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História Lembranças perdidas - Por que ele estava lá?


Escrita por: JDreamygirl

Capítulo 19 - Por que ele estava lá?


Fanfic / Fanfiction Lembranças perdidas - Por que ele estava lá?

Eu estava parada na frente da Rosa sem saber o que dizer, ela simplesmente chegou de surpresa e isso me assustou, parecia que isso tinha feito com que o meu cérebro simplesmente parasse de funcionar completamente de uma hora para a outra, eu não conseguia inventar uma desculpa tão rápido assim, não conseguia pensar em uma nessa rapidez, então eu simplesmente travei sem saber o que dizer ou fazer. Minha boca até se abria, tentando formular qualquer frase que fizesse sentido para que ela fosse embora e eu pudesse sair, mas acontece que não saía nada, absolutamente nenhuma ideia, por menor que fosse. Meu coração estava batendo tão rápido e tão forte dentro do meu peito que eu quase sentia a pulsação na minha garganta, o ar parecia ter ficado quente e pesado, dificultando muito a minha respiração, minhas mãos estavam suadas e trêmulas. Ok, Rosa era minha melhor amiga, mas eu não queria contar à ela o que eu estava indo fazer, ela era uma das pessoas que sabia de tudo e só não me contava, não que eu estivesse com raiva dela por isso, mas isso significava que ela não queria que eu soubesse não é? Eu não sei o por que dela não me contar simplesmente, aos meus olhos não havia motivo algum, talvez tivesse, talvez fosse ruim que eu soubesse o que houve e ainda assim não ter nenhuma lembrança disso, mas ficar com raiva e descobrir por conta própria era mais fácil de engolir do que pensar em algum motivo lógico.

Rosa - Ainda estou esperando uma resposta da sua parte sabe. (Ela disse ainda de braços cruzados depois de algum tempo de silêncio, que eu não tinha a menor ideia de quanto foi. Ela me olhava desconfiada e eu sabia que qualquer coisa que não fosse a verdade realmente, ela não iria acreditar.)

Megan - Mas… Eu não estou mentindo, preciso sair pra comprar umas coisas. (Eu disse andando pra frente fazendo com que ela se afastasse para que eu pudesse passar, me virei trancando a porta e implorando mentalmente a Deus para que ela acreditasse nisso, mesmo sabendo que no fundo, obviamente não daria certo.)

Rosa - Você pode ser boa em fazer muitas coisas Megan, mas com toda certeza do mundo, mentir não é o seu forte, principalmente pra mim. Agora quer por favor me dizer a verdade? (Engoli seco ficando calada a vendo suspirar e revirar os olhos, ela estava irredutível e eu ainda não queria contar, mas não havia muitas saídas pra mim.) Se não está mentindo como está dizendo, então você não vai se importar se eu for com você seja lá aonde estiver indo não é? Afinal eu já estou pronta mesmo e não vou te atrasar, não era essa a desculpa que você estava usando? (É claro que vou.)

Megan - NÃO! (Exclamei novamente no automático e ela apenas levantou uma sobrancelha, como se já esperasse essa minha reação. Apenas suspirei me dando por vencida, sem qualquer outra alternativa de sair dali a não ser contando a verdade pra ela, retirei a chave do bolso e a entreguei sem olhá-la nos olhos.)

Rosa - O que é isso? (Ela perguntou pegando a chave e a observando sem entender.)

Megan - Provavelmente a chave de um container que estão com as minhas coisas. (Ela me olhou ainda sem entender.)

Rosa - Suas coisas? Container? O que? Preciso que seja mais específica do que isso, está muito vago pra mim. (Ela perguntou completamente confusa.)

Megan - Meu pai tirou todas as minhas coisas que estavam guardadas no porão. (Eu disse cruzando os braços a vendo franzir as sobrancelhas tentando entender a história.) Por algum motivo ele não quer que eu me lembre das coisas. E aparentemente ele não é o único não é? (Eu disse a alfinetando a vendo suspirar a revirar os olhos.)

Rosa - Eu nunca disse que não quero que se lembre das coisas, muito pelo contrário, eu quero! Mas não te contando, deixando que você descubra por você mesma e se lembre. (Então ela queria que eu me lembrasse?) Eu sei que seu pai quer te proteger e provavelmente você está com raiva disso, mas não precisa esconder de mim isso assim como escondeu o seu caderno de letras. (Olhei pra ela agora surpresa, como ela sabia do caderno.)

