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História L'assasymphonie - Loucura


Escrita por: MarchHare

Notas do Autor


Gente, POR FAVOR me desculpem a demora com esse capítulo. Quando finalmente tive tempo para escrever, meu computador deu problema e o capslock resolveu não desligar mais, E NÃO DÁ PRA ESCREVER UM TEXTO DE TRÊS OU QUATRO PÁGINAS INTEIRO DESSE JEITO, PORQUE FICA UM NEGÓCIO EXTREMAMENTE DESAGRADÁVEL DE LER, né?
Quero agradecer a todos que estão acompanhando desde o começo e a todos que favoritaram a fanfic recentemente. Vocês transformaram essa história no meu orgulho e isso é muito importante pra mim. Espero que gostem deste capítulo!

Capítulo 21 - Loucura


Jessica, ou a Marquesa de West, apareceu no dia seguinte perto da hora do almoço. Ela estava praticamente sem maquiagem e as olheiras profundas denunciavam a noite não dormida. Os cabelos estavam soltos e pouco arrumados, oferecendo uma imagem inédita daquela mulher vaidosa.

Henry também chegara pouco tempo depois. Ele havia partido ao amanhecer para a cidade, dissera sentir-se na obrigação de dar a notícia da morte aos familiares das meninas desaparecidas, apesar de ter ocultado todos os detalhes. Apesar de não admitirem, todos ficaram aliviados pelo alquimista oferecer-se para fazer o trabalho.

A casa estava impecavelmente limpa, nenhum resquício da noite passada poderia ser encontrado, todos abdicaram de seu sono para garantir isso. O almoço foi silencioso, estavam exaustos. Jessica notou que Bryan não descera para almoçar.
- Nós o trancamos em um dos quartos. Ele ficou estranho de repente. – Finnian não tinha a animação rotineira na voz. – Disse que matamos a mulher dele... O senhor Henry disse que ele não vai mais voltar ao normal, que não vai mais se lembrar da vida dele antes de vir pra cá. Isso é muito triste.

“De fato”, foi a resposta. Ficaram em silêncio até o fim do almoço. Sebastian cuidou da limpeza enquanto os outros foram para a sala. Ciel adormeceu quase imediatamente na poltrona, com o vira-lata da casa aos seus pés.
- Confesso que desconfiei de tinha Margareth desde o princípio. Sebastian veio até mim dias atrás, resumindo-me o que havia descoberto sobre o caso. Não tenho dormido direito desde então, tentando resolver o máximo de detalhes possível antes que tudo isso se acumule em nossas cabeças e Vossa Majestade tenha conhecimento de detalhes que –honestamente- eu gostaria de esconder. É por isso que peço para que vocês permaneçam aqui por mais um ou dois dias, para garantirem que as pontas soltas deste caso não nos atormentarão no futuro.

- Não há pontas soltas. – Erika falava com segurança, em meio a um suspiro cansado. Jessica lamentou-se.
- Infelizmente, estamos pisando em um deles. Eu levarei Bryan para Londres hoje mesmo, ele ficará num sanatório onde receberá todos os cuidados necessários. Eu sinceramente lamento por este pobre homem. A casa ficará livre para que vocês terminem o serviço.
- E como gostaria que o “serviço” fosse terminado, Marquesa? – Sebastian tinha um sorriso cruel brincando nos lábios. Jessica o olhou com cumplicidade:
- Façam parecer um acidente.
Todos concordaram. Aquilo era algo que os criados do Phantomhive sabiam fazer muito bem. Henry não pareceu aceitar muito bem a situação.
- Vocês querem simplesmente destruir a casa?
- Eu sou a única herdeira deste lugar e, a partir do momento que meu nome for conectado a esta casa, as verdadeiras identidades do Conde e seus criados não demorarão a vir à tona. As pessoas daqui começarão a perguntar, verão que em determinado ponto a história para de fazer sentido. Vão querer saber o que realmente aconteceu com minha tia Margareth e com as meninas que ela matou. Começarão a reclamar pelos corpos e por respostas. Acredito que a jovem Erika concorda comigo quando eu digo que o melhor a fazer é reduzir o lugar e a história a cinzas. – Erika engoliu em seco e concordou com a cabeça. Podia não parecer certo, mas era o mais seguro.

O sino da igreja anunciou três da tarde quando a Marquesa de West preparou-se para partir. Bryan parecia décadas mais velho e mais fraco e não ofereceu resistência quando os criados da mulher o colocaram no carro.
- Eu e a Rainha somos eternamente gratas pelo que fez jovem Conde, pode ter certeza. Eu confio a casa e seus objetos a vocês. Por favor, esvaziem-na antes de... Vocês sabem. Meus criados voltarão para cá com carruagens para encaminhar os móveis e objetos para a doação, e com um carro para vocês. Sintam-se a vontade para pegar qualquer coisa que os interesse Pessoalmente, eu não desejo nada deste lugar. Novamente, muito obrigada e que Deus os proteja. – A última frase arrancou um sorriso torto do mordomo.

- Como se já não bastasse tudo o que passamos neste fim de mundo, a Marquesa ainda nos quer para serviço de mudança. – Ciel estava visivelmente aborrecido enquanto via o carro tomar distância. – Eu alegremente atearia fogo na casa, nos móveis, na vila inteira.
- Eu sou obrigada a concordar com o jovem Conde dessa vez. – Erika massageava as têmporas. – Nunca pensei que fosse dizer isso, mas estou com saudades de Londres. – “Aquele adorável ninho de ratos”, foi o que completou em pensamento. – Mas sei que sentirei saudades da calma desse lugar... Bom, na maioria das vezes ele foi calmo e, apesar de tudo, a campina continua sendo um lugar lindo.
- Nós temos flores em casa. – Ciel disse, bocejando. – Não precisamos de uma campina. – Aquilo os fez sorrir enquanto o pequeno carrancudo voltava para dentro de casa.

