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História Learning to Live (Clexa) - Casamento Clexa


Escrita por: ClarkeLexazinha

Notas do Autor


Olá, pessoal. Bem, eu só quero dizer que esse capítulo é um “especial clexa”, assim podemos dizer. Ele é 99% focado tanto na Lexa, quanto na Clarke e nelas duas como um casal. O próximo capítulo voltaremos a programação normal.

Boa leitura <3

Capítulo 26 - Casamento Clexa


Fanfic / Fanfiction Learning to Live (Clexa) - Casamento Clexa

“Não guardo datas, mas sei que você foi o dia mais lindo da minha vida.”



1 semana depois



“Eu quero ser o abraço que você procura depois de um dia ruim. – Jay Leonardo.”

Lexa e Kane estavam preparando um quarto para Clarke na fazenda, já que uma das exigências da loira era um quarto apenas para ela, pois ela se recusava a dormir com Lexa. A morena não gostou nada dessa regra, mas também não tentou contestar, porque poderia ir conquistando Clarke aos poucos e assim elas poderiam, enfim, dormir juntas e agirem como um casal normal.

– Nossa, eu estou suando como um porco. – Reclamou Lexa que parou de montar a cama com Kane e secou sua testa suada.

– O Toicinho é um porco, mas não é nojento assim não. – Anya falou enquanto acariciava seu animal rosado deitado em seus braços. Finn, que estava sentado ao seu lado na janela, revirou os olhos e olhou para o animal nojento, não Anya, mas sim o porco e bufou.

– É uma racha fracassada mesmo. – Murmurou Finn que logo levou um tapa em seus cabelos. Ele lançou um olhar mortal para a espanhola ao seu lado, mas a mesma apenas deu de ombros como se não tivesse feito nada demais. 

– Lexa. – Chamou Alicia assim que entrou no quarto com Troy. Ambos carregavam algumas bonitas caixas e aquilo atiçou a curiosidade de todos que estavam ali dentro. Principalmente de Lexa. – Trouxemos coisas para você.

– E o que é? – Uma Lexa bastante animadinha perguntou. Ela saiu de perto da cama e foi para perto de sua irmã e cunhado que estavam deixando as caixas em cima de uma mesa que ali havia.

– Roupas para o seu casamento. – Respondeu Troy que sorriu quando um grande sorriso brotou nos lábios de sua cunhada.

– Todos sabemos que você não gosta de usar vestidos, então, aqui nessas caixas tem alguns termos femininos para você. – Explicou Alicia que tirou um dos bonitos e caros ternos de dentro de uma das caixas e mostrou para sua irmã. – Aliás, foi o Jake quem preparou tudo isso.

– Por quê? – Perguntou sua irmã que pegou um blaser de uma das caixas e começou a avaliá-lo com extrema atenção.

– Porque ele não quer que você apareça no casamento usando uma jaqueta de couro e essas botas que você usa. – Alicia deu um sorriso para tentar aliviar suas palavras, mas Lexa não pôde deixar de revirar os olhos ao escutar aquelas coisas tão ridículas.

– Deve se acostumar com isso, Lexa. Agora você vai fazer parte de uma família rica e poderosa. – Falou Kane que parou ao seu lado e sorriu para ela que logo retribuiu.

– Escolha um, Lexa, e leve os outros de volta para a mansão, ok? Essas foram as ordens do seu sogro. – Lexa revirou os olhos mais uma vez, porém assentiu e ganhou um lindo sorriso de Alicia que lhe deu um beijo na bochecha. – Espero que tenha bom gosto para escolher a melhor roupa que tiver aqui.

– Então vai precisar da minha ajuda, né, vadias. – Finn foi para perto deles e não perdeu a oportunidade de se esfregar em Troy que olhou para sua namorada, ganhando apenas um dar de ombros. – Vamos lá, sapatão roceira, temos que escolher a roupa mais cara e mais bonita porque temos que lacrar.

Lexa bufou com as palavras de Finn, mas mesmo assim se juntou a ele na busca de sua roupa para o casamento que já seria no dia seguinte.



(...)



“Uma das piores coisas que alguém pode sentir, é aquela sensação horrível de não se sentir suficiente a ponto de sentir que tudo aquilo que você sente, não é o bastante para fazer alguém ficar. – Apodrecendo.”

– EU ME RECUSO A CASAR COM AQUELE ESTRUPÍCIO. – Clarke berrou para sua irmã mais nova que estava tentando lhe persuadir a escolher um vestido para o casamento. Toda aquela gritaria da jovem estava assustando a costureira que havia levado diversos modelos de vestidos para ela escolher. Josephine se desculpou com ela e isso irritou ainda mais sua irmã que estava irredutível sobre qualquer coisa.

Clarke havia voltado aquele primeiro estágio de sua relação com Lexa. Aquele no qual ela não a queria ver nem pintada de ouro e a insultava mesmo quando ela não estava presente. A loira não deixava que ela se aproximasse e não a viu desde que voltaram para Polis, pois não deixava que a mesma nem sequer entrasse em sua casa.

– Clarke, você precisa escolher um vestido e você já aceitou se casar com a Lexa. – Falou Josephine que estava com dor de cabeça por conta de toda a gritaria da loira mais velha.

– Eu voltei atrás com a minha decisão e não quero mais me casar com... com aquilo. – Clarke usou um tom de voz um pouco mais baixo, mas ainda era bem alto para as duas mulheres que estavam em seu quarto. – Josephine, tire essa mulher e esses vestidos daqui. Eu não quero nada disso e vou cancelar tudo desse casamento idiota.

– Clarke...

– SAIAM LOGO DAQUI. – Clarke começou a jogar tudo o que via pela frente na direção das duas moças que logo saíram correndo do quarto dela, antes que acabassem sendo acertadas em cheio pelos objetos que eram jogados. Por último ela jogou um jarro de flores que se quebrou por completo quando acertou a porta. – Porra, que merda!

A Griffin passou as mãos por seu rosto e sentiu ainda mais raiva do que nos outros dias anteriores. Ela não sentia apenas raiva, mas também sentia medo. Medo de tudo o que estava acontecendo ao seu redor, medo de sair da zona de conforto em que havia posto a si mesma, há anos atrás. Ela já havia tolerado demais o fato de Lexa só estar com ela por conta do dinheiro que Murphy a estava dando e também já estava cansada de estar com a morena para agradar sua irmã mais nova que era mimada demais para seu gosto.

Ela estava gostando de Lexa, isso já era mais do que óbvio, mas ela poderia superar isso e todos os bons momentos que teve com ela, pois a sua saúde mental era mais importante do que qualquer outra coisa. Mas ela ainda não havia desistido de Lexa em todo esse tempo porque isso não iria afetar apenas a ela; mesmo que Clarke não quisesse mais ficar com a Woods por conta de sua irmã, ela também sabia que ela iria ser a mais afetada, pois aí não iria poder ficar com Gabriel e voltaria para aquelas greves de fome que faziam tão mal para sua saúde.

A loira ficou passando as mãos por sua nuca enquanto procurava uma forma de resolver tudo o que estava acontecendo em sua vida. Ela já havia garantido a seu pai e para si mesma que iria se casar com Lexa e ela nunca voltava atrás com uma decisão ou promessa sua, então, ela sabia que se desistisse, o sentimento de culpa iria lhe dominar por completo e sua irmã mais nova iria lhe odiar para sempre; sua relação com ela seria rompida para sempre.

A garota pensou que talvez Lexa realmente gostasse dela, mas não confiava muito nessa hipótese, pois pessoas faziam de tudo por dinheiro, até mesmo se fingir de apaixonada. Esse pensamento deixou a Griffin com o coração apertado. Ela se sentou no chão do seu quarto e se encostou em uma das paredes. Ela estava cansada de tudo, sua cabeça doía e seu coração estava despedaçado. Ela estava reprimindo seus sentimentos ruins por tempo demais e a exaustão já havia tomado conta de seu corpo.