Megan - Mas como você sabe disso? (Perguntei tentando entender.)

Rosa - Uma vez em que eu dormi na sua casa, você estava no banho. Eu não estava mexendo nas suas coisas, mas você disse que eu poderia pegar um pijama, apenas o vi. (Ela explicou calmamente dando de ombros. Permaneci calada sem saber o que dizer.) Eu quero te ajudar. (Ela disse com compaixão, chamando a minha atenção.) Não vou te contar nada, eu não quebro promessas e prometi à alguém que não faria isso, além do mais você ainda tem que se lembrar sozinha, mas ainda posso te ajudar se aceitar a minha ajuda.)

Eu pensei que talvez eu estivesse sozinha, mas percebi que não precisava estar, eu podia mesmo contar com a Rosa, eu tinha muito o que fazer, muito o que descobrir, mas não precisa carregar esse peso todo sem ajuda. Apenas sorri minimamente me sentindo um pouco mais aliviada agora e nos abraçamos, agora precisávamos ir até o galpão.

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Peguei uma fitinha colorida e amarrei junto com a cópia da chave que eu tinha acabado de fazer. Tudo o que eu conseguia pensar era que se o meu pai dessa falta dessa chave eu estaria morta, tudo bem que ele poderia pensar que a tivesse perdido, mas por algum motivo eu sei que se ele se desse conta da falta dela, ele saberia que teria sido eu quem a tivesse pego, o que a Rosa havia dito sobre eu não saber mentir apenas comprovou a minha paranóia. Já estávamos dentro do galpão e sim, as coisas estavam mesmo de um container, pelo menos de um desses, eram tantos que tivemos uma dificuldade até achar o número 237. Era um container não muito grande na cor azul claro, abrir aquilo fazia um barulho enorme, provavelmente se a Rosa não estivesse aqui me ajudando, eu não tenho certeza se conseguiria abrir sozinha, a tranca era pesada e precisou que nós duas a puxássemos.

Rosa - Ok, vamos ver que tipo de coisa você guardava. (Ela disse suspirando assim que abrimos.)

Haviam várias e várias caixas empilhadas dentro do container, mais do que as que eu havia visto antes no porão, o que me levava a pensar que talvez as minhas coisas não estivessem escondidas e guardadas apenas lá. Eu não sei exatamente o que nó estávamos procurando, mas eu precisava encontrar. Ficamos algumas horas revirando várias e várias caixas e ainda não tínhamos olhado nem ao menos 1 quarto do que estava ali. Com toda a certeza do mundo, eu teria que voltar mais vezes para procurar seja lá o que fosse. Rosa estava dizendo alguma coisa, ela conversava animadamente enquanto revirava as coisas, em algum momento eu parei de prestar atenção, eu já estava me sentindo cansada e com sono, não sei por quanto tempo exatamente nós estávamos ali, mas a minha atenção voltou pra ela novamente quando a mesma parou de falar subitamente.

Megan - Rosa? Algum problema? (Perguntei preocupada me virando pra trás e olhando pra ela, a vendo de costas parada olhando pra alguma coisa, então ela se abaixou e pegou algo no fundo de uma das caixas se virando pra mim.)

Rosa - Eu não sei… Até onde ele te contou, mas… Toma. (Ela disse me entregando uma foto, bom…)

Era uma foto bem fofa, eu estava na foto e… Bom, o Castiel também. Estávamos em algum lugar onde parecia ser um campo de flores, o que deixava a foto mais bonita ainda, nós parecíamos… Felizes, e isso por consequência fazia meu coração pesar dentro do meu peito, mas o que aconteceu? Ele estava sorrindo e me levantava como se eu não pesasse quase nada, parecia ter bastante vento no lugar onde estávamos, era possível notar isso por causa dos meus cabelos. (LINK NAS NOTAS FINAIS) Virei a foto vendo a seguinte frase escrita atrás da mesma. “Por que você despertou em mim um sentimento tão bom que mais ninguém conseguirá! - C.” Provavelmente se eu estivesse sozinha aqui, eu não conseguiria conter as minhas lágrimas, que agora estavam sendo duramente evitadas por mim. Meu coração doía e um grande nó tinha se formado em minha garganta apertando fortemente.

