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História Lamp - (Mileven) - Capítulo 02


Escrita por: AuntCherry

Notas do Autor


Me perdoem pela demora! Eu sei que demorei pra vir atualizar dessa vez, mas tinha algo importante para fazer.
O capítulo está meio +/- porque precisava que essas coisas acontecessem. A el vai estar meio "sai daqui" mas pelo que li em algumas pesquisas, isso é normal. A boa notícia é que eu revisei este capítulo!


Acompanhem esse capítulo ouvindo a música Grow da Rae ft Tom Odell (provavelmente vão encontrar a versão dela cantando sozinha, escolham a que preferem e vamo que vamo)



Esse capítulo em especial dedico à Aninha que está um pouco mal e espero que de alguma forma isso ajude. Hey aninha, estamos com você 💗

Capítulo 2 - Capítulo 02


Fanfic / Fanfiction Lamp - (Mileven) - Capítulo 02

Abriu a torneira aguardando que a água chegasse na extremidade de seu copo.

Estava cansada.

Parte de ter tido uma doença terminal, é que ela nunca vai embora completamente, quer dizer, você pode pensar estar livre e mentir pra si mesmo dizendo que o pior já passou, até podia ter passado mas, uma vez com câncer, sempre com câncer.

A sensação da morte lhe rondando nunca ia embora, nem tão pouco as náuseas, as dores, a exaustão rápida. A vida era uma droga quando não se podia dar nem ao menos duas voltas em uma quadra de futebol sendo que na metade dela, já se sentia estupidamente cansada.

Todo dia era uma chance de agradecer por ter acordado, isso devia ser animador para quem era saudável, mas para ela, todo dia era uma chance do ar de seus pulmões falharem e ela sucumbir dando enfim um término pra todo aquele sofrimento ao qual tinha de passar diariamente.

Observou as gotas de seu remédio se misturarem na água. Cada ação, tinha um significado diferente para ela desde que tudo aconteceu. Adorava a cor que o remédio provocava na água. Um tom bonito de azul, pensou.

Azul, como ela adorava a cor azul, era sua favorita. Além do mais lhe lembrava a imensidão do seu amado céu, o qual ela tanto contemplava. Às vezes, tinha um desejo estranho, para não dizer suicida, de morrer e descobrir se iria para lá, para o céu.

Levou seu remédio até os lábios. O gosto era amargo mas já havia se acostumado, afinal de contas, eram anos ingerindo o mesmo líquido.

- Você está com uma cara... parece que lhe roubaram alguns dos seus lápis de cor - O garoto de cabelos negros segurava uma garrafa de água. Um pouco mais atrás dele, havia uma figura menor, de olhos verdes os observando. Estava tão distraída que não os vira chegar.

- Tem algum problema de memória?  Eu não os trouxe, tanto é que foi você que me emprestou.

Por algum motivo, ele riu.

- Você não consegue captar metáforas facilmente, não é? - Ele abriu a torneira, aguardando que sua garrafa enchesse, ainda com um sorriso torto nos lábios.

Ela simplesmente deu meia volta e partiu. Não sabia o que responder de volta e, nem tão pouco sentia a necessidade de dar continuidade para aquilo.

Não tinha um lugar próprio para ir ainda, um que fosse seu refúgio, onde pudesse abaixar sua cabeça e deixar tudo aquilo transbordar por seus olhos. Estava cansada de tudo, uma agonia que nunca acabava.

- Acho que ele estava tentando ser gentil - Uma garota de cabelos alaranjados disse à ela, interrompendo seu percurso. Eleven não tinha à visto ainda anteriormente.

Ela usava um macacão na cor branca e uma camiseta preta por baixo, estava sentada em um dos bancos do pátio. Tinha um livro em mãos, porém El não conseguia ver o seu nome.

- Ele?

- Sim, Mike. Daqui deu pra assistir todo o espetáculo - A garota comprimiu os lábios num sorriso tímido - Não precisa se preocupar, ele sempre é receptivo, ainda mais quando ele sente que a pessoa é ou se sente retraída.

- Por que está me dizendo isso?

- Porque senti que devia lhe dizer - Ela riu - Você está muito na defensiva, ninguém aqui vai lhe julgar só porque está usando, sei lá, um turbante.

- Acho que opiniões foram feitas para serem usadas quando forem necessárias. Não querendo ser grossa, não pedi a sua, então é errado você parar o que eu estava fazendo para me dizer o que devo fazer ou o que devo pensar.

- Quando estiver num humor melhor, podemos conversar. Me procure na classe ao lado - Ela sorriu parecendo não dar a mínima para o que acabara de dizer. Simplesmente pegou seu livro e partiu.

