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História Lee Know e o Híbrido de Esquilo - Minsung - Lee Jisung em: Eu Só Queria Que Você Fosse Feliz



Notas do Autor


Não passou por revisão.

Se a autora chorou rios, quero saber dos leitores.

Capítulo 58 - Lee Jisung em: Eu Só Queria Que Você Fosse Feliz


Fanfic / Fanfiction Lee Know e o Híbrido de Esquilo - Minsung - Lee Jisung em: Eu Só Queria Que Você Fosse Feliz

Jisung abriu os olhos após sentir o clima do quarto drasticamente se esfriar. Estava com frio e o cobertor não parecia ser o suficiente para lhe esquentar.

Diferente de todas as outras vezes o corpo de Minho não estava logo ao seu lado, o humano não estava lá virado para a janela enquanto ressonava baixinho. 

Estava sozinho.

Queria que Minho estivesse ali pra lhe abraçar. Onde ele estava?

Estava com tanto frio e sentia que seu corpo estava pesado demais pelo cansaço para sair de sua cama e ir em busca de outro cobertor.

Respirou fundo criando coragem, tentou se levantar, mas não conseguiu. Seu corpo que antes cansado agora parecia pesar mil toneladas, como se pudesse afundar sobre o seu colchão ou se fundir à ele.

Não conseguia mexer os braços e nem as pernas, sua respiração começou a acelerar pelo esforço a ponto de hiperventilar.

"Que porra é essa?" pensou consigo mesmo

Seu coração bateu frenético, o sentia em sua garganta que agora parecia estar se fechando o fazendo arfar. Sentia o suor frio escorrer pelo seu rostinho e uma dor horrível se alastrar do seu peito e sua cabeça a ponto de fazer seu estômago revirar.

Não era burro, conhecia muito bem aqueles sinais pois era cardiologista e lidava com eles todos os dias.

O infarto agudo do miocárdio, ou ataque cardíaco, acontece quando a falta de sangue no coração causa lesões no seu tecido. Esta situação é conhecida como isquemia, e provoca sintomas como dor no peito que irradia para os braços, além de náuseas, suor frio, cansaço, palidez, dentre outros. 

Geralmente, o infarto ocorre devido ao acúmulo de placas de gordura no interior das artérias coronárias, que acontecem tanto pela genética, como por fatores de risco como fumo, obesidade, alimentação desequilibrada e sedentarismo, estresse e irritabilidade, por exemplo. 

-Ah.. Que droga!__arfou tentando normalizar a respiração

De repente, havia outro corpo ao seu lado. Minho havia voltado?

Mas de onde que sequer percebeu?

Com muito esforço levou sua mão ao corpo grande e o chacoalhou o mais forte que pode, sentindo-o finalmente se mexer.

-Hyung, me ajuda... me ajuda!__pediu em desespero

Hiperventilando de maneira rápida e urgente, conseguiu se sentar sobre a cama enquanto seus olhos observavam seu humano se virar devagar para cima. A única iluminação ali presente era a que entrava pela janela, sendo filtrada pelas cortinas.

Jisung escutou uma risada estranha de seu humano, enquanto o mesmo virava o rosto em sua direção.

Seus olhinhos se arregalaram em puro pavor. Aquele com certeza não era o seu humano bonzinho...

-Pode pedir ajuda o quanto quiser, Han. Ninguém vai te ouvir!

Seus olhinhos marejaram, sua boca se entreabriu, mas antes que um grito carregado de desespero pudesse sair, uma mão grande tapou sua boca.

Piscou algumas vezes sentindo seu corpo coberto de puro terror ao que Johor Doyun já não estava mais sentado sobre a sua cama. 

Estava sozinho novamente, apenas ele e o indivíduo atrás de si tapando sua boca para que não gritasse.

-Calma baby, isso é só um pesadelo...__aquela voz lhe disse baixinho

Sentiu as batidas de seu coração se tranquilizarem aos poucos assim como a sua respiração. O braço livre do humano abraçou sua cintura, grudando seus corpos.

De repente, já não estava mais com frio, nem com medo.

Respirou fundo mais uma vez antes de ter a boca livre pela mão do outro. Seus olhinhos marejaram enquanto se virava de vagar para encara-lo.

Por que estava com tanta saudades de repente, se ele estava bem ali consigo?

-Hyung..__murmurou choroso, baixinho

Minho lhe sorriu, e aquele sorriso lhe aqueceu por dentro trazendo a paz que precisava.

-Volte a dormir, sim?

-Hyung, você não pode sair da cama. O Han ficou sozinho!

-Me desculpa, eu não vou mais sair amor. Pode dormir, eu estou bem aqui...

-Papai?

Abriu os olhos, despertando quando Hyeri adentrou quarto do casal, devagar. 

Respirou fundo, levando ambas as mãozinhas até seu rosto e enxugando os cantos dos olhos que aguaram.

Foi apenas um sonho...

-Sim?

Respondeu engolindo em seco, sentindo a garganta fechada e uma sensação esquisita pós-sonho/pesadelo.

Depois de ter tomado um banho quentinho, colocado uma roupa mais leve e confortável e meias quentinhas, deitou-se em sua cama sobre os travesseiros macios com Soon-ie ao seu lado.

Seu celular estava no carregador, a gatinha dormia e ronronava manhosa pelo calor de seu corpo enquanto distribuia carinhos em seu pelo, esperando qualquer ligação de Chan ou Changbin hyung. Deve ter dormido nesse processo.

