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História Labareda de Sombras ll A Rainha Vermelha - Capítulo 6


Escrita por: monalisamagno

Notas do Autor


Artista: Charles Hodge Mackie (1862 - 1920)

Capítulo 6 - Capítulo 6


Fanfic / Fanfiction Labareda de Sombras ll A Rainha Vermelha - Capítulo 6

Lena 

— A RAINHA MORREU!

— O que? — Alguém ao fundo do salão de jantar iluminado, questiona.

— Elara, Elara está morta.

O choque e branquidão que tomou no rosto de Lena era visível aos olhares a sua volta. Seu coração parou por um segundo e o gelo mórbido do terror subiu pela suas entranhas. As flores vermelhas embaçadas a longe em sua visão, traziam a lembrança de um longínquo dèjá vu. E teve que engolir a saliva excessiva que enchia sua boca para não colocar o jantar para fora.

— Quem disse isso? — Indaga Sun a Apolena

— A Guarda Escarlate.

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A brisa do mar chicoteava os cabelos negros de Lena por todo o seu rosto, debilitando quase totalmente a visão do infinito mar escuro a sua frente.

— O capitão disse que já estamos chegando — Diz Sun.

— Eu não acredito. — Rebate Lena, tirando um pouco de seu cabelo do rosto.

Sun sabe que ela não se refere ao navio rumo ao castelo de Whatefire.

— Você já viu a gravação da Guarda mais de 5 vezes. Era ela. Você sabe. — Só de lembrar da cena o estômago de Sun revira, talvez o balanço do barco tenha ajudado um pouco.

— Mas eu não consigo acreditar. Por que fariam isso? Pra quê?

— Às vezes a pacacidade de Hovel nos faz esquecer que estamos em guerra.

— Não, isso é diferente. É algo grande, maior e está vindo rápido em nossa direção. — Reflete Lena, pensativa.

— E pensar que aquela garota esteve com a gente semanas antes dessa barbárie — Diz Sun, agora olhando para Lena. — Poderia ser você!

— Não. — Diz Lena, entre meio fôlego de um riso incrédulo. — Não nasci com o privilégio da importância.

— Acha que estavam mentindo?

— Sobre o que?

— Os vermelhos com poderes. Disseram que estavam protegendo eles do rei e da rainha — Sun diz diminuindo seu tom de voz.

— Não. Quer dizer; não sei. Ainda é difícil saber o que querem. — Lena rebate. — Está com medo?

— Ela sabia que eu estava mentindo, sobre meu dom. — Sun gesticula fazendo aspas com as mãos.

— Disso eu tenho certeza.

— Eles tinham uma lista, Lena. Com meu nome e meus dados, sabiam muito sobre mim. Não posso negar que isso me deixa aflita. Eu menti para eles quando disse que não tinha poderes e me recusei a filiar a revolução em que batalham. — O corte de tempo que Sun faz não passa de míseros segundos, mas as palavras pesam em seus pensamentos, como se uma vez ditas se tornassem realidade. — Será que eles poderiam machucar alguém de casa?

— Não, não Sue, não! Isso que aconteceu com Elara é diferente. Creio que não machucariam civis à gosto. E outra, Cal jamais estaria ao lado e apoiando alguém assim. Ok?! Confia em mim, eles estão bem. — Lena segura a mão gelada de sua amiga — "Kajne?"

— Certo. — Sun, afirma relutante, entre um meio sorriso nos lábios, retribuindo gentilmente o aperto das mãos quentes de sua amiga.

Mesmo com as palavras de conforto que dissera , Lena, sabia que não poderia confiar em sua própria promessa. Sun também sabia do mesmo, mas preferiu ser gentil e não desesperar mais Lena, afinal ambas estavam em todos os sentido no mesmo barco.

Hovel era distante. Disso Lena se lembrava, mas a viagem pareceu mais longa do que nunca.

Depois de desembarcarem no porto, ainda teriam que alugar um carro até a cidade de Archeon que ficava a mais de 1 hora das docas do Mar Oeste.

Desde a saída de Hovel até o aluguel de carros não se falava ou se ouvia sobre outra coisa senão do fantasma da Elara e da ousadia da Guarda Escarlate. A tenção dos prateados era palpável e verdadeira, e não só das grandes casas prateadas, mas também as menores que viviam a mercê delas. Não obstante, também se notava a atenção precavida daqueles que trabalhavam cobertos pelo tecido rubro. A Guarda queria mandar seus recados e fizera isso com veemência.

A cidade de Archeon ainda parecia a mesma das recordações de Lena, claro, com umas diferenças aqui e ali, mas ainda a mesma, com sua arquitetura esplendorosa e de requinte. O palácio de Whatefire já não estava muito longe delas agora e o frio na barriga de Lena aumentava a cada segundo. A cidade estava agitada, com guardas e fardas por todos os lugares, Lena não espera menos já que o atentado foi endereçado a um lugar em especial e a uma pessoa em específico: Maven.

