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História Le Noir - Revelações


Escrita por: SunHee_sun

Notas do Autor


Pessoas lindas e cheirosaaas \õ/ cá estou eu com mais um capítulo de Le Noir. Eu queria ter escrito antes, mas estou no final do semestre e nessa época do mundo acumula uma vida para estudar... ç.ç

Mas o importante é que esse capítulo está grandinho, e nele vamos conhecer melhor mais um dos nossos amiguinhos que habitam o Le Noir e também saberemos de algumas revelações, como o próprio título sugere hehehe. Eu realmente estou muito animada em escrever essa fic e estou muito curiosa para saber qual curso ela percorrerá, pois por mais que eu tenha a história pré- formulada na cabeça, na hora que eu escrevo sempre aparecem detalhes que muitas vezes podem mudar a vida hahaha

Queria agradecer também a todo mundo que está acompanhando, favoritando, comentando... <3 enfim, saranghae vocês! *-*

Chega de enrolação e boa leitura! haha

p.s: desculpem qualquer erro grotesco, eu realmente estou bem cansada xD

Capítulo 3 - Revelações


Fanfic / Fanfiction Le Noir - Revelações

[ MinA POV’s ]

 

Himchan e Yongguk ficaram se encarando por um tempo. Era impossível entender o que o olhar de ambos estava querendo dizer. Será que estão do mesmo lado ou são inimigos mortais?

Bang Yongguk é a figura mais misteriosa que habita o Le Noir, sempre calado e na dele nunca dá para saber quais são suas reais intenções. Pouco se sabe sobre o seu passado, uma das poucas informações que temos é que ele foi um dos primeiros a se integrar ao esquema e que antes disso atuava como matador de aluguel.

- MinA, preciso falar com você... – ouvi a inconfundível voz grave de Yongguk -  em particular. – ele completou.

Já sabia o que ele queria, apenas fiz um sinal com a cabeça indicando que me seguisse. Logo havíamos chagado ao meu quarto, abri a porta indicando para que aquele homem entrasse.

- Fique a vontade, já sabe onde ficam as bebidas. – falei enquanto trancava a porta do quarto.

Yongguk, calado como sempre, foi até o balcão de bebidas e pegou uma dose de whisky. Como eu era uma prostituta de luxo eu tinha uma enorme variedade de bebidas, charutos, e aparatos no meu quarto, pois os meus clientes, não eram clientes qualquer, eles estavam acostumados com tudo do bom e do melhor e aqui não poderia ser diferente.

Yongguk se aproximou da cama, na qual eu estava sentada, e jogou no meu colo uns papeis que já estavam amassados de tanto ser manuseados.

-Conhece esse cara? – disse enquanto sentava do meu lado bebericando sua bebida.

-Hm, ele já apareceu algumas vezes por aqui.

-Quero todas as informações possíveis. - Yongguk dizia enquanto suspirava profundamente no meu pescoço.

- Detesto esse cara, é um filho da puta. – eu realmente já havia sofrido muito nas mãos daquele maldito que tinha o rosto estampado naquele papel. – o que você pretende fazer com essas informações?

- Himchan quer dar um fim nele. – eu já estava me sentindo estimulada pelos lábios carnudos de Yongguk, que insistiam em beijar meu pescoço.

-Posso te dar os detalhes depois? Agora eu quero outra coisa...

Não demorou para que eu já estivesse sentada no colo dele com as minhas pernas o envolvendo enquanto nos beijávamos como se não houvesse o amanhã.

-Ei, me diga uma coisa... – consegui me desvencilhar da boca daquele homem que agora atacava o meu colo.

Recebi um “ hum” como resposta.

-Qual é a tua com o Himchan? – indaguei.

-Nada demais, apenas uma relação profissional. – me respondeu enquanto terminava de tirar a camisa exibindo todas as tatuagens que adornavam seu corpo.

-Duvido. – provoquei.

Ele se deitou na minha cama fazendo um gesto com a mão para eu aproximar o meu rosto do dele e logo estávamos novamente nos beijando.

- Joga a real. – provoquei mais uma vez.

