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História Learning to Love - Naruto


Escrita por: Dark--Moon

Notas do Autor


Eu e minha cara de pau estamos aqui.. ^^

Estou de ferias o que facilitou muito minha vida! <3

Peço mil perdões pela demora...

E para quem ainda acompanha... Muito obrigada!

Capítulo 21 - Naruto


 

 

(...)

 

-Como se sente? – O garoto perguntou baixinho.

 

-Bem e você?

 

-Podemos conversar?

 

-Claro que sim...

 

O que estava acontecendo?

 

O que Sasuke queria?

 

(...)

 

 

 

 

 

 

 

-Em algumas das minhas consultas com a Tsunade, ela me disse que eu poderia adquirir algum tipo de trauma. – ouviu o garoto começar a dizer e arqueou uma sobrancelha. – Ela disse que isso era algo normal, e que poderia ser tratado, ela chamou isso de fobia. Ela disse que eu poderia ter fobia de lugares fechados, de toques, ou mesmo de me aproximar de pessoas que eu não conheço... Entre outras coisas.

 

-Sim, isso é normal sim. Você já descobriu alguma dessas fobias? – Perguntou sem saber onde o menor gostaria de chegar.

 

-Na verdade ainda não... – percebeu ele responder pensativo. – Mas eu descobri que você tem de hospital... Todos tinham medo de que você acordasse... E a maioria dessas fobias são causadas por algum tipo de trauma então... – aquilo era uma conclusão. Percebeu que o garoto provavelmente estaria com medo de continuar com seu raciocínio então prosseguiu. 

 

-Você quer saber por que eu tenho fobia de hospital?

 

 

-Não!... Quer dizer, também... – não conseguiu evitar de sorrir com a confusão estampada no rosto do moreno. – Bom eu sou curioso, mas não é por isso que estou falando sobre isso... Queria saber por que nunca fez algum tratamento para perder ou amenizar essa fobia, uma vez que essas coisas tem tratamento... A doutora Tsunade disse que tem...

 

-É um pouco complicado Sasuke. – interrompeu não querendo perdurar aquele assunto.

 

Ele sabia que sofria sempre que ia a um hospital, que isso cada vez piorava mais e mais, mas era algo que ele não queria tratar.

 

Ele merecia tudo aquilo.

 

 

-Certo, então tenho outra pergunta  - apenas concordou, o importante eram mudar de assunto – Ouvi os meninos falarem que você ficou assim por não ter seguido o tratamento direito. Por que fez isso?

 

-Isso também é complicado... – se inclinou no encosto do sofá e fechou os olhos.

 

Dizer que estava se castigando por ser um monstro, não era algo a dizer a alguém como Sasuke. O garoto era puro e tinha um coração bom.

 

Não queria preocupar ninguém.

 

Ninguém deveria se importar com alguém como ele.  

 

-Eu acho que posso entender, não sou tão burro quanto acha.

 

-Não é questão de entender Sasuke... – respondeu ainda sem olha-lo– É só coisa demais, acho que você não deve se preocupar com alguém como eu... Só isso.

 

-Acho que quem deve definir com o que eu devo me preocupar ou não sou eu. – Respondeu no mesmo modo de antes.

 

-Você mudou. – abriu os olhos e o fitou. Era bom ver que ele estava crescendo e aprendendo a se por.  

 

-Eu te fiz duas perguntas e você não me respondeu nenhuma. Vou fazer a terceira...

 

-Pode fazer...- era divertido ver o pequeno garoto se irritando.

 

-O que é estar na fila de doação de rim?

 

-Significa que eu e muitas outras pessoas precisamos de um rim, por distintos e inúmeros motivos diferentes, e entramos em uma fila. Quando aparece algum doador quem está na frente da fila é chamado e é feito o procedimento.

 

-Quem define quem está na frente nessa fila?

 

-Bom, inúmeros critérios são levados em consideração Sasuke... Idade, resistência, saúde, fora que são feitos vários exames entre o doador e o receptor, tudo entre os dois devem ser compatíveis.

 

-Se eu fosse compatível com você poderia ser um doador?

 

Sasuke era um pequeno e doce anjo.

