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História Lee Know e o Híbrido de Esquilo - Minsung - Lee Know em : A Direção Certa



Notas do Autor


Fala sério? Esse Minho é gato pra porra.

Capítulo 44 - Lee Know em : A Direção Certa


Fanfic / Fanfiction Lee Know e o Híbrido de Esquilo - Minsung - Lee Know em : A Direção Certa

Cirurgiões são cientistas treinados para acreditar somente naquilo que podem ver e tocar. Porém, esse treinamento nem sempre acontece.

Cientistas ou não, a maioria de nós que esteve nessas situações são forçados a ter o conhecimento dos mistérios da vida.

Nós somos obrigados a ter conhecimento que certos tipos de mágica existem. E essa história, memória e fantasmas do passado ás vezes são tão tangíveis quanto qualquer coisa que possamos segurar em nossas mãos.

-Ele está solto, Joy. Ele não ia pegar perpétua?__perguntou nervoso

-Eu vou entrar em contato com a promotoria de justiça e investigar. Vocês tem certeza do que viram? Colocamos ele atrás das grades à quase 18 anos!

-Eu tenho certeza do que eu vi. Ele esbarrou e falou com a nossa filha. Ele cercou ela com aquele olhar nojento e depois me olhou no fundo dos olhos!__Han estava sentado à mesa gigante de reuniões da sala de Joy.

Minho estava atrás dele, as mãos em seus ombros em um aperto reconfortante de apoio enquanto Joy ja discava o numero da promotoria.

A quase 18 anos atrás, Han estava encerrando um capítulo traumático e iniciando uma nova vida, uma nova fase com a certeza de apenas duas coisas: seria imensamente feliz e jamais veria Johor Doyun novamente.

Jisung o havia enfrentado em meio a um tribunal de justiça enorme e cheio, havia contado sobre sua vida e seus traumas à pessoas que sequer sabia o nome e aquilo ainda teve cobertura de imprensa como se seus demônios fossem a atração principal, um show interessante do qual as pessoas queriam assistir. Umas por curiosidade e outros apenas por gostarem de confusão, e no fim, ainda assim era a invasão da sua privacidade.

Pensou que havia superado, achou que tivesse aprendido a lidar, no entanto vê-lo lhe fez sentir como se tivesse 7 anos novamente, sendo levado para sua própria condenação, não era justo.

Yang havia percebido seu nervosismo, Minho grudou em Hyeri até a hora em que entraram na sala do cinema ou quando saíram. Han sequer conseguiu prestar atenção no filme e seu humano que estava ao seu lado ficou lhe abraçando e oferecendo palavras de conforto em sussurros durante todo o tempo.

Era como se tivessem lhe jogado um balde de fria. Mesmo que fosse livre e seus filhotes também, mesmo que hoje ele e Minho fossem pessoas mais fortes, ainda assim, era inevitável não se sentir daquela maneira. Ansioso, aflito, com medo.

Observou Joy dialogar no telefone e em seguida com Minho, mas sua mente ficava apenas voltando e voltando no momento em que aquele verme tombou com sua filha, a sua filhotinha.

Se ele chegasse perto de Arya, Hyeri ou Yang, não iria se responsabilizar por seus atos.

-Parece que seu appa era um militar importante na Malásia antes de se casar com sua omma e virar CEO da empresa. Conseguiram reduzir os anos de penalidade aqui e o prenderam lá na base, eles tem o jeito deles de resolver essas coisas. Fazem três anos que Doyun circula livre!__Joy explicou com calma, mas o efeito pareceu ser inverso ao que o esquilinho arfou surpreso.

Puta. Merda.

-Você está me dizendo que fazem três anos que esse cara está solto? Ele poderia ter vindo atrás de mim, atrás dos meus filhos e eu não fui comunicado sobre isso?

-Eu emiti o mandado de proteção à Vítima, ele não pode chegar a 5 metros de você!

-Sim mas isso era válido antes de ele ser preso, bem sabemos que essas regras não se aplicam mais, 17 anos se passaram desde a prisão, e mesmo assim, isso não livra os nossos filhos, Joy!__Minho disse algo pela primeira vez depois de muito tempo ali

-Ele cercou a minha filha ontem. Ele olhou no fundo dos meus olhos e sorriu com o mesmo jeito doentio e eu não vou descansar enquanto ele estiver solto. Eu não vou conseguir ficar em paz sabendo que tem estuprador, assassino e maníaco à solta e que ele é o meu appa, se ele ferir um dos meus filhotes eu nunca vou me perdoar!

-Eu vou tentar reverter a situação, Jisung. Por favor fique calmo, certo? Eu sei que isso não é fácil e muito menos justo, mas se já o colocamos atrás das grades uma vez, nada vai nos impedir de fazer isso novamente!

-Eu espero que você realmente esteja certa sobre isso, porque eu me recuso a passar por todo aquele inferno novamente!__o mais novo se levantou

Estava farto daquilo.

Minho permaneceu na sala da advogada, Han não queria escutar mais nada sobre aquele assunto, queria que Johor tivesse morrido junto com as lembranças que fez questão de matar em sua mente ou pelo menos achou que tinha.

Se lembrava de tudo. Sempre se lembraria. Jamais estaria livre de verdade.

Existem alguns desastres que você não vê se aproximando, não importa o quão cuidadoso você planejou. Uma pequena surpresa que muda tudo.

Na cirurgia, nós chamamos isso de complicação. Na vida, isso é uma catástrofe.

Abriu a porta do One:1, se sentando em seu banco. Socou o seu volante e respirou fundo. Aquilo não podia estar acontecendo novamente.

Não estava preocupado consigo, não ligava pra isso, mas não conseguia ficar calmo tendo 3 filhos. Conhecia Johor Doyun, sabia que ele buscaria, cedo ou tarde, se vingar de tudo o que aconteceu à anos atrás.

Conhecia aquele olhar que o mesmo direcionou a Hyeri, o sorriso sacana, a fala maliciosa. Conhecia bem aquelas evidencias de segundas más intenções.

Hyeri era alguém que realmente chamava muita atenção, no entanto, sua filhotinha numero um continuava sendo tão meiga, fofa e com certa inocência que o preocupava. Hyeri cresceu, mas ainda era sua princesa pequenininha e o mesmo era válido a Yang.

Mas agora as coisas eram diferentes, ele não se renderia a pressão e Doyun jamais chegaria perto de si ou de seus filhos novamente. Não iria permitir!

Escutou batidinhas no vidro de sua janela e destravou as portas no controle manual, Minho abriu sua porta.

-Me deixe dirigir, sim?__lhe deu um sorriso lindo e aconchegante que foi impossível não retribuir

Pulou para o banco do lado deixando com que Minho se sentasse ao volante, o Lee mais velho fechou a porta, levou os olhos ao esquilinho e respirou fundo.

-Eu também estou muito assustado, mas vamos fazer isso.__ele disse vendo os olhinhos redondinhos brilharem em lágrimas

Afastou o banco para trás, apenas para puxar o marido para seu colo e o abraçar com força.

Segurou em seus pulso deixando um beijo sobre as pontas de seus dedos e colocou os bracos do menor ao redor de seu pescoço, selando os lábios de forma tranquila, um toque suave e doce, deixando um selinho no final.