Eleven observou a garota caminhar. Ela tinha passos leves e lentos, o tipo de garota que os meninos caem em cima, pensou.





Terry ajeitou os pratos sobre a mesa, colocando os talheres ao lado, da forma que considerasse a melhor. Eleven observava tudo de longe, com os pés sobre o braço de sua poltrona favorita, enquanto segurava Benny em seus braços.

- Acha que assim está bom? - Terry virou-se para ela. Tinha molho de tomate em seu avental.

- Tanto faz mãe, vocês irão apenas comer.

- Eu e Henri estamos animados em saber como foi seu primeiro dia de aula.

- Precisava fazer um jantar pra isso?

- Querida, o que aconteceu com você hoje? Foi tão ruim assim?

- Foi normal eu acho, mesmo não sabendo exatamente como deveria ser esse normal.

- Fez algum amigo?

- Se está querendo saber se pessoas falaram comigo, sim, acho que uns 3.

- Já é um progresso - Terry tentou sorrir - Fale mais sobre essas três pessoas.

- Primeiro a professora que me obrigou a colorir um desenho, segundo um garoto que senta na minha frente, ele me emprestou seus lápis de cor. E terceiro, uma garota.

- Nenhum comentário sobre?

- Sobre quem?

- A garota.

- No momento não, só acho que fui um pouco grossa com ela mas isso é outra história.

- E o desenho, terminou ele?

- Nem comecei direito - Ela lembrou dos lapis do garoto ainda guardados em sua mochila. Ele fora embora durante o intervalo o que lhe impossibilitou de lhe devolver.

Ela levantou-se ao ouvir a campainha tocar, pois já sabia que Henri estava na porta.

Henri era uma espécie de namorado de sua mãe. Não era como se Eleven não gostasse dele, ele só era... irritante. Por um outro lado, ficava feliz em sabe que sua mãe estava curtindo alguns dos prazeres da vida e não focando apenas ao fato que sua filha tivera câncer.

Agora em seu quarto, pensava sobre como havia se comportado durante o dia. Devia desculpas a garota ruiva, mas no fim, nunca conseguia agir de forma gentil com outras pessoas. Durante muito tempo, conviveu sozinha, apenas ela e sua mãe Terry, para ela, de algum jeito, estava evitando que mais pessoas sofressem.

As batidas na porta de seu quarto, chamaram sua atenção.

Levantou-se revirando os olhos, já tinha uma ideia de quem estava lá.

- Oi, pequena.

- Não gosto que me chame assim, Henri.

- É um apelido carinhoso, Eleven.

- Sei disso, mas não gosto - O rapaz se viu suspirando. Eleven era uma garota muito difícil de se lidar.

Henri não era de todo muito ruim. Era um homem bonito, apesar de ser irritante. Ele meio que forçava a barra, querendo parede legal demais, e ela detestava isso.

- Eu me sinto cansada, por causa da escola - Ela coçou sua nuca, fingindo um falso bocejo - Queria ir dormir.

- Ah, certo! Entendi, mil perdões - Ele pareceu realmente envergonhado, ela só pode rir internamente.

"Parece que lhe roubaram alguns dos seus lápis de cor" A frase do garoto de cabelos escuros veio repentinamente em sua cabeça. Ela obviamente havia captado a espécie de metáfora que ele fizera, ou pelo menos pensava ter captado. Só não entendia, o porque dele ter dito para ela.

Caminhou até sua cama, apagou seu abajur e deitou-se de barriga para cima, olhando para o teto. Seu dia havia sido cansativo demais, apenas esperava que o próximo fosse mais calmo.







- Bom dia! -  A professora barrou Eleven, antes que ela pudesse entrar na sala de aula.

- Oi.

- Você tem até o final dessa semana para me entregar sua arte - A mulher tinha um bonito sorriso nos lábios, quase fazia Eleven ter vontade de sorrir também.

- É, eu sei.

- Você está mais calma hoje, isso é ótimo. Bom, nós nem tivemos a oportunidade de nos apresentar - Ela gargalhou - Como gosta de ser chamada?

Eleven a encarou.

- Vamos, não precisa ter medo.

- Só Eleven.

- Ah, ok, só Eleven, me chamo Brigiht mas pode me chamar de Bre.

- Brigiht soa melhor.

- Tenho ciência disso - A professora gargalhou.

- Preciso ir, tenho algo pra fazer. - Não estava em seus planos iniciar um bate-papo com sua professora. Iria fazer o que tinha pra fazer e depois voltar para sala.