 

-Você quer me doar um rim Sasuke? – disse rindo, afinal aquilo era um absurdo. – Vamos lá Sasuke, vou ser sincero com você está bem? Você me pediu em uma das suas mensagens para que eu fosse sincero então eu vou ser... Se virou para que o garoto olhasse em seus olhos –Eu não sei por que está aqui... Não me entenda mal... Eu gostei de te ver aqui, mesmo... Mas não entendo o motivo de você estar aqui. Nós já falamos inúmeras vezes sobre nossa aproximação, sobre o fato dela não poder existir. – Viu que Sasuke o responderia, mas levantou o indicador para impedi-lo – Eu estou doente, e eu hoje sequer sei a gravidade de tudo Sasuke... Tenho que conversar ainda com Kabuto e com o medico do hospital onde fiquei. Mas de qualquer forma hoje se tivesse um doador para mim eu não poderia fazer a cirurgia, pois não estou com minha saúde muito boa. Mas isso é uma coisa que EU vou resolver, ninguém mais, e não quero que você ou nenhum dos garotos pense em me doar o rim, pois eu não quero isso, mesmo por que ele pode fazer falta mais pra frente. E você não deve se preocupar com isso... Já acabou a escola? Está de férias? Decidiu uma faculdade para fazer? São nessas coisas que você deve pensar garoto.

 

Em uma de suas conversas com Tsunade, quando Sasuke mandava mensagens de madrugada por alguma razão, ela disse que como foi o loiro quem o tirou da boate, Sasuke o tem como um ponto de referencia. Talvez por isso Sasuke estivesse ali. Ele não entendia que deveria se afastar.

 

Queria colocar na mente do garoto que ele tinha uma vida longa pela frente para viver e aproveitar.  

 

-Eu não estou pensando nisso ainda. Sim, eu já terminei a escola.

 

-Fez formatura?

 

-Eu não quis. Mas pare de mudar de assunto! Eu quero conversar com você sobre o meu tratamento.

 

 

Aquilo era novo

 

 

-Comigo?

 

-Sim Naruto, com você! – o viu dar uma pausa, suspirar e continuar. - Bom que eu estou com depressão você já sabe.

 

-Sim, está tomando os remédios e seguindo as recomendações da doutora Tsunade?

 

-Você consegue parar de me interromper?

 

-Ok, desculpa. – levantou as mãos em rendição e sorriu com a marra do garoto – pode continuar...- Era bom ver que ele estava melhor.

 

Aquela seria sua personalidade.

 

-Eu noto que todos ao meu redor lidam comigo como se eu fosse uma bomba relógio que fosse explodir a qualquer momento. Eu noto que todos tem medo até de falar sobre alguns assuntos perto de mim, talvez temendo que eu associe a alguma coisa e tenha uma crise. Eu tenho dias que fico bem, e meses que fico mal... E isso atinge a todos que estão comigo. E eu apenas não tenho controle sobre isso. Tenho apenas que ter paciência e esperar até que eu melhore. E todos que estão ao meu lado devem ter essa paciência em dobro. – outra pausa, viu que o moreno esperou como se esperasse que ele fosse dizer algo, mas ao notar seu silencio o moreno continuou. – mas algo que todos dizem é que eu tenho vontade própria e posso fazer o que eu queira, você mesmo já me disse isso... Que eu devo fazer algo apenas porque eu quero, sem me importar com o que todos querem. – se resumiu em concordar, pois aquilo era tudo que ele queria que Sasuke fizesse. Algo para si mesmo.  –Eu quero fazer letras, mas não sei se é uma boa faculdade, eu quero viajar, mas não sei para onde, eu quero provar comidas novas, mas não sei quais... Mas tem uma coisa que eu quero que não têm um “mas” no meio, e eu quero muito isso...

 

-O que você quer Sasuke?

 

-Estar perto de você.

 

Um branco se instalou na mente do loiro.

 

Aquilo não era real.

 

Não poderia ser.

 

Ninguém quer estar perto dele apenas por querer.

 

Provavelmente seria pelo mesmo motivo que Tsunade alegou. Apenas por ter sido o primeiro a estar com Sasuke depois de tudo.

 

Tinha que fazer o menor mudar de ideia.

 

-Sasuke, você tem noção do que está me falando?

 

-Qual o problema nisso?

 

-Você sabe que metade dos problemas que está tendo hoje foram por culpa do Juugo e da boate dele certo? Boate essa da qual eu já fui seu cliente Sasuke.