-Juntos.__assentiu deitando a cabeça no ombro de Minho

-Não vou deixar ele machucar vocês, amor. Fique calmo. Hoje a situação é outra, o cenário é completamente diferente do que à 17 anos atrás. Se tem alguém capaz de ir ao inferno pelos 3 somos nós, e eu vou fazer o impossível pra que essa situação se resolva!

Sua voz era baixinha e doce enquanto consolava o mais novo ainda em seu colo.

Jisung era pequeno pois não havia crescido nem mesmo o 1cm que ele queria pra arredondar, já Minho ainda havia se desenvolvido um pouco mais em sua altura. Não importava o quão adulto o esquilinho fosse, ele sempre seria o seu baby.

-O Han confia em você...__o menor falou baixinho, sentindo o cheirinho do perfume do humano, aquele mesmo de sempre pois nunca o havia deixado mudar__eu confio em mim mesmo, Minho.

-E é isso o que importa.__sorriu o encarando nos olhos, beijou sua testa demoradamente__Te amo, Baby!

-O Han também te ama, hyung!__sorriu enfiando o rosto na curvatura de seu pescoço e aspirando o seu cheiro gostoso, causando risos no Lee pelas cócegas.

A risada de Minho era muito melódica, era fofa. Os dois ainda eram os mesmos de sempre, parceiros um do outro em todos os momentos. A diferença é que a vida os haviam ensinados a serem fortes por si mesmos e também pelos filhotes.

Eles eram suas versões 2.0 do passado, maiores, melhores, mais adultos, mais racionais. Pensavam no coletivo em vez do individual, tendo consciência de que qualquer ação mal pensada poderia afetar um ao outro e aos filhos, que eram justamente as pessoas que ele não queriam ver sofrer por nada nesse mundo.

Han voltou ao banco do carona depois de um tempo, Minho dirigiu o One:1 até o SNUH. O som do rádio tocando no canal da gravadora de Changbin, eles tinham as melhores seleções de musicas e era gostosinha de ouvir.

Changbin havia gravado umas 3 ou 4 musicas de Jisung desde que virou CEO, ele disse ao esquilinho que aquilo era bom demais para que ninguém escutasse e insistiu constantemente durante 2 anos até que o mais novo cedesse.

Close ganhou até MV depois de viralizar e as redes sociais do menor ganharem até mesmo o selo verificado, ou seja, Minho estava casado com uma celebridade não só da medicina mas também do mundo musical.

Han teria uma palestra importante no mês seguinte, o menor havia ganhado 12 premiações importantes que alavancaram a sua carreira, sendo elas de medicina veterinária-híbrida geral, em cirurgia, outras na cardiologia e os mais recentes que o intitularam o melhor cirurgião cardiovascular-híbrido da Coréia do Sul.

A dois anos atrás estava inconformado com o sistema de saúde, então sempre que possível vinha arquitetando algo para muda-lo e Minho o ajudava nessa missão.

Eles precisavam de algo bom, um projeto concreto e que solucionasse os problemas mas com a rotina agitada acabavam por deixar isso de mão.

Lee Know tinha 22 premiações ganhas e estava sendo indicado para mais uma das premiações mais importantes no ramo da Medicina onco-cirúrgica.

Ele havia sido o pioneiro em um procedimento cirúrgico que facilitava na remoção de tumores consideravelmente inacessíveis, o seu projeto havia dado tão certo que estava sendo desenvolvido nos Estados Unidos, e quatro premiações das que ele tem haviam sido ganhas lá.

Agora ele caminhava em direção ao Nobel de medicina e estava super empolgado com isso.

As convenções do SNUH eram dirigidas pelo diretor Byeongkwan e Baekhyun que agora era o 2° diretor do hospital cuidando de toda ala norte.

Han uma vez foi questionado sobre como ele conseguia ser um cirurgião cardio-hibrido e ainda assim, dividir tempo para ser appa de três filhotes sendo um deles autista.

Minho jamais iria se esquecer da resposta de Han, que sempre dava patadas de tirar o fôlego de uma forma linda e triunfal:

"Ter 3 filhotes nunca me impediu de ser bem sucedido no que faço. Eu posso ser um grande cirurgião cardio-hibrido, assim como também posso ser appa de 3 filhotes e ainda ter tempo para eles!"

O reporter ainda foi mais ousado, fazendo especulações nada sutis sobre o fato do híbrido cirurgião ter perdido uma de suas maiores premiações por conta da filhote mais nova, Jisung ainda completou dizendo:

"Não que eu deva dar alguma satisfação da minha vida pessoal ou da vida da minha filhote, mas a minha carreira e o meu dinheiro jamais serão mais importantes do que a minha familia. Arya é autista e a amo tanto quanto meus outros filhos e se Hyeri ou Yang estivessem passando por algum problema, seja ele qual for, eu não pensaria duas vezes em largar uma premiação apenas para socorre-los. A profissão passa, mas o amor entre mim e eles é eterno e essa é a coisa que mais importa para mim, acima de tudo."

A verdade é que quanto mais o tempo se passava, mais se apaixonava por Jisung. Quanto mais o tempo se passava, a certeza era de que não havia ninguém no mundo para si além do seu esquilinho, o amava, e isso se renovava a cada dia.

As rotinas eram puxadas mas o relacionamento não esfriava, o encanto não acabava e o brilho não se apagava.

Minho riu ao que Close tocou na rádio e o mais novo cobriu o rosto nas mãos, aumentou o som.

-Ya! Essa é a minha musica, baby.__falou em um sorriso provocativo de canto

-Aish Hyung...

(...)

-Oi Hye!

-Bom dia, oppa!__sorriu fofa

Hyeri estava sentada no refeitório bonito da escola, o uniforme em escalas cinzentas com branco e a saia de pregas, o meião, os cabelos lisos e longos tinham as pontas levemente enroladas. Ela tinha traços angelicais e bochechas fofinhas, os olhos redondinhos e brilhantes. Hyeri era uma graça.

Tão pequenininha, Rowoon a chamava de ursinha desde que se conheceram no jardim de infância.

O garoto parecia-se com Jungkook, os olhos de filhotinho, os lábios bonitinhos, os cabelos lisos e pretinhos, a pele branca e o sorriso conquistador. No entanto, sua personalidade era 100% Kim Taehyung, tinha até a pintinha na ponta do nariz.

Não tinha como negar, aquele filhote era uma mistura perfeita dos pais.

Rowoon era uma pessoa muito cantada por ele ser bonito, rico, alto, cô-capitão do time de basquete, ter uma voz divina e ser filho de um Idol mundialmente famoso.

Ele também era gentil, muito fofo, extrovertido com as pessoas que se tinham intimidade consigo e também tinha um estilo bem gótico. Rowoon era do Rock, mas era um roqueiro moderno.

-O que você está fazendo, hm?

-Terminando um projeto... tenho estágio hoje a tarde e preciso terminar isso logo!__falou concentrada em sua folha quadriculada.

No fim, Hyeri realmente foi firme em sua decisão e optou por fazer engenharia civil, era estagiária de ensino médio na Hwang's engenharia. Hyunjin sempre a ajudava muito com as planilhas, os projetos, os desenhos das construções.

O mais velho havia feito algumas pós-graduações para expandir os conhecimentos nas áreas de criações, Hyun era simplesmente o melhor.

-Achei que tivesse treino com as Cheers?

-Ai meu Deus!__bateu a mão na testa ao que seu melhor amigo lhe lembrou de algo crucial__Woo, Akemi vai me matar!

