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História Lado Negro - Sonho penoso


Escrita por: Semideus4

Notas do Autor


Agradeço por todos os favoritos que venho tendo, é isso que me dá vontade de continuar a postar aqui para vocês lerem, e odeio ter que demorar do modo que demoro, mas espero que continuem lendo sempre. Boa leitura, beijos.

Capítulo 18 - Sonho penoso


Allyson Angnel

Porque não me atingiram com uma bomba nuclear?

Teria sido bem melhor do que toda essa verdade. Eu me sinto confusa perdida, como se tivesse vivido uma mentira, na verdade, acho que vivi uma mesmo. De repente toda essa coia que eu pensava existir só em livros; lendas se tornam a minha realidade em poucas horas. É muito para eu assimilar de imediato.

Depois que eu havia os deixado lá em baixo, tomara um banho longo e vestira meu pijama, durante o resto do dia eu passei trancada no meu quarto, atirada na cama, fazendo uma única coisa: pensando. E quanto mais o fazia, mais minha cabeça dava nós, parecia que estava prestes a enlouquecer. Meus sentimentos já estavam todos mesclados em uma mistura de raiva, indignação, depressão, tristeza... Eu estava entrando em combustão. Chorei tudo que tinha para chorar em uma tentativa de esvair pelo menos um pouco daqueles sentimentos, mas agora nada havia sobrado, só esse meu estado deplorável.

Pelo que percebi através da janela ao lado da minha cama já havia anoitecido, rolei sobre os lençóis e olhei o horário no despertador sobre a mesinha de cabeceira, 20:15. Suspirei e cogitei a ideia de levantar, mas me sentia mais exausta do que realmente estava, devia estar parecendo uma doente. 

– Ally? – ouvi Peter me chamar do lado de fora do meu quarto. – Você não quer comer nada?

Ele parecia preocupado, só pelo tom de sua voz. Mas não abriria a porta e nem sairia tão cedo, apenas lhe respondi não a sua pergunta, felizmente aquele homem me conhecia como ninguém para saber o momento de me deixar sozinha.

Resolvi tentar dormir, mesmo estando tão cedo, precisava tentar esquecer tudo aquilo, nem que fosse por uma noite. Enfiei-me de baixo daqueles tecidos finos e me encolhi feito uma bola, logo fechando os olhos. Torci para que pesadelo nenhum me atormentasse.

Então, quando finalmente peguei no sono senti como se um véu negro e entorpecente envolvesse minha mente, me levando para outro lugar...

Para... a escola?

Eu me localizava em um dos corredores de armários; o ar estava gelado, e era noite, a iluminação fraca dava um ar fantasmagórico ao local. Eu não fazia ideia do porque estava ali. Até que ouvi um murmúrio chamando pelo meu nome. Allyson, Allyson, Alysson Angnel. Arrepiei-me por inteiro, então a voz cessou dando lugar a outro tipo de barulho... Eram saltos, os sons de saltos em contato com o mármore do chão ecoavam, vindos de trás de mim e quando me virei engolindo em seco, com remorso de quem poderia estar ali, não havia nada nada. Voltei-me na mesma direção de antes, vendo a alguns metros de mim as portas duplas que levavam ao Teatro. Algo me fez querer ir até lá, e já estava prestes a andar quando notei alguma coisa no chão, em frente à porta havia uma poça, era um líquido, eu sabia exatamente o que era, não só pela cor vermelha, mas também pelo cheiro de ferrugem que já invadia minhas narinas. Sangue. Portanto, dei passos lentos na direção da poça e do nada as luzes começaram a piscar, os sons de salto voltaram e dessa vez, quando parei, podia sentir a presença de algo atrás de mim, sentia uma respiração fria em pescoço, sem tempo de pensar fui empurrada, caindo em cima do sangue. Eu me assustei, não sabia ao certo o que pensar, e numa tentativa para me levantar fiquei de joelhos, e só não continuei a ação porque senti mãos com dedos finos e longos pousarem sobre meus ombros por trás. Permaneci rígida, estava angustiada e um medo avassalador começou a me invadir, eu queria correr, mas eu não conseguia, era como se não tivesse poder sobre meu próprio corpo, e todo aquele líquido agora se encontrava espalhado por mim, eu apertava os olhos com força, e tentava não vomitar.