 

Não era possível que isso não impactasse na cabecinha do moreno.

 

Ele tinha que entender que aquilo era um absurdo.

 

Um grande absurdo.

 

-Eu sei...

 

-Então vai me dizer agora que também quer se reaproximar de Juugo?

 

Viu o semblante do moreno se tornar assustado.

 

Ser que a ficha estava caindo.

 

-Não se compare com Juugo. – foi a resposta dele depois de alguns segundos.

 

-Eu sou como ele Sasuke, isso que você precisa enfiar nessa cabeça. Não tem diferença entre nós dois, se você não o quer por perto, não deve me querer.

 

-Você não é nem um pouco parecido com ele.

 

-Sasuke eu fui seu clie... – foi cortado

 

-Cliente, eu sei! Eu estava lá Naruto! Mas você não fez nada de errado! Muitas pessoas fazem o que você faz, eu pesquisei e isso é uma coisa normal sabia? Eu estava errado em mentir para você. Eu menti sobre minha idade, você ia embora, e eu não queria que você fosse.  E você pode não se lembrar, assim como a Tsunade ou mesmo meu avô, mas se não fosse por você eu ainda estaria lá, no mesmo lugar, fazendo as mesas coisas até hoje, e o pior, achando tudo normal.

 

O que?

 

 

-Você não falava tanto assim antes! – Foi o que conseguiu dizer impressionado com as palavras do moreno.

 

-O tratamento funciona! – o viu sorrir.

 

O sorriso dele era lindo.  

 

-Certo senhor falante, e o que a sua psicóloga e sua família acham disso tudo? Suponho que eles já saibam?

 

-Porque acha que meu irmão me trouxe até aqui?

 

-Vocês devem ter algum problema mental muito sério, vocês dois!

 

-Bom, o que eu tinha para falar era isso. Eu quero ter você por perto, e seria muito bom se você cooperasse comigo. – viu outro sorriso no menor.

 

-Não querendo atrapalhar, mas já atrapalhando – Viu Gaara se aproximando com um sorriso imenso no rosto e só então se deu conta que todos ainda estavam ali. – A comida está pronta, vamos almoçar?

 

-Estou sem fome, mas fiquem à vontade. – se levantou – Eu vou me deitar um pouco certo?

 

Seu corpo todo doía e estava com um pouco de tontura.

 

-Errado! – Viu Kabuto se aproximar e fazer uma espécie de massagem em seus ombros– Você vai comer junto com a gente, e vamos fazer algo depois.

 

-Você dormiu muito nesses últimos dias já. – Gaara emendou e apenas revirou os olhos.

 

Foram todos para cozinha, e Naruto não conseguiu evitar de se sentir mal por seu pai estar ali. Não que não gostasse da presença do mais velho.

 

Ele o amava.

 

Mas não queria ser mais um peso ao mais velho, afinal já trouxe desgostos e problemas demais a ele.

 

Não queria que ele se sentisse responsável por nada.

 

Não queria incomodar ninguém.

 

Comeu em silencio, ouvia as piadas sem graça de Gaara e Kabuto e os sorrisos de Itachi e Sasuke, e por vezes alguma consideração de seu pai.

 

Aquilo era bom.

 

Mas ele não merecia nada disso.

 

Os dias foram passando, seu pai se estabeleceu no apartamento, assim como o de óculos e o ruivo. Não queria preocupar ninguém, ficava a maior parte do tempo dormindo. Sasuke o visitava com frequência, o moreno estava na casa do seu irmão, que também estava bem próximo dos seus amigos.

 

 

Assim se passaram 15 dias.

 

Seu pai passou a viajar entre Londres e California, o médico disse que Naruto estava bem, e Kabuto disse que era verdade. O loiro não queria que seu pai se desgastasse com a viagem. Pediu inúmeras vezes que ele fosse embora e cuidasse de seu avô , pois ele ficara bem. O maior o ignorava e voltava depois de poucos dias. Até que um dia Naruto cansado de ver o semblante cansado do mais velho e um pouco irritado talvez por estar sempre trancado em seu apartamento começou uma conversa com o maior.

 

Ambos estavam no quarto do mais novo, e seu pai lhe falava sobre como deveria se alimentar melhor. Muitas coisas rondavam na mente do loiro. Mas ele não conseguia começar a falar nada. Não sabia como fazer seu pai entender que não lhe devia nada, que não precisava estar ali se desgastando por alguém que só lhe fez mal.

