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História Last Class - Interativa. - Só um Garoto Complicado.


Escrita por: MattewzHenry

Notas do Autor


Olá meus bens! Que susto, não? Dessa vez demorou!
Mas como prometido, tá aí o nosso penúltimo capítulo. Vamos ver o lado de Frankie Sheehan na história; o lado escondido de nosso investigador; e como andam, na vida, nossos alunos mais suspeitos. Honestamente, acho que não há ninguém feliz.
Desculpem a demora.
Eu escrevi ouvindo Birds do Imagine Dragon, caso queiram ouvir eu recomendo.

Capítulo 9 - Só um Garoto Complicado.


Fanfic / Fanfiction Last Class - Interativa. - Só um Garoto Complicado.

¬

Restando poucas semanas para o término do ano letivo, Frankie Sheehan optou por não ir à aula naquele dia. Como de costume, para o jovem, passou na casa dos Armstrong pouco antes das sete. Usava uma calça desbotada qualquer, com um casaco marrom por cima de todo o restante. Nada o impediria de conversar com Anthony naquele dia.

Antes de se aproximar do portão, Frankie esperou, parado, na frente do mesmo. Algo no jovem parecia estranho; expressava em sua face uma expressão séria, preocupada, acompanhada de um estranho pavor.

Pensou em virar as costas e sair correndo, e mesmo que levasse essa idéia adiante seria tarde demais. A porta da frente da casa de Anthony se abriu e uma silhueta feminina logo fora avistada. Era Mackenzie Armstrong.

Primeiro ela se assustou com o jovem, até então parado lá fora, mas após, antes mesmo que a loira o pudesse questionar, Anthony, ainda vestindo o suéter marrom, saiu rumo ao amigo, sem muita cerimônia e, naturalmente, o cumprimentou.

O ar que pairava sob os colegas de classe parecia, de certa forma, transmitir uma espécie de luto da parte de Frankie, este ainda calado até a aproximação do outro.

– Não parece pronto para ir ao instituto. – Notou o loiro, observando-o.

– Não irei. – Disse Frankie, somente. Por um instante houve um silêncio, e como Anthony nada disse, Frankie prosseguiu. – Preciso conversar com você, a sós. – Completou com a aproximação de Mackenzie.


Cerca de dez minutos após, os dois jovens seguiram a uma pequena cafeteria próxima à casa dos Armstrong. Ambos sentaram-se um de frente ao outro. Embora Anthony, nitidamente, transparecesse ter interesse no assunto, ainda seguia distraído quando os pedidos haviam chegados, ocasionando no rápido comentário do Sheehan:

– Posso começar?

– O que houve? – Questionou Anthony, estranhando. – Aconteceu algo?

– Antes de tudo, como está você e Mack? – Perguntou interessado, o jovem.

Anthony primeiramente pensou. Uma resposta positiva não parecia ser a que sucederia tal silêncio. Tomou um gole de seu café e disse:

– Não estamos mais juntos. – Disse, simplesmente. Frankie pensou nas palavras que escolheria, todavia, Anthony disse mais. – Ela me culpa pela expulsão do professor John, e por um lado ela não está errada. Fiz merda, Frankie.

– É justamente sobre John que eu queria conversar com você. – Disse o garoto.

– Pois é, Frankie. – Iniciou Anthony, curioso. – Não estranhei tanto você querer conversar comigo, afinal de contas somos amigos também. O que de fato estranhei é que Marvin e Heaven são ainda mais amigos seus que eu, então minha pergunta: por que eu?

Anthony não era burro, e Frankie já esperava por isto. Aliás, já estava preparado para isto e muito mais.

– Porque fui eu quem fez merda, Anthony. Eu! – Já com sua voz falhando, Frankie somente aumentava a curiosidade de Anthony, que sem palavras necessárias optou por permanecer como estava, em silêncio. – Alguém contou tudo o que sabia de John ao Diretor Fitzgerald. – Revelou.

– Como? – Indagou o outro, perplexo.

– O que você disse, naquele dia, não foi o real motivo pela expulsão de John. – Continuou Frankie. – Alguém já tinha contado tudo para o Charlles, e...

– Espera um pouco. – Interrompeu Anthony, confuso. – Quer dizer que não sou o culpado pela saída de John? – A felicidade do jovem Armstrong talvez fosse tão maior quanto à surpresa por toda aquela revelação.

Mas, mesmo o mais confiante dos confiantes sabe que, nem tudo são flores.

