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História Les Liens Familiaux - Livro 2 - Deux


Escrita por: Fantasminha98 e SofiaDuarte

Notas do Autor


Ola pessoal,

Mais um cap enorme para vcs que são dos blocos:

- Acadêmicos da Leitura Atrasada. (Nesse caso Fics Atrasadas) hahahaha
- Unidos do Netflix.
- Mocidade Dependente da Minha Cama.

Espero que gostem e compartilhem suas ideias e teorias para o futuro da fic conosco! Adoramos saber se estão gostando.

Capítulo 3 - Deux


Fanfic / Fanfiction Les Liens Familiaux - Livro 2 - Deux

.

Olivier despertou sorrindo ao se lembrar de tudo que acontecera na noite passada, mas quando esticou o braço esperando encontrá-la e abraçá-la, não havia nada. Abriu os olhos assustado se deparando com o espaço vazio e frio ao seu lado, percorreu os olhos desesperado por todo o ambiente tentando encontrá-la, mas não havia nada. Nem uma peça de roupa se quer denunciando a presença feminina. 

Lágrimas encheram seus olhos. Um sonho, tudo não passara de um sonho. E aquela não era a primeira vez, sua mente a muito vinha lhe pregando peças o confundindo com suas fantasias e delírios.

Ela não tinha voltado e ele tinha realmente ficado louco de vez.

Não podia continuar vivendo assim, não quando sua mente começava a se perder em mentiras e seu corpo definhava com a ausência. Como ele podia esperar seguir em frente, recomeçar, se tudo nele se recusava a esquecê-la? Ele não continha os soluços, não quando seu coração sangrava em seu peito com a certeza que ela a tinha perdido para sempre. A dor era excruciante, mais até do que sua transformação.

Seus instintos estavam tão debilitados que tomavam o perfume que preenchia o quarto como mais uma mentira de sua mente, tão imerso em sua dor ele não ouviu quando o chuveiro foi desligado e poucos minutos depois a porta se abriu. Não deu atenção quando a ouviu chamando por ele, preocupada quando o viu em lágrimas.

- Olivier! O que aconteceu? Querido, fale comigo! - Insistiu ela assustada ao se deparar com o estado do homem. Narcisa tinha apenas aproveitado que acordara cedo, para tomar um bom banho e voltar a vestir seu vestido, mas nunca imaginou que nos poucos minutos que se banhava encontraria Olivier tão perdido. 

- Não é real... - Insistiu Olivier, sentado na cama com os joelhos grudados no seu queixo. Sua visão não era nada boa, com olhos vermelhos, lágrimas pelo rosto e nariz constipado. A dor era tanta que ele se balançava para frente e para trás na esperança de que um pouco de sanidade retornasse.

- O que não é real? Olivier! - Ela havia tomado o rosto em lágrimas do amado em suas mãos e seus olhos azuis o escrutinaram buscando por qualquer ferimento que justificasse tamanho sofrimento.

- Você… Nada foi real. Nada disso é real.... Estou finalmente louco… - Resmungava sem realmente a olhar, se desvencilhando com muita força de seu toque. Seu olhar beirava a loucura, assim como seus gestos. Parecia olhar para todos os lados, exceto para Narcisa. A dor em seu peito parecia que ia fazê-lo explodir a qualquer momento. Seu nariz tinha começado a sangrar e seu corpo, tremer violentamente.

- Olivier! - Exigiu o sacudindo, mas ele continuava a não olhá-la. - Olivier, me escute agora! - Insistiu dura, puro comando em sua voz e sem saber ela tinha se agarrado a ligação que havia entre eles e o forçado a prestar atenção. - Eu sou real! Eu estou aqui! - Insistiu o fitando profundamente. - E eu te amo do fundo do meu coração! Nunca duvide disso! - Concluiu por fim o puxando para um beijo, se suas palavras não fossem suficientes para convencê-lo de que ela era real, talvez seu toque o fizesse.

    E quando Olivier percebeu que ela era realmente real, que estava ali com ele suas lágrimas tornaram-se de alegria e alívio. Seu corpo parou de se auto mutilar, se apegando a realidade. Ele a abraçou, a puxando para cama e escondeu seu rosto na curva do seu pescoço para inalar seu perfume e ter a certeza que: Sim, ela era real! Ele parecia uma criança assustada, se agarrou a ela como Draco fazia quando era pequeno e tinha um pesadelo e Narcisa o confortou da mesma forma que fazia com o filho mesmo que ao se lembrar de Draco seu coração tivesse sangrado mais um pouco.