Chegou realmente cansado, mas agora já estava se sentindo melhor. Felix o ajudou em tudo e enquanto foi pro quarto, o melhor amigo ficou almoçando com os gêmeos, Rowoon, Xiaojun e Sunhee.

-Felix pediu que eu te trouxesse um pouco de ramen.__Hyeri disse fechando a porta do quarto, segurando a tigela bonita de porcelana em mãos

-Obrigada.__disse se ajeitando sobre a cama, pegando a tigela que lhe foi estendida

A reação dos gêmeos ao descobrirem sobre Lee Know não havia sido fácil, Yang descobriu primeiro que Hyeri e por isso ja sabia do que se tratava quando chegou no apartamento e o encontrou com Felix tentando lhe consolar de alguma maneira.

Só ficaria bem quando Minho estivesse bem.

O pior de tudo foi ver os familiares da mulher que dirigia o carro alcoolizada, eles comemoravam a notícia de que ela estava bem e que seus ferimentos não haviam sido graves, apenas precisou de uma cirurgia pra corrigir o fêmur quebrado. 

Sequer se preocuparam com a vítima que ela havia atingindo.

Os danos que ela havia sofrido não chegavam perto dos danos que ela havia causado ao seu marido ou à sua família.

Pegou os hashis e mexeu no ramen para esfria-lo, o cheirinho gostoso que subiu foi o suficiente para fazer seu estômago protestar de fome. Estava faminto e aquilo parecia delicioso.

Sentiu o olhar da filhote sobre si, a conhecia bem demais para saber que ela queria lhe dizer algo mas não estava com coragem. Levantou os olhos até ela, em um dito mudo para que ela dissesse o que quer que estivesse entalado enquanto que com sua outra mão, deu leves batidinhas para que ela se sentasse ao seu lado.

Hyeri assim fez, sem nada dizer.

Estava triste por estar brigada com o papai, estava preocupada com o appa Lee Know e com medo de que ele não conseguisse sair daquela situação.

Abaixou a cabeça e respirou fundo, não havia nada o que pudesse falar a Jisung naquele momento, sequer sabia por onde começar. 

Não queria puxar aquele assunto sobre ele ter sofrido nas mãos do ex-dono porque o papai não estava bem pra falar sobre isso. Não queria falar sobre o appa Minho ou começaria a chorar e sabia que isso iria machucar Jisung.

Sentiu o olhar do esquilinho sobre si dessa vez. A mão dele deslizou até se encontrar com a sua, as entrelaçaram. O encarou, ele lhe sorriu fraco e deixou um beijo demorado sobre sua testa em um dito mudo que a perdoava e a amava incondicionalmente.

Deitou a cabeça no ombro do progenitor enquanto ele comia o ramen com calma. O silêncio era gostoso porque a companhia um do outro já era o suficiente.

Sabe aquela parte rosa no canto do seu olho? Costumava ser uma terceira pálpebra.

O apêndice nos ajudava a digerir alimentos duros. Agora, não faz nada.

Aquela briga na noite de seu aniversário... deveriam deixa-la para trás a partir daquele momento.

A história da nossa evolução é a história que deixamos para trás, do que descartamos. Nossos corpos só mantêm o que precisamos de verdade.

O que não precisamos mais… Nós abrimos mão.

-Eu te amo papai.__ela declarou depois de um tempo

-Eu também te amo, filhotinha.

(...)

-E eles viveram felizes para sempre!__Innie disse fechando livro bonitinho

-Por que todas as histórias terminam assim?__a brotinho que estava sentada em seu colo, indagou curiosa__para sempre não é muito tempo?

Innie respirou fundo pensando em uma boa resposta. Todos os contos de fadas foram adaptados. Se for pesquisar sobre irá ver que as coisas não são bem assim como pensa.

Chapeuzinho vermelho foi devorada pelo lobo mau, a bela adormecida foi estuprada pelo rei, Cinderella se deu bem mas suas irmãs cortaram os dedos dos pés para poder entrar os sapatinhos de cristais, afim de enganar o príncipe.  

Com o tempo essas histórias foram adaptadas para não traumatizar as crianças, mas antigamente eram assim... Os irmãos Grimm não eram muito bonzinhos com seus personagens.

-Sim, para sempre é muito tempo se levarmos no sentido literal. Você ama os seus irmãos?

-Amo!

-E os papais?

-Muito!

-Você não vai ama-los para sempre?

-Sempre, sempre!__concordou dando umas piscadelas fortes tentando entender onde seu padrinho queria chegar

-O "viveram felizes para sempre" se não levarmos ao pé da letra, vamos ver que não significa que o príncipe e a princesa vão viver pra sempre sem problemas, mas sim sobre supera-los juntos e serem felizes ao lado um do outro. A vida é cheia de altos e baixos, mas não existe felicidade se não passarmos pela tristeza também!__explicou vendo-a pensativa

Ela sorriu e lhe encarou com as bochechas marcadas pelas covinhas.

-Igual o papai Ji e Lino?__indagou arrancando um sorriso do mais velho

Innie a abraçou apertadinho, enchendo o rostinho rechonchudo de beijinhos.

-Exatamente como os papais!

-Está com fome brotinho?__Hyunjin adentrou chamando a atenção de ambos

-Um pouquinho assim!__mensurou com os dedinhos

-Vai la com a Nabi que ela está te esperando pra almoçar.__sorriu vendo a pequenininha se levantar do colo de seu esposo e correr em direção à cozinha grande

Innie colocou o livro de contos de fadas em cima da mesa de centro da pequena e aconchegante biblioteca que Hyunjin havia feito para si. Suspirou encontrando-se com os olhos do marido e este lhe sorriu triste.

