me olha descaradamente. 

— Desculpe, eu só... — pigarreia e procura meus olhos — Eu ia escovar os dentes, mas te darei privacidade. — se prepara para sair.

— Pode vir, não me importo. — respondo, indiferente.

Ele nada responde, apenas busca por sua escova de dente e o creme dental. Após acertar a temperatura, entro na banheira e de imediato sinto todos os meus músculos relaxarem ao entrar em contato com a água morna, involuntariamente solto um gemido e fecho os olhos. Trocamos olhares através do espelho, ele com a escova de dente na boca e as sobrancelhas arqueadas. A situação se tornou um tanto quanto engraçada, porém a tensão sexual ultrapassou a linha do cômico. Posicionei a cabeça de modo que pudesse relaxar, observei de relance ainda o homem através do espelho. Minutos se passaram, até que ele terminou o que estava fazendo e guardou sua escova de dente ao lado da minha, como já era de praxe. O homem apoiou as mãos no mármore da pia e suspirou, procurou meu olhar através do espelho e quebrou o silêncio do ambiente.

— Sinto sua fala. — sorriu triste — Estamos juntos, mas tão separados ao mesmo tempo. 

Suspirei pesadamente, desviei do seu olhar e fitei a água da banheira.

— E vai muito além do sexo, sinto falta de nós. — acrescentou ele — Algo está diferente.

— Eu sei. — o encarei novamente — Eu te amo. — a única frase que consegui proferir naquele momento foi aquela.

Amo tanto aquele homem que chega a doer, mas não podemos negar em momento algum que as coisas estão desconformes entre nós.

— Eu também. Muito. — ele se virou e encarou meus olhos, desta vez, sem ser através do reflexo do espelho.

E por fim, se retirou do banheiro. Deixando-me sozinha com meu cansaço físico e psicológico. Suspirei pesadamente e concentrei-me apenas em relaxar.

Quando fomos nos deitar, escolhemos um filme de mistério e ficamos com os corpos encostados um no outro. Percebo Álvaro inquieto procurando algo que o incomodava em suas costas.

— Esqueceu de guardar seu brinquedo. — encontra meu vibrador e segura o riso.

Arqueio as sobrancelhas em surpresa.

— Obrigada por lembrar. — devolvo seu tom de sarcasmo.

— Muito bem servida na minha ausência, por sinal.

— Sempre estive muito bem em todas as épocas. — devolvo sua ironia, com os olhos atentos à televisão em minha frente.

Alguns segundos se passaram em total silêncio, até que explodimos em uma gargalhada. 

— Você é muito boba, sabia? — ele me empurra com o ombro, em tom de brincadeira.

— Idiota. — lhe dou uma leve cotovelada, reviro os olhos e abafo a risada.

Agradeci aos céus por aquele momento de descontração, uma vez que eu já estou desgastada de certas discussões do nosso dia a dia. Seu ombro foi um ótimo apoio para minha cabeça. Por mais que a tensão sexual exalasse, Álvaro jamais passaria dos limites sem minha permissão, mesmo que aquilo lhe custasse bastante tesão acumulado.

Dividimos o cobertor felpudo da minha cama e ficamos praticamente grudados.

Em certo momento, senti sua mão grande e quente acariciar sutilmente minha coxa. Fechei os olhos por um momento aproveitando aquele carinho e o quanto eu estava com saudade daquele toque, fazendo assim minha pele arrepiar. 

Por um momento me perguntei o porquê de ainda estarmos evitando transar, para falar a verdade, ainda era uma incógnita até para mim, uma vez que jamais foi por falta de desejo de ambos e nem sei descrever o quanto estamos sofrendo com isso, de certa forma. Apenas decidi ser uma maneira de comprovar que nosso relacionamento iria muito além de sexo, mas bem no meu íntimo ainda estava muito magoada pelas mentiras de Álvaro, e algo em mim impedia de entregar-me novamente. Por mais que sua ausência me fizesse sofrer.

Confesso que já estava exausta daquele filme, que de mistério não havia nada. Estava mais parado que minha vida sexual, que por sinal, eu estava já mal conseguindo me conter ao lado daquele homem. Levantei um pouco a cabeça e encontrei seus olhos me fitando. Não sorrimos, tampouco desviamos o olhar. Aquele olhar que exalava desejo e soltava faíscas permanecia lá, desci meu olhar para seus lábios e de relance percebo seu pomo-de-adão subir e descer. 