-Eu não sei como vocês aguentam aquela cobra de saia, Hye. Sinceramente...__revirou os olhos

Wang Akemi, um sonho de garota na vida de uns, e um inferno na vida do Jeon.

Mimada, egocêntrica e doida. 

Era essa a descrição do filho do Idol para a garota, filha de uma corretora de imóveis muito famosa ali no país.

Hyeri certamente sabia que o amigo sofria uma perseguição amorosa, mas não culpava a sua capitã da equipe, Rowoon era lindo e a diferença era que ninguém tinha a coragem e o poder que a Cheer suprema possuía pra canta-lo daquela forma.

Akemi era mimada, uma verdadeira vilã de filme adolescente de anos 90? Sim.

Hyeri não negava que as atitudes da mais velha era algo questionável, mas a Lee era simplesmente muito fofa para ter sentimentos ruins por alguém, o que muita das vezes gerava certa preocupação no Jeon e até mesmo em Yang ou nos appas, que a viam simplesmente se deixar ser pisada em algumas situações e ficar calada, ou simplesmente sorrir e agir gentilmente com quem a tratava super mal.

É claro, Han se orgulhava muito porque sua garota não respondia o mal com o mal, mas seu coração pesava por vê-la sempre tão cansada de sua rotina puxada no colégio, no estágio ou até mesmo pra baixo depois de algo que aconteceu no treino.

O esquilinho já passou por muitas coisas, por muitas situações na vida e a conclusão de que chegou foi que garotas conseguem muito más, cruéis.

O que já não passou por conta de uma na faculdade que simplesmente pensou que seria uma boa idéia roubar sua partitura, expor sua música e depois incriminar outra pessoa?

E todas as outras coisas que já não passou por conta dessas malvadas que resolviam implicar consigo apenas por ser diferente?

Hyeri podia não ter orelhinhas e cauda como Yang, mas era tão coração puro quanto um filhote híbrido fofo.

-Não fale assim dela, oppa. Ela é só... muito complicada!__suspirou guardando seu material de estojo sob o olhar atento do roqueiro

Hyeri e Rowoon eram um contraste do fofo ao gótico, do alegre ao dark, dos moletons em cores pastéis aos 50 tons de preto. A Lee era delicada e sofisticada, o Jeon era gostoso e estiloso no nivel Jeon Jungkook. Mas as vezes, quando queria, conseguia ser tão elegante quanto Kim Taehyung.

-Ela tem inveja de você!__disse roubando um dos donuts coloridos da caixinha da melhor amiga

-Não tem não. Isso é impossível! Você já olhou pra ela?

Akemi era talvez, a lider de torcida mais bonita do time, a garota mais gata do Colégio. Na opinião de Hyeri, ela sabia disso e esse era o problema, porque as vezes a japonesa se achava no direito de esnobar outras pessoas e isso certamente não era legal.

-Sim e não vi nada de mais. Aliás, você tem sido bastante comentada desde o destaque no nosso último jogo!__sorriu a encarando

-A treinadora disse que eu sou boa como flyer pelo meu equilíbrio e leveza na queda.__explicou

-E você deve estar feliz com isso, não é?

-Eu não sei, gosto das Cheers, mas as vezes me sinto muito pressionada... não sei se sou boa o suficiente!

-Você é uma boa líder de torcida. A melhor. É diferente das outras e por isso a treinadora insistiu tanto pra te ter na equipe!

-Diferente?__apoiou o rosto nas mãos o encarando com curiosidade

-Sim, diferente. Você é gentil, sincera, boa... Você parece um anjinho, e realmente é. As outras deveriam ser mais como você!

-Elas são pessoas boas.

-Quando estão bem longe de mim!__riram e Hyeri negou com a cabeça

-Ninguém mandou você ser a criatura mais chamativa de todo colégio. Você parece um pacotinho de drogas e elas um bando de viciadas correndo atrás de você!__torceu o nariz em descontentamento

-Eu poderia dizer o mesmo sobre você. Come o donut, a caixa está cheia e não te libero daqui até estar alimentada!__apontou pra caixinha intocável

-Eu estou guardando pra depois do treino.

-E no que te fazer ficar sem comer desde as 7 da manhã vai melhorar no seu desempenho? Você vai desmaiar qualquer dia desses, não se deixe levar pela toxicidade da sua equipe!

-Não é isso. Você sabe como a Akemi e a treinadora são, não quero escutar reclamação. Esse ano está sendo puxado pra todos, estou na equipe vai fazer dois anos. Ano que vem é Universidade, você sabe como eu preciso disso pra alavancar a minha grade de extracurriculares!

-Sim, sim eu sei. A carta de recomendação da treinadora...__suspirou assentindo

-Exato! A diretora está no meu pé por conta disso, eu poderia fazer musica mas os horários não são compatíveis com os do meu estágio. O Cheerleading me dá o dobro de pontos e uma bolsa de 100% na Universidade. Eu não quero ganhar tudo à base do dinheiro, oppa. Eu quero fazer algo por mim mesma, ser igual aos meus appas e até mesmo o tio Minnie. Eles sempre batalharam muito pra ter tudo o que tem, eu não quero ser a pessoa que só entrou em uma boa Universidade porque os appas cirurgiões pagaram. O Yang também não, e nossos pais concordam conosco e nos apoiam nisso. Eu tenho meu dinheiro, Yang trabalha e tudo o que queremos é apenas recompensar os dois por tudo o que já fizeram por nós. Eu amo o Cheerleading, gosto do que faço e me sinto bem com isso, apesar de todos os apesares...

-Você é sensacional, Hye. Você sabe que eu admiro muito a sua visão avançada sobre a própria vida, mas você entende que há extremos casos em que não se pode simplesmente ceder à todas as vontades da Akemi ou da treinadora?

O problema, era que a equipe de líderes é tão problemática quanto nos filmes de adolescentes dos anos 90. Se não for malvada como elas, elas serão com você.

Hyeri não tinha esse problema, todas elas eram sempre muito gentis consigo, outras eram amigas incríveis que ela levaria para o resto da vida, era impossível não se render à fofura da Lee.

No entanto, haviam outras que se incomodavam com o jeito que a flyer da esquipe vinha ganhando destaque muito rápido. Como o próprio Yang dizia e repetia, tentavam tira-la do pedestal que foi conquistado por mérito.

Era sempre um defeito diferente, um problema novo... ou ela sorria demais, ou estava com o cabelo logo demais, estava gorda, era extrovertida além da conta e por isso era "duas caras".

É claro que Hyeri jamais escutou uma ofensa direta, elas vinham sempre em formato de conselhos como: "Você precisa parar de comer pelas manhãs, seu peso está subindo e não vamos conseguir te lançar se você estiver mais gorda" ou "Que cabelo lindo, você deveria cortar pra não enganchar em nós durante uma performance" e até mesmo "Pare de ser tão animada e gentil, isso é irritante e não parece ser de verdade"

Mas esse era seu jeitinho, poxa!

Era tão fofa, tão comunicativa e extrovertida quanto o appa Ji, tinha a personalidade dele e sequer percebia o quanto era sorridente e aparentava estar sempre feliz, mesmo que na realidade, estivesse triste com algo ou com dores pelo esforço dos treinos e a rotina corrida.

Minho observava em Hyeri o mesmo que lhe chamou atenção em Han, o jeito como parecia não ter um dia ruim em sua vida. Sua princesa era preciosa demais, linda demais, não havia do que reclamar, nunca houve.