Se levantou andando em direção ao mais velho, Hyunjin lhe selou os labios antes de lhe puxar de volta para a poltrona confortável.

Se sentou com o mais novo sobre seu colo, estavam preocupados e isso não era novidade pra ninguém aquela altura. Innie deitou a cabeça em seu ombro e assim ficaram por alguns minutinhos.

-Chan Hyung ligou..

-Como ele está?

-Ainda não tiveram novas notícias, Baekhyun, Chanyeol e Byeongkwan acabaram de assumir a cirurgia. Vamos precisar esperar até o final do dia...

-Você está bem?__segurou o rosto do mais velho

-Não. Nem um pouco.__confessou

-Estou preocupado com Arya. Ela não para de me questionar sobre os dois, se fosse qualquer outra criança, sei que eu saberia lidar com a situação mas agora estou perdido. Eu não posso falar que o appa Lino dela está no hospital como paciente e não como médico!

-Complica muito quando são pessoas próximas da gente, não é?__sorriu compreensível vendo o maknae assentir

-Muito! Mas vai ficar tudo bem. Baekhyun é excelente no que faz, eu sei que o Hyung vai ficar bem. Eu acredito nele!__disse segurando o rosto do Hwang entre suas mãos

-É reconfortante ouvir isso.__suspirou deitando a cabeça no mais novo que o abraçou

Os dedos longos do maknae eram leves enquanto distribuíam carinhos entre seus fios de cabelo. E pensar que à alguns anos podia ter sido eles dois naquela situação quando também foi acidentado voltando para o dormitório.

A sorte foi que seu capacete lhe protegeu de uma lesão mais grave e também a moto, que parou o veículo maior. Abraçou o corpo do mais novo que estava sobre seu colo, mais grato do que nunca por ter saído vivo aquele dia, desejava que Lee Know Hyung tivesse a mesma sorte.

-Como está o seu joelho?

-Melhor. Não dói mais.__respondeu levantando o olhar para o mais novo

-Você tem que maneirar na empresa Hyung, você sabe o que acontece sempre que você se esforça muito.

-Innie.. eu estou pensando em sair da Hwang's Engenharia.__mordeu o labio inferior

Talvez aquele não fosse o melhor momento para discutir aquilo, mas era algo que à tempos estava rondando em sua mente e não queria mais ficar adiando aquele assunto com Jeongin.

-Por que?__estranhou

Hyunjin trabalhava na empresa dos pais desde que eram apenas estudantes universitários.

-Está na hora de me desvencilhar dos negócios dos meus pais. Eu não vou conseguir alcançar todos os meus objetivos quando os dois ficam me colocando limitações, me jogando pra baixo, diminuindo o meu trabalho... Não é legal!

-E por que você nunca me contou que isso estava acontecendo?

-Porque são os meus pais, eu relevei isso por muito tempo e agora estou cansado, Innie. Ela entrou na minha sala, mexeu no meu notebook e excluiu o meu projeto!__confessou um tanto cansado

-Eu sempre notei como sua omma vinha sugando suas energias...__assentiu pensativo__eu só nunca falei nada antes por que você sabe como eu e ela não nos damos bem, não queria que pensassem que eu estava te colocando contra ela.

-Você nunca faria isso!

-Sim, mas ela sempre fez da nossa vida um inferno Hyung. Eu te apoio em qualquer decisão que tomar, sempre vou te apoiar! Eu só quero que tenha certeza da sua decisão e um plano pra si mesmo porque você ama o que faz e tem uma carreira incrível pra ser deixada de lado agora.

-Innie, está na hora de administrar os meus próprios negócios. Quero me dar o que mereço e o que nunca de fato recebi trabalhando pros meus pais.__assentiu com convicção e teve os lábios selados pelo maknae

-Vai dar certo, amor. Eu acredito em você!

(...)

Xiaojun suspirou se aproximando do esquilinho que estava na sacada, as mãozinhas apoiadas no parapeito enquanto a tarde caía.

-Você está bem, Yang?__se pôs ao seu lado

O híbrido suspirou, negando.

Estava tudo menos bem naquele momento, só estaria bem quando o papai estivesse em casa rindo e dançando consigo novamente.

-Meu appa vai ficar bem, não vai?__encarou o humano com quem vinha se dando bem nos últimos dias

-Eu não posso afirmar que ele vai, porque eu de fato não sei. Mas posso te garantir que o seu appa Lee Know é a pessoa mais forte e persistente que existe no planeta terra!

-Como pode me garantir isso?__indagou com curiosidade

-Você é cria dele, afinal!__disse simples, o menor riu lhe causando um sorriso quase que automaticamente

-Obrigada por me trazer até aqui. Isso significou muito pra mim!

-Por que?__foi a vez do mais velho encarar o menor com curiosidade

-Pra quem me odiava, isso é considerado como um valioso avanço. Significa que você realmente não é o humano malvado que eu imaginei que fosse.__explicou, a fala mansa como sempre

O olhar sereno. As orelinhas se mexendo minimamente enquanto o vento balançava os fios pretos. Por que absolutamente do nada, aquele esquilinho ali, havia virado a criatura mais bonita da face da terra?

Piscou algumas vezes, afastando aquele pensamento. Não podia pensar coisas assim em relação à Lee YangYang.

Por falta de respostas, o esquilinho levou os olhinhos até si, lhe tirando o fôlego por alguns instantes. Mordeu o lábio inferior, mas sorriu em seguida ao híbrido que lhe sorriu de volta.