Sem que ela notasse, seus olhos repousaram nos mais variados tipos de vestidos que estavam em sua cama. Ela se levantou lentamente e caminhou até sua cama para poder olhar melhor os vestidos que por ali estavam espalhados. Sua mente voou até sua mãe e ela sentiu uma tremenda saudades da mulher que lhe foi tirada tão cedo.

– Você ficaria linda em qualquer um desses, filha. – Clarke olhou para o lado assim que ouviu aquela voz tão familiar e se assustou quando a viu ao seu lado. Seus olhos se encheram de lágrimas e ela ficou sem voz por alguns poucos segundos que lhe pareceram eternos.

– Mãe? – Perguntou ela em um sussurro quase inaudível. Seus olhos se fecharam quando ela sentiu uma mão de sua mãe passar por seus cabelos. Uma delicada lágrima derramou de seu olho e ela não soube o que sentir naquele momento. – Eu estou muito cansada, não é? É só por isso que eu estou te vendo?

– Não importa o motivo, meu amor. O importante é que estamos juntas agora, certo? – Clarke assentiu imediatamente e abraçou sua mãe com toda força que pôde; a saudade que sentia dela era absurda. Naquele contato, Clarke se permitiu chorar por conta de tudo o que havia acontecido em sua vida. Aquele abraço causou um enorme sorriso na mulher que continuou a acariciar os cabelos loiros de sua filha que chorava de uma forma dolorosa. – Mas e aí, qual vestido escolheu para seu casamento? – Perguntou ela depois de um tempo para relaxar o ambiente assim que se soltaram do abraço e a garota se acalmou do choro. 

Clarke secou suas lágrimas, mas seus olhos estavam muito avermelhados, também inchados, e ela continuava com vontade de chorar, pois todos os seus sentimentos eram confusos demais para lidar e tudo estava à flor da pele.

– Eu... não. Não escolhi nada, mãe. Eu nem sei se estou fazendo a coisa certa. – Mais lágrimas intrometidas desceram de seus olhos azuis e ela logo as tratou de secar. Sua cabeça ainda doía demais e seu coração estava pesado demais. – Não sei mais o que fazer.

– Por que está duvidando de suas escolhas, filha? – A mulher perguntou e acariciou um dos belos vestidos que estavam na cama da mais jovem. Um pequenino sorriso brotou nos lábios da mulher enquanto ela olhava todos aqueles panos brancos.

– Porque... porque eu gosto dela, mãe, realmente gosto, sabe? Mas ela não gosta de mim. Só está comigo por causa de todo esse dinheiro estupido e isso é tão frustrante. Eu a queria para mim, queria que ela gostasse de mim de verdade e não por causa do que eu posso dar a ela. – Os olhos de Clarke ficaram submersos em lágrimas, assim como um oceano, e isso não passou despercebido por sua mãe que, mais uma vez, acariciou seus cabelos e escorregou a mão para seu queixo, logo acariciando o furinho que ali havia.

– Ela te faz feliz? – Perguntou sua mãe que sorria para ela de uma forma tão acolhedora... tão real.

– Ninguém nunca me fez tão feliz como ela. – Disse ela e logo sentiu mais uma lágrima descer por sua bochecha. – Mas eu sei que ela faz tudo isso por mim porque prometeram dinheiro a ela. A Alexandria só está comigo por dinheiro, mãe. Ela nem sequer se importa comigo e... e eu quero tanto que alguém se importe comigo... quero tanto que ela se importe comigo.

– Ela se importa com você, meu amor. Ela gosta de você da mesma forma que você gosta dela... ou até mais, quem sabe. – A mulher mais velha sorria para sua filha e a mesma se sentia extremamente confortável com a presença da mãe, fosse real ou não.

– Como você pode dizer isso? Ela está comigo por dinheiro e eu sei que sou chata com ela, mas eu sou a única que tem algum sentimento bom nessa relação. – Clarke falava de uma forma baixa e olhava nos olhos azuis de sua mãe com tanta atenção, pois não queria perder nada que se passava através de seus olhos.

– Acho que o real problema aqui não é o fato da Alexandria ter aceitado isso por dinheiro, mas sim que você não enxerga o quão incrível você é, meu amor. Você não entende que ela pode ter se apaixonado por quem você é porque você não se acha suficiente, mas você é mais do que suficiente, minha filha. Sempre será. Você é especial demais e merece tudo de bom do mundo. 

– Como pode dizer isso de mim, mãe? Desde que eu perdi você... – Os olhos de Clarke formavam ainda mais lágrimas conforme as outras desciam para seu rosto.

– Não termine essa frase, Clarke. – Pediu a mulher que não queria ouvir a loira se menosprezar, já que ela sabia que era sobre isso que ela ia dizer. – Você pode ter se perdido um pouco desde que tudo aconteceu, mas você não percebe que a Alexandria está te ajudando a se reencontrar? – Clarke parou para pensar no que ela estava falando e tudo começou a doer ainda mais em seu coração. – Sua noiva é uma boa pessoa, minha linda, e ela tem a melhor das intenções com você, posso sentir isso. Mas você só vai sentir também, quando se permitir ser amada e se perdoar por tudo o que aconteceu na sua vida, mesmo que nada tenha sido sua culpa.

– Eu não mereço nada de bom, mãe. A senhora não estava aqui quando as coisas começaram a acontecer e eu acabei com a minha vida. – Clarke dizia tudo aquilo e se sentia prestes a desmoronar por completo. Ela viu sua mãe negar com a cabeça, como se reprovasse tudo o que ela havia dito.

– Eu sempre estive aqui e não vi, em momento algum, você acabar com a sua vida. – Clarke fechou seus olhos ao ouvir as palavras dela, pois estavam sendo nostálgicas e dolorosas demais. Quando ela abriu seus olhos novamente viu um lindo sorriso no rosto de sua mãe. – Existe tanta beleza nesse mundo e nas pessoas, meu amor, e espero que mesmo cansada, você não pare de enxergar isso. E lembre-se que eu sempre vou estar aqui por você e que você sempre será a minha pequena. 

Clarke fechou de novo seus olhos ao ouvir tudo aquilo e começou a chorar de uma forma doida para ela mesma ouvir. Mas ao abrir os olhos, percebeu que sua mãe já não estava mais lá e isso a fez chorar ainda mais. Ela chorou como se fosse a última coisa que faria na vida. A garota se deitou no chão e se abraçou, ficando em formato de concha, como se aquela posição pudesse lhe proteger de todos os seus demônios interiores.

Seus traumas passados e presentes estavam voltando com tudo para seu corpo e ela não estava conseguindo lidar com nada daquilo. Ela estava exausta demais para fazer qualquer coisa que fosse. A jovem tentou pensar no que iria fazer, pelo menos, com sua decisão de casamento. Ela não poderia desistir de tudo isso tão fácil, pois tinha muitas coisas em jogo, não só para ela, mas para sua irmã também e, mesmo que a achasse mimada demais, ela não iria querer destruir a vida dela.

A garota não ouviu quando a porta de seu quarto foi aberta, indicando que alguém tinha acabado de entrar ali. Lexa, que havia chegado, olhou para os seus pés e encontrou diversos cacos ali, mas não se importou com aquilo nenhum pouco, pois havia acabado de ver Clarke deitada no chão mais à frente.

– Minha Pequena? – Chamou ela tão baixinho que nem ao menos foi ouvida. A Woods caminhou para perto de sua noiva e se ajoelhou ao lado de seu corpo caído. – Minha Pequena? – Chamou mais uma vez e assim ganhou dois oceanos transbordando só para si. A morena se deitou ao lado de Clarke e ficou acariciando sua bochecha, coisa que deixou a loira ainda mais abalada. – Está tudo bem, Minha Pequena. Tudo bem. 

