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História Laço Fraternal - O que eu também não entendo


Escrita por: phoenix_87

Notas do Autor


Oi meu povo! ^^
Vocês estão animados? Eu estou animada!
Apesar de não achar que esse foi meu capitulo eu simplesmente amei escrevê-lo.

Espero que vocês amem ler também. ;)

Capítulo 25 - O que eu também não entendo


Fanfic / Fanfiction Laço Fraternal - O que eu também não entendo

Seiya

– Oi, Pessoal! – Acenei com um sorriso enorme no rosto após entrar correndo no local.

Estava animado e era impossível esconder isso, na verdade eu não queria esconder.

– Certo, quanto tempo até que Ikki arremesse esse aí escada abaixo? – O homem comentou com a loira como se eu não fosse capaz de ouvir.

– Ikki está de mau humor?! – Dei muxoxo – Que Novidade!

– Me chamo Milo e essa aqui é a Esmeralda. – Dizia apontando para ela.

– Eu sou Seiya! – Sorri. – Hyoga pediu pro pai dele me trazer, disse que Ikki precisava de um amigo.

– Pela hora ele deve estar dormindo ainda e ele acorda com um mau humor triplicado. Boa sorte!

– Não é?! – Dei mais alguns passos me aproximando dos dois. – Sei bem, dormia com ele desde que éramos criancinhas.

– Ah Ikki, me enganou direitinho. – Abriu um sorriso malicioso. – Está explicado agora, Esmeralda?

– Ow cara! ‘Cê tá me estranhando? – Estiquei os braços sacudindo as mãos com as palmas abertas. – É que ele e eu dividíamos o mesmo dormitório lá no orfanato.

– Já acabou com a piadinha? – A loira dizia olhando pra ele com reprovação.

– Você é muito estraga prazer, sabia? – Comentou o homem. – Vou me arrumar e ir para a delegacia. Você o leva até lá?

– Mas a gente não tá se fal…

– Obrigado! – Ele interrompeu se retirando.

Antes que um silêncio constrangedor se instalasse iniciei um assunto.

– Você é a famosa prima do Hyoga?

– Sou prima dele sim. Famosa, já não sei. – Abriu um sorriso tímido.

– Oras, sempre que eu perguntava pelo Ikki, Shiryu dizia que estava em uma mina cercado de Esmeraldas.

Ela enrugou a testa pensativa e eu ri baixo.

– É que vocês têm nomes engraçados. Hyoga, Esmeralda... Sua família é bem criativa!

– Engraçado você rir dos nossos nomes. – Cruzou os braços com um olhar implicante. – Após as festas de final de ano escuto todos se gabarem por ter comido cei...

– Ei, ei. – Interrompi fazendo uma carreta. – Você venceu!

– Os trocadilhos perderam a graça? – Estreitou o olhar prendendo o riso.

Tentei olhá-la sério, mas logo caí na gargalhada.

‘Cê também saca dos trocadilhos! Bom saber que tem alguém fazendo o Ikki rir na minha ausência.

Ela ficou vermelha como tomate e abaixou a cabeça.

– Na verdade a gente não se dá muito bem, mas ele fala demais de você e com muito carinho.

Cruzei os braços, analisando a expressão dela.

– Se vocês não se dessem bem, ele sequer abriria a boca perto de você. – A olhei pensativo. – Ele foi babaca contigo, não foi?! Parabéns! Ele gosta de você. – Ela lançou um olhar estranho e eu voltei a rir. – Ele é babaca com quem ele gosta, é o jeito dele. Vai por mim!

Ela não respondeu, manteve o olhar esverdeado sobre mim, parecia curiosa.

– É por aqui... – Dizia já caminhando até o final do salão. – Na verdade, minha mãe não escolheu meu nome por causa da pedra. – Explicou enquanto subia lentamente os degraus. – E sim por causa da flor. Um tipo de orquídea com as pétalas roxas, só é possível encontrá-las nas ilhas do Oceano Pacífico.

Fui atrás ouvindo sua explicação. Eu não consigo acreditar que uma tremenda gata dessas vive dando sopa por aqui e, ao invés de flertar, o Ikki espanta a menina. E depois ele insiste que eu quem sou o cabeça de vento.

Ao chegarmos no último degrau do lugar dei de cara com uma espécie de guarda entulhos, tinham algumas caixas que talvez fossem suplementos do bar e lá no finalzinho dava para ver uma porta antiga de madeira.