– Mas como você sabe de tudo isto? – Anthony questionou.

Hesitante e receoso, Frankie estremeceu, aparentemente tristonho. Olhava fundo nos olhos de quem sabia que o julgaria, contudo era o correto a se fazer.

– Porque fui eu, Anthony. – Revelou. – Eu contei tudo o que descobri de John.

– Mas...

Era isto. Anthony Armstrong fitava o café, acima da pequena mesa redonda, sem vontade alguma de continuar o tomando. Assim como não tinha palavras para sequer responder Frankie, quem dirá entender os motivos.

Com o silêncio, Frankie apenas continuou.

– Quando você me disse sobre você e Mack, e pediu para que eu me informasse sobre John e ela, tudo o que te contei também contei à Charlles. – Disse, com Anthony ainda calado. – Eu...

– Eu sabia. – Diz, subitamente, o Armstrong. – Ouça Frankie. – Prosseguiu lentamente se levantando. – Eu realmente entendo seu motivo de não conversar com Marvin ou Heaven sobre isto. Afinal de contas, ela foi quem o viu entrar na sala do Sr. Fitzgerald.

– Oi? – Questionou o castanho, desentendido.

– Achava mesmo que eu não sabia de toda a verdade? – Anthony perguntou retoricamente. – Achava mesmo que eu não seria informado?

– Eu, eu não...

– Já chega de farsa, Frankie. – Disse, mas não Anthony. A voz vinha de trás, próxima. Um grave e masculino som que Frankie conhecia bem.

Ao se virar, devagar, suas pupilas se dilataram de tanta surpresa. Não só uma, mas cinco pessoas o olhavam com desfavorecimento. Dentre elas, portador da voz e, até outrora, seu amigo.

Marvin estava incrédulo. Mesmo ele, dono de muitas confusões, conseguia acreditar no que Frankie havia feito. O jovem acabara com uma vida, bem dizer, pois John, com a fofoca se alastrando por Londres, jamais conseguiria emprego em uma escola, ou lugar algum.

Heaven Lockwood, Mackenzie Armstrong e Ethan Halford também estavam presentes. Mas, com toda certeza, o mais importante dentre todos estava parado, encostado sob o corrimão da entrada. Fitava Frankie de forma descontente, chateado e, principalmente, desapontado.

Frankie não tinha como reagir à presença de John Simas.

– Eu surtei com John, eu sei. – Disse Anthony, gerando foco em si. – Mas eu sim me arrependo.

– Eu também...

– Não Frankie. – Interrompe Heaven. – Você sequer teve momentos com John. Não entendo seus motivos e confesso que nem ao menos sei se entenderei. Não foi legal o que você fez.

– Qual é? Eu quem sou um monstro agora? – Frankie grunhiu. – John fez coisas erradas sim e...

– E é justamente você quem vai julgar isso? – Ethan quem interrompe. – Você sempre julgou as pessoas de maneira errada, Frankie. Sempre me detestou por algum motivo. Claro que eu não iria nutrir amores por você depois de tantas provocações que já me fez, mas minha ira era mais justificável. Agora eu, como todos aqui, só penso em ajudar o John.

– De repente você é o bom samaritano Ethan? – Zombou o Sheehan.

– Há algo de errado em querer ajudar a arrumar a merda que você fez? – Mackenzie questionou de onde estava.

– Você transa com seu primo e quer me dar sermão? Cuida da merda...

Antes que pudesse terminar, Anthony virou a mesa, derrubando copos e a mesma. Apanhou Frankie pelo colarinho do casaco e preparou-se para acertá-lo com um soco. Todavia, Mackenzie e John Simas quem intervieram.

– Jamais dirija a palavra a ela desta forma ou quebro o seu braço. – Ameaçou Anthony. – Aliás, nunca nem dirija a palavra a ela ou a mim. – E o soltou.

O dono da cafeteria apressou-se em sair, mas Anthony já retirava dinheiro de sua carteira e deixava sob outra mesa. Alguns poucos clientes; uma senhora, um casal e um trio de amigos, olhavam preocupados.

Seguiram ouvindo algumas reclamações do proprietário até se dividirem nos carros. Ethan em seu jaguar, com Heaven e Marvin. E no Mini Cooper de John; Mackenzie e Anthony.

E foram.


Duas semanas para o baile de formatura.

Anthony e Mackenzie Armstrong, John Simas e Ethan Halford andavam, em silêncio, mas pensativos. Algum assunto tratado em outrora os incomodava.