Aquela afirmação fez Clarke chorar um pouco mais e ela se agarrou em Lexa quando a mesma a puxou para mais perto. Ela sabia que aquela atitude contradizia todos os seus pensamentos em relação a desistir de seu relacionamento com Lexa, mas ela não conseguia se controlar perto dela e só queria poder abraçá-la para nunca mais soltar.

A fazendeira passou um dos braços por baixo da cabeça de Clarke e a descolou do chão para que a cabeça ficasse apoiada de uma forma confortável em seu braço. Ela aproveitou aquela posição para acariciar os cabelos dourados de sua noiva.

Clarke, com todo aquele contato, começou a pensar se realmente valeria a pena se casar com Lexa. Então ela começou a pensar nos prós dessa situação e deixou os contras de lado, já que os contras foram as coisas mais pensadas por ela na última semana. Os prós eram: Lexa era boa com ela, isso ela não podia negar de forma alguma; ela a fazia feliz, fosse tudo uma mentira ou não; ela a fez sentir coisas que ninguém nunca havia conseguido. 

A Griffin iria casar com Lexa, poderia fazer da vida dela um inferno depois como forma de vingança. Mas já havia se decidido de que casar com ela era realmente o melhor a se fazer para todos os lados que existiam nessa história. Afinal, tudo já estava preparado, todos estavam animados com esse casamento, principalmente sua irmã e pai. Ela poderia aguentar aquilo para que todos pudessem ficar bem. Clarke nunca foi egoísta e essa era sua maior forma de demonstrar isso.

– Você está melhor, Minha Pequena? – Perguntou Lexa em um sussurro quando notou que ela já havia parado de chorar e sua respiração estava começando a se normalizar. Clarke apenas assentiu e isso deixou sua noiva um pouco mais tranquila. Lexa abaixou um pouco sua cabeça e beijou a testa da loira que fechou seus olhos e aproveitou o contato. – Quer conversar sobre o motivo de você ter chorado? – A Griffin negou com a cabeça e se sentiu aliviada quando sentiu a Woods assentir com a cabeça. – Então podemos ficar aqui a tarde inteira quietas porque eu não vou te soltar de jeito algum, Minha Pequena.

Clarke se aconchegou um pouco mais no corpo de Lexa e deixou seu rosto escondido no pescoço da morena. Clarke nunca iria entender como Lexa poderia lhe fazer tão bem e tão mal ao mesmo tempo.



(...)



“Tinha um sorriso bonito apesar dos olhos cheios de dor.”

Clarke aproveitou todo aquele tempo em silêncio com Lexa para por todas as suas ideias no lugar. Ela estava parecendo uma louca que já não sabia de mais nada na vida. E Talvez ela pudesse ser exatamente aquilo. Era daquela forma que ela se sentia.

A única coisa que ela já tinha completamente decidido era que iria sim se casar com Lexa e não iria voltar atrás com sua decisão, pois começou a pensar que aquele era o certo a se fazer. A segunda coisa que ela acabou resolvendo era sua vingança contra Lexa por ela usar seus sentimentos para ganhar dinheiro. Ela havia chegado a decisão de infernizar a vida de sua noiva e estava totalmente decidida a fazer isso. Também não iria voltar atrás com isso e já sabia como iria começar com sua vingança.

Agora eles duas estavam descendo as escadas da casa. A sala de estar estava vazia e a loira agradeceu internamente por isso, pois não queria ninguém a julgando por suas decisões e sem saber o motivo de ela estar fazendo tais coisas.

– Alexandria. – Chamou a loira assim que terminaram de descer as escadas. Lexa a olhou e sorriu, esperando que ela dissesse o que queria. – Você vai ganhar sua primeira tarefa antes de nos casarmos.

– O que é, Minha Pequena? – Perguntou ela com animação. Lexa iria adorar fazer algo legal com sua noiva antes que se casassem oficialmente. Ela se sentia empolgada pra fazer algo com ela.

– Bem, eu vou alugar uma charrete, isso não deve demorar muito, e quando ela chegar, você vai me carregar nela. – O sorriso de Lexa sumiu de seu rosto e seus olhos se tornaram perdidos; ela não entendia o motivo de Clarke a estar pedindo aquilo. – Você vai puxar a charrete comigo em cima dela. É assim que deve ser e é assim que será.

– Por... por que isso agora, Clarke? – Ela perguntou sem entender, pois as coisas estavam começando a ir bem entre elas. A morena engoliu em seco e passou uma mão por sua nuca, em uma forma de nervosismo, já que ela estava começando a se sentir muito mal com tudo aquilo.

– Não existe um motivo, Alexandria. Eu só quero que você me carregue na charrete e você vai fazer isso porque vai agradar a sua futura esposa. Você vai fazer o que eu mandar e eu não me importo com o que você sente ou deixa de sentir. – Lexa não conseguia entender o sorriso que estava no rosto de Clarke.

A morena estava se sentindo extremamente humilhada com aquele pedido da loira e ela sabia que era exatamente aquilo que ela queria, mas não conseguia evitar sentir aquilo. O chão de Lexa estava sumindo e uma sensação ruim estava lhe dominando por inteira. Seu rosto não expressava nada e Clarke se agradou com aquilo.

– Por que, Clarke? Eu... eu achei que estava tudo bem entre a gente e... e nós acabamos de ter um bom momento e... – Lexa parou de falar e o nervosismo invadiu todo o seu sistema. Ela não estava se sentindo nada bem e era culpa de Clarke.

– Chama aquela merda lá em cima de bom momento? – Perguntou a loira que estava começando a se sentir irritada com a morena que ainda parecia muito perdida com tudo o que estava acontecendo. – Aquilo foi um momento de merda, Alexandria. Todos os nossos momentos são de merda. E não, nós não estamos bem e nem nunca estivemos. – Clarke falava tudo aquilo de uma forma tão dura que estava fazendo Lexa se sentir cada vez pior. Ela pensou em todos os momentos que ela considerava bons com Clarke e os sentiu se deteriorando em sua mente. Perdendo significados que eram importantes para ela, mas agora não mais, assim como tudo o que ela tinha ou teve em sua vida.

A Woods observou sua noiva ir para fora da casa, já sabendo o que ela iria fazer lá.

Lexa tentou pensar nos motivos dela ter lhe mandado fazer aquilo e dito todas aquelas coisas que lhe foram tão dolorosas, pois ela não merecia uma coisa como aquelas. Ela não achava que merecia. A morena respirou fundo e tentou se manter calma, mesmo que estivesse se sentindo extremamente mal. 

Se casar com Clarke significasse que ela teria de fazer aquilo todos os dias, se tivesse que sofrer tanto como estava sofrendo naquele momento, então ela não queria mais se casar com ela, pois aquilo não devia ser permitido para ninguém. Pessoa alguma deveria passar pela dor que ela estava sentindo ali. Lexa passou as mãos por seus rosto de uma forma nervosa e tentou por suas ideias no lugar. Então ela notou que os bons pensamentos em relação ao casamento com Clarke haviam evaporado de sua mente e ela já não sentia nenhum pouco de felicidade em relação aquilo. Seu ânimo havia desaparecido. Era engraçado para ela como uma simples atitude e algumas palavras podiam destruir tudo de uma forma tão rápida.

Naquele exato momento ela já não queria mais se casar com Clarke Griffin. Também não a queria mais por perto.

– Lexa. – Saldou Jake que sorriu quando notou sua nora ali parada em sua sala de estar. Ele estranhou o semblante frio no rosto da morena e pensou se aquilo tinha algo relacionado com sua filha mais velha. – Aconteceu algo?

