História Last 12 Calls - We Keep This Love in a Photograph

Depois do lindo pedido de casamento de Cassie e Hayes meus pais me deixaram na faculdade, eles estavam orgulhosos, no começo preocupados mas eu não os culpo, acho que eu estava agindo um tanto quanto psicotica sem meus sentimentos. 

Respiro fundo e sorrio enquanto me despeço dos meus pais, sei que eu não vou ser feliz fazendo direito, é a profissão dos meus pais porém não é o que eu quero... Mas talvez eu consiga criar um amor por isso. 

Assim que vejo o carro se distanciar entro na faculdade me direcionando direto pro meu alojamento, eu já conhecia o caminho, quando abro a porta do saguão vejo Julian. Ele não me nota no começo, está conversando com um grupo de pessoas, mas logo que caminho até o elevador o ouço se despedir de seus amigos.  

—Katrina? Olá. 

—Oi. -sorrio tentando ser simpática. 

—Por que está aqui? Achei que já tinha arrumado suas coisas, e as aulas só começam segunda. 

—Eu sei... Estou tentando me acostumar aqui, vai ser meio... esquisito. 

—Entendo. 

—E você? -pergunto entrando no elevador que finalmente chega. 

—Estou tentando fazer amizades. 

—Ah, medicina, né? 

—Isso mesmo, eu pensava em artes cênicas quando eu era pequena.  

—Sério? Deus... Eu também. -digo rindo. Meus amigos seguem essa profissão, não sei se você conhecer os magcon boys, eles são youtubers. 

—Que perda de tempo. -ele sussurra e eu finjo que não ouvi, o meu andar chega, já que o dormitório das meninas são apenas nos 7 primeiros andares. —Youtube não é muito dos meus interesses. -ele sorri tentando ser simpático e a porta do elevador se fecha assim que eu saio. 

Reviro os olhos, um hábito que peguei de quando eu fiquei sem sentimentos. E caio na cama, morrendo de sono e cansaço, amanhã vou sair com Gilinsky mas pretendo voltar pra cá, Julian me deu uma boa ideia de me enturmar com as pessoas, eu mal tinha pensado nisso antes, pra falar a verdade não estou pensando em nada direito ultimamente. 

[...] 

Acordo na manhã seguinte e decido dar uma volta pela faculdade, o campus era enorme, após entrar você via duas construções gigantescas, a da esquerda era a escola de ensino fundamental e ensino médio, a da direita é a faculdade, seguindo em frente pelo jardim, tinha vários lugares de lazer, piscina, quadra, academia e etc. Era basicamente um sonho. Logo após tinha os prédios onde haviam reuniões e entrevistas para entrar na faculdade, e no fundo os alojamentos. Não consegui ver tudo apesar de ter andado bastante. O relógio marcava 17:00 então decidi subir pro meu quarto, dessa vez não vi Julian no saguão, tomo um banho, coloco um vestido azul e uma sapatilha branca, amarro meu cabelo em um coque alto, porém sofisticado. Faço uma maquiagem básica, apenas preparo de pele, mascara de cílios e um batom nude. Pego uma bolsa branca também que combinava com os meus sapatos, coloco meu celular, o batom caso eu queira retocar e minha carteira que ocupava a maior parte do espaço. Saio do quarto e tranco o mesmo, algumas pessoas me olhavam, o que me deixava um pouco constrangida.  

Logo que saio vejo o carro de Jack Gilinsky, entro e sou recebida com um beijo, era meio... estranho, respiro fundo e retribuo, ele me elogia e liga o carro seguindo o caminho para o restaurante. 

[...]  

O jantar foi maravilhoso, mesmo que Jack não deixasse eu pagar, eu adorei nossa noite, no caminho de volta ninguém falou nada, o rádio estava ligado baixinho o que ajudava para não deixar tudo tão estranho. 

Quando chegamos na minha casa ele me segura antes de eu sair do carro. 

—Você vai fazer algo amanhã? Eu queria te levar pra um lugar especial pra mim. 

—Hã... Tem que ser amanhã? 

—Sim, de semana você está na faculdade, essa é a única hora que eu posso ter você pra mim. 

—Ah... mas não pode esperar até semana que vem? 

—Acho que sim... Mas o que você vai fazer? 

—Eu tinha combinado de sair com o Matthew. 

—Matthew? Matthew Espinosa? 

—Sim. 