A princípio Mackenzie andou na frente, com os braços para trás, assoviando alguma canção até então desconhecida. Parou assim que se aproximou do primeiro dos bancos situados na praça, que agora todos adentram.

– O que fazer agora? – É Anthony quem pergunta.

Entre o professor e Ethan, o jovem Armstrong estava aflito. Estava nítida sua preocupação.

– Quando Mack me disse o que você fez, confesso ter ficado aflito. – Iniciou o professor, agora próximo de Mackenzie, exibindo um amistoso sorriso, o qual usava a fim de tentar acalmar os ânimos do ex-aluno. – Sabia que você teria feito algo naquele dia, já que não nos acompanhou até minha casa.

– Eu sei, não deveria ter seguido Mark, mas fiquei com tanta raiva! – Explicou o loiro. – Marvin é o meu melhor amigo, nunca iria permitir aquilo.

– Mas atirar em Mark foi a solução que encontrou? – John questiona. – O que espera agora? Mark não me parece ser aquele tipo de pessoa que leva um tiro e deixa por isso mesmo.

– E não é. – Ethan se manifesta.

– Então o que sugere? – Mackenzie pergunta. – Que fiquemos aguardando Mark aparecer?

– Vocês não podem ir à polícia. – Comentou o professor. – Aliás, foi Anthony quem atirou primeiro e mesmo com muitas testemunhas no dia do ocorrido, é melhor não se meter com esta gente.

– Outra coisa que precisamos descobrir é quem ordena a venda de drogas. – Diz Ethan. – Muitos sabem que Marvin já tentou vender na escola, mas ele não foi o único.

– Se refere à Mark? – Pergunta John, logo ganhando a confirmação. – Ouçam jovens, vocês não precisam fazer isto, é perigoso e...

– Este cretino deixou que Marvin se arriscasse. – Zanga-se Anthony. – Ele merece ser desmascarado.

John apertou gentilmente suas pálpebras, em desistência. Sabia que não conseguiria fazer seus teimosos alunos mudarem de opinião. Sem muito que fazer, não lhe restando mais nada a perder, só restava ajudar.

– Marvin certa vez me deu um nome. – Iniciou John. – No fim descobri que não era exatamente de quem estava por trás de tudo, mas alguém muito presente no instituto, alguém importante que sempre está por perto. Investiguem esta pessoa, discretamente, e talvez descubram algo.

– E quem seria este alguém misterioso? – Perguntou Mackenzie, curiosa.

– Misteriosa: Denise Floyd.


Três dias para o baile de formatura

Na manhã de uma sexta-feira, jogado no pequeno sofá em seu apartamento, John refletia sobre seus primeiros dias em Londres até a atualidade. O ICAB era um sonho, uma melhora grandiosa ao seu currículo, mas, no final das contas, tornou-se um terrível pesadelo.

O que parecia ser perfeito para sua carreira, agora se desfazia como fumaça. Logo instituições educativas saberiam de todos seus atos e, sem lhe restar dúvidas – ou esperança –, seria proibido a ele voltar a lecionar.

John estava, mesmo que seguindo em frente, devastado. A garrafa de uísque barato estava sob a mesa, embora sequer tenha sido aberta. Beber não era a solução. Quão diferente de seu irmão – ou pai – seria se o fizesse?

Por fim John levantou-se, mentalmente exausto, assim que acima do outro sofá o celular tocou. O pegou já atendendo.

– Queria me ver? – Questionou Hope do outro lado. – Estou na recepção.

Por um breve instante John pensou. Queria conversar com Hope, assim como queria ter um momento com todos os demais alunos. John iria embora, mas não sem antes poder se despedir e ajudar a todos que precisassem de ajuda.

Minutos após pedir para que Hope subisse, John retornou de seu quarto, já com Hope em sua sala. O ex-professor do ICAB segurava uma folha de papel, amassada e manchada, mas seu conteúdo ainda poderia ser visto.

– No dia em que você encontrou Mark. – Ele iniciou, mantendo seus olhares sob as cartas, enquanto Hope o observava curiosa e preocupada. – Se lembra da conversa pelo telefone com Jane?

Hope sorriu como quem finalmente tem a certeza de algo.

– Após encontrar com você e Heaven nos corredores eu tinha certeza. – Ela quem inicia. – Ou quase, para ser sincera. Mas o que tem este dia?

John respirou fundo, se aproximando da garota.