Molhei minha boca involuntariamente, e foi assim que, em uma súbita atitude de loucura, ataquei seus lábios doces e macios. Acabou que praticamente joguei o peso do meu corpo sobre o dele, e logo ouvi um gemido por conta da surpresa de minha atitude. Senti suas mãos apalpando minha cintura, diferente do beijo lento de quando cheguei, este é rápido e intenso, onde as línguas brigavam por dominância. Retirei o óculos de seu rosto e joguei na mesinha ao lado da cama, por mais que eu gostasse daquele objeto nele, estava atrapalhando um pouco a maneira como nossos rostos se movem por conta do beijo. 

Comecei um torturante e delicioso joguinho de friccionar nossas intimidades, mesmo que cobertas pelas roupas, sentindo assim logo o volume crescer embaixo de mim. Suas enormes mãos apalparam minha bunda e gemi involuntariamente. Mordi e suguei seu lábio inferior, até que o estridente som do celular dele invadiu o ambiente. Até cogitamos deixar tocar, mas além de ser irritante, a pessoa iria insistir até dizer chega. Saio de cima dele extremamente frustrada, excitada e com os cabelos desengrenhados, sento-me na cama bufando. Álvaro sai do quarto para atender. Foi como um choque de realidade. Seja quem for, fiquei com extremo ódio. E não. Não iríamos voltar de onde paramos.


[...]


Álvaro

Hoje marcamos então de nos encontrarmos em um restaurante de comida francesa no centro da cidade. Um lugar bastante conhecido e renomado, por sinal. Estou apenas terminando de guardar minhas coisas na mochila após a gravação de El Embarcadero de hoje e seguir para lá. 

Adentro o local agradabilíssimo e logo procuro Itzi com o olhar, não demorou muito até que eu a encontrasse. Lá estava ela, linda, com jeans preto, blusa listrada, casaco nude por cima e botas. Para completar aquele seu sorriso surreal no rosto, que sempre fez meu coração bater um pouco mais forte. Percebo que fico parado admirando-a de longe por tempo demais, até arquear as sobrancelhas ao perceber que ela não está sozinha. Me aproximo aos poucos, com medo de quem encontraria. E para o meu azar, era quem eu menos queria e esperava. Suspiro pesadamente e fito as duas figuras em minha frente.

— Álvaro. — ele sorri, cínico. 

— Mário. — retribuo o gesto, sonso.

— Oi, meu bem! — desvio meu olhar para Itziar.

— Olá, meu amor!

Ela levanta da cadeira, me dá um sorriso fraco, seguido de um selinho. Faço questão de demorar o ato enquanto aperto sua cintura com certa posse. A mulher revira os olhos diante de minha atitude e por fim nos sentamos. O clima estava constrangedor. Ela sabia. Eu sabia. O indivíduo em minha frente também.

— Atrapalho? — provoco.

— Nunca. — responde ele.

Ambos já estava tomando um vinho, confesso que fiquei um pouco decepcionado, uma vez que combinamos de curtir uma noite apenas nossa. Itziar não tinha culpa, claramente ela teve o azar de se esbarrar com este folgado. Claro que quanto à ela tenho plena e absoluta confiança, porém sinto asco ao pensar no quão insistente e cara de pau este homem é. Sentei-me ao lado de Itziar, enquanto Mário ficou em frente à nós. Fizemos nossos pedidos, enquanto ele falava dos testes em que estava fazendo, Itziar assentia, mas lá em seu íntimo, sentia-se um pouco mal por permanecer parada enquanto as pessoas ao seu redor pareciam evoluir, exceto ela. 

Conheço-a tão bem a ponto de perceber isso. Já estava exausto de ouvir aquela ladainha, mas tudo pareceu ficar mais insuportável quando nossos pedidos chegaram e o homem começou a comentar sobre sua viagem à Paris após o fim da série e o quanto experimentou a culinária francesa. Itziar respondia apenas monossílabos, parecia estar tão desgastada quanto eu. Não pude nem apreciar direito o sabor da comida, fiquei dividido entre a pressa de terminar logo para irmos embora e prestar atenção em nela e em suas emoções. Percebi que a mulher forçava uma simpatia que sequer existia.

— E você, Itziar? Nenhuma oferta de trabalho até agora?

— Ahm... não. — assisto ela bufar, frustrada.

Senti meu coração se partir, odiava que ela se sentisse daquela forma.