– É na porta no final do corredor. – Apontou encostada no corrimão.

– Espera, você não vai ficar e bater um papo com a gente? – Dei meu melhor sorriso.

– Vocês estão há certo tempo sem se falar, precisam colocar o assunto em dia.

– Só que... – Segurei a mão dela puxando na esperança de convencê-la. – Só um cadinho, vamos!

– Eu já disse que não nos damos bem! – Respondeu com olhar zangado.

Ouvi o ranger da porta, quando pensei em virar na direção do barulho. Ela puxou a mão e desapareceu escada abaixo.

– Seiya? – Ikki estava descalço e sem camisa, com a cara amassada de quem acabou de sair da cama.

Rápido como um cometa eu corri até ele e abracei sua cintura encostando a cabeça no braço dele. Ainda sonolento ele deu alguns passos pra trás desequilibrando pelo abraço surpresa.

– Eu sei que você vai reclamar. Eu não devia estar aqui e eu quase te derrubei, eu sei. Você é chato que só e só faz reclamar, mas eu me sinto contente por te ver bem!

Meio sem jeito ele retribuiu ao abraço. Naquele momento eu só conseguia pensar nos dias que passei no orfanato sem saber se ele estava vivo ou se ia voltar. No homem o ameaçando entrelinhas no celular, o choro sentido de Shun, as semanas que ele esteve distante mesmo ainda estando lá.

Tudo isso em apenas alguns segundos, foi o tempo que levou para ele segurar meu braço tentando desfazer o abraço.

– Isso tá ficando constrangedor! – Murmurou tentando esconder que estava feliz.

Por outro lado, eu estava fungando e coçando os olhos para não parecer um bebê.

– Achei que... Tivessem... Tivessem...

Céus, Seiya. Não! – Cruzou os braços saindo de frente da porta. – Entre, mas corta essa de ficar chorando.

– Chato! – Resmunguei encostando a porta após entrar. Não pude evitar reparar o quarto.  – Uau, bem legal aqui.

E era mesmo, estava muito bem decorado. Nem parecia ser nos fundos de uma espécie de estoque.

– Valeu! A Esm... – Deu os ombros. – Na verdade não tem nada demais.

Ele se sentou na cama e eu sentei ao lado dele em silêncio como de costume.

“Porque passou aquele tempo todo me evitando?” – Era o que eu pensava enquanto encarava o olhar perdido dele.

– Por que eu havia roubado a grana daqueles desgraçados. Eles não têm colhões pra me enfrentar, no entanto certamente usariam você para se vingar. – Arregalei os olhos assustado ao notar que havia pensado alto. – Então decidi me afastar e guardar a grana para dar a você quando a poeira abaixasse.

– Lembra de meses atrás quando o chamei de covarde? – Falei com um curto sorriso.

– Ainda te devo uns tabefes por aquilo. – Respondeu juntando as mãos entre os próprios joelhos.

– Estava enganado em te acusar apenas de covardia. Além de tudo você é um egoísta.

Ikki me olhou irritado com o indicador apontando para a porta.

– Vai Seiya! Essas semanas longe não fizeram brotar paciência em mim, tão pouco vontade de aturar sermão.

– Eu não perguntei se você está com vontade, a menos que me bata até eu desacordar ou corte minha língua você vai me ouvir. – Levantei e cruzei os braços em pé na frente dele. – É fácil não é? Ser um idiota! Afasta todo mundo pra não ter quem surpreender, difícil é quando se é alguém bondoso e se mostra assim. Porque o menor erro todos apontam o dedo e é disso que você tem medo, de te apontarem seus erros.

Gesticulei irritado sem tirar meu olhar do dele.

– É por isso que você se esconde atrás dessa merda de pose: “Uuh, olhem como sou mau”. Por covardia! – Fechei a destra dando um soco em seu ombro esquerdo, entretanto ele sequer se moveu. – Seu otário, você falhou! Porque eu... – Apontei com os dois indicadores para o meu próprio rosto. – Eu vejo o quanto você é bom, o quanto você é incrível. Mesmo sendo um egoísta que afasta as pessoas de você tentando não carregar o peso caso algo ruim aconteça. Mas sabe, Ikki? Pra gente que gosta de você, te ter distante assim já é… – Minha voz falhou com o bolo que se formou na minha garganta, pigarreei tentando afastar a sensação. – Já é ruim.