-Acho que comigo os avanços são muito lentos e pequenos. Eu não sou do tipo de pessoa que tem a mente aberta à diversidades e mudanças como Hendery, mas eu tento, me adapto devagar porque tenho medo do desconhecido.__confessou vendo o menor assentir com um olhar compreensível

-Agora sei porque Hendery gosta de você...

-Hm?

-Você é igual a mim!__riram, Dejun olhou para um ponto fixo pensativo

-Convencido? Acho que não hein? Você tem um ego maior que a potência do meu chute, nada é maior que a potência do meu chute!

-Os meus socos!__sorriu convencido, inflando seu ego e fazendo Dejun rir

-Tem razão, seu socos são bem potentes.

-Você ainda não experimentou um deles!

-E nem quero, ainda me lembro de como ficou o nariz do Kage...__chacoalhou a cabeça, afastando aquela lembrança repentina

-Ele mereceu!

-Mereceu!__assentiu levando seu olhar ao do híbrido__não discordo disso. Acho que todos nós merecemos um soco seu.

-Não Hyung, você não merece um soco meu. Eles são malvados comigo porque gostam de me humilhar e se divertem em me ver pra baixo, mas você nunca foi assim!

-Como sabe que não?

-Por que ... sempre que a gente brigava, eu via que você estava muito mais machucado do que eu! Um olhar instável e triste, e você sempre ficava muito quieto depois de uma discussão nossa, diferente do babaca do Kage que além de me humilhar e me agredir, ainda sai rindo e comentando com todos sobre isso.

-Kage e eu já brigamos por sua causa.__comentou vendo o menor lhe encarar com curiosidade

-Quando?

-Foi no dia em que ele pisou na sua cauda e te derrubou com um copo de café. Hendery tinha faltado por conta de uma alergia...

-Ah.. eu lembro desse dia!__assentiu se recordando de memórias nada boas__eu não sabia que você havia visto isso.

-Eu estava na fila, logo atrás... Eu nunca entendi o porquê você não reagiu ou se defendeu, saiu correndo e o deixou impune.

-Se eu fosse socar todas as pessoas que me fizeram mal, a minha vida viraria um ringue de luta e agressão. Não quero ser o primeiro a dar o soco e perder a razão pra parte suja da elite.. acho que não vale a pena ficar me metendo nesse tipo de briga.

-Mas se deixar ser humilhado daquela maneira?

-E eu te agradeço muito por isso, Hyung.__se virou frente a frente com o humano__Mas eu não sou um humilhado porque eu não me sinto assim! Sou muito melhor que o Kage ou qualquer outra pessoa daquele lugar que diversas vezes tentaram mas nunca conseguiram de fato me derrubar, e não vão conseguir. Aquelas atitudes apenas mostram o lixo que ele é, se acha incrível mas no fim não passa de um babaca que pra de fato aparecer precisa tomar atitudes de um merda!

-Eu não sei como você consegue se manter tão calmo... é claro que ja brigamos muito, a ponto de quase descer pro soco, mas eu jamais cheguei ao ponto de humilhar você seja pelo o que for! Hendery me mataria se o fizesse e eu me sentiria um lixo se descesse pro nível das demais pessoas daquele lugar.__falou vendo o esquilinho assentir

-É hyung, mas você só é uma pessoa revoltada e com problemas demais que por X motivos decidiu descontar em mim a sua dor. Eu não sei se foi pelo Hendery, ou se por um motivo além disso, eu nunca entendi de fato o que você tem contra mim?

-Não é contra você, é só...__suspirou, as mãos repousando no parapeito também__é complicado! É algo de anos, algo que me machucou muito e que eu de fato nunca superei.

-Eu fiz alguma coisa?__juntou as sobrancelhas, preocupado e triste

Poxa, não era sua intenção magoar Xiaojun de qualquer maneira que fosse. Eles sempre brigavam, então estava com medo de ter dito algo na hora da raiva que tivesse extrapolado os limites dos quais nunca se permitiu passar.

-Não! Com certeza não!__se apressou em dizer, o encarando de volta__que tal esquecermos esse assunto, sim? Seu appa é mais importante que meus problemas.

-Hyung, quando quiser se abrir sobre isso você sabe que pode pode confiar em mim, não sabe? Não é porque passamos a vida inteira brigando que eu não queira te ajudar!

-Aos pequenos e lentos avanços então!__sorriram

-Aos pequenos e lentos avanços!

-Yang, estamos voltando pro hospital. Você vem?__a voz de Felix soou os atraindo a atenção, o esquilinho assentiu

-Sim Hyung, só vou pegar meu casaco.

-Tudo bem.__sorriu gentil aos dois e se retirou

-Você vem?__Yang encarou o mais velho que negou

-Prometi a Hendery que passaria lá pra adiantar o projeto de biologia. Quer que eu diga algo à ele?

-Acho que não..

-Nem sobre o que está acontecendo com o Lee Know? Ele ainda é o seu melhor amigo, não?

-Eu sei mas..__suspirou, sentindo-se confuso e esquisito__Tem razão! Qualquer coisa eu ligo pra ele, depois.

-Faça isso!__assentiu enquanto retornavam para a sala

-Como se sente, papai?

Colocou ambas as mãos nos ombros do esquilinho mais velho, os apertando ao senti-los tensos demais.

-Melhor..__murmurou fechando os olhos com a massagem do filhote__você deixou Arya com Hyunjin?