– Seu destino já está traçado, minha cara. Não a como fugir. – Era a mesma voz dos murmúrios, e por falar tão baixo quase não compreendi, mas era uma mulher.

 

Arregalei os olhos, me sentando na cama em um sobressalto, pisquei algumas vezes e quando olhei para o meu lado levei um susto, reprimi um grito quando vi de quem se trava. O que Nathan estava fazendo aqui? Ele estava sentado na cama ao meu lado, parecia preocupado e tenso.

– Que horas são? – percebi que eu estava meio rouca. – O que você faz no meu quarto? Isso é invasão de domicílio, posso processar você... – ele então me beijou. Certo, foi só um selinho demorado, mas é um beijo ainda sim. – Porque fez isso?

– Você fala demais – sua expressão se suavizou. – Você estava tendo um pesadelo, se recontorcia e fazia caretas toda hora, eu até acharia engraçado para depois zoar você senão fosse pelo fato de ter alguém controlando sua mente... Com o que estava sonhando?

– Como assim alguém controlando minha mente? – eu fiquei de frente para ele esperando a resposta, mas Nathan apenas me olhou, esperando que eu contasse sobre o sonho.

Revirei os olhos e comecei a narrar o pesadelo, e quando cheguei às últimas partes tive vontade de correr para o banheiro, mas me contive, e finalizei repetindo as exatas palavras da mulher.

– O que acha que tudo isso significa? – indaguei colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Eu estava mais preocupada do que aparentava.

– Essa não é pergunta certa agora... O fato é que essa pessoa que estava na sua mente, essa mulher, é um anjo. Eu senti sua presença quando, bem, tentei me conectar a sua mente...

– Espera, como assim? É a minha memória! Será que eu não tenho privacidade? – agora eu havia me irritado, mas tentei não elevar muito a voz, para não acordar Peter.

– Você estava tendo um pesadelo e eu não conseguia te acordar, então ia tentar chamar sua atenção por qualquer que fosse o sonho – ele explicou-me lentamente, como se falasse com uma criança de quatro anos.

– Ta bom, mas não vou lhe agradecer por isso – cruzeis os braços e então pensei em alguma coisa, arregalei os olhos em sua direção. – Alguém sabe sobre mim?

– E ela entendeu... – ele murmurou. – Só tente não se preocupar muito, não pode deixar de viver, e vamos dar um jeito...

Tenho medo, pensei. E percebi a expressão de Nate mudar, algo como... compreensão.

Não tenha, ouvi sua voz em meus pensamentos. Estarei com você.

– Você escutou? Pera, você falou por pensamentos comigo? – aquilo era meio maluco, quase inacreditável. – Você tem que me ajudar com isso, não pretendo que as pessoas fiquem ouvindo o que eu penso...

– Não é assim que funciona. Você pensa, e se quer que a pessoa escute, ela escuta... – explicou-me ele.

– Mas eu não queria que você escutasse...

– Então algum canto da sua mente estava querendo que eu escutasse. – Ele sorri de canto. – Você precisa dividir o que sente com os outros, Ally. Sentir medo não é nada de mais...

– Você já sentiu medo? – perguntei, tinha curiosidade sobre sua vida, não sabia muito sobre tal.

– Nunca tive um motivo realmente importante para isso – respondeu me analisando. – Você precisa voltar a dormir, são 3 horas agora, é melhor descansar, conversamos sobre isso mais tarde...

– E se eu tiver esses sonhos de novo? – realmente a ideia de dormir me assustava agora mais do que em qualquer outro momento. Me sentia como uma criança com medo de trovões.

– Deixe sua mente aberta, vou entrar e ficar com você, será como se estivesse sonhando comigo... O que com certeza não é um pesadelo – ele piscou pra mim e consegui sorrir.

– Aliás, anjos não dormem? – pendi a cabeça para o lado.

– Não, anjos não dormem. Agora se deita aí.

Fiz o que ele disse e me virei de lado em sua direção, ele se deitou também e nossos olhares se cruzaram, aquilo de alguma forma me fez relaxou. Então fechei os olhos.

O nome disso é Kelt, disse ele por pensamento... Ou melhor, através do Kelt. Dei um pequeno sorriso e instantes depois, adormeci. 



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