Completei caindo em lágrimas. Ikki levantou me abraçando com toda sua força, sentia que ele iria me esmagar, mas não reclamei. Diferente da vez anterior, ele não se afastou. Apenas apoiou o queixo em meu ombro curvando um pouco as costas para ficar da minha altura.

– Eu fiquei repetindo para todo mundo que você estava bem, quando eu só tentava me convencer que isso era verdade. Até que Shun foi te procurar no orfanato, eu quem dei a notícia do seu desaparecimento. – Pausei me lembrando da cena. – Aí… Deu até pena do desespero, ele ficou achando que você tinha feito alguma besteira pelas coisas que ele te disse e…

Parei de falar quando senti a mão dele fazer carinho em minha cabeça.

– Shun me salvou. – Deu um passo pra trás e voltou a sentar na cama. – Nos encontramos no festival e ele me contou que alguém estava me perseguindo e do jeito que você é retardado ia adorar. – Começou a mover as mãos rapidamente e fez algo com a voz que imagino ser uma tentativa de me imitar. – Nossa cara, parece coisa de filme!

– Chato! – Chutei de leve seu pé e sorri. – Então já se entenderam?

Ele negou com a cabeça e começou a contar algumas coisas. Algumas, a motivação da perseguição eu insisti, porém ele não contou. Também se calava toda vez que a resposta de alguma pergunta incluía o nome da loira.

– E você? – Questionou por fim. – Sua língua deve tá coçando por só me ouvir durante esse tempo.

– Eu não sei se Shiryu te contou, mas... Ele encontrou a Seika. – Comecei a contar em detalhes, não importa que seja passado e nem quantas vezes eu repita isso. É sempre algo que dói no meu peito lembrar as palavras da minha irmã.

– Eu não sei o que dizer Seiya. – Respondeu com a expressão entristecida. – Sei que não muda a dor que está passando, mas ela não sabe o que está perdendo. Você é um amigo excepcional e eu tenho por você o mesmo carinho que pelo Shun.

Uma cara de implicância surgiu em mim, eu já tinha chorado demais por um dia só. As palavras dele me tocaram, porém essa é uma oportunidade de irritá-lo que eu jamais iria perder.

– Tá dizendo que sentiu saudades minha? – Inclinei o corpo na direção dele. – Que gosta quando eu falo sem parar no seu ouvido? – Apertei a bochecha dele o olhando fechar a cara. – Por acaso tá querendo dizer que queria ser meu irmão? Hein, hein, hein, hein???

Ele pegou o travesseiro sobre o colchão e tacou na minha cabeça.

– Saí! – Disse dando outra travesseirada em mim.

Entre risos peguei uma almofada no chão e taquei na cara dele.

– Você sentiu minha falta. Ikki sentiu minha falta! – Fiquei de pé na cama pulando no colchão.

 

Ikki

É impressionante. Seiya está longe, eu sinto falta. Ele chega e eu quero jogá-lo pela janela. Não sei se me irrito mais pelos gritos e pulos ou o fato dele estar com a razão. Como eu senti saudades desse crianção.

– Você já acabou de pisotear o meu colchão?

– Ainda não! – Respondeu sem parar de pular.

Vaza! –Tornei a pegar o travesseiro, dessa vez acertei sua barriga.

O pangaré pulou pro chão e se jogou na cama de barriga pra cima dando gargalhadas.

– Não me contou como veio parar aqui.

– Shiryu insistiu dizendo que você estava mal e que precisava de ajuda. – Dizia com um sorriso de orelha a orelha. – Então o pai do Hyoga me trouxe. Vim de viatura, mas ele não quis ligar a sirene para mim.

– Aposto que Shiryu não aguentava mais te aturar e me usou para se livrar de você. – Resmunguei quase que em um sussurro.

– Ha-ha-ha – Mostrou língua e mudou a expressão ficando sério. – Ei, Ikki.

– Fala. – Virei meu corpo encostando as costas na parede.

– Eu sei que no meio de tudo você omitiu coisas e sei que é para me proteger. Só não exclua as pessoas. – Abri a boca pensando em contestar e ele apenas mexeu a cabeça em negação. – Não seja egoísta, Ikki! A gente quer ajudar e estar perto por gostar de você ou de te ver resmungar. – Fez uma rápida careta e retomou o raciocínio. – Tenha seu espaço, mas não escolha por nós se vale ou não a pena pagar o preço pra estar perto de você.