- Não tenho nada pra jogar. – me retrucou enquanto tirava as poucas roupas que eu tinha no corpo. – agora isso não interessa.

 

[ Yongguk POV’s ]

 

Eu precisava coletar algumas informações com MinA por isso fui até onde ela estava e chegando lá me deparei com Himchan prestes a ser morto por Zelo e JongUp. Foi por pouco, mas não foi dessa vez que Himchan se deu mal...ele sempre consegue um jeito de se safar quando está em risco.

Depois disso eu vim para o quarto de MinA. Minha real intenção era coletar as informações, mas como sempre eu não resisti ficar trancado no mesmo ambiente que essa mulher e agora a tenho completamente nua na cama. Eu e ela. Ela e eu.

Terminei de desabotoar as minhas calças, me aliviando do incomodo que era ter o meu membro apertado debaixo daquele pano.

MinA já me esperava na posição certa para eu penetrá-la e não demorou muito para que o ato se consumasse, por mais que já houvesse transado tantas vezes com MinA, toda vez era uma sensação diferente.

- Como você consegue fazer isso, mulher? – a questionei sussurrando no seu ouvido.

- O que? – me provocava enquanto arranhava as minhas costas.

- Me deixar assim...louco de desejo. – comecei a me movimentar com mais intensidade.

- Vai me dizer que está apaixonado por mim? – deu uma risada debochada.

- Claro que não. – dei uma pausa enquanto a virava deixando MinA de quatro na cama e novamente a invadindo com meu membro.

- Sei ... – ela continuou me provocando.

- Você sabe muito bem qual é a nossa relação. – apertei a bunda dela com força como forma de punição.

- Sei... é tão clara quanto a sua relação com o Himchan. – MinA não desistia de me provocar.

Ela sabe muito bem que eu detesto, mas ao mesmo tempo adoro ser provocado. Talvez ela fizesse isso com tanta frequência porque eu respondia às provocações de uma maneira bastante prazerosa.

Coloquei MinA com as mãos apoiadas na cabeceira da cama enquanto me preparava para penetrá-la por trás.

- Empina mais essa bunda. – Falei dando um leve tapa naquela pele nua.

-Assim? – Me provocou voltando o olhar pra mim enquanto mordia seu lábio inferior. Muito sexy.

- Não, eu quero mais. – exigi.

- Agora está bom, Sr . Bang Yongguk? – empinou mais. Agora sim estava do jeito que eu gostava.

Sem cerimônias invadi a entrada de MinA com meu membro apreciando os gemidos daquela mulher. Não sei dizer por qual lado era melhor me deliciar com MinA, talvez seja por isso que JongUp se sente tão incomodado que Himchan tenha colocado MinA sob sua tutela.

- Bang – escutei ela gemer meu nome, mas acabei nem respondendo.

Eu realmente não consigo prestar muita atenção nas coisas que aconteciam ao redor enquanto estou transando com MinA, eu só consegui dirigir minha atenção para o prazer que aquele corpo feminino me provocava.

Depois de mais alguns minutos me desfiz dentro dela, caindo na cama por conta do cansaço. Ela sabia muito bem como tirar todas minhas energias. Ficamos calados por alguns minutos, sem trocar toques ou olhares, até que decidi quebrar aquele silêncio:

- MinA – a chamei.

- Hum. – dessa vez foi em quem recebeu essa resposta.

- Por que você faz isso comigo? – fiquei admirando aquela mulher estava sentada de costas pra mim enquanto ajeitava os fios de cabelo que estavam colados no suor do seu corpo. Que silhueta deliciosa. Pensei comigo.

- Faço o que? – fui surpreendido por uma MinA que apertava de forma provocativa os seios fartos enquanto se inclinava na minha direção.

- Deixa pra lá... – era impossível não me sentir hipnotizado por aquele par de seios. – acho que está na hora do segundo round.

O Himchan que esperasse pelas informações, pois pra quem quase morreu algumas horas a mais ou a menos não fariam muita diferença. Naquele momento eu estava mais do que ocupado.

- Vem cá. – sinalizei para que MinA se posicionasse sobre meu membro, que começava a querer despertar novamente.