-Sim, ela estava um pouco agitada aqui. Não queria tomar café da manhã se não te visse, e quase não consigo dar os remédios.. tivemos que ligar pros Hyungs e pedir ajuda.

-Fez bem.__abriu os olhos, o coração levemente apertado enquanto se perguntava como estava a sua brotinho

Yang assentiu. O papai não estava muito de palavras naquele dia, e o compreendia. Devia estar exausto e a preocupação com o appa Lino apenas deixava tudo pior.

Hyeri e Rowoon desceram dos quartos de mãos dadas e Felix sorriu pegando as chaves do One:1, estava dirigindo o carro de Jisung pois precisou traze-lo ao apartamento.

Eles desceram, Xiaojun se despediu no andar da portaria e os 5 seguiram para o estacionamento. Jisung queria perguntar porque caralhos Rowoon e Hyeri estavam de mãos dadas e pareciam íntimos, ou então o que diabos Xiaojun e Yang estavam fazendo conversando se ambos se odiavam desde pequenininhos?

O que havia perdido em dois dias?

Os 3 adolescentes foram no banco de trás, Felix na direção com o melhor amigo ao seu lado. Preferiu deixar Jisung quietinho, o esquilinho parecia preso em seus pensamentos enquanto tinha a cabeça encostada na janela do carro observando a cidade passar diante de seus olhos.

O sol ja estava se pondo, Jisung sabia que a cirurgia estava sendo complicada pois ja se passavam de 20 horas que estavam com seu marido e agora, estava à espera de um milagre.

Todo mundo se lembra dos contos de fadas da infância.

O sapatinho que serviu na Cinderela. O sapo que se transformou num príncipe. A bela adormecida que foi acordada com um beijo.

Era uma vez.. E depois viveram todos felizes para sempre..

Contos de fadas alimentam os sonhos. O problema é que contos de fadas não se realizam, só outro tipo de história.

Aquelas que começam com noites escuras de tempestade, e terminam indescritivelmente.

Parece que só os pesadelos se tornam realidade. Jisung não sabia, mas quem quer que tenha sido a pessoa que inventou a frase “foram felizes para sempre” merecia levar um soco.

Mas as vezes, o encanto até que é real! Milagres médicos existem!

Dentro do centro cirúrgico, o tempo perde todo o significado. No meio de suturas e de salvar vidas, o tempo para de ter importância. 15 minutos… 15 horas…

Dentro da SO os melhores cirurgiões fazem o tempo voar. Fora da SO, porém, o tempo tem o prazer de acabar conosco. Até mesmo para os mais fortes de nós, o tempo parece pregar peças.

Desacelerando, hesitando… até que ele congela, deixando-nos presos em um momento incapazes de nos movermos em uma ou outra direção enquanto aguardamos aquela notícia chegar.

-Alguma noticia?__Felix perguntou ao adentrarem a sala de espera onde os 3 permaneciam ali

-Não, nenhuma!__Minnie disse enquanto observava Jisung se sentar ao lado dos gêmeos no sofá da frente

-Está demorando demais!__Changbin suspirou

Chan nada disse. Àquela altura, não sabia mais pelo o que esperar. Via uma movimentação esquisita vez ou outra por ali, sabia que eram enfermeiros cirúrgicos se revezando.

O tempo corria, o esquilinho estava parado de frente à parede de vidro. A noite parecia tranquila, mas ela também parecia muito tranquila ontem antes de se deparar com uma das cenas mais traumáticas de toda sua vida.

Sua cabeça pesada repassava seu sonho daquela tarde, a forma como aquilo havia, mesmo que um pouco, confortado seu coraçãozinho.

Minho nunca o havia deixado, muito pelo contrário, ele sempre estaria lá para cuidar de si. Se ele vivesse ou se ele morresse, não é como se ele fosse lhe deixar sozinho. 

O que quer que acontecesse, ele sempre seria seu humano bonzinho, e sempre seria o baby dele.

Esse pensamento fez os seus olhinhos marejarem, algumas lágrimas silenciosas escorreram enquanto sentia sua garganta fechada.

Milagres médicos existem. 

Sendo adoradores do altar da ciência, nós não gostamos de acreditar que milagres existem. Mas eles existem e agora o esquilinho pedia com todas as suas forças que um milagre acontecesse.

Respirou fundo, fechando os olhos. Agradecia por estarem respeitando seu momento, não queria falar com ninguém porque precisava ficar um pouco sozinho.

Escutou passos e então o som das vozes aflitas de seus hyungs, virou-se para ter a visão de Baekhyun e Chanyeol ali em total silêncio, lhe encarando de volta.

Eles pareciam exaustos e sabia que de fato estavam. Os rostos neutros, não se tinha como saber o que havia acontecido, se o que eles tinham pra dizer era algo bom ou então algo que iria destruir sua vida.

Jisung sabia que coisas acontecem. Não podemos explicá-las nem sequer controlá-las, mas elas acontecem. Não estava pronto, mas mesmo assim se aproximou.

-Jisung... A cirurgia terminou.__Chanyeol suspirou cansado, dando início__Lee Know agora está na UTI e estamos esperando ele acordar, ele está sobre os efeitos da anestesia.

O esquilinho assentiu vendo Baekhyun respirar profundamente, sabia que agora viria a pior parte. A parte em que lhe era relatado o que havia acontecido durante a cirurgia, a parte das consequências, as notícias que não queria ouvir mas precisava.