Hyeri sempre foi uma pessoa esforçada, inteligente, que não tem medo de defender as pessoas que ama. Era inocente, um coração muito puro e bom.

Era esse seu diferencial. Era isso o que atraía as pessoas para si sem nenhum esforço, mas também era exatamente isso o que fazia as pessoas serem más consigo.

-Não se preocupe comigo, oppa. Não gosto de comer antes dos treinos pra não enjoar depois, você sabe que não faz bem.

-Tudo bem, mas vou te levar pra comer antes de você ir pra empresa. Te busco no ginásio?__levantou o mindinho e ela sorriu selando a promessa

-Hyeri, está atrasada!__a voz escutou a voz de sua capitã e suspirou fechando os olhos__eu não acredito que tive que sair do ginásio pra buscar a minha melhor flyer?

-Eu não estou atrasada, ainda faltam 15 minutos!__se virou para encontrar a japonesa

-15 minutos dá pra repassar muitos acordos antes do treino. Tipo o fato de você não poder comer porcaria durante a manhã!__disse pegando a caixa dos donuts de cima da mesa

-Eu não comi nada, só dividi com o Woo.

-Quando você vai parar de ser tão controladora?__o Jeon perguntou

-Eu não sou controladora, com todo o respeito Rowoon oppa, mas eu é quem decido como comandar as minhas Cheers, assim como também decido o que é melhor para ela e para a equipe em um todo!

-Pra equipe ou pra você?

-Rowoon...__a Lee iria intervir

-Nem comece a defendê-la, você sabe muito bem que eu tenho razão!

-Cada equipe tem o seu jeito de tirar um bom desempenho, nós temos o nosso e você não sabe nada sobre isso. Então por favor, para de tentar se meter no jeito que eu comando as minhas Cheers?__a japonesa pediu

-Akemi está certa, oppa. Eu estou bem, não se preocupe. Te vejo no fim do treino?__a Lee sorriu fofa ao que seu melhor amigo suspirou

-Estarei lá.

-Vamos logo, Hyeri!__a apressou

-Até daqui a pouco...__ela sorriu recolhendo suas coisas e esquecendo a caixinha dos donuts em cima da mesa

O Jeon revirou os olhos, pegou mais um donut da caixinha e se deliciou com o sabor. Não gostava mesmo de Akemi, mesmo que a japonesa fosse louca por si.

Não confiava...

Hyeri suspirou saindo do vestiário com seu uniforme branco e azul.

Cheerleading é um esporte de risco, competitivo, reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional.

Para ela as Cheerleaders são atletas, não modelos, e não existe um padrão físico e muito menos estético para participar de uma equipe, assim como em qualquer outro esporte. Existem atletas de todos os biotipos, tanto homens quanto mulheres.

Apenas queria que as coisas fossem assim em seu colégio, em sua equipe.

A realidade era completamente outra...

No geral, as Cheers do Seoul International Central College animavam todos os jogos de todas as modalidades do Colégio, deviam sempre chegar no estádio da instituição cinco horas antes de o jogo começar.

Piercings e tatuagens devem ser removidos ou devem estar escondidos. Pausas para tomar água só podem ser feitas quando o time está no ataque.

Elas só podem trocar o uniforme por roupas pessoais fora do estádio, são submetidas a pesagens regulares para manter seu peso ideal, mas algumas se forçavam a manter um kilo abaixo.

As Cheers também têm a função de passar dentre as arquibancadas e servirem o público de estudantes e pais que compareciam aos jogos, ajudar em todos os eventos do Colégio e até de patrocinadores, sem receber nenhuma porcentagem por isso.

No entanto, exercer o cargo de cheerleader alavancava a grade extracurricular, ajudava nas notas e principalmente, atraía os grandes Olheiros das melhores, mais requisitadas e caras universidades da Coreia do Sul.

A quantidade absoluta de estudantes sofrem uma pressão constante ao que dedicam suas vidas inteiras aos estudos, no entanto isso ainda não era o suficiente, era necessário ter algo a mais e diferencial em sua vida acadêmica.

Assim como Minho e Chan fizeram basquete no médio, Jisung música, Hyunjin e Félix dança, Hyeri era Cheer e Yang preferia a paz de um estúdio de dança, mas ele também era convocado para as competições nacionais de canto pela equipe de musica do Colégio.

Todos sempre levava as temporadas de campeonato muito a sério, mas à algum tempo o esquilinho vinha pensando em deixar seu extracurricular de lado pois era sempre jogado de escanteio ou usado de tapa buraco.

-Atrasada!

-Me perdoe treinadora, não vai mais acontecer.

-Eu espero que não. Você é a minha Flyer e eu estou pretendendo te colocar no topo da pirâmide, então nós precisamos começar a treinar logo!

-Como assim você vai coloca-lá no topo? Eu sou o topo da pirâmide.__Akemi indagou

-Sim mas eu quero tentar uma coisa diferente. Hyeri tem tido um bom desenvolvimento como Flyer e eu percebi que a reação dos jogadores e torcedores foram positivas quanto a isso. Eu busco por pessoas que saibam brilhar e você minha garota, é uma dessas pessoas. Então vamos mudar a formação e tentar algo novo!__disse apontando para a Lee que sorriu fofa e assentiu sem contrariar

(...)

-Yang!__parou ao que escutou uma voz conhecida lhe chamar

-Oi hyung!__sorriu vendo Hendery correr em sua direção

-Achei que você tivesse ensaio hoje, te procurei por todo canto.

-Eu vou direto pra casa, meus appas precisaram sair pra resolver um problema e não tem ninguém pra buscar e ficar com a Arya, já que agora à tarde a Kira precisa fazer alguns exames e Hyeri tem treino.

-Faz tempo que eu não vejo seus appas.

-Eles perguntam de você todos os dias, Hyung. O appa Ji diz que você se esqueceu dele!__riram

-Jamais, seu appa é muito fofinho!

-Eu sei!__sorriu

Amava muito do appa Ji. Ele era gentil, meigo, fofinho e ainda lhe deixava deitar com a cabeça em seu colo quando precisava desabafar por qualquer motivo que fosse.

Tinha os melhores appas do mundo. Os dois eram perfeitos, trabalhavam tanto e ainda assim tinham tempo para si e suas irmãs. Sempre soube que aquela rotina não era nada fácil, muita das vezes desgastante. 

Quantas vezes já não viu o appa Lino estressado por conta de algum caso difícil no hospital, ou o appa Ji chorar de raiva porque algumas pessoas eram injustas e retribuiam com humilhação o esforço que fazia para salvar suas vidas?

Tinha os sentidos muito aguçados e uma sensibilidade muito gigante, desde filhote percebia como era dificil para os appas conciliarem as coisas e mesmo assim, sempre desempenhavam um papel extraordinário em tudo que faziam. Tinha muito orgulho de ambos, de ser filho dos dois e se parecer tanto com eles.

Era a perfeita fusão de Lee Know com Jisung, carregava consigo o melhor de ambos os appas e isso era o que lhe fazia ser especial.

Yang era tão sincero quanto Minho e mais aleatório do que Jisung. 

Desde pequeno estudando na instituição criada por Innie, Yang aprendeu a falar chinês, alemão, inglês, coreano e um pouco de espanhol. Enquanto Hyeri aprendia piano, o híbrido se dedicou ao violino e ganhou inúmeras competições e premiações quanto a isso.

