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História Labirinto - Parte V


Escrita por: ksnrs

Notas do Autor


Shingeki no Kyojin (Attack on Titan) não me pertence e seus personagens também não.
O intuito dessa fanfic é totalmente interativo e sem fins lucrativos.
Por isso, não me processem, por favor. Não tenho como pagar uma fiança e da cadeia não dá pra postar.

Só vou pedir desculpas pela demora.

Ah e eu preciso brincar com um comentário do cap anterior

Levi sobre Mikasa:
"sei lá, o jeito que ela existe é diferente..."
EU AMEI MUITO ISSO!

Boa leitura!

Capítulo 5 - Parte V


Era dia de faxina.

Preciso admitir que esse é o meu dia favorito na semana, pois além de alcançar a minha adorada limpeza, também aproveito pra aterrorizar aqueles pirralhos, que se estremecem quando vêem meus olhos reprovadores pro serviço porco que fazem.

Na metade da manhã, eu já tinha feito Sasha chorar, Connie refazer o trabalho duas vezes, assustado Historia com um rosnado, dado uma vassourada na cabeça de Eren, uma panada em Armin, jogado um balde de água fria em Jean e roubado dois beijos de Mikasa. Depois tinha colocado ela pra limpar os móveis de novo, porque a garota estava aérea demais pra perceber que tinha sobrado poeira sobre eles.

Mas não posso mentir, dizendo que o meu humor não melhora consideravelmente depois de uma manhã de limpeza pesada. Por isso, quando os pirralhos me pediram meia hora de folga depois do almoço, eu estava satisfeito o bastante pra permitir. Daria até uma hora, caso ficassem em silêncio em seus quartos, pra que eu pudesse preparar os relatórios sobre suas atividades. Estou em débito com Erwin sobre isso e, no momento, em dúvida se incluo sobre o novo cenário amoroso dessa casa.

Melhor deixar pra falar isso ao vivo.

Apesar de manter um pequeno escritório em meu quarto, prefiro fazer esses escritos na cozinha. A paz da casa me permite isso, a limpeza do lugar me agrada e a iluminação desse início de tarde é confortável aos meus olhos. Já estava iniciando meu relatório, quando ouvi a porta de um dos quartos se abrir e, sozinho, rolei os olhos. Lá vinha encheção de saco.

Mas minha expressão mudou magicamente, quando vi quem era.

Mikasa trazia algumas folhas de papel na mão, os apertando como se tivesse constrangida de me mostrar. Chamei pra que se sentasse ao meu lado e, quando o fez, não resisti a dar um beijinho em seu pescoço cheiroso de sabonete, vindo do banho pós-faxina. Ela, linda como sempre, deu uma risadinha cheia de cócegas e me empurrou, rindo da minha ousadia.

- Sossega, Levi. Alguém pode aparecer.

Sei disso. Mas é tão tentador estar perto dela, que não dá pra aguentar. Inclinei meu corpo pro seu lado e fique encarando aquela carinha de menina travessa.

- Só um beijo? - pedi e Mikasa estreitou os olhos, desconfiada dessas minhas intenções.

- Só um. E um rápido. - fez o número um com o dedo e eu quis mordê-lo.

Só não o fiz, porque ela atendeu o meu pedido. Deixou seus lábios se encostarem aos meus, me dando um beijo casto, mas cheio de pressão. E eu, que não me contento com pouco, tentei a passagem da língua, mas Mikasa foi rápida em empurrar meus ombros pra longe.

- Eu disse um só. - falou com aquela expressão metida, se divertindo ao me ver choramingar como um moleque pidão. - Preciso te mostrar uma coisa.

Não me orgulho por isso, mas um cenário indecoroso se instalou em minha mente. Antes que pudesse deixar claro em atos que tinha pensado em sexo - de novo - me ajeitei em minha cadeira, pigarreando pra voltar à seriedade.

- Pois mostre.

Ela pegou os papeis que tinha trazido e eu vi aquela expressão constrangida se reinstalar. Corri meus olhos pras páginas e percebi que Mikasa estava me trazendo uma espécie de relatório pra analisar. Não posso mentir, dizendo que não me orgulhei de ver aquilo, pois significava que a minha tentativa anterior, de já começar a treiná-la na estratégia, tinha dado frutos. Ela só estava com vergonha de me mostrar.

Peguei os papeis de sua mão, pois ela ficaria o resto do dia dizendo sobre como estavam incompletos e mal feitos, e sei lá mais o quê.

- O que é isso? - perguntei, analisando a informação que tinha ali. Realmente faltava muita coisa, mas nada que o hábito de fazê-lo não melhorasse.

- Capitã Hange e eu fomos analisar aquela área de anômalos que discutimos ontem. Por você ter me mostrado, ela deduziu que seria viável que eu começasse a me inteirar dos relatórios, inclusive os fazendo. - Mikasa falava comigo com extrema seriedade, esperando que seu capitão lhe desse um retorno sobre suas funções. - Não sei exatamente como fazer um, mas me baseei naquele que você me mostrou.

Meus olhos seguiam pelas linhas escritas. O relatório de Mikasa estava fraco, contendo apenas as informações essenciais. Mas o que faltava era justamente a malícia que a prática e a experiência que Hange, Erwin e eu já temos, que nos permite antecipar fatos e já colocar possíveis deduções e soluções entre as informações concretas.

Era um esqueleto muito bem montado. Faltava só a determinação sobre o que fazer com aquilo.