 

-Sente muita falta dela? – a pergunta repentina fez seu pai se calar e fita-lo um pouco surpreso com a mudança de assunto. Mas ele não pareceu magoado ou irritado. Antes de lhe responder se aproximou e se sentou ao seu lado na cama.

 

-Hoje já me acostumei com a ausência dela. Claro que várias coisas ainda me lembram algum detalhe dela. Mas não é mais tão doloroso. – Naruto se surpreendeu com a resposta calma e aparentemente sincera do pai. – Você ao contrario ainda não conseguiu superar isso não é?

 

-É mais complicado para mim... – disse sincero e sem pensar muitos em suas palavras, estava cada vez mais confuso. – ainda mais quando se é o culpado de tantas coisas.

 

-Naruto! – seu pai o ralhou. – nós dois a perdemos, NÓS  DOIS! Mas a culpa não é sua nem minha, coloque ela no acaso. Eu que a joguei em cima de você todos esses anos...

 

- Pai...- Naruto tentou interrompe-lo. Dizer que não, ele não se sentia culpado pelas coisas feitas e ditas pelo pai durante aqueles anos todos, mas sim por ser ele naquele volante que acabou com a vida não só de sua mãe, mas deles dois ali naquele quarto também.

 

-Não me interrompa! – seu pai disse sério e Naruto o obedeceu. – Nós dois tinhamos acabado de ter uma grande briga aquele dia, sua mãe estava me apoiando nessa briga sem razão, e também discutia com você. Você era apenas um garoto com uma bagagem pesada demais para carregar, e em um acidente eu quase perdi vocês dois. Podemos colocar a culpa em mim, por ter te deixado nervoso, na neve que começava a molhar o chão naquele dia e que fez o carro derrapar, ou mesmo no ônibus do qual o carro bateu, posso ir além, podemos colocar a culpa na sua mãe que estava sem o cinto de segurança e que provavelmente gritava em seu ouvido coisas que alguém de sua idade não devia ouvir ou ser tão cobrado.

 

-A culpa não é dela! – quis gritar, mas sua voz não passou de um murmúrio, as lembranças do acidentes vivas em sua mente, sua mãe brava brigando por uma manchete onde ele  aparecia bêbado, e depois sangrando ao seu lado pedindo para ele respirar e dizendo que tudo ficaria bem...

 

Não ficou.

 

-Não filho, a culpa não é dela, ou do ônibus, ou da neve, muito menos sua! Qualquer perda é difícil, ainda mas de alguém tão único e especial como era sua mãe. Ela te amava com todas as forças dela, e eu falhei em seu ultimo desejo. – Naruto que nem percebeu as lagrimas caírem fitou pela primeira vez seu pai nos olhos, ele tinha os olhos marejados. – ela pediu que eu cuidasse de você e o fizesse feliz.

 

-Pai...

 

-Escute, sei que nada do que eu disser agora vai mudar sua opinião sobre tudo. Mas eu sei o que ela gostaria que acontecesse.  Ela gostaria que você seguisse seus sonhos e realizasse algo grande e que você gostasse muito. Ela gostaria de ver você feliz rodeado de pessoas que gostem de você. Ela não vai descansar enquanto você estiver assim, aos farrapos e destruído por dentro filho. Se não quer fazer algo bom por que acha que não merece, faça por ela. Você sabe que ela gostaria de ver você bem, e enquanto estiver assim ela não terá paz.

 

-Eu...- Naruto fitou o chão, as lagrimas rolavam sem sua ordem e ele fungou. – É tão difícil pai...

 

-Eu sei filhote... – sentiu os braços fortes do maior ao seu redor e uma paz o invadiu. – Mas vamos tentar por ela? Vamos seguir em frente?

 

A conversa se seguiu sem mais tantas lamentações, Naruto percebeu que seu pai tinha voltado a ser aquele do qual era antes de perderem sua mãe, o homem forte, imponente, mas também um pai amoroso.

 

Saíram do quarto ambos fungando um pouco, mas se alguém percebeu algo não disseram nada. Naruto percebeu que seu pai se sentia culpado por  tudo, e tinha que mostrar a ele que estava tudo bem.