— Mas estamos fazendo várias campanhas de publicidade e marketing. — acrescento, convicto — Muitas marcas fecharam contrato com a gente por termos sido o casal protagonista.

A mulher ao meu lado se ocupou em beber longos goles de seu vinho.

— Bom saber. — ele sorriu, cínico mais uma vez — Sabe, Itziar. Não imaginei que você fosse do tipo de mulher que fica debaixo da asa de um homem.

— O que disse? — ela paralisa e arqueia as sobrancelhas.

— Você sabe... do tipo de mulher que...

— Eu entendi, não precisa repetir. — ela o encara, com um semblante séria — Apenas quis ter certeza de que você realmente falou isso. 

Mais um sorriso sonso de sua parte é dado, cerro os punhos involuntariamente. 

— Nunca precisei, tampouco irei precisar algum dia depender de homem para algo. — ela trinca os dentes ao proferir tais palavras — Sugiro que lave a boca antes de falar de mim, já que acabou de provar que não sabe nada sobre quem sou. Passar bem. 

Ela deposita a taça na mesa com tamanha força, que por um momento achei que o objeto se tornaria meros pedaços de vidro. Levanta-se da cadeira, busca por sua carteira na bolsa e joga algumas notas de dinheiro antes de se retirar do ambiente. Engulo seco, aquele infeliz comentário havia despertado o pior de Itziar. E seu lado que eu tenho mais medo, sorte que ninguém estava com uma faca afiada por perto, ou teríamos problemas. 

Após ficar sozinho com o otário em minha frente, levanto-me também.

— Bom, eu... — retiro minha carteira do bolso e procuro por algumas notas de dinheiro também — Aconselho que você aprenda um pouco melhor sobre como as mulheres vivem hoje em dia. Talvez você ainda esteja preso em algum dos séculos passados. — jogo as notas na mesa com uma certa brutalidade — E recomendo também que aprenda a respeitar as mulheres. Principalmente Itziar, uma vez que se atinge ela, atinge diretamente a mim também. Você nem imagina o que ela é capaz de fazer quando está com raiva, muito menos eu. É até bom lhe informar que formamos uma bela dupla quando estamos dispostos a nos defender. E também temos uma cumplicidade de dar inveja, se quer saber. — falo com um semblante sério.

Ao chegar no estacionamento do restaurante, lá está ela de braços cruzados, encostada em seu carro. Está um pouco alheia olhando para um ponto qualquer. Somente ao me aproximar, percebo seus olhos marejados, ela rapidamente seca e pigarreia. Suas mãos voltam para os bolsos do seu casaco.

— Oi. — me aproximo, respeitando seu espaço.

— Oi. — seus lábios se formam uma linha e ela evita me olhar nos olhos.

— Quer um abraço? — sugiro.

Ela tampouco responde, apenas chega perto e se joga em meus braços. Seu rosto fica contra meu peitoral, abaixo a cabeça e aspiro o cheiro de seu xampu. Suspiro e a aperto contra meu peito, de modo que ela se sentisse confortável, e creio que estava. Seus braços enlaçaram meu tronco e os meus, em suas costas.

Passamos longos segundos ali, em silêncio, com o vento frio batendo contra nossos rostos e nossos corpos quentes aquecendo um ao outro. Até que decido falar algo que precisava colocar para fora.

— Você é a mulher mais incrível que já conheci na vida. — começo, ainda abraçados — A mais forte. Mais inteligente. Mais independente. Você não precisa de ninguém, muito menos de mim. Não preciso falar essas coisas, você sabe muito bem que sim. Mas gosto de reforçar. 

Ela levantou a cabeça apenas para me encarar, permanecemos abraçados.

— Posso dizer que sou um fodido cara de sorte por ter esta mulher ao meu lado. Você não precisa de mim, Itziar. Nunca precisou. Nem de nenhum outro homem. Tampouco de alguém para te falar essas coisas dezenas de vezes. Você sabe quem és, e apenas isto importa.

E mais uma vez, nada foi dito. Nossos lábios entraram em contato mais uma vez naquela noite, e que alívio tê-la em meus braços, apesar da difícil fase em que estamos passando no relacionamento.

— Vamos para casa. — sugeri e de imediato ela aceitou.


[...]


Dias depois

Itziar

Estou com um vestido estampado curtinho e colorido, de mangas longas. Meia-calça preta, botas da mesma cor e o cabelo solto. Álvaro está com uma camiseta cinza, jeans claro e sapatos escuros.