– Sim, aconteceu algo. – Um sorriso sínico apareceu nos lábios de Lexa e Jake estranhou aquilo, já que ele notou que ela não estava nada feliz. – Eu acabei de tomar uma decisão, Jake. 

– Que tipo de decisão, Alexandria? – O homem perguntou sem entender, mas também não estava gostando nada daquilo.

– Não vou mais me casar com a Clarke. – Lexa falou aquilo de uma forma fria e rápida, e sua atitude deixou, não só o loiro surpreso, mas também a ela mesma, pois a garota estava sofrendo por dentro e não conseguia acreditar que havia conseguido mascarar isso de uma forma tão fria como havia feito. 

– O quê? 

– Não quero mais me casar com a Clarke. Estou abrindo mão de tudo e vou embora da vida dela, afinal, é isso que ela quer desde o início e é isso que eu quero agora. – Jake se irritou com as palavras da garota, pois ele não queria que ela terminasse com sua filha, já que isso iria afetar a reputação de sua família e, principalmente, a reputação de Clarke que já não era muito boa.

– Eu não permito isso. – Jake disse de uma forma rápida e aquilo fez Lexa rir. Ela não conseguia acreditar que ele estivesse falando algo como aquilo.

– Você não precisa permitir nada, Jake. É a minha vida e eu decido o que eu faço com ela. – Lexa o olhou naqueles olhos azuis que eram tão parecidos com os de Clarke e isso a fez sentir mais raiva, pois ela amava os olhos da loira, só que agora nem isso ela estava conseguindo sentir.

– Você não vai terminar com a minha filha.  – O Griffin usou um tom de voz curto e grosso.

– É? E por que não? – Lexa se aproximou um pouco mais do homem e o olhou de uma forma tão fria que o deixou surpreso, pois ele ainda não conhecia aquele lado da garota.

– Porque você está nas minhas mãos, Alexandria. – O rosto de Lexa se tornou uma pura confusão. Ela não estava entendendo o que ele estava dizendo e ele notou isso. – Se lembra do leilão em que a sua fazenda estava? Se lembra que alguém pagou a dívida? Alguém que até hoje você não sabe quem é? – Lexa engoliu em seco e começou a entender onde Jake estava querendo chegar. – Eu paguei a sua dívida. Então eu estou no comando aqui. Agora me diga, se você deixar a Clarke, com que dinheiro você vai pagar suas dívidas?

Lexa se afastou do homem e deu as costas para ele, ela não queria olhá-lo naquele momento. A garota esfregou a mão em seu rosto e tentou pensar em algo, mas simplesmente não consiga pensar. Ela só estava sentindo raiva naquele instante. A jovem havia acabado de descobrir que não tinha sido Clarke quem pagou a dívida como ela estava suspeitando, mas também não estava surpresa de que não havia sido ela, já que pelo visto a loira não tinha coração e sim um buraco vazio no peito.

A morena voltou a olhar para Jake e ele notou como ela estava quebrada por dentro, mas ele não podia se importar com aquilo agora, pois era a reputação de sua família que estava em jogo ali.

– Você está me ameaçando e ainda por cima está vendendo a sua filha por conta do que as pessoas podem pensar sobre vocês? Quem se importa com o que as pessoas pensam? – Lexa quase gritou sua última frase, porém tentou manter sua calma antes que dissesse ou fizesse algo que pudesse se arrepender.

– Não estou vendendo a minha filha. Eu só sei que ela vai ficar bem com você. E eu me importo com o que as pessoas pensam porque a minha família e a minha empresa precisam de uma boa reputação. – Jake falava como se tudo aquilo fosse óbvio e isso irritava ainda mais Lexa. – Agora me diga, Alexandria, você quer mesmo se separar da minha filha? Porque eu posso acabar com você hoje mesmo. Posso tirar sua fazenda, acabar com a vida dos seus funcionários e tirar sua irmã da tão sonhado faculdade dela. Ela não vai ter um futuro e nem você.

Lexa pôs uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e tentou pensar mais uma vez. Ela sabia que se recusasse o que Jake estava lhe ordenando, ele poderia destruir sua vida e ninguém acreditaria nela quando ela falasse o que aconteceu realmente. Sua única saída era se casar com Clarke e ela sabia disso, mas simplesmente tinha nojo da ideia de se ajoelhar perante a família Griffin e ser obrigada a fazer tudo o que eles quisesse só porque eles a tinham na mão.

Ela olhou para o chão abaixo de si e pensou no que iria fazer, qual decisão ela iria tomar. Lexa era uma pessoa orgulhosa e nunca se ajoelhou perante a alguém, principalmente alguém como Jake e o resto de sua família. 

– Ok. – Lexa disse apenas. Sua voz era baixa e a única coisa que se notava era o ódio.

– “Ok” o quê? Vai se recusar a casar com a minha filha e me deixar destruir tudo o que você tem? – Jake falava e falava e aquilo só preenchia Lexa de raiva. Ela estava para perder o controle e realmente o perdeu. A morena deu um soco tão forte no rosto do homem que fez com que ele cambaleasse e se segurasse na escada para que não desse de cara com os degraus.

– Eu vou me casar com a Clarke. – Lexa avisou e começou a andar na direção da saída onde seu próximo castigo lhe esperava, mas ela parou e olhou mais uma vez para o seu sogro que se sentou em um degrau e tocava em seu maxilar dolorido. – Você ficou com tanta raiva do seu irmão por causa de tudo o que ele fez, mas para falar a verdade você é igualzinho a ele. Deve ser por sua causa que a Clarke é tão perturbada da forma que é.

Jake fechou seus olhos ao ouvir as palavras de Lexa e sentiu ainda mais raiva de tudo ao seu redor. A Woods saiu e bateu a porta da frente com uma força descomunal, assim deixando o homem sozinho com seus pensamentos conturbados.



(...)



“As vezes é melhor colocar todos os seus sentimentos em uma caixa e fingir não tê-los.”

Lexa foi para o jardim da casa e a primeira coisa que viu foi uma charrete ali parada. Clarke estava ao lado da mesma e um sorriso orgulhoso estava estampado em seus lábios. A loira parecia feliz com o que ia acontecer ali, já Lexa não sentia nada. Nenhum sentimento estava em si. Ela era apenas um corpo vazio, pois parecia que até sua própria alma havia saído de seu corpo por algum tempo.

– Pronta, Alexandria? – Perguntou a loira sorridente. 

Lexa não respondeu. Ela só andava a passos extremamente lentos e pensava em todos que moravam em sua fazenda. Todos eles precisavam de um lar, precisavam de tudo o que ela conseguia proporcionar à eles, ela sentia a necessidade de dar uma boa vida para cada um deles e, principalmente, não podia deixar que sua irmã gêmea não tivesse um futuro. Ela simplesmente não conseguia aceitar que algo ruim pudesse acontecer com eles, ainda mais sendo sua responsabilidade.

Quando Lexa chegou próxima a Clarke, ela a olhou de uma forma tão fria que fez com que a Griffin diminuísse um pouco seu sorriso em questões de segundos, mas logo voltou a sorrir, pois ela sabia ser uma pessoa extremamente ruim quando queria.

– Sobe. – Mandou a Woods com seu tom de voz baixo e firme.

– Você está fazendo a coisa certa, Alexandria. – Afirmou Clarke e aquela simples frase lembrou a morena de quando Murphy a fez aceitar tudo o que estava acontecendo em sua vida. Ela se lembrou de quando ele falou coisas semelhantes a Jake e a fez entrar na vida de Clarke Griffin. Talvez aquele tenha sido o seu maior erro.