 

O doce garoto moreno se mantinha presente a maior parte do tempo, e Naruto ainda não entendia muito aquela aproximação. Ele não faria bem a ele, e não queria estar por perto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Naruto voltou a trabalhar, mesmo contra vontade de todos, mas o loiro alegava estar bem, e dizia que estava quase louco por ficar só em casa. O que era ignorado por todos

 

Outra coisa que pôde perceber era a aproximação entre Itachi e Gaara, fazia muitos anos que não via aquele brilho diferente nos olhos do ruivo e isso era uma coisa boa. Era uma quarta feira quando chegou no apartamento, e Itachi chegou em seguida, provavelmente para buscar o moreno que estava ali com Gaara e Kabuto.

 

Ele tinha tido uma ideia aquela tarde quando soube de uma viagem que teria que fazer. Iria ser algo bom para Sasuke e seu tratamento. Claro que se alguém estivesse com ele.

 

-Itachi, terei que viajar provavelmente amanhã. – disse casualmente à Itachi enquanto iam para cozinha, sendo seguidos pelos outros.  -Gostaria de saber se você e Sasuke não gostariam de ir comigo até lá. Bom na verdade eu terei de passar uns dois dias, mas vocês podem voltar no mesmo dia se for o caso.

 

-Eu terei que trabalhar Naru, estamos com um projeto com sua empresa que está me fazendo sofrer e perder noite de sono sabia? – Itachi respondeu sorrindo e não conseguiu evitar de sorrir de volta, ele era um cara e tanto. Faria muito bem ao Gaara caso suas suspeitas estivessem certas.  

 

 

-Eu entendo, então tudo bem. – respondeu simplesmente, poderia dizer sua ideia depois ao moreno mais velho e ele mesmo poderia fazer isso depois com Sasuke.

 

-Mas pode levar Sasuke se ele quiser ir. – aquilo o pegou de surpresa, sabia que Itachi estava ali por Sasuke, sabia que estavam todos se aproximando, mas ele o autorizar a levar Sasuke para uma viagem? Aquilo era confiar plenamente no loiro.

 

-Posso? – perguntou simplesmente

 

-Claro, se você não sumir com ele, e que o traga são e salvo depois, por mim tudo bem. – ambos se viraram para fitar Sasuke que os olhava curioso em busca de uma resposta do mais novo, afinal era dele que estavam falando .

 

-Eu quero ir. – o garoto disse calmo.

 

-Certo, arrume suas coisas, vamos amanhã de manhã. – disse sorriu e depois seguiu para o seu quarto.

 

Itachi era louco, mas não iria decepciona-lo.

 

A viagem foi tranquila, e a carinha curiosa do moreno olhando para cada canto com expectativa depois que chegaram era impagável.  

 

 

-Bem vindo ao México. – disse sem conseguir evitar um sorriso– Aqui está tendo um festival, por isso está essa bagunça.

 

-México? – o ouviu perguntar surpreso

 

-Sim, não gostou? – coçou a cabeça, porque queria a aprovação dele?

 

-Sim! Muito! Mas porque me trouxe aqui?

 

-Pensei em te deixar aqui no meio dessas pessoas e voltar para casa. – disse e o viu mostra a língua, era bom vê-lo tão... espontâneo.

 

Se instalaram no hotel e o chamou para darem uma volta no fim da tarde.   

 

O apresentou o mar e a agua salgada, caminharam pela areia, viram o sol se por, e Naruto se lembrou do quanto estava com saudade daquela cidade. Sua mãe era dali, e lhe mostrou como o México poderia ser um remédio e tanto.

 

Foram a um restaurante onde apresentou as comidas típicas ao moreno que comeu tudo e aparentemente gostou.  

 

Na volta, podia notar como Sasuke estava calmo e relaxado com o remédio chamado México e suas praias. Mas não foram para casa, Naruto o levou a universidade da Califórnia. A mesma onde ele estudava até um tempo atrás.

 

O carro loiro estacionou em uma Universidade grande e muito bonita. O menor o seguiu até o saguão de entrada onde uma moça muito bonita parecia que os aguardavam.

 

-Konan, Que bom revê-la! – abraçou a velha amiga que ali estava.

 

-Eu que o diga meu bem, quando voltará a estudar aqui?

 

-Não sei ainda, mas veja, esse é o garoto que te falei!