Sábado, por volta das 20h00, ele e eu voltamos de um aniversário infantil de um amiguinho de León e Julieta. As crianças vieram dormindo no carro, exaustas de passarem horas brincando. Peguei o menino em meus braços e Álvaro a menina, e assim entramos em sua casa. Meu laço com as crianças estava se estreitando cada vez mais, bastava seus olhares genuínos e seus gestos afetuosos para encherem meu coração de amor. A maneira como ambos me acolheram e passaram a confiar em mim foi algo incrível. Desde então, bastava um carinho de León ou palavras meigas de Julieta para me derreterem, juntamente com seus olhos expressivos dizendo o quanto me admira. 

Antes mesmo de dar tempo colocar as crianças no quarto, ouvimos o barulho da campainha ecoar pela casa. Colocamos os gêmeos no sofá e fui abrir a porta, encontrando duas figuras tão conhecidas por mim, sorri involuntariamente.

— Olha! Você não está seminua hoje. — fala Halina ao me ver.

— Acho que seria azar demais duas vezes seguidas. — respondi e nós duas rimos. 

Nos abraçamos fortemente, a maneira como criei um vínculo com a família de Álvaro foi inexplicável.

— Itzi! Como vai? — Javier também me abraça.

— Bem, e tu? — fico feliz em revê-los.

— Melhor agora, cuñadita — revirei os olhos e ele sorriu.

Ambos entraram e Álvaro abriu um sorriso surpreso ao vê-los. 

— Ei! Vocês não avisam mais quando resolvem vir? — abraça os irmãos — Nunca dá tempo de planejar algo especial.

Ele abraça apertado a mulher, que depositaram um beijo na bochecha um do outro. O abraço do irmão foi seguido de alguns tapinhas nas costas.

— Na verdade foi uma decisão tão rápida que a última coisa que me preocupei foi em te avisar. — responde a mulher, sentando-se no sofá e observando as crianças.

— Tia Halina? — falam os gêmeos, ainda sonolentos.

— Pequenos, que saudade! Por Deus, vocês estão enormes. — os três se abraçam.

— Tio Javier! — correm para abraçar o homem, que os recebe com um imenso sorriso.

— Tudo bem. Vamos dormir, crianças? Vocês estão exaustos. — fala Álvaro, levando as crianças até o quarto — Já conversamos, sim? — se dirige aos seus irmãos.

Ambos assentem, converso com eles trivialidades, até que minutos depois, Álvaro retorna e senta-se em um dos sofás conosco.

— E então? Está tudo bem, Hali?

— Eu saí daquele inferno do meu emprego. Havia feito projetos incríveis para o planejamento da proposta de urbanização da parte que ainda falta da cidade. E o mala do meu chefe ainda por cima plagiou minhas ideias. — relatou a mulher, bufando.

Álvaro suspirou e puxou a irmã para um abraço. Um silêncio se instalou, enquanto ele acarinhava os cabelos dela, ele olhava em volta, parecendo pensar nas palavras certas para proferir. 

— E é isto, ficarei aqui em Madri por tempo indeterminado, preciso de novos ares, entende? Recomeçar minha vida.

Halina é formada em arquitetura e urbanismo em uma das melhores faculdades de Algeciras, estava mantendo um ótimo emprego, até o ocorrido.

— Você é uma mulher inteligentíssima e muito bem preparada para qualquer emprego na sua área, irmãzinha. — ele segurou o queixo da mais nova, fazendo com que seus olhares se encontrassem — Poderá conseguir o trabalho que quiser, qualquer um teria sorte de te contratar, certo? E você sabe que pode contar comigo para absolutamente tudo, no que puder te ajudar, saiba que farei. 

A mulher sorri, seus olhos estão marejados. 

— E tem mais uma coisa — lembra Javier, arqueando as sobrancelhas para a irmã.

— O mesmo chefe também me assediou ao ver que eu não estava disposta a compartilhar por inteiro de minha ideia com ele, já que gostaria de levar todo o crédito. — a morena suspirou — Isso fez eu me sentir pior do que já estava. Foi aí que me demiti, não consegui passar mais um segundo sequer naquele lugar.

— Halina, você não tem culpa de nada. Conseguiu denunciar? Esse merda merece ser punido de alguma forma. — fala Álvaro, visivelmente irritado.

Seus olhos transbordavam raiva e sua ruga no meio da testa está presente.

— Sim, mas ele é um homem poderoso, dificilmente a justiça é feita nesses casos, Álvaro. — respondeu ela, calmamente.