Ela estava esfregando nossas intimidades, e tudo teria sido perfeito se um certo idiota não começasse a berrar na porta.

- MinA! Abre essa merda AGORA! – era JongUp. E por ser justamente ele, MinA não podia ignorar aquela ordem.

E assim ela fez, se levantou e foi abrir a porta nua mesmo, afinal não tinha porque ela se cobrir se todo mundo aqui já a viu sem roupa.

JongUp encarou MinA com um ar de indiferença e depois dirigiu o olhar pra mim, que continuava do mesmo jeito na cama. Sim, eu era o alvo dele.

- Ééé... pelo visto a pegação está boa aqui, heim...- riu debochando da minha cara – Bang Yongguk.

- O que você quer? – retruquei permanecendo deitado na cama. – fala logo que eu estou ocupado.

- Ah sim... – analisava o ambiente – o que é que o Himchan sabe que eu não sei?

- Pergunta pra ele, ué. – revirei os olhos. Ele riu.

- Bang Yongguk... – ele disse se aproximando de mim – sabia que você parece um velho rabugento?

- Ninguém te perguntou. – cuspi algumas palavras no ar.

Dava pra ver claramente que JongUp estava bêbado, ele ficou alguns instantes pensando no que ia dizer quando teve sua atenção desviada para o corpo nu de MinA no mesmo instante em que ela se dirigia ao balcão de bebidas para tomar um gole de whisky.

- Min... trás uma dose pra mim!

Min? Essa foi boa, nunca havia visto JongUp tratá-la com tanta intimidade, pra chegar a esse ponto ele devia estar é muito bêbado.

- Toma... – ela entregou o copo para ele que a olhava fixamente.

JongUp bebericou a bebida e tascou um beijo na boca de MinA.

- Aah! Gostosaaa!! – gritava enquanto gargalhava igual a um louco para o prostíbulo inteiro ouvir.

Tomou a dose num único gole depositando o copo num lugar qualquer do quarto.

- Tsc tsc, Bang Yongguk... aproveita, aproveita bastante, porque você sabe que a MinA nunca será sua, não é? – disse com um sorriso provocativo.

- Ela está sendo minha aqui e agora, idiota.

-Não é disso que eu estou falando não...eu... eu... – tropeçava nas próprias palavras.

JongUp apalpava a cintura em busca de sua arma.

- Merda, esqueci lá embaixo. – rosnou.

Respondi com o meu silêncio e JongUp se dirigiu em direção à porta  enquanto tropeçava nas próprias pernas.

- Ah! Achei que o menino fosse maior, Bang Yongguk. – disse fazendo gracinha.

Ficou gargalhando sozinho por alguns instantes.

-ZELOOO! - o chamava aos berros.

Logo vi a silhueta do mais novo aparecer na porta.

- E você MinA... que desperdício te deixar peladinha aí com esse cara. – JongUp é do tipo de bêbado que só fala merda. – vai lá embaixo depois.

E novamente tascou um beijo enquanto deixava suas mãos passear no corpo de MinA. Ele estava fazendo isso pra me irritar e pra falar a verdade desde que o conheço ele faz esse tipo de coisa. Eu apenas ignoro.

- Vamos! – ordenou para Zelo enquanto sumia pelo corredor.

Antes que MinA fechasse a porta, Zelo invadiu o quarto para lhe depositar um beijo na bochecha logo após sussurrar algo em seu ouvido.

 

[ MinA POV’s ]

 

Tenho que admitir que é difícil lidar com JongUp, mas lidar com um JongUp bêbado é mais difícil ainda. JongUp é do tipo que bebe socialmente, não é tão comum ele encher a cara, mas quando faz resolve fazer isso bebe até cair. E hoje seria um dia desses.

Certamente ele estava se roendo de raiva de Himchan, era evidente que ele queria ter o matado, mas não podia fazer isso devido ao fato de que Himchan possui informações que são de seu interesse. Era claro que ele estava com raiva, os anos de convivência me diziam isso.

Passei mais algumas horas na companhia de Yongguk e tenho que admitir que o cara é bom de cama.