-Jisung, infelizmente o acidente foi grave. Quando chegamos estavam tentando estabilizar o coração, remover os fluidos dos pulmões e também terminando de concertar a ulna esquerda, precisaram fixa-la com pinos pois não havia mais como ela se regenerar sozinha. Eram 3 procedimentos muito invasivos que sobrecarregam totalmente o corpo dele, tivemos que assumir e então deixar o corpo descansar e se estabilizar antes de retomar com a cirurgia. Ele teve uma contusão pulmonar e desde o instante em que foi socorrido sofreu com a insuficiência respiratória, tiveram que fazer uma traqueostomia de emergência e agora a finalizamos, ele está respirando com a ajuda de aparelhos mas felizmente conseguimos remover grande parte dos fluidos e vamos continuar com o auxílio de medicamentos.

Fez uma pausa enquanto observava o esquilinho morder os lábios sem conseguir dizer nada, os olhos lotados de lágrimas enquanto Felix e Chan se mantinham ali ao seu lado.

Os demais também estavam ali pertinho, escutando tudo com atenção e aflição. No fundo, apenas Chan e Jisung sabiam dos reais riscos e apuros que o Lee havia passado apenas com o seu relato.

-Bem, outro problema é o coração. Foi quase impossível estabiliza-lo, tiveram vários traumas, ele estava parando toda hora e tivemos que descarregar uma grande quantidade de choque pra faze-lo voltar. Dessas as mais graves foram duas paradas cardiorrespiratórias que conseguimos converter mas que não sabemos se isso irá deixar sequelas. E por último, há um edema cerebral que a equipe de cirurgiões daqui decidiram deixar para depois mas que nós precisamos intervir, o inchaço na região do cérebro estava comprometendo toda a cirurgia e pode deixar sequelas pela demora de correção, não sabemos informar quais seriam elas, só saberemos dizer quando ele acordar mas as próximas 24 horas são críticas demais e não temos certeza se ele irá acordar.__disse entregando um grampeado de folhas para o esquilinho, uma ordem de não ressuscitação__Eu sinto muito Jisung!

Seu mundo girou novamente, não conseguia falar nada, sua cabeça estava pesada demais pra isso que por um momento se esqueceu até de respirar.

Escutou o choro de Hyeri e Changbin a amparando junto de Rowoon, escutou Yang cair sentado no sofa enquanto Seungmin o socorria.

Sentiu Chan e Felix lhe segurarem para que não caísse, pois suas pernas estavam fracas, estava respirando com dificuldade.

Chanyeol lhe trouxe um copo de água, com a ajuda de Felix bebeu apenas um gole antes de voltar seus olhos para os dois médicos que estavam à sua frente.

-Felizmente vou poder permitir a sua entrada agora, ele precisa descansar e não se sobrecarregar ainda mais. Pense direito na ordem de não ressuscitado, só assine se você tiver certeza de que é isso o que você quer, e o que Minho iria querer que fizesse! Novamente, eu sinto muito.__falou enquanto se retirava ao lado de Chanyeol para trocarem as roupas cirúrgicas e comerem algo

O esquilinho sentiu as lágrimas descerem novamente, silenciosas, enquanto olhava a documentação do General Kim Hospital em suas mãos.

Era cirurgião, sabia como aquilo funcionava.

Esperam o número de horas necessárias ate que possam finalmente declarar a morte. Geralmente alguem falaria sobre doação de órgãos, que a UTI precisa do leito e aqueles eram os documentos que o hospital quer que ele assine para decidir o que fazer com o seu marido, agora que ele está morto, mas não de verdade.

Então, interrompem todos os aparelhos de rotina, removem todos os cateteres, soros e tubos e qualquer tratamento que possa oferecer ser conforto para o paciente. 

Interrompem todas as medidas para manter a vida e o esquilinho se comporta como qualquer médico se comportaria, enquanto está ali com seus filhos prestando atenção em cada passo que vai ser usado para matar o appa deles.

Enxugou o rosto, Felix lhe lançou um sorriso triste enquanto tentava se manter forte por si naquele momento.

Assinou os documentos entregando-os nas mãos de Byeongkwan que havia se aproximando já sem as roupas cirúrgicas.

-Eu sinto muito Jisung, vou te dar até as 6h da manhã.__disse enquanto estendia o braço para o mais novo que o segurou

-Liguem pro Hyunjin, tragam a Arya amanhã cedo.__foi a única coisa que disse antes de ser levado para o quarto do seu humano bonzinho

Ao fim de um dia como este, quando tantas preces são respondidas e tantas não são, nós aceitamos os milagres seja lá de onde eles vierem.

Nós atravessamos o abismo e, às vezes, contrariando todas as probabilidades e lógica, chegamos ao outro lado… contrariando todas as probabilidades, isso acontece.

Nunca se sentiu tão sem chão quanto naquele momento, até as 6h da manhã era pouco tempo pra dizer adeus à uma vida inteira. 

Byeongkwan o deixou sozinho enquanto seguia sm busca de Chanyeol e Baekhyun.

-Onde está Baek?__indagou ao ver o Park sozinho em uma das várias mesas do refeitório vazio

-Acabou de falar com Taecyeon e depois disso não o vi.__respondeu, triste

-Como ele reagiu?

-Nada bem.__levantou os olhos marejados para seu chefe que assentiu em compreensão__por que eu sinto que não fizemos o suficiente?

-Fizemos o que podíamos, mas as vezes nada é o suficiente.

-A ulna podia ter esperado, se eles tivessem de cara resolvido o edema...