 

-Sasuke! – viu a amiga dizer animada. Ela era assim com todos.

 

 

-Vamos, hoje você será todo meu! – ouviu a menina dizer e viu a cara de assustado que o garoto fez.

 

-Sasuke, você passará a manhã aqui com ela, ela é meio louca mas é uma boa pessoa. Venho te buscar para almoçarmos em casa.

 

Viu o garoto assentir e depois partiu.  

 

Ele ficou com o que o garoto disse dias atrás, e decidiu ajuda-lo a se decidir. Levou o para o México pois o menino queria conhecer algum lugar novo e nada melhor do que conhecer novos ares.

 

Estacionou do lado de fora na hora marcada e aguardou pacientemente o garoto sair. Mas nada o tinha preparado para o que veio a seguir, assim que o garoto o avistou correu em sua direção e se jogou em seus braços. Depois do choque passar, envou o corpo magro e pequeno em seus braços em um abraço.

 

-Aconteceu algo Sasuke? Fiz algo de errado? Alguém fez algo com você? – perguntou tentando entender o que estava acontecendo.

 

-Não! Quer dizer sim! – viu o menino responder agitado e não entendeu nada. Será qie tinha ido longe demais?

 

-Me desculpe Sasuke, não pensei que ...- o garoto foi rápido em interrompe-lo.

 

-Naruto... –sentiu novamente os braços finos ao redor de seu corpo e relaxou um pouco. – Obrigado!

 

-Tá, estou confuso! – disse ainda confuso.  

 

-Você me levou para viajar, me fez provar comidas diferentes e me mostrou como é o curso que tenho vontade de fazer... – o ouviu dizer apressado e fazendo gestos com as mãos. – E eu só me dei conta disso agora! – o viu bater em sua própria testa como se estivesse se sentindo um tonto e não conseguiu evitar de sorrir com a doçura daquele garoto.

 

-Então você gostou?

 

-Claro!!

 

-Bom, - tirou um papel do bolso e lhe entregou  – Essa é uma sede dessa mesma faculdade só que em Tókio onde você mora, se você realmente gostou, já sabe o que vai fazer quando suas férias acabarem.

 

-Isso é ótimo! – o ouviu dizer contente.

 

O rosto dos dias que se passaram foram bons, e soube que Sasuke conseguiu uma vaga na faculdade de Tokio. Aquilo era ótimo.

 

Com as coisas resolvidas voltou a se distanciar, ele queria que o garoto seguisse sua vida e conquistasse suas coisas, fosse feliz e esquecesse de tudo o que lhe fez mal.

 

Ele tinha que virar a página.

 

Ele ia virar a pagina.

 

Isso se tornou algo real para Naruto quando as férias acabaram e Sasuke voltou para tokio. Depois de um ano eles mantinham contato praticamente diário. Mas depois não pôde deixar de notar o distanciamento do garoto.

 

As mensagens e ligações pararam de ser diárias para semanais, depois para mensais, até que faziam meses que  não se falavam.

 

Ele sabia que o moreno estava bem, Gaara que agora estava em um quase relacionamento com Itachi provavelmente diria se algo estivesse errado.

 

Aquilo era apenas Sasuke seguindo sua vida.

 

Seu pai também mantinha contato, mas estava estabelecido em Londres para cuidar das empresas de lá. Mas o velho não o deixava sem noticias e todos os dias sem falhar ligava ao menos para ver como o loiro estava, e se não precisava de nada.

 

Seu avô estava melhor, mas não tinha voltado a ativa no trabalho, sua idade avançada o deixava um pouco debilitado, mas todos cuidavam do velho ranzinza e amoroso.

 

Gaara comprou um apartamento em seu prédio com a desculpa de ficar de olho, mas algo o dizia que o motivo era um moreno que agora era funcionário de sua empresa.

 

Kabuto voltou para Londres, mas sempre que podia visitava o loiro.

 

Naruto não voltou a faculdade, não voltou às boates, não fazia mais cenas. Ele apenas trabalhava e ficava em casa sempre com uma desculpa diferente para não ver ninguém, ou não fazer algo diferente. Ele estava trancado dentro da sua culpa, dentro de sua preocupação de fazer todos a sua volta bem, estava trancado dentro de si mesmo.