Lexa não disse nada. Nenhuma palavra sequer. Clarke tentou não se importar com aquilo e subiu na charrete, logo vendo sua noiva se pondo no lugar onde um cavalo deveria estar. A morena respirou fundo e começou a puxar a charrete pelo jardim da mansão Griffin.

A Woods ouvia as gargalhadas de Clarke atrás de si, mas não ligava para aquilo. A única coisa que lhe importava naquele momento era o sentimento de humilhação que estava por todo seu corpo. Ela não estava chorando e nem conseguia fazer isso, mas sentia seu coração e sua dignidade indo embora de sua vida.

Lexa não notou o tempo passar, pois estava se desligando do que estava acontecendo ao seu redor. Ela sabia que estava fazendo aquilo já fazia um tempo e estava sentindo um pouco de dor em seus braços, mas não iria parar de carregar Clarke.

– Eu ficaria aqui até o resto do dia, mas acho que já chega por hoje. – Avisou a loira que estranhou todo aquele silêncio absurdo de Lexa. A falta de som a estava deixando um pouco nervosa, por isso resolveu parar.

Lexa parou de andar e largou a charrete, fazendo com que Clarke quase perdesse o equilíbrio. A morena se virou para sua noiva e a Griffin pôde ver o quão frio o semblante dela estava, então resolveu não falar nada. A Woods apenas sorriu de uma forma sombria para a loira e foi embora pelos portões da mansão Griffin.



(...)



“Você me machucou e eu pedi desculpas.”

A noite estava fria, a casa também estava gelada, mas o pequeno corpo deitado na cama não conseguia sentir esse frio. Ela sentia apenas a dor que estava sendo causada em seu pequeno coração que já era tão machucado para tão pouca idade.

Seus olhos se fixavam no teto branco, mas mesmo assim aquela dor não ia embora. Não ia embora porque ainda estavam lhe machucando. A sensação que estavam lhe causando não era nada boa e em toda sua curta vida nada doeu tanto como aquilo que estava lhe acontecendo.

Ela era nova demais para estar tão quebrada.

Seus olhos estavam marejados agora e o teto branco estava ficando embaçado e isso não podia acontecer, pois a única coisa que lhe distraia do sofrimento era o teto que já era tão seu amigo, mas, assim como seus outros amigos, nunca lhe ajudou a sair daquele sofrimento sem fim.

Seu pequeno corpo começou a ter espasmos, ela sempre os sentia chegar, mas naquela noite estava sendo perturbador demais, tão mais quanto as outras, mas nunca como sua primeira noite. Uma singela lágrima derramou de seu olho e os espasmos se intensificaram. Ela não sabia se iria resistir a tantos tremores, mas aí um choro doloroso escapou por sua garganta. Ela não podia chorar nunca; era a regra. Mas daquela vez foi impossível suportar.

A menina se arrependeu de chorar quando viu o olhar obscuro daquela pessoa que tanto lhe assombrava. Ela engoliu em seco e prendeu o choro, porém as lágrimas não paravam de descer. Seus pulmões estavam doendo, sua cabeça palpitava e sua respiração não tinha regulação alguma. 

Ela já não estava suportando mais.

– Você sabe que não pode chorar! – A pessoa disse com um tom de voz duro e frio. A menina começou a assentir freneticamente, com medo de que algo pior pudesse lhe acontecer naquela noite que ela almejava tanto que fosse a última de sua vida.

– Me desculpa. Desculpa. Desculpa. – Ela pedia de uma forma desesperada e as lágrimas desciam de seus olhos cada vez mais rápida e em mais quantidade. Ela levou suas pequenas mãos até seus olhos e começou a tentar secar suas lagrimas, mas quanto mais ela secava, mais desciam. – Desculpa.

Desculpa.

Desculpa.

Desculpa.

A mulher levantou da cama assim que a pequena voz começou a falar desesperadamente. Ela esfregou seus olhos para secar as teimosas lágrimas que desciam por seus olhos. Suas bochechas estavam vermelhas por conta de tudo o que estava lhe acontecendo. Ela estava se sentindo humilhada, assim como sentia em suas noites ruins.

Ela levou suas mãos para seus cabelos e os prendeu em um coque frouxo, pois seu pescoço estava repleto de suor. Ela estava ofegante e tudo dentro de si estava doendo de uma forma perturbadora.

A única forma que ela encontrou para deixar a dor de lado era chorando. Ela se permitiu chorar, já que nunca se deixava chorar tudo o que precisava. Sua cabeça doía conforme o choro se intensificava. Então ela começou a gritar e sua garganta doeu.

Ela já não suportava mais e esperava, com todas as suas forças, que aquela fosse sua última noite.

“Ainda há monstros por aí, Spencer. Só que já não estão mais embaixo das nossas camas. – Alison, Pretty little liars.”



(...)



“É sufocante estar cercado de felicidade e não ser capaz de senti-la.”

– Você está gostosa. – Disse Alicia quando ajeitou o terninho que sua irmã gêmea estava usando. Ela sorriu de uma forma orgulhosa quando viu que ela estava totalmente pronta para se casar.

O dia do casamento, enfim, havia chegado. Todos já estavam na igreja onde tudo iria acontecer, exceto Clarke, Jake, Raven e Octavia que iriam chegar juntos. Lexa não parecia muito ansiosa para seu próprio casamento e estava menos ansiosa ainda para ver Clarke e seu pai. Ela simplesmente não tinha força de olhar para eles depois de tudo o que aconteceu no dia anterior.

– Alicia! – Repreende Lexa com timidez. Suas bochechas ficaram coradas na mesma hora. Alicia e Anna acharam aquilo adorável e apenas sorriram para a garota que estava mesmo bastante tímida.

– Ok, então você pode ser a versão menos gostosa de mim. – Lexa bufou e revirou os olhos com as palavras que saíram da boca de sua irmã. Aquela interação fez Anna sorrir, ela estava se sentindo feliz por sua melhor amiga estar casando com a mulher que ela gostava, mas tudo aquilo a fez pensar em Anya e em como sua relação com ela havia acabado.

– Acha que eu estou gostosa também? – Lexa perguntou para a espanhola, pois queria inserir ela naquela conversa, já que a mesma estava muito quieta na última semana.

– Sim. Muito gostosa. – Afirmou ela que sorriu e viu sua amiga revirar os olhos mais uma vez. Ela bebeu um gole de seu champanhe e tentou se controlar para não encher a cara em um dia importante para todos que estavam ali.

– Ali? – As três garotas olharam para a porta aberta e viram Troy olhando para elas enquanto esperava que sua namorada fosse até ele. – Está bonita, Woods.

– Valeu. – Agradeceu a jovem que recebeu um sorriso de seu cunhado e lhe retribuiu o ato. Ela podia ter um pouco de implicância com ele por ele ser o namorado da sua irmã, mas ela tinha de admitir que ele era um cara legal.

– Ela não está só bonita, ela está gostosa para caramba. – Murmurou Alicia enquanto andava para ir até o moreno que lhe esperava. Antes de ir, ela lançou um pequeno sorriso para Anna e a mesma retribuiu com o sorriso mais bonito que ela deu para alguém nos últimos meses.

– Ela está sorrindo para você agora? Uau, isso é um avanço, em. – Falou Lexa quando a porta se fechou e os outros dois saíram dali. A espanhola assentiu e saiu do balcão onde ela estava sentada.

– Com certeza é. – Afirmou a espanhola que foi até sua amiga e ajeitou, mais uma vez, o paletó que ela usava. – Você está realmente gostosa para caralho com essa roupa. – Lexa bufou mais uma vez com aquelas palavras e sentiu suas bochechas corarem ainda mais. – Cambiemos de tema, ok? A Woods assentiu e sorriu por ter entendido a sugestão. – O Troy deve estar bem puto, né? Porque você me pôs como par da Alicia como suas madrinhas e ele ficou de fora.