Aqui no Le Noir ele é responsável por levantar informações e também controlaa as finanças do local, claro que sempre sob os olhares de Himchan, que é quem está no comando do esquema no momento.

- Por que você nunca conta nada sobre seu passado, hm? – perguntei enquanto massageava seus ombros. Yongguk estava quase vestido, só faltava abotoar a camisa.

-Porque eu não tenho passado, simples. – Me respondeu entre suspiros causados pela massagem.

-Todo mundo tem um passado. – insisti.

-Eu decidi esquecer meu passado no instante que entrei para o esquema. – me respondeu.

- Entendo...- dei uma pausa. – você já fez muita coisa ruim na vida, né?

- Sim, quem que está aqui e não fez e faz coisas ruins? – recebi uma pergunta retórica como resposta.

Na verdade Yongguk tinha razão. Todos os que integram o esquema estão longe de serem pessoas boas e corretas. Todos nós temos uma extensa ficha criminal, seja por roubo, assassinato, tráfico de órgãos... a realidade que habita o Le Noir é dura e cruel, mas de certa forma todos nós já aceitamos essa realidade e sabemos que se não pagarmos por nossos crimes nessa vida, vamos pagá-los em algum outro lugar.

Às vezes me pego pensando como poderia ser diferente a realidade de cada um de nós se tivéssemos tido mais apoio das nossas famílias, se tivéssemos recebido mais amor, se não tivéssemos ficado cara a cara com o crime tão cedo. Todos nós temos uma origem e uma trajetória de vida diferente, mas todas elas de convergiram num único lugar, o Le Noir. Será mesmo que as pessoas nascem más? Ou o meio em que vivemos, as pessoas com quem convivemos, as situações pelas quais passamos que nos influenciam a chegar ao ponto de sermos indivíduos que a sociedade quer ver enclausurado ou morto? É difícil saber a verdade.

- MinA. – Yongguk me chamou.

- Sim. – aguardei que ele continuasse.

- Você também nunca me falou nada sobre você. – me questionou indiretamente.

- Ah... apenas deduzi que todo mundo já saiba sobre mim aqui. – respondi.

- Não sente falta da sua antiga vida? – me indagou enquanto cutucava um botão qualquer da camisa.

- Pode até parecer que eu tenha ido parar nas ruas por um motivo bobo, afinal o que tem de tão errado em ficar grávida, não é mesmo?

- Sim...- a voz grave me respondeu.

- Mas o ato da minha família, ou melhor, ex- família foi bastante cruel. Não que eu esteja me fazendo de vítima, mas por mais que fossemos uma família tradicional e rigorosa eu nunca imaginei que meus próprios pais teriam coragem de me enxotar como uma cadela de rua no momento em que eu mais precisava do apoio deles. - não posso mentir, mesmo depois de anos ainda era difícil falar sobre isso.

- Você nunca mais os viu? – ele me dirigiu o olhar acompanhado de tais palavras.

- Vi...- pausei. – foi no mesmo dia que encontrei JongUp. Na parte da manhã daquele dia eu estava perambulando pelas ruas em busca de algum resto de comida, mas estava difícil de encontrar e o peso da barriga me provocava dores nas costas. Foi quando eu dei de cara com meus pais andando na mesma calçada que eu estava, admirando as lojas com toda a imponência da família Park.

Yongguk me escutava atentamente. Continuei:

- Na hora eu fiquei espantada em encontrá-los ali. Eu não sabia se corria, se partia pra cima deles, se chorava ou se implorava por um teto, mas no fim fiquei parada, calada, olhando para aqueles dois que me colocaram no mundo. Eles ficaram em choque ao me ver mal- trapilha, suja, fedendo e com uma barriga que se destacava na minha magreza, mas eles não ousaram a mencionar meu nome ou vir em minha direção perguntar se tudo estava bem. Era óbvio que não estava. Por conta da vergonha de terem uma filha como eu, apenas desviaram o olhar para o chão e passaram apressados por mim como quem passa ao lado de um saco de lixo qualquer.

Suspirei.