A maioria de seus amigos eram híbridos, mas variou ao entrar no ensino médio onde se reencontrou com Hendery, que nunca deixou de ser seu melhor amigo apesar de terem estudado em escolas diferentes por um tempo consideravelmente grande. 

Hendery era Chinês assim como Yang e Hyeri, a diferença é que ele não nasceu lá por um acaso do destino como os gêmeos, e sim por opção de seu appa hibrido Joshua que é um Chinês e queria que o filhotinho tivesse a mesma nacionalidade. 

Ele era fluente em mandarim, cantonês e inglês. Capitão do time de basquete, disputado por muitos e amado por todos, amava gatos e longas horas de caminhada.

Hendery acabou por acompanhar Yang até a instituição de ensino de Arya, visto que o mesmo não teria treino e muito menos qualquer outro compromisso para aquela tarde, coisa que era realmente muito rara de se acontecer.

A escola era enorme, Jeongin investiu em cada detalhe, tudo milimetricamente pensado para maior conforto e atender todas as necessidades de cada aluno. Era até mesmo nostálgico para o esquilinho se recordar de quando era o appa Ji a busca-lo, assim como agora estava fazendo com Arya.

Logo pode avistar a irmãzinha vir em sua direção com um sorriso doce no rosto.

Arya era pequenininha, a pele branquinha, os olhos, lábios rosados e marcados como os de Minho, o narizinho fofo como o de Han. Ela gostava de deixar seu cabelo curto, na altura de seu ombro, eram lisinhos e assim como Hyeri naquela idade, sua franjinha era seu charme.

Apesar do autismo, tinha traços comportamentais muito parecidos com os de Minho. É uma ser humaninha bem tranquila na maioria do tempo, mais na dela e mais reservada. Tem mania de piscar os olhos com força e também freneticamente quando curiosa com algo ou quando está incomodada com qualquer coisa que seja.

Arya e Minho haviam adotado uma nova gatinha, da qual ela chamou por Dory pois gostava da peixinha azul do seu filme favorito, "Procurando Nemo".

Acharam Dory abandonada e maltratada no meio da rua em um dia que voltavam da escola na caminhada. A garotinha não conseguiu deixar a gatinha pra trás e o progenitor não conseguiu negar isso à sua princesinha e muito menos à gatinha que lhe conquistou no primeiro miado.

Han deu altos risos quando os dois apareceram com mais um gato no apartamento, Arya crescia e a cada dia mais se tornava um Lee Know em versão feminina.

Diferente dos gêmeos que amam o inverno, ela já tinha sua preferência pelo outono pois gostava de passear com os appas pelas ruas de Seoul e ver as folhas secas e coloridas no chão.

Morre de medo de altura, gosta muito de ler e ama mais ainda fazer isso com o appa Minho. Han achava uma graça quando passava pela aconchegante sala leitura do apartamento e o Lee estava sentado na poltrona sofisticada e confortável, com um livro grosso em mãos e os óculos de grau de armação fina e arredondada, enquanto a filhotinha estava assentada na outra com um livro de ficção infantil em mãos também.

Arya era muito inteligente para sua pouca idade, com 6 aninhos ela já havia desenvolvido muita coisa, principalmente quando estava na casa dos padrinhos, Innie e Hyunjin.

O Hwang era aquele que lotava a pequena de mimos que ela ama, como levá-la até uma livraria infantil e sair de lá com pelo menos 4 livros de contos de fadas, ou aumentar a coleção de cadernos e lápis de cor.

Arya gostava de artes e Minho precisou instalar uma estante apenas com os materiais da pequena, uma verdadeira doida da papelaria.

Innie por ser psicólogo pedagógico era quem mais ajudava o casal com a filhote, pois por mais tranquila que fosse ainda era autista e algumas coisas ainda podiam pega-los desprevenidos.

Arya odiava com todas as suas forças lugares cheios, sua cabecinha ficava confusa com tantos sons e doía, o que acarretava em uma crise e dessa crise o desespero dos pais.

Lee Know bem se lembrava de seus anos de estudo na Universidade, de sua grade de psicologia e os 3 termos que traduziam o autismo: Meltdown, shutdown e burnout.

São eventos que podem ocorrer como reação a uma sobrecarga sensorial ou emocional, ansiedade ou a qualquer situação estressante.

Os meltdowns, também conhecidos como colapsos ou crises nervosas, são uma perda temporária do controle emocional pelo indivíduo, podendo caracterizar-se por choros e movimentos repetitivos intensos, gritos, e algumas vezes até mesmo auto-agressão.

O termo shutdown vem da linguagem da informática e refere-se a um comando capaz de encerrar, ou desligar, o sistema.

O indivíduo autista passando por um episódio de shutdown, pode parecer parcialmente ou completamente distanciado do momento presente, pode não responder à comunicação, pode retirar-se a seu quarto ou deitar-se no chão. Pode também perder a capacidade de retirar-se da situação estressante em que se encontra.

E o burnout, que é uma exaustão de longo prazo e diminuição de interesse no trabalho. Os sintomas do burnout são similares aos da depressão clínica.

Ele caracteriza-se pelo esgotamento físico e mental intenso. No indivíduo autista, o que as vezes chamamos de regressão pode tratar-se, na verdade, de burnout, pois a pessoa perde o interesse em executar suas atividades e perde também a habilidade de lidar com situações estressantes.

As crises aconteciam especialmente quando alguma situação ou pessoa faz com que Arya se desregule emocionalmente e é caracterizada por uma série de comportamentos que também geram estresse e sentimentos de ansiedade em quem está por perto como Minho e Han, e até mesmo nos gêmeos que precisavam sim lidar com àquilo, mas que muitas vezes não sabiam como e se sentiam impotentes.

Arya apresentava desde gritos e choros, à enjoos, mal estar, tremores, atirar objetos ou ferir a si mesma.

Innie sempre os relembrava que as crises nada mais são do que comportamentos que, muitas vezes, têm o sentido de comunicar a outra pessoa como a criança se sente. Como ela não consegue externalizar esse sentimento verbalmente, as reações acabam se transformando em uma crise e por isso precisavam entender por etapas como funciona a cabecinha da filhotinha.

Desde o diagnostico, o casal precisou criar estratégias preventivas para evitá-las e lidar melhor com elas quando surgirem, inclusive instruindo outras pessoas que fazem parte da convivência diária com Arya, como os gêmeos, os meninos ou Kira e Sunhee. Mas era muito difícil aprender a lidar com os próprios sentimentos durante os momentos de crise da filhotinha. Eles caminhavam juntos para melhor perfeição naquilo.

-Oppa, a gente pode ir comer na cafeteria do papai?__ela perguntou ao que Yang a pegou no colo como sempre fazia quando ia busca-la

-Ya! Tudo o que você quiser.__disse enterrando o nariz na bochecha gostosinha a fazendo rir.

Arya tinha covinhas e era uma graça.

-O Hendery também pode ir com a gente?__ela sorriu ao melhor amigo do irmão

Gostava de Hendery, aquele grandão era legal.

Ele sempre acompanhava Yang para lhe buscar na escola quando os papais ou Hyeri não podiam, lhe deixava escolher todos os sabores que quisesse de sorvete ou doces e ainda fazia questão de pagar. 

Lhe conquistou pelo açúcar, ganhou seu coração e por isso se dava muito bem com ele.