– Você é minha melhor amiga e ela é a minha irmã. Tem que ser vocês duas e não ele ou outra pessoa. Além do mais, vocês ainda vão se casar e me dar um lindo sobrinho. – Lexa falava tudo aquilo com um sorriso no rosto. O sorriso mais verdadeiro que havia dado desde o dia de ontem.

– Não comece com isso, Lexa. Você sabe que isso não vai acontecer. – Anna falou de uma forma dura, pois ela já estava começando a se adaptar com sua nova realidade e Lexa não gostou nada daquilo. – Mas me conte o motivo dessa sua cara de cu, Woods. Está assim o dia inteiro. Nem parece feliz com esse casamento.

– Só não consegui dormir muito ontem a noite e tive alguns problemas. – A morena falava com um tom de voz baixo e isso fez a espanhola perceber que era um assunto sério e que sua amiga não iria falar sobre aquilo no momento; ela respeitava aquilo.

– Teve pesadelos? – Anna perguntou baixinho. Ela olhou os olhos verdes de Lexa que pareciam tão vazios e a viu assentir, coisa que a fez soltar um suspiro pesado. Aquilo era um problema dos grandes para a vida de Lexa. – Eu tenho um puta orgulho de você, Lexa. Sempre tive e sempre vou ter. Sabe por que eu tenho tanto orgulho de você? – Ela negou com a cabeça. – Eu tenho orgulho porque você sempre dá a volta por cima e você vai fazer isso de novo. Está na sua natureza. Eu amo você, Lexa, e tenho um orgulho do caralho. 

Lexa abraçou sua amiga com tanta força e não a soltou por um longo tempo. Ambas precisavam daquilo.



(...)



“Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida. – José Saramago.”

Raven e Octavia estavam ajeitando o vestido de noiva no corpo de Clarke. A loira não parecia muito animada com seu casório, mas ela estava totalmente nervosa, pois sua vida iria entrar em uma nova fase e ela não sabia o que estava por vir.

– Está pálida por que, Clarke? Está parecendo um picolé de leite. – Observou Raven e sua frase fez sua melhor amiga bufar, já se arrependendo de ter escolhido aquelas duas para serem suas madrinhas de casamento.

– Você parece nervosa. – Disse Octavia que estava inspecionando a loira. – Quer que eu compre algumas camisinhas para você furar? Eu me sinto bem furando porque eu sei que vão ter mais crianças no mundo.

– Octavia, eu vou te dar cinco segundos para você sair daqui antes que eu jogue um jarro na sua cabeça. – Ameaçou Clarke que viu a morena engolir em seco, mas continuar parada no mesmo lugar, assim como uma estátua. – 5...

– Clarkezinha... – A Blake falou em um quase sussurro amedrontado. Ela estava mesmo apavorada e aquilo fez Raven revirar os olhos; ela não conseguia entender como Octavia podia ser tão medrosa e também não entendia como ainda conseguia gostar muito dela, mesmo com ela sendo daquela forma estranha.

– 4...

– Opa, acho que é a minha mãe quem está me chamando lá embaixo. – Octavia fingiu ouvir alguém e se aproximou da porta. Ela sabia que todas ali sabiam que sua mãe já esperava no casamento, mas foi a única coisa que lhe passou pela cabeça.

– 3... – Clarke parou de contar quando a garota abriu a porta e saiu do quarto correndo, como se sua vida dependesse disso. – Estrupício! – Murmurou ela ofendendo sua amiga que já nem estava mais no mesmo cômodo. Raven sorriu com a implicância de Clarke com Octavia e sorriu ainda mais quando se afastou um pouco mais da loira e notou o quão linda ela estava com aquele vestido branco de noiva.

– Clarke... você está tão linda. Está perfeita. – Falou a morena emocionada. Ela secou uma fina lágrima que desceu por sua bochecha e aquilo deixou Clarke totalmente corada. Ela nunca sabia como se portar quando alguém a elogiava, principalmente como Raven estava fazendo.

– Você acha que eu estou fazendo a coisa certa, Rae? – Clarke corou ainda mais quando sua amiga a olhou com uma expressão confusa. Ela estava se sentindo tímida demais naquele dia. – Acha... acha que eu estou fazendo o certo em me casar com a Alexandria?

– Você a ama? – Raven perguntou e recebeu um negar de cabeça vindo da jovem. Ela suspirou e pôs uma mecha de seu cabelo para trás da orelha. – Você gosta dela? – Clarke assentiu timidamente e aquilo fez Raven sorrir fraquinho para que a outra não notasse e ficasse brava. –  Você está apaixonada por ela? – Clarke voltou a assentir, dessa vez de uma forma quase imperceptível, mas Raven viu seu ato claramente. – Então isso é um bom sinal. – Clarke arqueou uma sobrancelha, indicando que não havia compreendido o que ela queria dizer. – O amor não vem no primeiro dia, Clarke, nem muito menos no segundo. Ele vem com o tempo. Pode demorar um pouco para chegar, mas em algum momento ele chega e eu sei que para você isso não vai demorar muito.

– O problema não são os meus sentimentos por ela, Rae, mas sim os sentimentos dela por mim. – Explicou a Griffin com uma voz baixinha. Ela encarava o chão, sabendo que Raven a observava de uma forma acolhedora. – Ela não gosta de mim, Raven. Nunca gostou.

– Por que você está dizendo isso? – A Reyes se aproximou da garota e ajeitou uma mecha que caiu sobre seu rosto. 

– Porque ela só está comigo por dinheiro. – Clarke olhou nos olhos castanhos da morena e viu que ela não estava entendendo nada do que estava sendo dito ali. – O Murphy queria muito ficar com a Josephine, lembra? – Raven assentiu, mas ainda estava confusa. – Mas ele não podia ficar com ela porque eu não namorava e meu pai nunca ia deixar que eles ficassem juntos. Então... então ele foi atrás da Alexandria e deu dinheiro para ela para que ela viesse me conquistar, assim o caminho ia ficar livre para o Murphy.

– Sei que eu deveria estar com muita raiva da Lexa e ir até esse casamento para cortar a cabeça dela, porque esse é meu dever como sua melhor amiga. Mas também é meu dever como melhor amiga tentar te ajudar. – Raven acariciou as bochechas da Griffin e sorriu de uma forma acolhedora para ela. Ela acabou se lembrando que já conhecia aquela história, só não se lembrava muito bem. – Você sabe o motivo de a Lexa ainda estar aqui mesmo quando o Murphy já não está mais?

– Porque ela é burra? – Clarke chutou e isso fez a morena rir, mas parou quando notou que a loira estava falando sério.

– Porque ela gosta de você, Clarke. –  o nariz da menina se enrugou, demonstrando que ela estava em duvida. – Ela não foi embora ainda porque ela quer estar com você. Eu já notei como ela te olha, como ela cuida de você quando as coisas estão uma merda. Eu não sei se ela te ama, mas tenho certeza que ela está perdidamente apaixonada por você.

– Então acha que eu deva me casar com ela? – Clarke perguntou tão baixinho. Seu olhar parecia perdido e isso apertou o coração de Raven.

– Isso só você pode dizer, Clarke, mas acho que você pode ser feliz com ela porque vocês estão apaixonadas uma pela outra. – Clarke abraçou Raven e deixou seu rosto escondido no pescoço dela. A morena levou uma mão para as costas da garota, onde ficou acariciando, e a outra mão ficou nos cabelos loiros da menina.

– Abraço grupal. – Octavia, que havia voltado de fininho para o quarto, correu até as garotas e as abraçou também. – Tenho que contar uma coisa. – A Blake nem ao menos esperou que alguém dissesse algo e começou a falar. – Eu coloquei meu celular em modo avião e ele não voou.