– Lembra-se de ficar triste? – John pergunta.

A voz do professor, mesmo suave, bate como um martelo no coração da loira que, sem delongas, foi levado por seus pensamentos até o dia citado. A razão pela sua tristeza e repentinas fortes dores de cabeça estava ali, nítida em um papel nas mãos de John.

– Eu... Eu joguei...

– Fora, eu sei. – Completa John em um sussurro vago e sentimental – Perdoe-me Hope pela invasão, mas isto é muito grave. O que seus pais...

– Eles não sabem. – a Robbins interrompe já com olhos marejados e a voz trêmula. – Eu precisava ter certeza. Preocupar minha mãe estava fora de cogitação. – Disse. – Foi aí que com a ajuda de Emily que consegui fazer tudo.

– Esconder da mãe que se tem um tumor no cérebro é terrível, Hope! – Disse o professor, firme, mas preocupado. Tanto ele quanto a jovem agora se entristeciam com a situação.

Hope, por sua vez, chorou sem cerimônias de frente ao professor. A base girl mais revoltada do instituto não parecia ser mais aquela fortaleza impenetrável que John conhecera. Agora via somente uma flor murchando com o calor do momento.

– Mamãe perdeu meu avô pelo mesmo problema. – Ela iniciou. – Ficou devastada por um longo tempo, quase entrando em depressão. Foi por isto que se dedicou ainda mais a sua profissão, se tornando muito ocupada.

– Mas desde alguns meses para cá, quando eu descobri o meu tumor, ela sofreu um acidente no hospital e está muito ruim. – Hope revela, tornando a chorar. – Eu cuido dela desde então. Contar sobre meu tumor para quê? Preocupá-la mais? Fora de cogitação.

Sem resposta àquilo, John quis mostrar que entendia cada motivo de Hope e que estaria com ela para o que viesse a seguir. Assim ele a abraçou, antes beijando sua cabeça em um gesto de proteção.

E assim permaneceram por longos minutos.


Dia do Baile.

Faltavam duas horas para o baile e, enquanto alunos preparavam-se para sua graduação, John Simas recebia uma visita inesperada.

No difícil duelo entre o professor e a gravata borboleta, algumas batidas foram efetuadas em sua porta. O Simas gritou um “já vai” e saiu de frente ao espelho, dando bandeira branca.

Assim que abriu a porta não soube como reagir ou dizer.

– Frankie?! – Estranhou o professor, surpreso.

Já dizia algum sábio que nem todas surpresas são boas. Ter Frankie, aquele que possivelmente tenha arruinado sua carreira, em sua frente talvez não fosse diferente.

Contudo, Frankie nada disse. Estava estranho, querendo, sem êxito, falar algo. O olhar vago do jovem mal conseguia encarar o mais velho, este segundo lentamente percebendo o nervosismo do garoto.

– Eu... Eu gostaria de um minuto. – Pediu o garoto.

Frankie havia chorado, notava John. No geral, Frankie estava psicológica e fisicamente acabado. A roupa maltrapilha, amassada e coberta por suor davam a ele uma imagem sofrida e de dar pena.

Como maldade não adentrava o coração do Simas, foi feito um convite para que Frankie entrasse. O jovem entrou, acanhado, indo direto ao sofá, mas não se sentando.

John fechou a porta e, pensativo, caminhou até ficar de frente ao garoto.

– O que houve, Frankie? – Questionou.

Nervoso, Frankie mordiscava seus lábios em uma tentativa falha de prender as lágrimas, cuja escapatória de seus olhos já estava garantida. Sem saber por onde começar, o jovem se colocou de joelhos e disse:

– Perdoe-me.

John expressou surpresa, sem palavras. E quando pensou em dizer algo, Frankie prosseguiu.

– Você não é apenas um professor de filosofia. – Disse. – É um professor da vida. Você ajudou, de certa forma cada um de nós.

Conforme Frankie falava, John prestava atenção. Ele poderia parar aquilo em qualquer momento, todavia, como esperava, queria ter um momento com cada um de seus alunos. Frankie de forma alguma, apesar dos pesares, seria a exceção. Acreditava que ao término daquilo tudo teria respostas, teria clareza.

Teria paz.

– Que mundo a garota popular é insegura? Ou o relacionamento de primos não seria julgado, mas sim aprovado? – Questionou. – Você é diferente. Você mostra quem realmente somos, expõe e nos ajuda com nosso verdadeiro eu. Com você, eles puderam ser o que quiseram ser, e viram que era algo bom ser o que eram. Eu, por outro lado, não tive essa oportunidade.