 

Os anos passaram rápido, faziam em media 6 meses que não recebia sequer uma mensagem de Sasuke, e seus 30 anos chegaram que sequer notou. Para ele estava tudo bem, todos estavam seguindo suas vidas, e era isso que deveria ser feito.

 

Mas ele estava seguindo também?  

 

Ele não queria seguir.

 

Ele não merecia.

 

 

Era quase manhã e ele não tinha pregado o olho, estava terminando de ver um documentário de um abrigo infantil que estava sem documentos e que seria demolido, e se perguntava para onde iam aquelas crianças... Aquele poderia ser o pontapé inicial para um projeto que ele tinha guardado na gaveta a longos anos? Até que seu celular tocou o surpreendendo.

 

Era Sasuke...

 

“Sasuke?” disse simplesmente, o que será que estava acontecendo para o garoto ligar?

 

“Naruto... Meu pai está aqui... O que eu faço?”

 

“O que? Tem certeza que é ele?” aquela noticia o pegou de surpresa e ele estava de pé andando de um lado para o outro imponente por estar tão longe.

 

“Fazem anos que não o vejo, mas é ele...” Ouviu um soluço que cortou um pouco seu coração. “O que eu faço?”

 

“Escute, onde você está?”

 

“Estava saindo da faculdade, mas quando eu estava saindo eu o vi e voltei para dentro. O que ele quer Naruto?”

 

“Eu não sei doce, só não... só não chore está bem? Eu lhe prometo que nada vai te acontecer.”

 

“Tá bom.”

 

“Eu preciso desligar por um momento, fique onde está, eu já retorno a ligação.”

 

“Você promete Naruto? Promete que não vai me deixar?” Essa era uma pergunta estranha, mas Naruto respondeu sincero.

 

“Nunca deixaria você Sasuke, eu já retorno. Fique ai e não faça nada ok?”

 

“ok.”

 

Naruto nunca pensou que algo assim pudesse acontecer, tudo estava indo tão bem para o garoto. Procurou o numero em sua agenda no celular e logo estava chamando. No quinto toque a ligação foi atendida por uma voz grossa, brava, e sonolenta.

 

“Itachi?” a voz de Madara soou preocupada provavelmente pelo prefixo da ligação imaginou que fosse o neto mais velho.

 

“Não, sou Naruto.”

 

“O desgraçado que abusou de meu neto? A que devo a honra de sua ligação?” a ironia e rancor eram evidentes no tom de voz, e Naruto sabia que merecia aquilo.

 

“O senhor pode buscar Sasuke na faculdade? Ele acha ter visto o senhor Fugaku, e está em pânico.” Disse simplesmente.

 

“Oh!” ouviu um barulho do outro lado da linha, provavelmente o homem estaria se trocando as pressas. “estou a caminho.”

 

“Obrigado.” Disse, mas a ligação já avia sido encerrada.

 

Retornou a ligação para Sasuke, onde o garoto afirmou que estava no mesmo lugar de antes, sua voz estava trêmula, e ele pedia para Naruto distrai-lo.

 

Naruto puxou uma conversa sobre esses meses sem nenhum contato e Sasuke pareceu se esquecer por um instante o que estava acontecendo e começou a tagarelar sobre tudo que estava fazendo e como amava dar aulas para crianças e não via a hora de ser um professor de verdade. Até que o garoto se calou por um instante e depois voltou a ligação com a voz mais calma.

 

“Você pediu para o meu avô vir me buscar...” ele parecia surpreso e feliz.

 

“Claro! Achava que eu ia ficar falando com você até que morresse de fome ou sede ai?” ouviu um riso do outro lado da linha.

 

“Obrigado Naruto, vou desligar agora.” Naruto se surpreendeu por não ouvir nenhum resmungo do avô de Naruto, sempre que eles se falavam o mais velho soltava alguma piada ou resmungava sobre não ser acordo com aquela amizade. Mas depois do garoto citar seu nome não ouviu nada.

 

“Posso te pedir uma coisa?”

 

“Claro.”

 

“Me avise quando estiver em casa e seguro?”

 

“Eu aviso.” Podia senti-lo sorrir pelo telefone. “desculpe incomoda-lo e obrigado por sempre me ajudar.”

 

“Quando precisar estou aqui.”

 

Desligou antes de ouvir uma resposta.   


Notas Finais


Para quem ainda lê, aguardo opiniões. ^^


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