Desde muito bebezinha era acostumada com a presença do filho do trisal Joshua, Jeonghan e Seuncheol, pois por ser o melhor amigo de seu irmão, Hendery praticamente cresceu ali no apartamento.

-É claro! Você vem Hyung?__perguntou ao amigo que assentiu em um sorriso animado, olhando para a filhotinha Lee

-Você vai querer comer o que hoje, pequenininha?

-Cheesecake, Oppa!__sorriu feliz vendo-o pegar a sua mochila rosa e a de Yang e carrega-las

Han e Arya tinham um sério problema com cheesecake, Hyeri aprendeu a receita com Kira apenas para fazer aos dois e isso não podia faltar na geladeira de casa ou a crise de abstinência do appa esquilinho era uma loucura, onde ele não parava quieto até saciar a vontade do doce.

Bem, com Arya não era muito diferente não.

-Como foi seu dia hoje?

Yang a perguntou enquanto andavam pelas calçadas tranquilas em direção à cafeteria preferida de sua irmãzinha e do appa Lino.

-Foi bom, eu ganhei um livro novo do tio Innie hoje. Você quer ler ele comigo, irmão?__ela perguntou

Gostava de passar um tempo com Yang porque ele era fofo. As orelinhas, as cauda, seu irmão era como uma pelúcia fofinha gigante que podia abraçar com força e conversar.

Arya odiava muito contato físico, não gostava de nada lhe apertando mas essa regra não se aplicava à Yang, Hyeri, seus appas e seus tios doidos.

Eles eram confiáveis, eles cuidavam de si e a amavam então ficar abraçada com eles era bom. Se sentia protegida com Yang, normal com Hyeri, amada pelos papais e mimada por todos os outros oppas.

Eram sentimentos bons que seu coraçãozinho e sua cabecinha conseguiu entender e externar, e por isso, não se incomodava com esse contato físico vindo deles.

-É claro que eu vou ler ele com você. Não passamos muito tempo juntos nos ultimos dias, você anda me abandonando não acha não?

Sorriu ladino ao que a menorzinha negou veementemente com a cabeça, os olhinhos arregalados enquanto ela os piscavam rapidamente.

-Não, não, YangYang. É você que fica muito cansado e dorme o dia todo!__falou em euforia pra se defender, causando risos nos dois mais velhos

-Ah, dorme é?__Hendery perguntou

-O tempo todo, oppa!__ela dedurou o híbrido

-Ya, mas eu faço muita coisa no meu dia a dia. Eu mereço um desconto por isso, você não acha?__disse ao que adentraram a Cafeteria Sol, não ficava muito longe da escola

Era a mesma cafeteira que os appas o levava quando era pequeno. Minho e Han a frequentavam desde que se conheceram no beco escuro que havia atrás dela, e essa tradição foi passada para os filhotes também.

Yang se sentou com Arya ao seu lado no andar de cima, Hendery logo à frente dos dois e a garçonete lhes trouxe o cardápio.

-Hey!__a voz conhecida lhes atraiu a atenção

-Sichengie!__a pequenina sorriu ao ver aquele que se era considerado seu primo

Afinal, todos ali eram uma família, mesmo que Chan e Seungmin de fato não fossem seus tios de sangue. O filhote adotivo do casal hoje fluente no coreano, era talvez, o humano favorito de Arya no mundo todo, depois dos appas.

Sicheng já estava cursando a faculdade, 2° ano de artes visuais e seus quadros eram dignos de exposições. Arya queria ser como ele quando crescesse. O chinês ama piano, e aprendeu a tocar junto de Hyeri com Changbin.

Um dia quando estava andando com os appas adotivos, talvez uma de suas melhores lembranças que marcou seu aniversário de 10 anos, em frente à um pet-shop, Seungmin viu dois filhotinhos e acabaram por adotar os cachorrinhos, um chamou por Figura e outra de Penny.

Chan e Seungmin eram certamente a melhor coisa que já o havia acontecido, ganhou uma familia enorme e que o ama incondicionalmente. Podia ser 3 anos mais velho que os gêmeos mas era apenas um ser humano tão doce e com uma certa inocência quanto eles.

-Oi Hyung!__Yang sorriu

-Senta com a gente, Chengie!__Hendery pediu vendo o amigo se sentar ao seu lado

-Achei que ficariam até tarde na escola hoje?__o mais velho indagou

-É mas eu tive que buscar essa brotinho aqui!__Yang cutucou a mais nova de leve que riu pela cócegas__Como estão o Chan e o Minnie Hyung?

-Estão bem. Appa Channie saiu de férias, já o appa Minnie está com a agenda lotada pra esse mês, principalmente com a empresa do seus appas!__encarou Hendery

-É eu fiquei sabendo que ele vai fotografar o evento, acho que ele vai ter que produzir umas sete fotos para os outdoors e exportar duas para os Estados Unidos.

-Eu não sabia que a empresa dos seus appas havia se expandido para os Estados Unidos, Hyung.__Yang o encarou

-Eu não te contei? Faz mais ou menos um mês e meio desde que eles abriram um novo prédio comercial por lá por conta da parceria que fecharam com a McLaren e a Han's Automotives, parece que os lucros do seu appa vão aumentar também!

-Eu acho que eu escutei algo do tipo lá na empresa mesmo...

-Parem de falar sobre negócios oppas, eu não entendo nada!__a pequenininha disse piscando rapidamente, causando risos nos três mais velhos

-Certo, nos desculpe. Viemos te trazer para comer cheesecake!__Hendery pediu

-Você não quer vir comigo fazer os pedidos, Arya?__Sicheng indagou

-Eu quero sim!__ela sorriu animada

-O que vocês vão querer?

-Brownie.__Yang pediu

Estava com uma vontade absurda de comer brownie desde que Felix havia feito para ele.

-Só um café com leite!__Hendery disse apenas

-Certo, vamos lá brotinho!

O primo postiço estendeu a mão para pequenininha e ela não tardou em segurá-la, desceram para o andar de baixo fazer os pedidos. Arya era tão fofinha, derretia o coração de qualquer um.

-E então... como você está?__o filho do trisal indagou

-Estou bem.__Yang sorriu pequeno

-De verdade? Aqueles idiotas não voltaram a mexer com você?

-Eles sempre vão mexer comigo mas eu não me importo, sou melhor do que isso, não vou cair em provocação!__deu de ombros

-Mesmo assim, não é justo!

-A vida não é justa com criaturas como eu Hyung, mas está tudo bem. Eu estou ótimo sendo do jeito que eu sou e não me importa o que as pessoas pensam ou falam sobre mim!__sorriu sincero

Cresceu escutando de Jisung o quão injustos os humanos seriam consigo, o quão ruins algumas pessoas podiam ser apenas por ver alguém diferente, sobre as coisas que poderia ouvir ou situações estressantes e humilhantes que poderia passar durante a vida inteira pois infelizmente, o mundo não era um mar de rosas, mas que estava tudo bem ser do jeitinho que era.

Não via problema nenhum em ter uma cauda fofinha e orelhinhas adoráveis. Era exatamente perfeito do jeito que sempre deveria ser e não há nada o que ele quisesse mudar em si mesmo.

Era amado pela sua família e tinha um melhor amigo incrível e apenas isso importava para si, estava contente sendo quem era porque o appa Ji o ensinou a se amar e se valorizar.