Busquei a mão de minha cunhada e a segurei firmemente. Trocamos olhares e sorrisos tristes, enxuguei com meu polegar suas lágrimas que escorriam por suas bochechas.

— Você terá todo o nosso apoio, Halina. Pode contar comigo no que precisar, tudo bem? Agora teremos a oportunidade de sermos mais próximas.

— Agora é vida nova, hermanita. — ele segurou sua outra mão — Você irá conquistar diversas coisas novas. 

A mulher sorriu abertamente e nos abraçou.

— Vem, Javier! — chamou o irmão, que estava no outro sofá.

Ele sentou-se ao lado de Álvaro e por fim, Halina abraçou nós três, nos apertando em seus braços. Começamos a rir.

— Obrigada por todo esse apoio, eu amo muito vocês! — agradeceu ela — Irmão, que bom que tens uma namorada tão incrível, você tem uma puta sorte, e nós também por ela ter entrado na família.

— Sim… Eu tenho! — respondeu ele, olhando fixamente para mim, com seus olhos transbordando ternura.

Senti minhas bochechas esquentarem e os três irmãos gargalharam. 

— Mas e então, Javier também veio para ficar? — pergunta Álvaro, depois que nos desfazemos do abraço.

— Não, só vim acompanhar Halina. Na verdade, pretendo alternar entre Madri e Algeciras. Nossos pais precisam de atenção, mas também quero estar mais presente na vida de vocês. Sentimos tanta sua falta, Álvaro..

Meu namorado sorriu, fiquei contente por ele estar cada vez mais perto de sua família, o que fazia meu coração apertar por estar longe da minha.

— Vocês não sabem o quanto me deixam feliz.

— Bom, também queremos dizer uma coisa que não concordamos. — acrescenta a mulher.

— Hum... diga. — arqueia as sobrancelhas.

— Você. — aponta para ele — E você. — se dirige a mim — Não concordamos com essa mentira de vocês. Isso que inventaram do relacionamento de mentira.

— O que? Não! — respondo, meio confusa — Esta história já está no passado, Halina, a série já chegou ao fim e ninguém nunca descobriu.

— Mas vocês ainda são o casal querido pelo público, mesmo após a série. Estão ainda presentes em diversos jogos de marketing e publicidade, fora as empresas que patrocinam vocês. Pode ser perigoso. — acrescenta Javier.

— Acho que estão exagerando, a série já acabou e não temos mais nenhuma ligação com ela. Aquele combinado e o contrato da farsa ficaram lá, apenas lá.

— Então quer dizer que houve até um contrato? — pergunta Halina, assustada.

— Sim, foi algo com poucas cláusulas. E deu tudo certo, já houve a rescisão no fim da série. — levanto do sofá, buscando um copo d'água na cozinha, um tanto quanto tranquila.

— Vocês não estão entendendo, mesmo que já tenha encerrado, coloca em risco a carreira de ambos. Os sites atualmente se alimentam de fofocas e mínimos detalhes que prejudicam os artistas.

— Já entendemos, não precisam se preocupar com isso. Está tudo sob controle e as poucas pessoas que sabiam, sequer se lembram mais. Pina e Jesús levarão esse segredo para o túmulo. — meu namorado levanta e também busca um copo d'água.

— Tudo bem, só estamos tentando alertar. Mamãe e papai quando souberam ficaram muito tristes que você sequer se preocupou em os avisar — relata Halina, nos observando.

— Eu sei, e me sinto mal por isto. Mas foi uma decisão desesperada que tomamos.

— E então foi tudo um tanto quanto avassalador — acrescento.

— Falamos isto porque nos preocupamos e queremos proteger vocês.— fala Javier, calmamente.

— Claro que você se preocupa conosco, você é advogado, parece estar sempre em estado de alerta, com toda a família e sempre foi assim.

Ambos trocam um sorriso fraterno.

— Hoje iremos passar a noite aqui, pelo menos alguns dias da semana até eu fechar a compra do meu apartamento. — anuncia a mulher, empolgada.

— Como assim, mas desde quando você parou de me contar seus segredos? — Álvaro senta ao lado da irmã e pergunta em um tom de brincadeira.

— Não são segredos, apenas existe a hora certa de contar. — devolve ela — Faz algumas semanas que pesquiso alguns anúncios e este finalmente se encaixou no que eu realmente procurava. Amanhã eu e Javier iremos visitar o local e provavelmente já fecharei negócio. 

