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História Lembranças de Um Passado - Conveniência


Escrita por: Keh_Rainha

Notas do Autor


Olha quem deu a louca e começou a escrever (para o bem da sanidade mental de alguns de vocês)

Então, eu tava sem fazer nada é resolvi escrever, portanto aproveitem

Capítulo 24 - Conveniência


Gustavo: Te encontro em 15 minutos!

Kéfera

Já faziam horas que estávamos naquele carro, Luanna ainda estava agarrada a mim, mas não chorava mais. Eu havia tentado falar com Matheus a algum tempo atrás, mas minhas perguntas não obtiveram resposta, aquele silêncio dele conseguia ser mais assustador do que sua voz.

Ké: Para onde estamos indo? - Tento perguntar mais uma vez, mas ele continua em silêncio. - Podemos para em algum lugar? - Pergunto.

Matheus: Você não vai fugir de mim, Kéfera. - Sua voz é calma, mas seus olhos transmitem uma escuridão assustadora.

Ké: Não vou. - Ele continua me olhando pelo retrovisor. - Saímos já tem horas, se lembra que estávamos indo para o mercado? - Seu olhar agora parece surpreso.

Matheus: Estão com fome?

Ké: Sim. - Sinto a cabeça de Lua se mexendo sinalizando que também estava com fome.

Ele não disse mais nada, me deixado completamente frustada. Depois de alguns minutos Matheus liga o rádio deixando a melodia calma da música tomar conta do clima tenso do carro. Aos poucos senti os braços de Luanna cada vez mais fracos ao redor da minha cintura e sua respiração mais calma, Sabia que ela estava cansada, foram horas chorando em silêncio e me apertando tanto que algumas vezes tive que afrouxar seus braços, dado um beijo em sua testa logo em seguida.

Haviam outros carros aparentemente indo para o mesmo local que nós, o que fazia com que a estrada ficasse um pouco mais iluminada. Eu não fazia ideia de que horas eram e nesse momento não era a coisa que mais me importava. Há algumas horas atrás, logo que entramos no carro, tentei pegar meu celular no bolço do short, porém não o encontrei, logo em seguida a imagem do aparelho jogado no sofá veio a minha mente, então soube que não havia a menor possibilidade de chamar por ajuda.

Sim, eu poderia abrir os vidros e gritar pedindo por socorro, já que a estrada está movimentada, mas não fiz e nem irei fazer. Passei anos da minha vida pensando conhecer o homem que dirige este carro, na minha cabeça Matheus era uma das pessoas mais doceis que já havia conhecido, incapaz de fazer algo de ruim, como por exemplo: Sequestro. Mas hoje eu estou aqui, sentada no banco de trás do carro, sendo levada para um lugar no qual eu não faço a menor ideia de onde é. Se ele foi capaz de fazer isso, não apenas comigo, mas com Luanna também, então eu não o conheço mais, não sei das coisas que ele é capaz de fazer, não posso confiar a segurança da minha filha baseada nas falsas memórias de um homem que não existe mais.

Meu corpo estava começando a dar sinais de cansaço, meus olhos estavam começando a pesar, mas eu continuava a me obrigar a permanecer de olhos abertos, não por mim, mas por Luanna. Estava quase que sedendo ao sono quando Matheus começou a seguir em direção ao posto de gasolina. Quase como se fosse mágica, ou como se tivessem colocado litros de café nas minhas veias, meu subconsciente acordou, me deixando alerta as possíveis falhas de Matheus que pudessem me dar brechar para escapar.

Matheus: Nós vamos fazer o seguinte. - Ele diz estacionando o carro. - Você vai descer e comprar algumas coisas, tipo água e comida, e a menina fica no carro. - Ele diz com total indiferença. 

Ké: Se ela acordar e não me ver aqui vai entrar em pânico. - Digo tentando convence-lo a ir no meu lugar, não quero deixar Luanna sob os "cuidados" de Matheus.

Matheus: Então é melhor você voltar antes dela acordar. - O olho incrédula, como pude pensar que esse ser humano era algo bom?. - A propósito, eu perdi a minha paciência com crianças choronas, então é melhor você ir e voltar logo.

Tentei aos poucos me desfazer dos braços de Luanna, deixando-a deitada no banco. Matheus sequer fez questão de me dar dinheiro, disse que eu já tinha os que usaria para as compras. Ódio era o que definia meu sentimento por esse homem no momento. 

Sai do carro completamente preocupada com Luanna, torcendo internamente para que ela não acorde em dez minutos no máximo. Entrei na loja de conveniência ainda meio perdida. A atendente me lança um olhar curioso, mas tento disfarçar com um sorriso tímido que fez com que a moça retribuísse o ato, mesmo ainda desconfiada. Andei entre as prateleiras tentando pensar em algo que Luanna pudesse gostar de comer quando acordasse, apenas para tentar vê-la um pouco mais feliz, mas meu cérebro parece não querer colaborar com a minha falta de tempo e não me lembra de algo básico sobre os gostos culinários de minha filha.

Vejo a mesma recepcionista se aproximando, os cabelos ruivos e destacam os olhos verdes. Procurei algo nela na qual pudesse me apegar, até achar o crachá pendurado em seu pescoço. Jessica Nelson.

Jessica: Posso ajudar? - Ela me pergunta gentilmente.

Ké: Eu só estou querendo umas coisas para minha filha. - Tento deixar todo meu nervosismo de lado.

Jessica: Filha? E onde ela está? - Ela se aproxima mais um pouco e tira algo que julgo ser um aparelho celular do bolço. - Você está sendo dada como desaparecida nas redes sociais. - Ela me diz quase que em um sussurro.

Ké: Eu estou bem. - Não resisto a tentação e olho para a tela e me deparo com uma foto minha e de Luanna junto com mais alguns números para contatos. - Eu só quero uns biscoitos para minha filha. - Digo me afastando o mais rápido possível da moça e pegando os primeiros pacotes de biscoitos que vi. Andei depressa até o freezer para pegar alguma coisa que ajudasse na sede e joguei algumas notas no balcão, antes mesmo de Jessica chegar a tempo de fazer mais questionamentos.

Volto para o carro e para a minha sorte Luanna ainda dorme do banco traseiro, mas Matheus não está com uma cara amigável, certamente deve ter visto a minha breve conversa com a ruiva e ficado desconfiado, porém ele permaneceu calado enquanto eu tentava de alguma forma colocar a cabeça de Luanna em meu colo sem acorda-la. Antes de fechar a porta dei mais uma olhada para o local e a tal Jessica me encarava com o celular na mão. Ela iria ligar. Iria dar àqueles que me procuram uma dica. Iria, de certa forma, me ajudar a fugir.


Notas Finais


Então...
Me digam, para onde vcs acham que o Matheus está levando nossos bbs?


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