-Depois disso nunca mais os vi, e na noite desse mesmo dia JongUp apareceu na minha vida. Eu já havia perdido qualquer esperança de voltar a ser o que eu era antes, então apenas me agarrei à mão que ele me estendeu naquele momento.

Yongguk ouviu tudo calado, como se houvesse vivido cada palavra que eu narrava. Foi difícil pra mim. Foi difícil pra ele também.

 

                                                   ***

 

Depois de passar alguns momentos conversando com Yongguk, eu decidir ir para o térreo, afinal a noite estava só começando e eu tinha que trabalhar.

Logo que desci as escadas me deparei com as costas de JongUp, que agora nem se dava ao trabalho de beber usando um copo, já estava virando o litro na boca.

- Cuidado pra não entrar em coma alcoólico. – tirei a garrafas das mãos dele bebendo um gole da bebida. – ir parar num hospital é perigoso pra gente da nossa laia.

- MinA – resmungou – você demorou.

- Eu estava ocupada. – me sentei no sofá no espaço que havia entre ele e Junghong.

Hoje o prostíbulo estava bastante movimentado, a música alta dominava o ambiente enquanto algumas garotas de programa faziam seu show de strip tease no palco principal e para todos os lados que você olhava era possível ver gente se pegando.

Não demorou muito para que uma figura animada aparecesse no meio da multidão segurando duas mulheres pela cintura. Era YoungJae.

YoungJae era do tipo que não perdia a oportunidade de se divertir e ir pra cama com alguém.

- Ora ora se não é a minha deusa, que deu o ar da graça! – exclamou quando me viu sentada naquele sofá, largando as duas mulheres e vindo em minha direção.

- Ora ora se não é Yoo YoungJae. – falei me preparando para sentir o toque daqueles lábios macios. Ele ia me beijar, tinha certeza disso.

E assim ele fez, YoungJae se agachou diante de mim, se ajeitando no meio das minhas pernas e dessa forma envolvendo minha cintura com suas mãos. E nisso iniciamos um beijo voraz que só foi interrompido com um JongUp bêbado que tentava nos separar com as mãos.

-Ê,ê,ê, folgado. Pera aê – JongUp tentava empurrar YoungJae, mas a sua condição não o ajudava muito. – não é de graça não.

- Aish, que chato. – Jae tirou a carteira do bolso e jogou alguns wons no colo de JongUp, que ficou analisando aqueles pedaços de papel.

- Não quero isso. – resmungou jogando as notas em direção às duas garotas que estavam com YoungJae. Elas voaram no dinheiro como urubu na carniça.

Tenho que admitir que era satisfatório ver a cara de inveja das duas me encarando enquanto tinha o homem delas comigo. Entre as garotas de  programa existe uma hierarquia ferrenha, que nos tornam todas inimigas umas das outras, tentando trapacear e passar a perna em busca de “subir” nessa vida. O posto mais alto que se pode ocupar nessa pirâmide é o meu, e é o lugar que todas desejam, seja por sede de poder, por vaidade, ou pelo simples fato de ter mais privilégios, mas me tirar do meu posto não é uma tarefa muito fácil, eu sei mover com cautela e precisão as peças desse jogo.

 

                                               ***

 

Nessa noite eu tive que atender um cliente, foi uma transa bem sem graça e é nessas horas que me pergunto do que adianta nadar no dinheiro e não saber usar o instrumento com o qual veio ao mundo.

Quando o carinha foi embora eu desci novamente para o térreo, que já estava bem mais vazio por causa que o sol estava começando a nascer. JongUp estava sozinho, sentado no mesmo lugar, cantarolando alguma coisa indecifrável.

-Ei, vamos subir! Eu te ajudo. – chamei JongUp enquanto lhe estendia a mão.

- Não quero, está bom aqui. – disse cantarolando.

- Você está um trapo, vamos. – insisti o puxando pelas mãos.

 - Aish, irritante. – rosnou enquanto tentava parar em pé.

JongUp era mais pesado do que parecia, não ia ser uma tarefa muito fácil subir alguns lances de escada com aquele cara pendurado nas minhas costas.