Saindo as duas de dentro do carro já se encontravam prontas, mesmo sendo amigas, ali sabiam da importância das aparências, então Lena vestiu um vestido fino que cobria seus pés, com mangas ¾ e gola alta, todo cinza claro, era o máximo de luto que conseguirá realçar em sua veste, e Sun um uniforme branco e vermelho bem antigo que tinha, o qual já estava um pouco pequeno para sua nova altura, deixando seus tornozelos a mostra.

Subindo as longas escadas do palácio, Lena já sentia os grandes olhos das pessoas a sua volta, viera pelo seu irmão e não fazia ideia do quanto tempo ficaria, mas queria que fosse logo.

— Gostaria de falar com o rei Maven, diga que Lena de Hovel está aqui para vê-lo. — Indaga ao comandante que guarda as portas do salão principal. Pela sua insígnia certamente é um legítimo lorde Arven, e pela suas feições de saco cheio.

— Ah, minha querida, todos querem o mesmo que você. — O giro que Lena dá em direção a mulher a suas costas é tão rápido quanto as batidas de seu coração. — Se o conseguir, avise.

Era Mariella da casa Haven, sua roupa de tecido grosso e moldado ao corpo, lhe dava anos a menos. A garota certamente fazia parte de uma alta patente da guarda real, assim como todas as outras pessoas da sala, tirando alguns poucos soldados. Isso fazia Lena se sentir mais uma vez como uma intrusa ali.

— O que está acontecendo? Diz Lena indo em direção a Mariella e deixando o Arven para trás.

— Brincando de pic esconde, o que acha? — O riso de deboche que ela formas nos lábios faz Lena diminuir a velocidade dos passos. Nunca se arrependeu tanto de fazer uma pergunta tão estúpida. — O menino rei está em reunião com os senhores das casas. — Para Mariella era o máximo de resposta decente que podia dar as feições sérias de Lena. — Estamos ocupados, garota, volte depois. — Termina observando Lena por completo, com uma mão na cintura.

— Não vou sair daqui até que pelo menos ele saiba que estou aqui. — Diz Lena, ampliando seu tom de voz e chegando mais perto da general. Estava ali para vê-lo e não deixaria ser tratada como criança.

— Cuidado com o que vai falar para a irmã do rei, general Haven — Diz Andros chegando entre elas e cortando a resposta feroz que a general já tinha preparada nos lábios.

— Ah! — Foi apenas o máximo de expressão que deu depois de olha-la novamente da cabeça aos pés e reconhecer a procedência da informação por ela mesma.

— Ainda mais agora que o rei não está de tão bom humor por conta dos do últimos acontecimentos familiares. — Andros conclui sua fala olhando para as duas e depois pelo local com cautela, até se atentar a Sun, a não muitos metros as costas de Lena, de cabeça baixa, parada olhando seus próprios pés.

Lena o conhecia, Andros Eagrie, ele era amigo de Cal, Lena sempre o via pelo castelo com ele, mas se juntar as palavras que trocaram na infância somam poucas. E mesmo assim ele sabia quem era ela.

— Comandante, precisam da senhora na parte central da cidade, parece que conseguiram novas informações sobre o paradeiro dos rebeldes.

— Estou a caminho — Diz ela ao Capitão do posto. — Estarei de olho em vocês dois e estarei de volta assim que o rei estiver fora de seus compromissos. — Termina Mariella para os dois a sua frente e saindo aos passos duros.

— É, ela é jogo duro. — Diz Andros colocando as mãos no bolso — E pode ter certeza, ela vai voltar. Pelo menos ela faz seu trabalho bem. Ah, esqueci de me comprimentar, meu nome é Andros Eagrie. — Termina erguendo a mão para Lena.

— Eu sei quem você é. E não preciso da sua ajuda. — Diz Lena se afastando dele e sentando em um banco acolchoado perto de uma grande janela.

— Precisou agora — diz sentando ao lado dela.

O suspiro impaciente que Lena soltou foi alto e proposital. — Eu sei me virar muito bem sozinha, não vou agradecer, se é isso o que procura.

— Te ajudar? Não. Estou apenas ajudando a realizar aquilo que já vai acontecer.

Lena olha para ele com as sobrancelhas complemente franzidas pela dúvida que viera a sua cabeça, Andros era um legítimo Eagrie e podia ver o futuro imediato das pessoas, então ela imaginou o que poderia acontecer se ele não a tivesse ajudado. Mas a única resposta que teve foi uma gargalhada alta.

— Quer parar de agir como um idiota? — Lena diz em resposta aos olhares curiosos da sala para eles.

— É só uma brincadeira, com certeza não vai ouvir outras por aqui com muita facilidade.

— Obrigada pelo conselho. Posso sugerir uma posição favorável para você como bobo da corte, o que acha? — A frase era para sair com um pouco menos de ironia, quase como uma piada, mas Lena duvidou em seu sucesso, a tempos não conversava com desconhecidos e perderá a habilidade.

— Ficarei grato, com certeza. — Ele levanta arrumando sua camisa amassada. — Apenas de passagem ou veio de vez?