– Fica quieta, Octavia! – Clarke e Raven disseram ao mesmo tempo. A menina bufou e as outras reviraram os olhos em resposta.



(...)



“A dor não passa, você só se acostuma com ela. – Andrea, The Walking Dead.”

Finn estava avaliando algumas flores que estavam perto da porta de entrada da igreja. Ele queria saber se aquelas valiam uma boa grana para ele poder vender depois e ficar rico. 

Ele parou de observar as flores quando sentiu que alguém estava muito próximo dele. Os pelos de seu corpo se eriçaram e ele já sabia quem estava atrás dele, pois apenas uma pessoa causava aquele estranhamento em seu corpo. O rapaz fechou seus olhos e tentou se manter calmo; ele não queria entrar em pânico naquele momento. Ele não sabia o que a pessoa que estava atrás de si podia fazer, mas mesmo assim manter a calma era algo fundamental.

– Você está me decepcionando muito, Finn. – O garoto foi puxado pelo braço e ficou cara a cara com James. O homem estava com uma expressão muito séria no rosto e não parecia controlado como sempre tentava demonstrar. – Acho melhor você ir embora comigo e acabar com toda essa porra de decepção.

– Solta o meu braço... por favor. – Finn falava quase em sussurros, pois estava apavorado demais. Ele pensava que já tinha superado tudo o que James havia feito com ele, mas ali naquele momento, ele teve a certeza de que ainda era muito afetado. Ele achava ter superado, mas ele apenas havia aprendido a viver com aquela dor dilacerante.

O aperto em seu braço se intensificou e seus olhos marejaram por causa daquilo. James aproximou ainda mais seus rosto e isso fez com que o garoto prendesse o ar em seus pulmões. Ele estava com medo. Com muito medo. Mas não sabia como sair daquela situação em que se encontrava.

– Você vai voltar comigo e vai me ajudar a acabar com esse casamento de merda. – Finn ficou sem reação alguma quando James o soltou e caiu no chão com tudo. Ele olhou para o lado e viu Lexa com uma expressão extremamente furiosa em seu rosto. O punho dela estava um pouco avermelhado por conta da quantidade de força que pôs em seu soco, porém ela não estava se importando para aquilo.

– Você está bem? – Lexa perguntou e ganhou apenas um assentir de cabeça amedrontado, coisa que a preocupou.

A Woods trincou o maxilar quando um soco foi desferido contra seu rosto. Ela não havia visto James se levantar, pois estava preocupada demais com Finn. Seu queixo estava doendo por um inferno, mas mesmo assim ela encontrou ainda mais forças para socar o homem, só que ele segurou se punho e deu uma joelhada em sua barriga. 

A morena cambaleou para trás, seus pulmões estavam em busca de ar e seus olhos tomaram um tom vermelho de raiva. Quando ela ia socar o loiro mais uma vez, um outro punho o acertou de lado, fazendo com que ele caísse com tudo no chão e batesse de cabeça.

– Tudo bem? – Perguntou Bellamy que ganhou apenas um assentir de Lexa. – Fiquei sabendo o que esse babaca fez com o Finn e com você também, Lexa, então não quero vê-lo nem pintado de ouro. – Falou o rapaz que pegou James pela gola de sua camisa social e o tirou do chão. A cabeça dele estava sangrando, assim como o canto de seu lábio.

– James. – Chamou Lexa que se aproximou dos dois homens e olhou bem nos olhos azuis do loiro a quem tinha raiva e aversão. – Espero que você fique bem longe do Finn, da Clarke e da Josephine. Se eu souber que você se aproximou deles, eu juro que vou matar você. Vou meter uma bala na sua barriga para você sofrer até a morte.

– Isso é o que vamos ver. – O rosto de James virou para o lado quando Lexa o socou mais uma vez, porém ele apenas sorriu de uma forma debochada e isso irritou ainda mais a morena.

– Se mantenha calma, esse é seu casamento, Woods. – Disse Bellamy mesmo a contragosto. Ele iria gostar de estar se casando no lugar dela. – Eu cuido desse lixo e você vá se casar.

Lexa sorriu em agradecimento e viu o Blake ir embora com James. Ela, então, se aproximou de Finn e o abraçou.

– Obrigadinha, sapatão imunda. – Falou ele baixinho.



(...)



“Você poderia partir meu coração em dois, mas quando ele se curasse, continuaria batendo por você. – Selena Gomez, Back to You.”

A hora da noiva chegar estava quase chegando e esse fato estava deixando Lexa um tanto quanto ansiosa. Ela já estava parada em seu lugar no altar e seus olhos estavam fixos no chão.  Ela pensava se estava mesmo fazendo a coisa certa com sua vida. Mesmo que ela gostasse de Clarke, não poderia aceitar que ela a humilhasse como fez no dia anterior. Ela nunca iria esquecer daquilo.

– Eu estou muito orgulhosa de você, Lexa. – Falou Alicia assim que parou ao lado de sua irmã gêmea. Ela ganhou a atenção dela e notou como ela estava com uma expressão confusa em seu rosto. A morena sabia que ela estava se questionando se estava fazendo o certo ou não, mas ela sentia que sua irmã estava fazendo certo em se casar com Clarke.

– Por que, Ali? – Lexa perguntou baixinho, ainda se sentindo bastante perdida com tudo.

– Porque você chegou até aqui, irmã. – Lexa compreendeu o que Alicia estava falando na mesma hora, pois aquelas palavras tinham muito significado para ambas as garotas. – Sei que você está se perguntando se vale a pena continuar, mas eu acho que vale, Lexa. Você está aqui e agora, você está apaixonada por aquela garota e, apesar de tudo, ela te fez ter vontade de continuar vivendo e você sabe disso.

– Ela me faz viver e não só sobreviver, não é? – Alicia assentiu e sorriu para sua irmã, feliz por ela entender o que ela estava querendo dizer. Lexa voltou a encarar o chão e ficou pensativa, ela só sorriu quando sentiu os lábios de Alicia em sua bochecha. Ela estava muito feliz que sua irmã gêmea estivesse ali com ela naquele dia, pois ela iria lhe segurar caso ela despencasse. – Eu amo você, Ali.

– Eu sei que você me ama. – Lexa revirou os olhos com aquilo, mas mesmo assim continuou sorrindo. Ela não estava entendendo o que estava acontecendo com sua irmã naquele dia, pois ela era tímida demais até mesmo para ser metida. – E eu amo você demais também, Lexa. Mas agora chegou a hora de você começar a amar mais uma pessoa também. – Avisou Alicia quando viu as madrinhas de Clarke, Raven e Octavia, irem para seus lugares no altar. Alicia beijou a bochecha de sua irmã mais uma vez e foi para seu lugar perto de Anna, porém mandou um lindo sorriso para seu namorado que estava sentado junto com os outros convidados.

Lexa sentiu suas mãos suarem quando a típica música de casamento começou a tocar dentro daquela igreja. Ela ajeitou seu paletó e olhou para a porta que havia acabado de ser aberta, mostrando Clarke e Jake.

Flashes do dia anterior voltaram para sua cabeça e uma confusão de sentimentos tomaram conta de sua cabeça, porém mais sentimentos apareceram quando ela fixou seu olhar em Clarke. A loira usava um vestido branco totalmente perfeito aos olhos de Lexa e aos olhos de todos que estavam ali presente. O vestido tinha um corte evasê, ele era tomara que caia e o colo da loira estava visível, assim como suas clavículas que estavam bastante expostas. O vestido tinha mangas com tecido transparentes e algumas flores brancas bordadas, a cintura de Clarke estava perfeitamente moldada com o caimento de todo aquele pano. O cabelo de Clarke estava preso em um coque e algumas mechas caiam por seu rosto e uma tiara estava em seus cabelos, o que a deixava mais linda do que ela já era. Em suas mãos estava um buquê de rosas brancas e Lexa sorriu lindamente ao notar aquilo.