-Eu só tenho medo de algum dia essas provocações acabarem virando agressão.

-Eu sei Hyung, eu ainda tenho aquela cicatriz na minha testa de quando me empurraram da escada no primário. A diferença hoje é que eu sei me defender!

-Sei disso, mas já te aviso, Jun é meu amigo mas se um dia ele extrapolar contigo eu vou quebrar a cara dele!__falou fazendo o híbrido rir

-Está tudo bem... ele gosta de você!__sorriu ladino e o amigo negou rindo

-É claro que não. De onde você tirou uma coisa dessas?

-Eu sou muito observador!__riram

-Ah sim, então quer dizer que você estava observando meu amigo e notou que ele gosta de mim?

-Eu não estava observando o seu amigo, Hyung. Eu estava observando você!

-Uau!__Hendery riu

Yang era tão... Yang!

Sem rodeios, direto.

Jisung havia chegado na conclusão de que tanto Yang quanto Arya saíram com todas as características de Minho, apesar de todos esses traços de personalidade estarem mais em Arya do que no filhote híbrido.

Yang precisou voltar a fazer acompanhamento psicológico quando entrou para o ensino médio e quase desenvolveu fobia social ao ser exposto em situações estressantes, onde a maioria eram humanos e ele um dos pouquíssimos híbridos.

Onde as pessoas voltaram a ser maldosas consigo mas ele não conseguia sequer se defender daquilo, mesmo que estivesse em um nível muito avançado no Taekwondo.

Foi então onde o casal se encontrou em uma situação em que os seus três filhos estavam com sérios problemas e eles tiveram que reduzir a carga horária no hospital para acompanhá-los em suas sessões com o psicólogo, sendo Jisung com Yang e Minho com Arya.

Hyeri passou a ter problemas com auto estima apenas depois, e por isso conseguiram focar apenas na filhotinha numero 1 e lhe dar todo suporte até que esta ficasse bem, tivesse confiança em si mesma novamente.

Era bom acompanha-los pois conseguiam entender um pouco do que se passava naquelas cabecinhas e assim ficava mais claro como ajudá-los. 

Yang aos poucos foi se desenvolvendo melhor e se adaptando à algumas situações, sabendo lidar com outras e agora que estava no terceiro ano levava uma vida normal, mesmo que o bullying ainda fosse presente.

Se lembrou de tudo o que aprendeu e se concentrou em ser o melhor naquilo que só ele sabia fazer, tendo consciência de que mais ninguém no mundo era como ele e que isso era bom porque ele era único.

O mundo não estava preparado para uma criaturinha tão extraordinária assim e mesmo que isso soasse um pouco egocêntrico era a verdade. Algumas pessoas tem uma natureza tão ruim que quando algo de bom acontece não estão preparadas para tal.

Via muito isso com a sua irmã gêmea onde ela era simplesmente uma das pessoas mais incríveis que já conheceu na vida e somente o fato de sorrir e ser tão meiga incomodava as outras pessoas.

Quer dizer, qual é o sentido disso?

As pessoas reclamam que não existem pessoas verdadeiras mas quando aparece alguém realmente bom fazem questão de destruir isso.

Foi então que reparou que o problema não estava dentro de si e sim em quem estava ao seu redor, e foi quando todas as palavras de Jisung finalmente fizeram sentido. 

Foi quando ele entendeu que o híbrido mais velho não lhe dizia tais coisas apenas por ser seu appa e o amar, mas sim porque era a verdade, e a verdade por mais boa que seja, ainda assim é muito difícil de se aceitar.

Yang era sincero com todos e consigo mesmo. Se gostava de algo falava, da mesma forma que seu humor mudava quando algo não lhe agradava. 

Ainda era reservado e introvertido, passou a vida inteira no anonimato e gostava disso, odiava chamar a atenção e isso lembrava Minho um pouco à Jisung na Universidade.

A diferença era que a personalidade de Jisung era completamente outra, visto que Yang desde criança sempre foi muito tímido a tudo, mas que ainda assim havia conseguido desenvolver melhor isso.

-É que eu te vi tomando milkshake aquele dia e eu fiquei com vontade...__sorriu com as bochechas atingindo um tom de vermelho

Poxa... amava sorvete!

-E por que você não se aproximou de mim? Sabe que eu teria dividido ele com você!

-Eu sei mas é que o Xiaojun estava lá e aquele humano não gosta muito de mim!

-As vezes eu acho que o Jun só tem birra com você porque ele te acha super atraente!

-Jamais! Nunca em um bilhão de anos.

-Vai por mim, estou te falando. Eu conheço aquela criatura e você tem tudo o que atrai nele!__falou causando risos no mais novo

-Você é doido hyung!__negou vendo Sicheng e Arya retornarem com os pedidos para a mesa

(...)

-Estou aqui__Han sorriu gentil ao entrar na sala de reuniões acompanhado de sua residente

Minho estava junto de seu residente e Chanyeol que agora era chefe de Neurologia. Sehun também estava ali, o que fez o menor logo assimilar que seria um caso difícil.

Ele estava cansado, havia acabado de fazer uma longa cirurgia com a duração exata de 7 horas e 35 minutos, sua cabeça doía devido às vistas forçadas durante o procedimento, mesmo que tivesse usado seus óculos.

No entanto, o plantão ainda estava longe de acabar.

-Um caso raro de analgesia congênita.__Minho disse entregando o prontuário digital nas mãos do marido

-Anny, revisão?__Han pediu

-É uma doença rara que faz com que o indivíduo não sinta nenhum tipo de dor. Esta doença também pode ser chamada de insensibilidade congênita à dor e faz com que seus portadores não percebam as diferenças de temperatura, podendo se queimar com facilidade, e embora eles sejam sensíveis ao tato, são incapazes de sentir dor física sendo propensos a graves lesões e até mesmo esmagamento de membros. A dor é um sinal emitido pelo corpo que serve para proteção. Ela indica sinais de perigo, quando as articulações são usadas de forma extrema, e ainda ajudam a identificar doenças, como infecção de ouvido, gastrite ou outras mais graves, como o Infarto. Mas como a pessoa não sente dor, a doença vai progredindo e se agravando, sendo descobertas numa fase avançada.__ela disse

-As causas da analgesia congênita ainda não foram totalmente esclarecidas, mas sabe-se que os neurônios motores e sensitivos não chegam a se desenvolver normalmente nestes indivíduos. Esta é uma doença genética e pode afetar indivíduos da mesma família!__Sehun acrescentou

-Chamei vocês aqui porque estamos com um caso de um garoto de 10 anos, ele apresenta analgesia congênita e devido à isso não foi diagnóstico algo que eu acredito ser do interesse de vocês dois...__disse ligando o slide do telão gigante com as imagens dos exames

-Uau, isso é um tumor? Quais são as chances disso acontecer?__Minho arregalou os olhos e encarou o esquilinho__de acordo com o Ministério da Saúde, quase 30% das mortes no país são causadas por doenças cardiovasculares. Mas, entre as diversas doenças que envolvem o coração, o câncer não costuma ser uma delas!

Jisung assentiu apertando os olhinhos concentrado na imagem do exame à sua frente. 

O jaleco impecável escondia sua cauda, no entanto as orelinhas estavam amostra em meio aos seus fios de cabelos escuros, o estetoscópio no pescoço e o uniforme vinho bem escuro o deixando ainda mais lindo do que Minho jamais imaginou que um dia pudesse estar.