- Ah, tudo bem.

Eleven acenou um adeus suavemente para ela, lhe dando as costas andando em direção ao corredor.

Encarou fixamente a porta da sala ao lado. A garota ruiva disse que poderia encontrá-la lá. Eleven sabia que o certo era que fosse até aquela sala, procurasse a garota e lhe pedisse desculpas pelo que dissera anteriormente, mas parte de si, estava insegura em relação à isso.

Em seu interior, fez um contagem regressiva até 20, caminhando calmamente até a porta. Ela se arrependeria depois, com toda certeza, mas não poderia ficar com aquele peso em sua consciência.

Para sua sorte, haviam poucas pessoas dentro da sala ainda, inclusive a garota ruiva. Ela estava com sua face apoiada em seus pulsos fechados, os cotovelos apoiados na mesa de uma forma que agoniava à Eleven.

- Yep, você realmente veio - Ela sorriu de forma encantadora. El quase teve vontade de sorrir também.

- Me desculpe por ontem. Estava nervosa e acabei descontando em você. Isso não vai voltar à acontecer.
- Eleven tentou sorrir, antes de dar meia volta.

- Hey, volte aqui! - A menina levantou de forma brusca. Sua mesa foi arrastada pelo impulso de seu corpo, emitindo um ruído irritante.

As poucas pessoas das sala, olharam instantaneamente para as duas. A garota ruiva a puxou pelo pulso a tirando da sala.

- Max - Disse em meio aos seus passos apressados, chamando a atenção de El.

- Eleven.

- É, eu sei - El teve a impressão de vê-la sorrir, mas ignorou puxando seu braço.

- Aqui está bom, obrigada.

- A tática do turbante é realmente boa, apesar de chamar atenção - A ruiva sorriu de forma doce.

- Pode me explicar o por que disso tudo?

- Minha irmã, ela já teve câncer - El continuou a observando, fixamente - Às eles ela também ficava da forma que ficou ontem, quero dizer, muito irritada. Minha mãe dizia que faz parte de se ter esse tipo de coisa.

- Ela sobreviveu?

- Não - Max tentou sorrir, coçando sua bochecha - Mas já tem 4 anos, já chorei o que tinha pra chorar.

- Foi melhor dessa forma, acredite. Ao menos assim, o seu sofrimento teve um fim.

- Nisso eu concordo em partes, ela tentou ser feliz o máximo que pôde. Gostaria, que você tentasse o mesmo.

- O que quer dizer?

- É notável que você está afastando à todos, isso não vai "evitar que sofram", só piora. - Max sorriu, o mesmo sorriso amável de outrora - Deixem que conheçam você, lutem com você.

As duas se entreolharam por alguns instantes, até El resolver se pronunciar.

- Eu acho que vou pra minha sala de aula, o sinal está prestes a soar. E, obrigada, foi atencioso de sua parte.

- Quando quiser conversar, pode me chamar.

- É, vou pensar nisso.

- Sei que vai.

Eleven lhe deu as costas, absorvendo aos poucos o que acabara de ouvir enquanto caminhava de volta para sala. As pessoas naquela escola eram peculiares de um jeito que El ainda não sabia explicar. Havia o garoto dos cabelos escuros e seus lápis, uma professora e seu nome estranho, e Max com o caso de sua falecida irmã.

Por algum motivo que até ela mesma desconhecia, um sorriso involuntário brotou em seus lábios. Ele sumiu com a mesma facilidade que aparecera.

Não havia quase ninguém em sua sala ainda. Apenas dois dos amigos de seu vizinho da frente, duas garotas no fundo e a professora. Todos estavam focados em seus desenhos, o que significava que ela deveria dar atenção a sua arte também.

Metade do desenho já estava pronto, como o céu, e as roupas da garota. Faltavam apenas o balanço, a grama e o sol.

Cruzou seus braços. Seus olhos estavam fixos na porta. Devia desculpas e tinha de devolver os lápis do garoto dos cabelos escuros. Não era muito fã de se desculpar, aliás era difícil alguém ser, porém precisava fazer aquilo, não queria ser considerada mais grossa do que realmente era.

Logo já havia se passado mais de 20 minutos na mesma situação, com os olhos presos a porta. Então vendo a professora iniciando a chamada, simplesmente chegou a conclusão que naquele dia, Mike não viria.

   


Notas Finais


Talvez tenha ficado um pouco curto, não sei.

Hey vocês podem me dar uma ajuda no twitter? Qualquer coisa, minha conta é @Aunt_ch3rry, se alguem quiser me ajudar, me chama lá.


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