Como eu poderia deixar alguém escolher levar uma bala para ficar ao meu lado? Honestamente não creio que eu tenha muito que oferecer à alguém. Menos ainda tenho quem me faça sentir algum afeto.

Nunca vou poder pagar o que Hyoga e Shiryu estão fazendo por mim ou o acolhimento materno que Thetis me ofereceu. Não há dúvidas que daria minha vida para manter Shun e Seiya a salvos. Quanto a Esmeralda... Ela me fez ver o mundo de outro jeito e isso me assusta, faz com que me sinta sem eixo.

“O que ela fez comigo?” – Suspirei me sentindo derrotado.

Olhei minha mão esboçando um sorriso de lado ao perceber que meu ciclo já ultrapassa os dedos de uma mão.

– Eu estou ficando muito frouxo mesmo. – Reclamei sozinho.

– Que bom que não resolveu teimar dessa vez! – Falou ainda se referindo ao sermão.

Sacudi a cabeça em afirmação, tentar contrariá-lo seria pior.

Ow, me diz uma coisa. – Arregalou os olhos fazendo cara infantil. – Qual é o seu lance com a loirinha prima do Hyoga?

– Não tem lance nenhum, Seiya. – Fechei a cara sem vontade de seguir o assunto.

– Acho que ela gosta de você!

Ouvir aquilo encheu meu coração por um sentimento que não sei explicar. Era um misto de calor no peito com frio na barriga. Entretanto me mantive firme.

– Não viaja. E se ela gosta, não é problema meu.

– Mesmo? – Sorriu animado. – Então tudo bem se eu investir nela? Digo, ela é bonita, solteira, simpática, bem humorada... Fico aliviado que não esteja interessado nela, estava pensando em convidá-la para sair!

Instintivamente cerrei os punhos e apertei o maxilar me controlando para não gritar de ódio.

– Ikki, sua cara foi impagável. – Disse soltando um riso ensurdecedor. – Se quer um conselho, deixa de ser babaca com ela e admite logo o que sente, antes que eu tome a frente.

– Não Seiya, eu não quero conselhos. – Respondi em pausa e ainda furioso.

Houve um ruído de algo vibrar. Ele deu um rápido pulo de susto, tirou um telefone do bolso conferindo a mensagem.

– Não estou acostumado com isso. Shiryu me emprestou. – Explicava enquanto colocava o telefone no bolso novamente. – Minha carona veio me buscar então, eu tenho que ir. Vejo que está ótimo e mau humorado como sempre. – Levantou movendo os dedos de baixo pra cima. – Anda, levanta a bunda daí e me leva até a porta para eu voltar semana que vem.

Sem dizer nada levantei, segui ao banheiro substituindo a parte de baixo do pijama por uma bermuda e vesti uma regata.

Em silêncio eu o acompanhei.

– Ikki eu queria dizer que sei que está descobrindo umas coisas barra pesadas, apesar de ninguém me explicar o que. Caso não tenha ficado claro o suficiente até agora: eu estou aqui para o que você precisar, cara.

Descia as escadas em saltinhos e com a fala corrida característica. Assim que terminou a descida, ele estendeu a mão e eu a apertei com firmeza.

– Digo o mesmo, apesar de preferir te ajudar quando está calado.

– Ou seja, nunca! – Risonho ele acenou me dando as costas.

Sentei no último degrau o seguindo com o olhar enquanto se afastava.

– Seiya! – A dona da voz surgiu de dentro da cozinha do bar. – Espera. Quero me despedir de você.

Ele cochichou alguma coisa no ouvido dela e ela soltou um sorriso magnífico. Por mais que eu tentasse não olhar, meus olhos se prendiam vidrados apreciando aquilo que era o mais próximo do paraíso que já conheci.

Após um abraço, que ao meu ver foi mais longo que o necessário, finalmente Seiya partiu. Esmeralda virou-se olhando em minha direção, flagrando o meu olhar. Sem saída acenei rapidamente, no entanto tudo o que ela fez foi virar o rosto voltando para a cozinha.