-São raros os casos de tumores com origem no coração devido ao tecido muscular que compõe o órgão. Ao contrário de outras partes do corpo, as células do coração encerram seu ciclo de divisão muito cedo na vida e, a partir daí, o órgão cresce conforme as células aumentam de tamanho.__Jisung disse

O seu esquilinho usava os óculos bonitos de armação prateada e fina, pois sua visão era realmente horrível, mas aquilo era só mais um charme naquele rostinho fofo que com o tempo só ficava ainda mais bonito.

-É mas sem o processo de divisão celular é raríssima a chance de haver uma multiplicação desordenada das células, que é exatamente o que caracteriza o câncer!__diz Minho

-Sim, Dr.Know! Mas tumores cardiovasculares malignos apresentam prognóstico complicado, porque surgem, principalmente, após a ação metastática de linfomas, sarcomas, melanomas malignos e neoplasias de pulmão por exemplo, o que significa que isso pode ter chegado até ai de duas formas, pela via hematogênica, que é a transmissão de células da doença pelo sangue ou por implante nas valvas no miocárdio ou no pericárdio, ou então por proximidade, quando o câncer está em locais próximos, como o pulmão, pleura e mediastino, o que significa que estamos lidando com mais uma célula cancerígena!__Han disse cruzando os braços ao que ainda tinha os olhos redondinhos presos naquele caso inusitado

-E é exatamente por isso que os chamamos aqui. Dr.Lee Know preciso que identifique de onde está surgindo a fonte primária do câncer, e Dr.Lee eu sei que meu paciente não é um híbrido mas preciso do melhor com cardiocirurgias nesse caso devido ao comprometimento dessas celulas cancerígenas no coração. Ele não sente dor então o diagnóstico é simplesmente muito difícil e a cada momento que se passa o caso se agrava e não temos como fazer esse controle sem os sintomas, eu e o Dr.Park vamos nos concentrar na analgesia congênita, tivemos uma idéia e acredito que conseguiremos reverter o quadro clínico!__Sehun disse

-Esse paciente já passou por vários hospitais de vários lugares do mundo mas ninguém conseguiu resolver a situação. Essa cirurgia sendo bem sucedida te levará ao Nobel de medicina, e irá alavancar o SNUH para o 1° hospital com melhor ranking do mundo. É um procedimento caro, com cobertura de imprensa e 7 futuros em jogo, os nossos e o dele. Acham que dão conta?__Chanyeol indagou vendo o casal se entreolhar

Não era o primeiro caso que eles pegavam juntos, era muito comum vê-los numa mesma sala de cirurgia pois geralmente os pacientes de Minho chegavam tão debilitados na emergência que era preciso ajuda de um cirurgião cardiovascular por comprometimentos nas artérias do coração devido a várias doenças congênitas, e o mesmo era válido quando Jisung tinha algum procedimento muito difícil e Minho o ajudava sempre que podia quando estava com sua agenda liberada.

Eles formavam uma ótima equipe e juntos não perdiam nenhum paciente, as probabilidades disso acontecer eram praticamente nulas, exceto quando o paciente já estivesse em fase Terminal e não houvesse mais nada o que pudesse ter feito.

Um não deixava o outro esquecer de detalhes importantes e antes de entrar em um procedimento cirúrgico já tinham pelo menos repassado 5 vezes o caso e todas as possibilidades de algum imprevisto acontecer, e como lidariam com isso caso acontecesse.

-Vamos ter muito trabalho pela frente.__Minho assentiu

-Façam um ecocardiograma, tomografia computadorizada do tórax e a ressonância do coração. Eu preciso saber o quão danificado está o coração ou precisaremos de um transplante!__Han pediu à Anny que assentiu se retirando da sala

-Aproveitem a tomografia e a ressonância para identificar qualquer outra anomalia ou tumor em áreas próximas.__Minho pediu ao seu residente

-Também devo pedir a biópsia, Dr.Lee?__ele indagou

-Sim, preciso saber exatamente com o que estamos lidando para poder acessá-lo.

-Perfeito. Vamos por etapas e vai dar tudo certo. Muito obrigada por aceitarem esse caso!__Chanyeol agradeceu ao casal que assentiu se retirando para sua pausa

Minho o puxou para um canto vazio, estavam em um dos andares mais altos daquele prédio e ficaram frente a frente com a parede de vidro blindada que dava a visão extraordinária de Seoul.

Já estava anoitecendo, era por volta de cinco e cinquenta da tarde quando o Sol começou a se por naquele dia exaustivo.

Suspirou segurando na barra de apoio fixa no vidro, Minho estava ao seu lado. Às vezes, quando não tinham nenhum paciente para atender gostavam de subir exatamente para aquele lugar e apreciar aquela visão juntos, pois era como se suas energias se renovassem para completar o restante de suas 12 horas de plantão.

-Consegue imaginar?

-O que?__encarou o esquilinho

-Como é não sentir dor?__o encarou de volta

-Eu acho que não, baby. Por que?

-Porque ninguém gosta de sentir dor, quando sentimos queremos nos livrar dela mas nos esquecemos que ela é tão essencial quanto todos os nossos outros sentidos. É ela que nos diz quando alguma coisa está errada e nos dá a direção certa de onde ir...__voltou a encarar a visão bonita do por do sol que agraciava aquele momento deles.

Minho bem sabia do que ele se referia, ver Doyun o abalou e trouxe diversas feridas a serem abertas novamente.

-Você encontrou a sua direção certa?__perguntou o abraçando de lado e o puxando para pertinho

-Não. Ainda não. Mas não tem problema...

Sorriu pequeno deitando a cabeça no ombro de seu humano bonzinho, recebeu um beijo demorado em sua testa. Sempre se sentia em paz com Lee Know.

Minho riu ao escutar o estômago do marido protestar. Jisung havia se esquecido de almoçar, estava faminto mas não era como como se o mais velho estivesse diferente.

-Está com fome?

-Aish, morrendo de fome Hyung!

-Vamos tirar uma pausa.__entrelaçou suas mãos

Bateram seus pontos e seguiram para a lanchonete que ficava em frente ao hospital. Minho pediu dois lanches bem reforçados, precisando pegar mais dois pois estavam insaciáveis.

Durante os plantões suas alianças ficavam penduradas nos cordões para evitar perdas ou atrapalhar em uma cirurgia.

Minho puxou seu esquilinho para o seu colo assim que o mesmo terminou de comer. Afastou a franja bonita da frente dos olhos redondinhos e viu um sorriso fofo nascer em seus lábios cheinhos.

-Você está melhor?

-Ainda assustado, mas estou bem Hyung.

-Você quer conversar com os gêmeos sobre ele?

-Não, isso não. O Han não quer.

-Tem certeza? Você sabe que eles vão entender.

-Sim, mas não quero falar sobre isso com eles Minho. Tem algumas coisas do passado que o Han prefere não tocar.

-Tudo bem, é um direito seu.

Assentiu selando seus labios com carinho e o deixando deitar a cabeça em seu ombro. Abraçou o corpo fofinho e gostosinho de apertar e o mesmo riu deixando um selar sobre seu pescoço.

-O Han te ama muito Hyung.

-O Hyung também te ama.

Não tem problema. As vezes você simplesmente tem que sobreviver a ela, esperar que ela vá embora sozinha, esperar que a ferida que a causou, sare.

(REVISADO - @_THALLYE_)




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