-Eu sei! Eu sei... vamos deixar Jisung decidir como proceder daqui pra frente com a equipe de trauma, enquanto isso, só podemos dar tempo para que ele se despeça antes que Know por fim entre em morte cerebral.

Sabe quando você era uma garotinha e acreditava em contos de fadas?

Aquela fantasia de como sua vida seria, o vestidinho branco, o Príncipe Encantado que iria te carregar até o castelo.

Você se deitava na cama à noite, fechava os olhos e acreditava piamente em tudo. No Papai Noel, na Fada dos Dentes, eles estavam tão perto de você que dava para sentir o gostinho deles.

Mas aí você cresce e um dia você abre os olhos e o conto de fadas desaparece.

A maioria das pessoas acabam então se dedicando às coisas e às pessoas em que confiam. Mas o lance é que é difícil se desprender totalmente de um conto de fadas porque quase todo mundo tem um tiquinho de fé e esperança que uma dia eles vão abrir os olhos e tudo aquilo vai se tornar realidade.

Respirou fundo se sentando ao lado do seu humano bonzinho, ele vivia lendo contos de fadas pra Arya e sem perceber, acabava entrando dentro daquela fantasia junto dela.

Jisung sabia que quando em coma profundo, a pessoa não está consciente e, portanto, não sente, não se mexe e não ouve, por exemplo.

Mesmo assim, ele segurou na mão grande que costumava ser quentinha somente pra esquentar a sua, agora estava gelada devido a medicação que o mesmo recebia. A respiração por tubos, os fios, o monitoramento cardíaco que indicava que ali ainda tinha vida pois seu coração batia.

-Hyung...__respirou fundo, incapaz de segurar o choro que agora veio com intensidade e não tinha a intenção de parar__Hyung, o Han sabe que você não estava feliz mas o Han também sabe que você tentou por mim esse tempo todo. Você me salvou do meu appa e me salvou de mim mesmo, e eu sinto muito por não ter conseguido fazer o mesmo por você, mas eu tentei. O Han nunca precisou de pedidos e nem de provas, voce foi meu e me amou, e eu vou ser sempre seu e te dei tudo em dobro. Eu realmente vivi e senti, com ações, você me fez sentir normal pela primeira vez. O Han não vivia antes de te conhecer, sobrevivia e eu não sei viver se você não estiver comigo, você não me ensinou a fazer isso!

Respirou fundo, enxugando o rosto sem sucesso algum. Seu coraçãozinho estava doendo tanto que seu desejo era partir junto de seu humano, mas não podia, ainda tinham 3 filhos e Minho jamais iria querer isso.

-Desculpa por ter brigado com você, eu não queria, mas eu não conseguia entender o porque de você não confiar em mim os seus problemas da mesma forma que eu vinha fazendo a 18 anos!__fungou, levando a outra mãozinhas para a destra maior a segurando entre ambas__Eu amo você, eu só queria que você fosse feliz!

(...)

-O papai Ji vai vir me buscar?

-Hoje não brotinho, o papai está muito ocupado mas eu vou falar com ele pra passar aqui pra te ver!__falou enquanto a colocava na cama para dormir

-O papai Lino?

-O papai Lino...__Innie desviou o olhar para o marido que tinha um sorriso de canto nos labios, assentiu__O papai Lino tá doente, brotinho.

Se sentou à beira da cama, ao lado da maknae Lee que lhe encarou com preocupação.

-O que o papai tem? É um resfriado?

-É um pouquinho mais grave que um resfriado e por isso o papai Ji tá la no hospital, cuidando dele.

-Eu quero ver o papai, ele cuida de mim quando eu 'tô doente, eu preciso cuidar dele também!__piscou rapidamente, preocupada

-Dessa vez é melhor não meu amor, o papai não iria querer que você acabasse ficando doente também!__Hyunjin se aproximou, ajoelhando-se ao lado da cama da pequenininha__por isso você tem que ficar aqui, vai deixa-los muito mais tranquilos se estiver segura.

-Sr.Jeongin? É o Lee Felix!__Nabi disse com o telefone sem fio em mãos

-Estou indo.__Innie disse se levantando e seguindo para fora do quarto

-Ah...__murchou, mas entendeu o que seu oppa queria dizer__O papai vai ficar bem por que o papai Ji é o melhor médico do mundo!

-Eu espero que sim...__o Hwang suspirou, deixando um beijo na testa da filhote de consideração__Agora vamos dormir, já está tarde sim?

-Você vai ligar pro papai e dizer que eu 'tô com saudades?

-É claro! Também vou dizer que você quer que ele fique bem logo pra te encher de beijinhos!__disse enchendo o rostinho fofo da menor de beijinhos a fazendo rir, a abraçou apertadinho antes de deixar outro beijo em sua testa__dorme bem pequenininha!

-Boa noite, oppa.__disse abraçando seu bichinho de pelúcia e fechando os olhinhos

Hyunjin suspirou, a observando por mais alguns segundos antes de apagar as luzes, exceto a do abajur, e se retirar do quarto.

-E então?__se aproximou do marido

Innie estava de costas dentro da pequena e aconchegante biblioteca, virou-se para si, os olhos lotados de lágrimas que lhe tiraram o fôlego.

O maknae negou com a cabeça, fungando e deixando-as escorrer.

-Não...__Hyunjin murmurou, em choque__Não!

-Eu sinto muito Hyung!__Innie disse abraçando o mais velho de forma urgente e apertada

Naquela noite, ninguém de fato dormiu.

Como doutores, somos treinados para dar apenas os fatos a nossos pacientes.