— Que coisa maravilhosa, Halina! — me animo por sua conquista.

— Tenho tanto orgulho da mulher que você se tornou! — elogia meu namorado.

Ficamos nós quatro até tarde ali no sofá, conversando e bebendo vinho. Falei sobre minha família, minha experiência aqui em Madri, algumas das situações que ocorreram quando Álvaro e eu estávamos nos conhecendo e tantos outros assuntos. De fato, ter proximidade com a família dele foi algo que me deixou completamente confortável. Em seguida, seus irmãos foram dormir no quarto de hóspedes, e por fim, nos deitamos. Javier voltaria no fim da outra semana para Algeciras.

[...]

Alguns dias se passaram e permaneci na mesma rotina. Esperava oferta de trabalho e ia em busca de algumas possíveis, conversava com meus pais por telefone, onde os mesmos diziam que me apoiariam em qualquer que fosse minha decisão. Mais algumas reuniões com meu agente e mais acertos de campanhas de marketing. Álvaro e eu já havíamos feito algumas sessões de foto com algumas marcas de roupas madrileñas. Produtos de cosméticos também, entre outras coisas e mais diversas entrevistas sobre nossas perspectivas para o futuro.

Halina já havia ido para seu apartamento. Ajudamos na mudança e a mulher já se encontrava inteiramente feliz. 

Ultimamente, Álvaro tem passado o dia inteiro gravando El Embarcadero e quase não nos vimos mais, exceto rapidamente de manhã, e de noite, perto da hora de dormir.


Álvaro

Estaciono o carro na garagem de casa, mais um dia completamente exaustivo. A junção do meu cansaço com a estranha sensação de não ter mais Itziar comigo no trabalho, de irmos quase todos os dias juntos para os estúdios, de estarmos praticamente grudados quase vinte e quatro horas por dia, de fazer todas as refeições juntos, de poder até beijá-la durante as cenas. Sem dúvidas, a época de La Casa de Papel foi a melhor para mim.

Estar cercado de mulheres e gravar cenas românticas com as mesmas me deixava um tanto quanto irritado, quando na verdade gostaria de estar apenas com uma em específico. Bufei e saí do carro, entrei em casa e senti um aroma de comida vindo da cozinha. Adentrei o cômodo e lá estava ela, fazendo algo que nem prestei tanta atenção no que era, só senti-me mais completo ao vê-la tão concentrada no que fazia. Perfeita, com os cabelos parcialmente presos e bagunçados, uma camiseta larga de manga longa e um short minúsculo. Me aproximo em silêncio e a abraço por trás, segurando sua cintura e escondendo meu rosto no vão de seu pescoço. Ela dá um pulo por conta do susto e profere alguns palavrões.

— Que saudade eu estava de você. — beijo seu pescoço.

— Como consegue entrar sem fazer barulho? Por Deus! É horrível ficar sozinha nesta casa imensa, me faz criar paranoias.

Sorrio e aspiro o cheiro de sua pele, um misto de doce com cítrico, o meu favorito em todo o mundo.

— Por mim eu ficaria o dia inteiro com você aqui. 

Ela sorri fraco, minutos se passaram e conversamos trivialidades, nos sentamos na mesa e por fim jantamos.


[...]


Após lavar a louça, entro no quarto e Itziar está sentada na cama, com as costas encostadas na cabeceira e lendo o livro que ultimamente não larga por nada. Olho em volta e há roupas por todos os lados. No chão. Na cama. Na poltrona. 

Algo que aprendi ao namorar com Itziar, foi a conviver com sua bagunça, que eu até suportava. Mas por ser um homem extremamente organizado, quando eu estava de mau humor, aquilo me tirava do sério em diversos níveis.

— Nossa, passou um furacão por aqui?

— Amanhã eu arrumo tudo, prometo. — responde, sem ao menos tirar os olhos daquelas páginas avassaladoras.

Cariño, você podia ser pelo menos um pouco mais organizada, sim? Até a minha parte do closet você bagunçou. — respiro pesadamente enquanto pego um short para dormir.

Madre mía, você tem que reclamar de tudo, não é? — ela joga o livro na cabeceira e vira de costas para o meu lado da cama.

Ela desliga o abajur ao seu lado, a única luz que estava iluminando o quarto, deixando-me no escuro. Bufei e acendi o abajur do meu lado da cama. Deitei ao seu lado e dormimos de costas um para o outro.



Notas Finais


é importante saber o que vocês acharam! 🥺💖


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