Clarke estava tremendo de tanto nervoso e isso não passou despercebido por seu pai que a levava até o altar, mas a garota não conseguia evitar todo aquele nervosismo, já que a mulher mais linda que ela já havia visto na vida estava a esperando a poucos passos de distância. Lexa nunca esteve tão linda aos seus olhos, coisa que ela não achava ser possível. A morena usava um terninho azul escuro, havia uma blusa social de mangas cumpridas na cor branca por baixo, e uma adorável gravata borboleta preta estava em sua roupa. Os cabelos castanhos dela estavam soltos em cascatas pelos ombros dela e Clarke sorriu ao admitir para si mesma que estava prestes a casar com a mulher mais linda de todo o mundo.

– É o que eu sempre digo: “Fique com alguém que te olhe como a Lexa olha para a Clarke.” – Octavia sussurrou para Raven e viu a mesma revirar os olhos, mas também um pequeno sorriso se formou no canto de seus lábios. Elas estavam se dando bem naquele dia por Clarke, pois sabiam que aquele era o dia dela.

Alicia secou uma singela lágrima que desceu de seu olho e encostou sua cabeça no ombro de Anna, que, em resposta, sorriu ainda mais do que já estava sorrindo antes.

Elas só pararam de se olharem quando Clarke e Jake chegaram ao altar. A loira corou e desviou os olhos de Lexa, logo os pousando em seu pai que tinha os olhos marejados.

– Você está tão linda, filha. Assim como a sua mãe. – Disse ele que beijou a testa de sua filha e a deixou no altar com Lexa e o padre que estava perto das duas para poder consumar aquele casamento.

A loira olhou para Lexa mais uma vez e, em questão de pouquíssimos segundos, se perdeu na imensidão verde de seus olhos, assim como Lexa que se perdeu na imensidão azul de seus olhos. Elas conseguiam se concentrar apenas uma na outra e não se importavam em ouvir o que estava acontecendo ao redor delas. Ambas sabiam que o padre estava falando algo, mas elas, simplesmente, não conseguiam ouvir, pois nada parecia mais perfeito do que os olhos uma da outra.

Naquele momento, pelo menos naquele mínimo instante, os problemas que tinham não pareciam nada importante. A imensidão de tudo o que haviam feito de ruim uma para a outra não era algo que fosse de extrema importância ali. Só aquela pequena bolha ao redor delas que importava, pois ali parecia que nada podia atingi-las e elas poderiam ter paz enquanto estivesse dentro daquela bolha extremamente frágil.

Mas, infelizmente, a bolha estourou ao redor delas e todos os seus demônios lhe invadiram como se tivessem o direito de dominarem seus corpos daquela forma. Tudo aconteceu em uma fração de segundos. Em um segundo os olhares delas demonstravam um sentimento puro e genuíno que escritores famosos descreveriam como amor e no segundo seguinte todo o sentimento se esvaiu. Fosse amor ou não, ele já não estava mais ali.

– Você, Alexandria Woods, promete ser fiel, amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de sua vida com Clarke Griffin? – As duas mulheres pararam de se encarar quando ouviram a pergunta do padre. Lexa fechou seus olhos e respirou fundo, pensando em qual seria sua resposta, porém ela simplesmente não conseguia dizer o tão esperado “sim”. – Eu vou repetir de novo. – Avisou o padre um pouco confuso. – Você, Alexandria...

– Não precisa terminar com isso, padre. – Avisou Clarke que entregou o buquê para sua irmã que estava próxima a si e voltou a olhar para o padre. – Eu não quero mais me casar com esse troço.

– O quê? – Todos que estavam presentes perguntaram extremamente confusos, exceto por Lexa que estava com um olhar frio e em um silêncio sepulcral.

– Eu também não quero me casar com essa Fera, senhor padre. – Avisou Lexa que ficou de frente para o homem que nunca esteve tão confuso em toda a sua vida. – Prefiro me matar pulando de um penhasco do que me casar com essa daí.

– Clarke... – Josephine falou com sua voz falhada e chorosa. Ela não podia acreditar que sua irmã estivesse fazendo aquilo com ela logo quando estava à um passo de ser livre totalmente.

– Clarke, não comece com escândalos. – Alertou Jake que estava com o maxilar trincado por causa de tanto estresse.

– Lexa... – Alicia a chamou em um quase sussurro. Sua irmã a olhou e respirou fundo para se manter calma.

– Desculpas, mas eu não posso me casar com esse jegue porque senão no lugar de alianças, eu vou ter que usar ferraduras. – Disse Clarke que olhou para sua noiva, ou ex-noiva, e fez sua melhor cara de esnobe.

– Você precisa ficar com um pote embaixo da sua boca para o seu veneno não cair no chão, Clarke. – Falou Lexa que olhou para a loira de uma forma bastante brava.

– E você teria que usar arreios. – Uma expressão raivosa tomou todo o rosto da Woods e era exatamente aquilo que Clarke queria. Ela a queria fazer se sentir humilhada e sabia que estava conseguindo.

– Um segundo, deixe-me ver se entendi. – Pediu o padre que olhou para as duas jovens que começaram a o olhar, assim como toda a igreja, exceto por Bellamy que sorria e não conseguia tirar seus olhos apaixonados de Clarke. – Então, você, Alexandria Woods, não promete ser fiel, amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de sua vida com Clarke Griffin? E nem quer isso?

– Sim. – Disse Lexa como se fosse óbvio e aquilo fez Clarke bufar ao seu lado.

– E você, Clarke Griffin, também não promete ser fiel, amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de sua vida com Alexandria Woods? E também não quer isso? – O padre perguntou.

– Sim. – Clarke falou e revirou seus olhos.

– Ambas acabaram de dizer “sim”. – Avisou o padre fazendo com que alguns pulassem de alegria, outros rissem da situação e Lexa e Clarke ficassem super confusas com o que estava acontecendo. – Eu vos declaro casadas. – Ele sorriu abertamente e aquilo fez as duas mulheres se entreolharam ainda mais confusas. – As noivas podem por as alianças e se beijarem.

Lexa pegou a aliança que era destinada a loira e pôs em seu dedo, logo desferindo um beijo nas costas da mão da garota. Ela nunca iria admitir aquilo, mas estava mais feliz do que deveria. Clarke, extremamente furiosa, pegou a aliança da almofada azul e a pôs no dedo de Lexa, fazendo questão de apertar bastante o dedo dela.

A morena, apenas para deixar Clarke constrangida, a puxou pela cintura e colou seus corpos, logo notando o quão avermelhadas estavam as bochechas da jovem. Ela subiu uma mão e a descansou na bochecha de Clarke, então aproximou seus rostos e percebeu que a loira parou de lhe observar e fechou os olhos, como se esperasse ansiosamente por aquele beijo. Lexa colou seus lábios e sentiu, de uma forma bem tímida, Clarke mexer seus lábios para que ganhasse mais daquele beijo. A Woods sorriu internamente e sentiu a Griffin se aproximar mais dela e mover mais seus lábios. Lexa se afastou um pouco para poder virar sua cabeça e esfregou seus narizes, mas então uma Clarke corada se afastou e olhou nos seus olhos verdes.

“Há belezas imperceptíveis em momentos, mas alguns, infelizmente, só as veem quando elas se tornam lembranças.”


Notas Finais


Também queria dizer que sei que algumas pessoas ficam chateadas pelo tempo que eu demoro para postar um capítulo e outro, mas vocês precisam entender que eu não tenho tanto tempo para escrever, mas sempre faço quando possível. Também demoro porque eu preciso entrar em cada um dos personagens (que não são poucos). Então, espero que tenham um pouco de paciência comigo.


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