Por isso, resolvi que iríamos de elevador. Particularmente, eu não gosto muito de andar naquele elevador, porque é muito velho e precário. Mas eu também não estava a fim de carregar um homem nas costas e sei muito bem que depois ele iria reclamar com o jeito bem “sutil” dele, caso eu o largasse ali.

Foram segundos dentro daquele projeto de elevador, mas foram segundos que pareceram uma eternidade. Não vejo a hora de vazar disso aqui. Pensava comigo.

Por sorte logo saí daquela cabine enferrujada e parei na frente da porta do quarto de JongUp. A destranquei e soltei aquele corpo pesado que, com dificuldade, tive que ajeitar na cama.

- Aish, seu idiota, você é pesado. – o lado bom de ter JongUp bêbado é que eu podia xingá-lo o quanto eu quisesse que ele não iria lembrar de nada quando passasse a bebedeira.

A conversa que tive mais cedo com Yongguk ficou ecoando na minha mente pelo restante da noite, aquilo estava me incomodando. Por isso, resolvi me aproveitar da condição de JongUp.

Me sentei ao seu lado, na borda da cama, e aproximei meu rosto do dele.

- Me responde uma coisa. – ele resmungou jogando palavras indecifráveis no ar. – eu tive um filho ou uma filha?

- Não interessa. – fez uma expressão de incômodo virando a cara pro outro lado.

 - Me responde. – dei-lhe um cutucão no ombro fazendo com que ele se virasse pra mim.

- Uma menina. – respondeu me encarando.

- Você chegou a vê-la? – continuei.

-Uhum. – me respondeu sem vontade.

- Como ela era? – queria saber mais.

-Aish, sai pra lá. – ele estava bastante irritado, queria dormir.

- Me responde. – disse firme.

- Era igual a qualquer bebê. – disse arrastado. – tudo tem cara de joelho.

- Por que você a vendeu? – agora que começado iria tirar o que pudesse dele.

-Sei lá. – me empurrava com dificuldade. – se fosse um menino teria ficado.

- Como? – fui surpreendida.

- Eu teria ficado com a criança. – passou a mão nos cabelos -  eu vou precisar de um herdeiro.

- Você está dizendo que pretende ter filhos? – o indaguei.

- Nããão. – respondeu incomodado. – não quero ter filho. – ele insistia em me empurrar enquanto resmungava. – me deixa quieto, MinA.

Decidi não ir mais adiante, pra falar a verdade eu não conseguia. Era difíci descrever o sentimento que me dominava diante de toda a verdade. Passei anos e anos sem ter coragem de perguntar se minha criança era um menino ou uma menina, e agora que tenho a verdade comigo não sei o que pensar. Eu fui separada ma minha filha pelo simples fato de ser uma menina, se fosse um menino... mas eu me sinto egoísta por isso, pois eu teria a minha criança do meu lado, mas eu saberia que ela estaria condenada a assumir o lugar de JongUp e seria mais uma pessoa perdida no mundo do crime.

Era um grande dilema. Eu não sabia se seria melhor ter tido um filho que pudesse estar ao meu lado pelo simples fato de ser homem, apesar de estar condenado a ser mais um perdido na vida, ou se ter tido uma filha foi tirar a sorte grande, já que agora ela tinha uma família, um lar, uma cama quentinha, educação... mas eu, por mais que queira negar, não posso esconder o fato que sofro calada pela falta da minha criança.

A única conclusão que pude tirar disso tudo é que essa situação era uma relação de sacrifícios: ou sacrificaria minha criança para tê-la ao meu lado, ou me sacrificaria pelo bem da minha criança.

Achei melhor ficar com a segunda opção.

 


Notas Finais


Então, o que acharam?
Gente, eu tinha planejado só uns 40% desse capítulo, mas na hora que eu estava escrevendo começaram a surgir tantas coisas na minha cabeça que acabou resultando nisso aí hahaha
Eu tenho que admitir que estou muito curiosa pra saber o que acontecerá nos próximos capítulos! Tudo está sendo uma surpresa pra mim xD

Por fim, espero que tenham gostado!

Tenham um bom restinho de fim de semana, uma boa semana e fighting porque logo chegam as férias hahaha

Beijinhos da tia aqui <3


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