História Le Doute Et L'euphorie. - Eu prometo.

Larry acorda meio desnorteado. Já imaginava que iria acordar de madrugada, visto que estava se tornando algo frequente. Eram 03:17. Tateou no escuro sua cama, a procura de seu maço de cigarros, até encostar em algo duro. A máscara de Sal. Foi então que notou o sumiço do azulado.

Se levantou silenciosamente da cama, afim de ir atrás do mais baixo. Foi até a sala e não o encontrou, se dirigiu à sala e obteve o mesmo resultado. Logo bateu na porta do banheiro, ninguém respondeu, então abriu a porta. Vazio.

O moreno voltou ao seu quarto, colocou um moletom vermelho e seu usual tênis preto, pegou o cartão de acesso e suas chaves, em seguida levando a prótese de Sally, ele poderia querer, logo saiu dali preocupado com o citado.

Andou pelos corredores do antigo prédio em que vivia, mas sem sinal. Resolveu sair dele, mas quando pisou para fora, quase tropeçou em alguém. Era quem ele procurava.

ㅡ Sal? ㅡ O menor se assutou e  rapidamente cobriu o rosto. ㅡ Aqui... ㅡ Lhe entregou a máscara.

ㅡ O-Obrigado Larry. ㅡ Disse com a voz embargada.

ㅡ Hey carinha... ㅡ O moreno se sentou ao lado do menor. ㅡ Você está chorando? ㅡ Perguntou com tom de preocupação na voz. 

ㅡ N-Não se preocupe. Eu to bem... ㅡ Se virou, esboçando um sorriso por trás da prótese. Johnson não respondeu, e o abraçou.

ㅡ Pode me contar. Não vou te julgar. ㅡ Disse ele enquanto acariciava os cabelos macios de Fisher.

ㅡ Eu sonhei com ela... ㅡ Confessou bem baixinho. ㅡ Minha mãe. 

ㅡ Quer contar sobre o sonho? ㅡ Perguntou tentando reconfortá-lo. Sal negou com a cabeça, então escondeu seu rosto no moletom de Larry, que pôde perceber que ele havia voltado a chorar.

ㅡ Eu s-sinto tanto a falta dela. ㅡ Adimitiu.

ㅡ Eu entendo, pequeno. Também sinto falta do meu pai. E tenho sonhos com ele, direto. ㅡ Johnson sorriu amavelmente. ㅡ Sally Face. ㅡ Segurou o queixo do citado, para que ele olhasse diretamente em seus olhos negros.

E novamente algo em Larry lembrava Fisher do céu. Aqueles olhos negros lhe lembravam o universo inteiro. Como pode ser tão profundo e raso ao mesmo tempo? Tão quente, mas tão frio... A imensidão era algo pequeno perto do que aqueles olhos faziam Sal sentir. Fisher passaria horas divagando sobre eles. Mas logo voltou a si e respondeu. 

ㅡ S-Sim? ㅡ Fungou.

ㅡ Eu prometo que nunca vou te deixar. Não vou fazer o que nossos pais fizeram. ㅡ Ditou baixo. ㅡNunca vou te deixar ok carinha? ㅡ Sorriu, bagunçando os cabelos - que não estavam presos em maria chiquinhas naquele momento - azuis do garoto ao seu lado.

Sal pôde sentir seu rosto esquentar. Nunca, ninguém foi tão legal e carinhoso como Larry estava sendo naquele momento.... Nem mesmo seu pai. O azulado abraçou o pescoço do moreno sorrindo abobado. ㅡ Eu também prometo que nunca vou te deixar. Juntos até o fim.

O mais alto sorriu de volta e após ter sido solto do abraço carinhoso, acendeu um cigarro. Deu uma longa tragada e notou o menor observando.

ㅡ Você não deveria fumar tanto... é o quinto ou sexto cigarro do dia. Assim não vamos ficar juntos até o fim. Eu vou ficar para o seu fim. ㅡ Ele  disse num tom calmo, mas fez com que o moreno percebesse que era bem sério. Simplesmente apagou seu cigarro e quetribuiu o olhar.

 ㅡ Certo. Agora vamos voltar, estou congelando aqui fora, mocinho. ㅡ Johnson brincou, se levantando e entendendo sua mão para o menino agora a sua frente, que a segurou sorrindo abertamente. 