Inexplicavelmente eu senti uma sensação de dor, desespero. Passei as mãos no rosto e levantei, não rumo ao quarto e sim à mesma direção que ela. Apesar de ser minha folga, precisava saber se Kardia queria ajuda ou era isso que eu dizia mentalmente a mim mesmo.

– O Kardia não est… – Não pude terminar a pergunta, ela deu as costas seguindo em direção à saída.

Sem pensar segurei seu braço com firmeza fazendo-a voltar um passo. Nos encaramos por alguns segundos até que ela quebrou o silêncio enquanto puxava o braço de volta.

– Você está vendo-o aqui por aqui?

– Esmeralda, espera! – Ela se virou com os braços cruzados e eu perdi a fala.

Quanto mais ela me encarava, mais seus olhos brilhavam de tristeza. Já eu, não conseguia ter um pensamento conexo. Podia sentir a tristeza dela e doía ainda mais imaginar que eu fui o causador daquele olhar.

– Ótimo! – Ironizou revirando os olhos ao me ver parado feito um retardado.

– Não. Eu… Quero... Preciso… – Minha respiração se tornou rápida e difícil. Naquele momento eu era apenas um débil sem vocabulário algum. – Merda!

– Admitir que está errado é tão difícil assim para você? – Deu mais um passo ficando perigosamente perto demais. – Não precisa se dar ao trabalho, Ikki. Eu já entendi tudo, eu acreditei que você notava que me preocupo, que só queria te fazer bem.

– Eu… Notei. – Pronunciei com a voz embargada.

Meu coração palpitava, minhas mãos tremiam. Céus, eu não sei como lidar com essa aproximação. O que ela pensaria se eu a beijasse?

– Notou, mas não se importa. Achei que fôssemos amigos… Acredita que eu achei que você retribuía o que sinto? – Sorriu amargamente enquanto uma lágrima solitária escapou.

– Para, por favor, me escuta. – Encostei minha mão em seu rosto e sequei a lágrima com o polegar. – Por favor, não fala nada eu… Tenho muito o que dizer, ao mesmo tempo que não sei como, só deixa eu concluir, mesmo que eu pareça patético. – Coloquei as mãos em seus ombros e a olhei nos olhos. – Só preciso dizer e, talvez, assim você entenda o que está em mim e eu não entendo.

Esmeralda olhou-me inquiridora, com a boca levemente aberta. Meu corpo sentia-se convidado a aproximar-se e eu continuava imerso em uma confusão. Eu já me diverti com algumas mulheres e quando olhava essa mulher não era em diversão que eu pensava, eu apenas sentia… Paz.

– Você… Quando você conversa comigo e sorri, eu me sinto forte, é como se nada pudesse me atingir, tal como descreveu a fênix. Eu poderia carregar o mais pesado fardo se isso a fizesse feliz. Quando você me olha como agora e se aproxima sem falar nada, as minhas pernas, elas tremem, eu me sinto fraco, indefeso. Eu não sei que maldição você me jogou. – Comecei a me sentir irritado por não saber como continuar aquilo. – Eu odeio me explicar! Eu faço o que preciso, é só isso. Seiya e Shun iam pagar o preço por serem queridos por mim e eu fugi. Simples assim, sem despedidas, seria lucro se eles me odiassem, assim não me procurariam. – Cerrei as mãos apertando a curta unha na palma. – Inferno, porque eu simplesmente não consigo fazer o mesmo com você? Porque ficar perto de você me tira a razão e ficar longe me deixa louco?

Desviei o olhar, aquelas orbes verdes tocavam m’inhalma e eu fraquejei.

– Ikki… – Senti o hálito quente em meu rosto quando sussurrou meu nome, esse foi o limite da minha sanidade.

Lançando sua cintura com a canhota, pousei a destra em sua nuca e aproximei nossos rostos. Sem hesitar, meus lábios resvalaram sobre os dela lentamente, enquanto meu coração agitava-se me fazendo jurar que Esmeralda podia ouvi-lo. E talvez ela tenha mesmo escutado o chamado, pois nesse instante ela segurou firme meu cabelo me causando arrepios e sua boca abriu sutilmente dando espaço para ser explorada. E assim nossas línguas se buscavam com necessidade e urgência. Aprofundei o beijo a medida que me rendia ao sentimento que eu enfim pude entender.


Notas Finais


Acho que já sabem, mas não custa lembrar: a opinião de vocês é sempre muito bem vinda!

Até semana que vem.
Bjks!


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