—Caralho. -ele bate no volante me fazendo entrar em choque. —Por que? -Seus olhos borbulhavam raiva. 

—Porque ele continua meu amigo Jack, sinto muito se incomoda você. 

—Incomodar é pouco porra, você sabe que ele quer te pegar. -ele fecha os olhos com força. 

—Quem você pensa que eu sou? 

—Como é? -ele pareceu surpreso. 

—Se eu aprendi algo em estar sem sentimentos, foi que eu não vou deixar você ou qualquer um passar por cima de mim e ficar quieta sobre isso. Não é justo, com licença, mas se quiser gritar, grite sozinho. 

—Kat, espera. -ele implorou enquanto eu saía de seu carro.  

—Tenha uma boa noite. -foi a última coisa que falei antes de bater a porta com força. Ele não insistiu, apenas saiu lentamente com o carro, eu engoli o choro e desbloqueio meu celular, rolo os olhos pela lista de contatos, decido não ligar pra Mari, ela provavelmente perderia o controle, entro em casa e depois subo pro meu quarto, tomando o cuidado de não fazer barulho, envio uma mensagem para Matthew. 

Katrina Mischievous 
É bom amanhã valer a pena, hoje foi um desastre.

Logo ouço batidas na minha porta. 

—Ah Deus... -sussurro pra mim mesma abrindo a porta, sabendo que acordei alguém. —Desculpe... Matthew? 

—Você está bem? 

—O que você está fazendo aqui? 

—Huh... eu estava com Emma. 

—Ela sabe que você está aqui? 

—Não, ela não vai perceber que eu saí até amanhã de manhã. 

—Mas... 

—Olha... -ele diz entrando. —Só quero saber o que houve. 

—É o Jack. 

—O que tem ele? -olho pra Matthew e vejo o motivo do mundinho perfeito que eu poderia ter com Jack ter se destruído, meus olhos já estavam marejados, eu apenas percebi quando as lágrimas começaram a cair, eu desabei na frente dele. —Ei... -ele diz me abraçando. —Vai ficar tudo bem. 

—Foi horrível, ele gritou comigo porque eu e você vamos sair, mas será que ele não me conhece? Eu não trairia ele. 

—Vocês estão namorando? -a voz de Matt falhou na última palavra me deixando um pouco embaraçada. 

—Não.. -respondi pensativa. 

—Então qual é o ponto dele? 

—Não sei, mas não importa, eu não faria. 

—Sei que não, você é boa demais pra isso, boa demais pra ele ou pra mim, eu sinto muito Kat. 

—Eu também sinto. 

[...]  

Acordei a tarde, eu estava mais calma, mas quando me olho no espelho vejo meus olhos inchados, faço minhas higienes, tomo um banho rápido e coloco uma calça legging e um moletom, desço as escadas e vejo Matt, ele estava com Emma, pisco um pouco confusa, lembro que ontem ele dormiu comigo, na minha cama, seu braço me entrelaçava me fazia sentir segura, acho que era essa a intenção, uma coisa que ele faria por qualquer amiga dele. Ele sorri quando me ver e Emma me fuzila com o olhar. 

—Está pronta? 

—Pra que? 

—Pra sair. 

—Agora? 

—Sim, claro. 

—Tudo bem, me de cinco minutos. 

Pego um tênis jogado na sala e o coloco rapidamente. 

—Onde está todo mundo? 

—Seus pais estão nos fundos trabalhando em algum caso e Nick está dormindo. 

—Ah tudo bem. 

—Podemos?  

—Podemos. -digo sorrindo, ele da um selinho na Emma e eu desvio o olhar, abro a porta e me dirijo até seu carro. 

—Você tinha estacionado aqui desde ontem? 

—Sim. 

—Eu nem tinha percebido. 

—Você estava meio perturbada, então eu entendo. -ele destrava o carro me permitindo abrir a porta e entrar, ele faz o mesmo e coloca a chave no contato ligando o carro. 

—É longe? 

—Um pouco. 

—Onde vamos. 

—Advinhe só, surpresa. 

—Eu tenho até medo quando fala isso. -falo o fazendo rir, mas logo fica sério novamente. 

—Você ainda não me disse se está bem. 

—Eu não sei se estou bem. 

—Como assim? 

—Lembra quando disse que eu vou ficar bem? Parece que não está funcionando. 

—Kat... 