Megan - Ele me contou que nós chegamos a namorar. (Eu disse em um fio de voz, tão baixo que tive dúvidas de que ela tinha realmente escutado, ainda segurava a foto e ainda a encarava, sentindo o nó se apertar mais ainda em minha garganta.)

Rosa - O que mais ele te contou? (Ela perguntou agora um pouco mais preocupada ou apenas curiosa.)

Megan - Que eu terminei com ele por que ele me traiu com a Debrah. (Eu disse sentindo um pouco de raiva, dobrei a foto e coloquei no bolso.)

Rosa - Oh, ok. (Ela disse pensativa.)

Megan - Acho melhor irmos embora, está ficando tarde, eu preciso dormir um pouco, minha cabeça está até latejando. (Eu disse suspirando a vendo concordar.)

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Me sentei sobre a cama com o caderno de letras aberto na minha frente e a foto do lado do mesmo. Então era sobre ele que eu escrevia tantas músicas? Eu ainda não conseguia entender, estava tentando, mas mesmo assim. Eu sentia enjôo e tristeza, raiva e dor ao mesmo tempo, como se eu soubesse o que tinha realmente sentido, mesmo que não me lembrasse. Fechei os olhos suspirando e me deitando praticamente me jogando na cama.

Lys - Você não pode simplesmente ir embora e deixá-la, não pode fazer isso com ela. (Finalmente um barulho, ou melhor, uma voz… Mas de quem era essa voz? Eu deveria reconhecer o seu dono?)

Castiel - Se eu ficar aqui vai ser pior pra ela, você sabe disso. O problema… Sou eu. (Quem eram essas pessoas? Por que eu não podia vê-los? Eu sentia o desespero aumentando cada vez mais dentro de mim.)

Lys - Não se culpe pelo que aconteceu, não foi culpa sua. Você está errado sobre isso, não é você o problema, você pode continuar se culpando por isso, mas não foi você. (Eu não conseguia entender. Estavam falando de mim?)

Castiel - Se não fosse por mim ela não estaria aqui agora. É minha culpa sim, ela não deveria estar aqui. Ela não deveria... (Eu podia não ver nada no momento, podia não conhecer essas pessoas ou me lembrar deles, mas eu conseguia notar perfeitamente que o tom de voz dessa pessoa era… Doloroso. Chegava a doer em mim fortemente, mesmo não compreendendo absolutamente nada.)

Lys - Foi só um acidente, essas coisas podem acontecer com qualquer pessoa, você não pode se culpar dessa maneira, você não tem que se culpar por isso, não foi você. Você sabe muito bem quem é o culpado, você não pode ir embora, não pode deixá-la. A culpa daquele acidente não foi sua, nem tudo o que aconteceu depois também. (O que estava acontecendo aqui afinal? Por que eu conseguia ouvir, mas não podia ver? Eu estava morta? Não, eu podia respirar, eu podia ouvir, acho que estava viva, mas… Como?)

Castiel - Você sabe que ela não vai se lembrar de mim, pra falar a verdade ela não vai se lembrar de ninguém, eu não vou fazer falta pra ela se eu nunca tiver feito parte da vida dela. Apenas… Cuide dela por mim. (Mas, o que…?)

Lys - Eu não vou conseguir te convencer a ficar não é mesmo? (Ele era insistente, mas não parecia surtir efeito na outra pessoa.)

Castiel - Infelizmente não, eu preciso ir, preciso cuidar do que aconteceu. Eu preciso aceitar as condições, eu sei do que ela é capaz de fazer, agora eu tenho certeza disso. (Sua voz estava ficando cada vez mais baixa.)

Lys - Tem que ter outro jeito, não faça o que ela quer. (Eu não entendia mesmo.)

Castiel - Eu preciso.

Abri os olhos encarando o teto e sentindo uma única lágrima escorrer pelo meu rosto. Era ele naquela sala, dizendo que precisava ir embora, dizendo que… Que me amava. Sua voz agora parecia se encaixar tanto com aquela cena que eu não pude ver e… Soava tão familiar que era como se eu estivesse acostumada a tê-lo sempre do meu lado e agora, isso me fazia falta, mas ainda assim eu não entendia, não me lembrava e era agoniante sentir algo do qual não fazia o menor sentido. Mas por que ele estava lá? Por que havia dito que a culpa era dele? Eu ainda tentava fazer com que as coisas fizessem algum sentido dentro da minha cabeça.


Notas Finais




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