Então John entendeu.

– Sim, com o tempo e atenção aprendi a olhar você com outros olhos, John. – Frankie revela. Um nó em sua garganta se forma e as lágrimas passam a escorrer por sua face. – Já é clichê dizer que me apaixonei pelo professor John? – Brincou. – Mas, honestamente, não tinha nenhum interesse sexual, era um sentimento tão puro e fiel que não pude ter acesso.

– E claro. – Ele prossegue. – Nada disto pode justificar o que eu fiz. Nada feito a partir do ciúmes pode ser justificado. Sei que muitos ainda vão me odiar, mas quanto a você, não suportaria permanecer sem teu perdão. Eu...

– Já chega Frankie. – John interrompe. – Não quero ouvir mais nada.

John caminhou até o sofá mais longe, assentando-se de frente para o jovem. Pensava no que diria a partir daquele momento. Sua mente estava exausta, mas seguiu adiante.

– Honestamente, Frankie, eu não preciso perdoá-lo. – Disse.

– Como não? Eu...

– Eu mereci isto. – Continua o professor, sem remorso por interrompe-lo. – Cedo ou tarde essas coisas vêm à tona. Se eu quero melhorar e ajudar as pessoas, primeiro preciso ser eu a estar melhorado e ajudado. Isto me faz lembrar de uma curta, porém importante e sábia citação de Séneca. – Comenta John. – “Se queres ser amado, ame.” Com base nisto, Frankie, gostaria de lhe dizer algo, do fundo do meu coração.

– Claro.

– Sou eu quem quero pedir perdão. – Revela John.

– Como?! – Indaga o mais jovem. – Não tem...

– É claro que tem. – Interrompe John, levantando-se. – Levante-se garoto, por favor.

Como se fosse ordem, Frankie levantou-se e ficou de frente para John. Os olhos cor de mel do castanho fitaram os do professor e o jovem podia sentir seu coração bater mais forte.

– Tento entender cada um de meus alunos, mesmo não sendo tão atencioso com os demais. – Prosseguiu o Simas. – Eu não sei pelo que você passa, ou pelo passou. Talvez eu fosse a mão amiga que poderia te ajudar, mas o ignorei. Me perdoe.

Agora restava somente uma única etapa. Um último encontro antes de todos seguirem suas vidas com seus próprios problemas e objetivos.

John Simas enxugou as lágrimas, já dentro de seu companheiro, o Mini Cooper, e seguiu pelas movimentadas ruas de Londres. Assim fazia Ethan Halford, dirigindo seu jaguar, pensando em todo seu ano até então. Os encontros com John lhe fizeram crescer amorosamente, mas se entristecia ao ver sua mãe, no banco do passageiro, que jamais aceitaria.

Heaven Lockwood, por sua vez, entrava sem entusiasmo no carro blindado de seus pais. O motorista manobrava o carro enquanto a morena olhava, vagamente, pela janela. Pensando longe, ignorou qualquer tagarelice ou bronca de seus pais. E não diferente dela, Marvin Morris desligava seu telefone, irritado. Era a sua formatura, mas mesmo assim seus pais arranjaram alguma desculpa para não irem. Sem paciência, se apressou para o baile, sem esconder a tristeza mascarada em ódio.

Uns eram com os pais, outros consigo mesmos. Enquanto esperava Felicity no carro, Hope lembrava-se do exame e o que faria com aquilo. Não ter sua amada e não ter esperança no tratamento – tanto seu ou de sua mãe. Não sabia como curtir aquela noite. Já Felicity Drayny terminava de se ajeitar no espelho, mas sem gostar do que via. Sentia-se vazia demais para comemoração.

Seguindo para o baile, o carro dos Armstrong transbordava silêncio. Anthony para um lado e Mackenzie para o outro. Pertos um do outro, e ao mesmo tempo longe demais. Até quando o coração se machucaria com aquilo? Se questionavam.


Futuro

Estavam acima da mesa, espalhadas por toda a madeira, as mensagens filosóficas e fotos de suspeitos que, longe da delegacia, Hal olhava atentamente.

Com Anthony ainda preso, era impossível ele ser a pessoa enviando as mensagens. Mesmo todas provas o indicando como assassino, as – até então misteriosas – mensagens intrigavam o investigador.