—Eu sei, eu estou apenas com uma base de sentimentos, e você está trabalhando pra arrumar tudo, mas eu não acho que eu volte a ser quem eu era. 

—Olha eu sei que algo está mudando, eu acho que a culpa é minha e eu não sei como consertar eu juro que estou fazendo o meu máximo. 

—Não é sua culpa. 

—Mas eu poderia ter descobrido o que tinha acontecido com você, eu quero te ajudar. 

—Você está ajudando. -ele entra em um estacionamento, eu nem tinha prestado atenção, onde estávamos. 

—Eu espero que sim, espero que isso dê certo. -ele diz estacionando e saindo do carro , faço o mesmo e o sigo, quando saímos do estacionamento subterrâneo vejo um enorme parque de diversões.  

—Sério? -ele da de ombros, esperando uma reação maior minha, eu rio e saio correndo para a entrada. 

[...] 

Vejo cada foto no carro que eu e Matthew tiramos, assim que chegamos fomos para a montanha russa, eu quase desmaiei, Matthew estava super calmo e rindo de mim no começo, mas quando a montanha russa começou a descer com tudo ele me agarrou, ficamos até de ponta cabeça em um momento, olho pra selfie que eu tirei logo após o término do percurso do brinquedo e vejo um Matthew descabelado com os olhos arregalados deitado no meu ombro e eu rindo com a mão na boca. 

Depois fomos no carrinho de bate bate, era uma sequência de fotos. 

Matthew distraído enquanto meu carrinho batia no dele. 

Matthew pegando o celular pra tirar fotos minhas também. 

Matthew levantando do seu carrinho que tinha encalhado no meio do turno e entrando no meu. 

Matthew rindo e tentando controlar o volante mesmo que estivesse do meu lado. 

Uma selfie nossa rindo, fazia tempo que eu não tirava uma foto espontânea desse jeito. 

Depois Matthew entrou na piscina de bolinhas correndo, haviam três fotos, Matt coberto por bolinhas, um garotinho e Matthew fazendo guerrinha e uma última minha com Matt, ele havia me puxado e eu estava me apoiando nele, meu rosto era coberto pelo meu cabelo, Matthew tinha o sorriso mais adorável do rosto. 

Saímos de lá correndo, e Matt me deu um algodão doce, era engraçado pq até foto com o algodão doce nós tinhamos, eu havia parado uma mulher que estava com seu filho e ela tirou a foto, eu estava nas costas dele, o algodão cor de rosa escondia metade do meu rosto 

Já estavamos indo embora mas eu vi a roda gigante e perguntei se podíamos ir, ele assentiu e me puxou até lá, foi a parte mais estranha, no começo tiramos algumas fotos brincando com o algodão doce mas depois quando a roda gigante estava no ponto alto eu pude ver Los Angeles inteira, já estava escuro e as luzes das casas iluminavam a cidade, senti o olhar de Matthew em mim e o olhei de volta, ele sorria, meu celular tirou a foto sozinha, tanto é que o ângulo era horrível, mas a foto estava um amor, com certeza uma das minhas favoritas. 

—As fotos ficaram legais? -Matt me perguntou, quando olhei já estávamos na porta da minha casa. 

—Sim, obrigada por hoje. 

—Valeu a pena? 

—Claro que sim. 

—Você está bem? -respiro fundo e abro a porta do carro caminhando até minha casa. 

—Kat. -ele me puxa pelo pulso e estávamos a centímetros de distância, eu podia sentir sua respiração. —Porra... Me desculpa. 

—Pelo qu.. -eu tentei perguntar mas fui interrompida por um beijo de Matt, era calmo e com o tempo foi acelerando, suas mãos foram para a minha cintura, e o pior eu retribui, porque eu senti, eu não sei o que mas, eu senti, senti que era ele, que ele era certo, e mesmo que não fosse, aquele momento foi o mais certo da minha vida, talvez fora das circunstâncias mas não importa, acho que meu coração precisava disso há um tempo, é tudo tão correto mas... tão errado. Eu o afasto lembrando de Jack e Emma, não sei o que deu em mim... Não não não, isso não é certo, Matt me encarava confuso, e eu saio correndo para dentro de casa, como na primeira vez que nos vimos, seja lá o que eu senti, não pode acontecer agora, bato a porta e a tranco usando como apoio para o meu corpo, como eu fiz com Matthew há alguns momentos atrás eu o tornei um apoio para o meu coração.