Logo os dois estavam novamente no quarto de Larry, divindo a cama. Johnson estava sem sono, portanto fazia trancinhas no cabelo de Sally.

ㅡ Não consegue dormir? ㅡ Perguntou preocupado ao trancista.

ㅡ Não. Tem algo me incomodando. ㅡ Respondeu baixo.

ㅡ O que é? ㅡ Ele se virou para o moreno, de forma curiosa.

ㅡ Não faço ideia. ㅡ Eles riram baixinho. ㅡ Só estou meio ansioso... 

ㅡ Entendo. ㅡ Disse Sal compreensivo. ㅡ Desde quando você, Todd e Ash se conhecem?

ㅡ Desde que eu me lembro. ㅡ Os dois riram novamente. ㅡ Eles dois sempre estiveram comigo... nos bons e maus momentos. E eu sou muito grato por poder chamá-los de amigos. ㅡ Larry sorriu quadrado. ㅡ E agora tenho você para chamar de amigo também. 

Sal sentiu sua boca secar com a última frase, mas decidiu ignorar. ㅡ Obrigado por me aceitar como eu sou... Nunca tive muitos amigos. O único que eu tive... Bem... Ele fez algo horrível comigo. ㅡ Confessou em tom magoado.

ㅡ Não precisa me contar. ㅡ Reconfortou. 

ㅡ Eu fico surpreso por você não me perguntar o motivo de eu usar a máscara. Nenhum de vocês. ㅡ Sally mudou de assunto.

ㅡ Confesso que eu sou muito curioso com isso. Mas vou esperar o seu tempo. Se você ainda não nos contou, ou nos mostrou, significa que não está preparado para isso.

ㅡ Não ache que é por conta de confiança. Eu confio muito em vocês. Mesmo sendo estranho, já que nós nos conhecemos ontem. ㅡ Riu baixinho. ㅡ Mas tenho a sensação de que eu conheço vocês desde que nasci. E que posso contar com vocês para tudo. Eu confio em vocês. Mas ninguém me viu ainda...

ㅡ E você pode contar com a gente pra tudo mesmo. Nós já te consideramos parte da família. ㅡ Disse Larry, com a voz sonolenta. Sally corou.

ㅡ Obrigado... Eu amo vocês. Eu amo você. ㅡ Respondeu baixo, notando que o moreno havia dormido, então dormiu também.

Sal e Larry acordaram de uma forma peculiar. Algo chacoalhava o colchão dos dois, fazendo com que acordassem. 

ㅡ BOM DIA DORMINHOCOS! ㅡ Gritou Ash.

ㅡ Mas que porra? ㅡ Ditou Sally.

A morena pulava na cama de Johnson, afim de acordá-los. Logo a porta foi aberta e alguém com a cabeleira laranja adentrou o quarto, se juntando a Ash. Todd agora pulava rindo da brincadeira.

ㅡ VOCÊS ESTÃO MORTOS! ㅡ Gritou Larry. O azulado do grupo jogou uma almofada nos dois adolecentes saltitantes ali. 

Rapidamente aquilo se tornou uma guerra de travesseiros, almofadas e o que mais pudessem usar. Cinco minutos os quatro estavam esgotados, deitados uns em cima dos outros na cama, recuperando o fôlego, enquanto riam.

ㅡ Nós vamos nos atrasar. ㅡ Falou Ahsley, que estava em baixo de todos.

ㅡ Eu faltaria hoje. ㅡ Disse Todd.

ㅡ Eu também. Estou sem paciência para a Sra. Packerton falando sobre matemática. ㅡ Adicionou Larry.

ㅡ Que pena não é mesmo? Eu até apoiaria, mas ontem Larry não prestou atenção nas aulas, e essa semana nós teremos provas. ㅡ Sal brigou.

Os outros três resmungaram, mas logo se levantaram e se arrumaram.

ㅡ Infelizmente Sal tem razão. ㅡ Concordou Ash.

ㅡ Eu sempre tenho! ㅡ Brincou fazendo com que os outos jogassem almofadas nele. 

ㅡ Meu baixinho é convencido, não é? ㅡ Larry riu. 

ㅡ Seu? ㅡ Perguntaram Todd e Ash ao mesmo tempo, fazendo uma cara maliciosa.