Anthony e Mackenzie estavam ou se protegendo ou protegendo alguém. De qualquer forma, era evidente que o enrustido casal sabia mais do que diziam. Mas o coração de Hal dizia que teria prendido a pessoa errada.

A luz baixa da pequena sala não impedia o loiro ler e reler cada mensagem. O investigador as separou, juntou novamente. Separou filósofos, indo de pesquisas em pesquisas, mas nada foi encontrado.

A xícara de café foi seu refúgio naquele momento, onde estranhamente aflito o homem se encontrava. Hal parecia mais ansioso que de costume, como se um tempo limite tivesse sido posto a ele. Muitos já estavam desconfiando e o tempo estava se esgotando.

Olhou a imagem de John Simas, a mesma enviada em uma das mensagens anônimas. Durante alguns segundos ele simplesmente a olhou e, sem mais forças para permanecer no personagem, chorou.

Digitou a senha no notebook de John e foi direto a caixa de e-mails do falecido. Todas as mensagens direcionadas a uma mesma pessoa que jamais pôde respondê-las.

Como uma verdadeira criança, não se importou em deixar as lágrimas rolarem. Chorava pela morte de John. Chorava pelo tempo se esgotando. Chorava principalmente por não poder ter feito nada.

O revólver estava posto sob a mala feita, próxima a porta. O olhar no cano da arma o manteve hipnotizado por um determinado instante. Seus pensamentos eram de ser descoberto. No final, o homem não tinha medo de morrer, ou de ser preso.

Ele queria somente achar o assassino.

Foi o que o motivou a retornar às mensagens, eliminando os suspeitos um a um. Em um papel escreveu o nome de cada filósofo, buscando alguma conexão.

Nada parecia fazer sentido até que uma nova mensagem caísse em seu celular. Na verdade, a última que receberia.

“Se queres ser amado, ame.” – Séneca.

– Outra frase. – Sussurrou.

Imediatamente acrescentou Séneca na lista, abaixo de todas elas. Embora tenha tido a frase, havia algo mais abaixo.

“Eu sei de toda a verdade, estou te dando o nome que procura. Após, me encontre onde tudo começou.”

– O nome que procuro. – Repetiu, em sussurro.

Agora dando total atenção às mensagens, leu novamente cada palavra. Seus olhos iam e vinham freneticamente até que, em uma fração de segundos, notou o óbvio.

O nome.

Ele finalmente tinha entendido o que que as mensagens significavam. Elas lhe dariam um nome, e deu. O loiro respirou um pouco e pensou: “onde tudo começou?”

Sem dúvidas, a resposta para esta pergunta era um pouco menos complicada.

– ICAB. – Sussurrou.

Logo recolheu tudo que estava em sua mesa e enfiou na bolsa. Ajeitou o casaco, jogou a bolsa nas costas e escondeu o revólver na cintura. Mas assim que apanhou a arma para ir, o telefone tocou.

Era Joshua McCarthy.

Olhando, o que o falso investigador fez foi atender, sem dizer nada.

– Boa noite Hal, senti sua falta na delegacia. – Disse o delegado. – Voltamos após averiguar o corpo encontrado e veja que estranho: estou de frente para o corpo falecido de alguém que sei que conhecemos bem. Hal Davenport.

– Sei que está na linha. – Prosseguiu Joshua. – Já sabemos onde você está e vamos descobrir quem realmente é você.

Do lado de fora do esconderijo do individuo, Joshua grunhiu para que arrebentassem a porta e logo adentraram a cabana. Embora tivessem rastreado o celular, haviam chegado tarde. Não havia ninguém, somente o aparelho

– Ele não deve estar longe! – Joshua grunhiu. – Vão atrás e não voltem sem ele!


Notas Finais


Pelo visto Hal descobriu o assassino, e vocês? O que os nomes dos filósofos querem dizer? Seria uma espécie de charada?
Eu coloquei em negrito uma parte da história que diz sobre o óbvio das mensagens, pensam, talvez o nome do assassino sempre esteve nítido este tempo todo.
O corpo achado no capítulo anterior era de Hal? Oi? Hal não era Hal? Então quem ele é?
E o que Denise Floyd sabe?
Mark e Jane vão aparecer para caçar confusão no baile?
Quem mandou as mensagens ao investigador realmente? Não se lembram de exatamente nada do capítulo 2? Hehehe.

E onde exatamente é "onde tudo começou?"

Xoxo amores, perdão pela demora e até o último capítulo.


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