— Não sei. Bom o plano é primeiramente rever meu irmão, caso não consiga, o plano é pelo menos voltar viva, o que pelo visto anda meio difícil, até para nós.

— Espero que obtenha aqui o que procura, não garanto que vá achar, de qualquer forma — A pausa que se seguiu entre sua suspirada e passada de olho pelo local pareceu dramática. — bom, de qualquer forma, bem vinda ao inferno.

O chá de cadeira que Lena tomou naquele banco foi longo, praticamente a tarde toda, Sun que ficará algum tempo a sua vista desapareceu, a mesma achará prudente, já que não era comum uma prateada ter uma criada vermelha como sombra andando por todo lado.

Maven já sabia que ela estava lá e depois de muito tempo sentada à sua espera ela foi chamada até ele. Saindo da sala de reuniões , vinha em sua direção Volo Samos, Ptolemus, a Pantera; Ara Iral e o primo da rainha; Samson Merandus. Eles a conheciam, sabiam quem era e de quem era filha e irmã, mas não se importavam nenhum pouco para poder a comprimentar, então passaram por ela como se não a tivesse visto, como uma vermelha.

Atrás da porta escoltada por dois grandes sentinelas estava ele de costas para a entrada da porta, em suas roupas no mínimo simples organizando rapidamente os papéis sob a bancada. Na mesa, mapas, insígnias, copos e muitas cores, principalmente vermelho.

Ao entrar com cautela na sala abafada, Lena tenta juntar as palavras que marcara e ensaiava na cabeça para quando esse momento chega-se , elas as tinha, porém não sabia se deveria realmente dizê-las.

— Eu sinto muito. — Começou em meia golfada de ar.

— Não sente, não. — Ele diz voltando seus olhos para ela, com uma das mãos em chamas. Seus olhos queimavam junto com a luz que crepitava deixando em pó qualquer que fosse a coisa que envolvia seus dedos. Agora ela entendia o porquê da sala estar tão abafada.

— Eu sinto muito por você. — diz caminhando para mais perto dele. O calor que antes tomava a sala e fazia entre suas dobras suarem se vai, como se um ar gélido tivesse sugado tudo entre eles. Mas sua mão ainda queimava.

— O que está fazendo aqui? Pensei ter ouvido que Hovel era o seu lugar. Estava enganado, mudou de ideia? — As chamas cessam junto com as palavras.

— Eu vim ver como está, mas parece que está ocupado.

— Eu estou. Eles a mataram, a humilharam, me humilharam, debocham de nós. E não merecem meu perdão. E como rei vou garantir isso.

— Garantir o que?

— Que toda aquela escória vermelha esteja morta. — Seus olhos brilhavam com um brilho feroz.

Lena confirma devagar com a cabeça até parar seu olhar nos seus próprios dedos brincando com um delicado anel no indicador. — Quando esteve em casa, me disse que era importante manter os amigos por perto... bom, estou aqui agora.

— O que você quer? — O Maven desconfiado que estava em sua frente Lena conhecia, não seria ele se não o fosse.

— Uma trégua. — Suas mãos nervosas já se encontram em suas costas e a demora na resposta só fez com que passassem a se pender ao lado sutilmente. Os olhos antes fixos no tapete adornado da sala se volta para ele antes que termine a frase. — Acredito em você agora.

                    Mentira.

Seria a palavra a seguir se tivessem jogando o jogo da mentira, igual quando faziam quando criança onde um contava uma história e o outro tinha que adivinhar qual parte era verdade ou mentira. O que estavam fazendo agora era parecido, mas sem regras, talvez um ganhador e sem hora para acabar.

— Sobre o que exatamente?

— Cal. — Rapidamente seus lábios secam e ela precisa umidecê-los para continuar. — Ele estava com a Guarda e os vermelhos por todo esse tempo, ele realmente traiu e matou nosso pai. Eu estava cega antes, mas agora consigo entender as coisas claramente.

                   Mentira.

Seus ombros, ainda pouco altos, caem um pouco. Ele parece aliviado, como se um peso grande tivesse sido tirado de suas costas. — Ninguém consegue manter um mundo de mentiras por muito tempo.

                Mentira.

— E eu lhe prometo que vou usar todos os meus esforços para que ele e aquela rata traiçoeira paguem por isso, tem a minha palavra.

             Mentira.

Seus olhos permanecem fixos nela.

— É bom pensar que você tem a consciência de justiça, é o que um bom rei precisa ter para o seu povo. — Ela consegue abrir seu sorriso mais sincero, em meio ao um turbilhão de pensamentos contrários a isso.

— Vou ajudar você com isso. Também tem a minha palavra.

          Verdade.  


Notas Finais


Depois de uma sumida, ESTOU DE VOLTA! E gostaria de agradecer a minha mais amada amiga Ana por lembrar dessa história e me cobrar para continuar. 💓 "Jaz, ki se borim"

Espero que gostem do capítulo, dessa vez não vão esperar muito pelas proximas atualizações, fiquem atentos as notificações 😜


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