Mas o que nossos pacientes realmente querem saber é: “será que a dor vai embora? Eu vou me sentir melhor? Eu tô curado?”

O que nossos pacientes realmente querem saber é: há esperança?

Mas, inevitavelmente, há vezes que você se encontra no pior caso possível. Quando o corpo do paciente o trai e tudo o que a ciência pode oferecer falha.

Quando o pior caso possível se torna realidade, nos dependurar na esperança é tudo que nos resta.

Estranho como a fé se torna uma coisa engraçada... Ela aparece quando você menos espera. É como se, um dia qualquer, você percebesse que o conto de fadas é um pouco diferente do seu sonho.

O castelo pode não ser bem um castelo. E que não é tão importante ter um "felizes para sempre" e sim um "felizes nesse exato momento".

E, uma vez ou outra, as pessoas podem até lhe deixar sem fôlego...

Hendery e Xiaojun entraram a sala de espera da UTI ao lado de Innie e Hyunjin logo pelo início da manhã. 

Eram 5 horas, os que ali já estavam já haviam entrado para ver o Lee, Jisung permaneceu e por volta das 4 da manhã o cansaço lhe venceu. Adormeceu com a cabeça tombada em cima do corpo do seu humano bonzinho; sem soltar a mão dele.

Felix estava adormecido recostado sobre Changbin, o Seo não havia pregado os olhos durante a noite com medo de que qualquer coisa pudesse vir a acontecer.

Hyeri estava deitada sobre os bancos, a cabeça sobre o colo de Rowoon enquanto o Jeon lhe acariciava os longos fios pretos, ele também não havia dormido.

Chan e Seungmin estavam juntos, ambos dormindo no aconchego dos braços um do ouro e Yang estava sentado sozinho perto da parede de vidro, observando o sol nascer.

Hyunjin suspirou, Arya estava adormecida em seus braços e por isso sentou-se com ela ao lado de Felix que acordou com o movimento, deixando com que o Hwang deitasse as pernas curtas da filhotinha Lee nas suas.

Innie foi em direção ao bebedouro pegar um copo de água para conseguir dar o primeiro remédio da maknae, era amargo e Arya costumava fazer manha para não toma-lo.

-Yangie...

Yang teve sua atenção atraída para o melhor amigo que se aproximou .

Xiaojun havia contado tudo o que havia acontecido o deixando desesperado pelo esquilinho, porem para respeitar o tempo e o espaço de Yang, Jun lhe prometeu levar ao General Kim naquela manhã. O carro de Hendery estava passando por uma manutenção de rotina.

Yang não forçou um sorriso, pelo contrário, seus olhinhos encheram de lágrimas, partindo em milhões de pedacinhos os corações de seus dois hyungs.

Eles sabiam o quanto estava doendo, não havia nada o que pudessem dizer que servisse de algo. Hendery sentiu os próprios olhos aguarem ao que se abaixou na altura do mais novo e o abraçou apertadinho.

Milagres acontecem na medicina. Acontecem todos os dias, mas nem sempre acontece quando precisamos deles.

Desaparecimentos podem acontecer na ciência. Doenças podem se enfraquecer de uma hora para outra, tumores podem desaparecer e a gente abre alguém todo pra descobrir que o câncer foi embora.

É inexplicável e raro, mas acontece.

É o diagnóstico errado. A gente fala que não viu da primeira vez ou qualquer explicação, menos a verdade. Se algo que a gente não sabia que tinha, desaparece… a gente vai sentir falta?

O esquilinho acordou atordoado sentindo a cabeça latejar, mas o que lhe despertou foi um aperto em sua mãozinha.

Um aperto...

Levantou a cabeça rapidamente sentindo tudo girar por alguns segundos, piscou rapidamente levando os olhos ao seu humano bonzinho.

Como eu disse, desaparecimentos acontecem. Dores dissipam. Sangramentos param de escorrer. 

Como cirurgiões, vivemos num mundo de piores casos possíveis. Nós nos podamos de esperar o melhor porque muitas vezes o melhor não acontece.

Mas às vezes algo extraordinário acontece e, de repente, os melhores casos parecem possíveis.

Seus olhinhos se arregalaram e sua respiração acelerou ao que as pálpebras de Minho tremeram e este começou a abrir os olhos com dificuldade pela claridade que adentrava pela janela.

Atordoado, assustado e confuso com o que estava acontecendo consigo, soltou a mão do híbrido e rapidamente tocou o tubo enfiado em sua garganta.

Jisung arfou segurando sua mão novamente, enquanto desesperado gritava algo e apertava o botão de alguma coisa que estava por ali, mas que seu cérebro não era capaz de absorver agora.

De repente, haviam duas enfermeiras adentrando e mexendo em si, logo em seguida um homem de jaleco que jurou ser Baekhyun, parado na porta do quarto evidentemente assustado e incrédulo.

Jisung foi retirado do quarto, não queria que ele saísse. Estava tão assustado, não sabia porque estava em um hospital como paciente e não cirurgião.

-Jisung, o que foi?__a voz assustada de Felix lhe chamou, o australiano correndo em sua direção preparado pro pior

-O Minho acordou.

Milagres acontecem na medicina.

Às vezes, algo maravilhoso acontece e, contra o nosso mais lúcido juízo, a gente começa a ter esperança.

(REVISADO - @_THALLYE_)



Notas Finais


Cês acharam mesmo q eu ia matar o amor da minha vida?

É gente, milagres acontecem na medicina e é sobre isso e tá tudo bem!


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