~*~*~*~*~*~

Ao contrário de Maylene, o sono de Erika era leve como uma pluma, de forma que ela abriu os olhos ao primeiro sinal de movimento dentro do quarto. Não ficou exatamente surpresa ao encontrar Sebastian olhando para ela. Ele lhe estendeu a mão e a tirou da cama. Erika acreditava que, novamente, eles passariam a madrugada no relento perfumado da campina, mas o demônio tinha uma ideia muito melhor em mente.
Com a morte de Margareth e Bryan indo para um sanatório, o único quarto de casal da casa estava vazio, e nenhum dos dois tinha medo ou receio de ocupá-lo.
Sebastian abraçava Erika como se ela fosse o maior tesouro de sua vida (e talvez ela fosse, ainda que ele não admitisse).

- A vida de um demônio pode ser bastante monótona. – Ele dizia enquanto brincava com os cabelos da moça. – É raro encontrarmos pessoas que tenham a vida agitada de Ciel. A maioria quer tranquilidade, dinheiro, luxúria... Nada além de pessoas esperando para morrer.
Erika estava deitada no peito nu do mordomo, ela arqueou uma sobrancelha e sorriu:
- Você está desabafando comigo? – Sebastian foi obrigado a sorrir também.
- Talvez. – Ele beijou demoradamente a testa da garota antes de aninhá-la em seu pescoço. – Eu gosto do jeito como você mudou a minha existência.

Todos dormiram até mais tarde, era unânime que precisavam de um bom descanso antes dos exaustivos dias de trabalho que se seguiriam.
Passaram o resto do dia esvaziando a casa, separando o lixo do útil e tentando deixar o cenário organizado. O único que realmente viu vantagem no processo foi Henry, que se apoderava de todas as ervas e misturas da velha Margareth. Encontraram uma caixa velha de madeira repleta de fotos da Laura, que Henry também pegou para si.
- Ela era muito especial para você, não era? – Maylene olhava as fotos de cima de um banco enquanto tentava não derrubar a louça do armário.
- Acredito que se eu alguma vez amei alguém, foi Laura. Gostaria de ter tido tempo de dizer isso a ela. – Ele estava muito sério e melancólico. O silêncio se instalou depois daquilo, até que Bard aparecesse com um olhar bastante perturbado:

- Vocês não vão acreditar... Esta casa tem um maldito porão no subsolo, duas vezes mais bagunçado do que o resto da casa. Tenho certeza de que aquela Marquesa de uma figa sabia disso e nos deixou a limpeza mesmo assim! Aquela mulher me paga, jamais limparemos tudo isso até amanhã.
Aquilo foi mais que o suficiente para aborrecer a todos. Sebastian teria sumido com tudo em questão de segundos, com prazer, mas Ciel pedira discrição e ele estava disposto a obedecer, ainda que limpasse muito mais rapidamente do que qualquer humano.
- Eu odeio admitir – ele disse em meio às pilhas de livros escondidos no porão – mas tem muita coisa aqui que merece atenção especial. O jovem Mestre se interessaria por muitos destes artigos, e tantos outros valem um bom preço no mercado de antiguidades. – Ele suspirou. – Ah, como eu gostaria de colocar fogo em tudo isso...

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Longe dali, em Londres, a polícia corria pelas ruas procurando um homem velho, gordo, de aparência doente e potencialmente perigoso. Ele deveria ser encaminhado ao Sanatório Municipal pela Marquesa de West, sua parenta mais próxima, mas a mesma encontrava-se hospitalizada. Aparentemente, durante o trajeto, o velho homem enlouquecera e assumira o volante, fazendo o carro capotar várias e várias vezes pela rua. Quando a ambulância apareceu, não havia mais sinal do velho.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Jessica tinha vários ferimentos leves pelo rosto e corpo, duas costelas e um pulso fraturados e incontáveis hematomas. Ela acordou horas após o acidente em uma cama de hospital, estava inquieta e ignorava todos os avisos e perguntas das enfermeiras. A única frase que conseguiu pronunciar para o criado que estava ao lado da cama foi rouca e quase inaudível:
- Mande uma carta para Ciel em St. Glory... Procure Sebastian... Eles precisam sair dali.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Nos becos escuros e mal frequentados de Londres, um velho moribundo e ensandecido era jogado contra a parede por quatro homens muito parecidos entre si, grandes, fortes, gordos e mal humorados pelo estardalhaço que o homem estava fazendo. Sob incontáveis ameaças, o velho louco contou a sua história com uma precisão e riqueza de detalhes que não condizia com a aparente loucura. Ele falava de uma família, uma criança, um homem de preto e uma garota que usara uma faca para matar sua esposa com a precisão de um demônio.
Os quatro se entreolharam. Um deles abriu a carteira e retirou uma foto, o estardalhaço do velho arrancou um sorriso de todos eles. O mais novo deu-lhe palmadas amigáveis nos ombros:
- Diga para nós onde ela está, velhote, e prometemos que resolveremos isso pra você.

Notas Finais


Bom gente, é isso, espero que tenham gostado do capítulo! Eu vou aproveitar o pouco que me resta das férias para tentar adiantar a história e ir postando por aqui (mas não garanto nada, porque ainda tenho várias coisas do cursinho que preciso adiantar). De qualquer forma, vamos seguindo assim, devagar e sempre até o capítulo final!
Por favor, votem e comentem com suas opiniões, que são muito muito importantes pra mim. Até a próxima!


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