- Certo. - respondi, enquanto lia a última página. - O que você propõe? - esperei a resposta de Mikasa e, quando a olhei, pra que me desse sua resposta, a encontrei sem fala. Ela abria e fechava a boca, tomando coragem pra dar voz ao que tinha pensado. - Você deve ter criado algum plano de ação, não é? - ela assentiu, concordando com a cabeça. - Ótimo. Me fale sobre ele.

Ainda receosa, ela começou.

- Realmente é um grupo anômalo e, por isso, eu acho que deveríamos observar a movimentação noturna deles. Se agirem como os outros titãs, se recolhendo, passam a ser só um grupo como os outros, apenas com o adendo dessa formação estranha. - e me mostrou o jeito que estavam disposto ao longo da muralha. - Mas se eles se mantiverem nessa posição à noite… - e parou.

Mikasa não se sentiu à vontade pra dizer o que pensava. Algo que, só de bater o olho nas informações que ela tinha disponibilizado, eu pensei.

- Termine. - dei a ordem e ela respirou fundo, juntando a coragem.

- Um ataque com intuito de limpar essa área é o mais indicado. - falou rápido, mortalmente constrangida por ter acabado de criar um plano de ação.

Mikasa, acima de tudo, ainda era só uma recruta. Planos de ataque como esses, são criados por oficiais de patente e ela, claramente, estava desconfortável de fazer isso. Mas se eu ia começar a treiná-la para pensar - e não só reagir - ela precisava começar a explanar suas ideias.

Era um excelente momento pra começar a fazer isso.

Peguei a caneta que usava antes e uma folha de papel em branco. No topo da página, escrevi “Plano de limpeza da área noroeste”.

- São oito titãs no total. - desenhei o mesmo esboço que tinha antes, com a disposição dos mesmos ao redor da muralha e todo o entorno, com o rio e o início da formação florestal que tinha. - Três de oito metros e cinco de três metros. - inclui essas informações no desenho. - Estou certo? - ela concordou com a cabeça. - Como faremos esse ataque?

Mikasa ainda esperou uma revalidação da minha pergunta, mas isso já estava me deixando impaciente. Se eu já tinha dito que queria saber sua opinião, é porque realmente queria. Quando franzi o cenho e ela percebeu que eu não estava pra brincadeiras, começou a falar como uma matraca, sobre atuações e melhores modos de alcançar nosso objetivo.

Era um pouco fantasioso e ela esquecia de considerar as capacidades individuais de cada um. Todo o nosso esquadrão é extremamente capaz, mas não podemos comparar a perícia dela com a de Historia, por exemplo. Por isso, fui me metendo em sua fala, reorganizado as posições e corrigindo as falhas que seu plano tinha. Quando chegamos à um consenso, o papel estava todo completo, com um ataque inteiro elaborado. Em certo ponto, Mikasa tinha se soltado e falava comigo sem nenhum pudor hierárquico. Com isso, conseguimos elaborar um plano bastante conexo.

- Muito bem. Então, o próximo passo é ir visualizar a movimentação noturna desses titãs. - encerrei, inserindo essa informação no relatório que ela tinha escrito.

- Podemos ir hoje mesmo.

Mikasa estava empolgada, isso era visível. Não a julgo. Os primeiros ataques que planejei também me deixaram eufórico, animado pra colocar em prática imediatamente. Mas, como naquela época, esbarravamos no óbvio e isso ela ainda precisaria aprender.

Meu riso saiu um tanto debochado e ela fez um biquinho de insatisfação por isso.

- Pense um momento e me diga porque é que não podemos ir hoje mesmo. - imitei o modo como ela tinha dito, se remexendo na cadeira.

Mikasa é esperta. Não precisou de muito pra concluir a minha negativa.

- Precisamos da autorização do comandante Erwin. - disse, com um muxoxo por não ter pensado nisso antes. Achei melhor nem dizer mais nada, pois não confio que conseguiria dizer alguma coisa que não a deixasse brava de novo. Só juntei os papeis dela, unindo ao que eu mesmo tinha escrito e lhe devolvi.

- Passe a limpo. Melhore as descrições das informações, colocando as suas próprias conclusões sobre a observação. No final, inclua a sua proposta, com o plano que desenvolvemos e faça os pedidos. Coloque que deseja ir visualizar a movimentação noturna e já informe qual sua ação, caso esse grupo de titãs realmente esteja se mantendo nas muralhas a noite.

Ela concordou com a cabeça, passando aquela empolgação anterior, de agir imediatamente, pra essa nova função, de criar um relatório completo, com pedidos à serem direcionados à Erwin. E eu fiquei ali, duplamente encantado. Primeiro, por ela ser tão incrível e fascinante. Segundo, por ver uma recruta sob a minha orientação dando passos grandiosos.

No auge da animação, Mikasa se esqueceu de todos os poréns que nos cercam. Ela se levantou da cadeira, determinada a ir cumprir sua nova obrigação, mas parou atrás da minha, rodeou meu pescoço com seus braços fortes e me deu três beijos estalados na bochecha.

- Obrigada por isso, Levi.

Ela saiu antes que eu pudesse dizer que, o que estava acontecendo, era simplesmente a ordem natural das coisas se instalando. Mikasa era boa o suficiente pra se tornar uma oficial de patente e, como eu tinha pensado antes, só lhe faltava orientação nesse sentido. Ela sumiu de minhas vistas, antes que eu dissesse qualquer coisa. Mas me deixou impregnado pelo sentimento que cresce a cada dia mais dentro do meu coração.

A cada segundo, tenho mais certeza de que, juntos, teremos o mundo.

 



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