- Eu estou aqui… - Sussurrou tranquilamente em seu ouvido enquanto afagava o cabelo claro. - Vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você, Oli…

- Eu te amo, tanto... - Falou ele, mas a voz saiu abafado pois se recusava a soltá-la ou afastar o rosto de seu pescoço.

- Eu também, querido… Também te amo, Olivier D’Fay Bauffremont.

- Não posso perde-la novamente… Não suportaria!

- Você não vai. Eu estou aqui… - Continuou falando calmamente sem deixar de afagar seu cabelo.

    Eles ficaram longos minuto assim, apenas se abraçando e quando ele se afastou Narcisa o beijou tranquilamente, um beijo que era uma promessa de que não o deixaria nunca mais.

- Melhor? - Perguntou gentilmente dando um selinho rápido nos lábios rachados do homem à sua frente. Olivier apenas assentiu, estava cansado de mais para falar ou fazer qualquer coisa que não fosse se aconchegar na mulher que amava. - Bem, vamos tomar café da manhã então. Você precisa se alimentar direito, ainda está muito fraco. - Falou enquanto se levantava da cama e puxava o outro pela mão.

    Narcisa teve dificuldade com o café, não só porque a cozinha americana estava vazia, mas porque Olivier se recusava soltá-la, felizmente ela era muito boa com feitiços domésticos e mesmo tendo um veela adulto a abraçando pelas costas conseguiu preparar a refeição. Mas quando o casal foi se sentar à mesa e ela tentou sentar na cadeira a frente do  bruxo ele a puxou para seu colo.

- Preciso de você perto. - Falou carente voltando a aspirar seu perfume. 

- Eu sei. - Admitiu. Ela tinha percebido como apenas aquele pouco tempo juntos já tinham feito milagres na aparência doente de Olivier, ele ainda estava muito magro, mas as olheiras profundas e a palidez doentia tinham desaparecido dando lugar a pele corada e saudável, mesmo que ainda extremamente alva. Até os olhos tinham um novo brilho.

    Ele passaram o café todo entre conversas tranquilas e carinhos, ora comendo ora se deliciando um com o outo. Narcisa se viu rindo das piadas ácidas do bruxo, coisa que ela julgava nunca mais conseguir fazer devido ao luto. Olivier por sua vez se encantava cada vez mais com o som da voz e das risadas da mulher que tinha em seus braços. Mas esse clima aconchegante foi quebrado com as batidas insistentes na porta.

- Narcisa Black Malfoy, sou a oficial Audrey Patu, Auror da Comissão de Assuntos Estrangeiros e Imigração. Sei que está nesse endereço e peço que abra a porta. 

Olivier rapidamente se levantou se colocando protetoramente entre Narcisa e a porta. 

- Não… Não vão te tirar de mim…

- Oli...

- Olivier D’Fay, sabemos que Narcisa Black Malfoy está em seu apartamento. Abra a porta ou serei obrigada a usar magia.

Olivier silvou ameaçador para a porta, só se acalmando ao sentir o toque de Narcisa em seu braço.

- Querido, é melhor abrir a porta.

- Não vou deixar que te levem…

- Ainda nem sabemos o que querem. - Argumentou lhe dirigindo um sorriso apaziguador.

- Narcisa… - A voz de Olivier entregava como ele sofria com aquela possibilidade.

- Não vai acontecer nada, Oli.

Olivier abriu a porta para a Auror depois de um beijo de incentivo, se plantando ao lado de Narcisa de forma protetora.

- O que você quer? - Sua voz estava mais grossa do que o habitual, fazendo Narcisa se lembrar imediatamente de Draco gritando MINHA pela sua sala.

- Olivier... Isso são modos?! -Ela deu um tapa fraco em seu braço, olhando indignada para ele - Me desculpe por isso, ele só está um pouco ansioso e mal humorado. Não dormiu muito bem…

- Muito pelo contrário. Tive uma excelente noite, até ela…

- Recebemos uma denuncia contra a senhora. - Cortou a Auror focando toda sua atenção na bruxa loira, sabendo que a qualquer minuto a estrangeira podia se tornar uma ameaça como tinha sido informada. - Preciso que me apresente sua documentação internacional e a permissão de varinha. - Falou a bruxa morena que usava um uniforme oficial dos Aurores franceses.

- Claro. - Falou Narcisa e com um gesto da varinha fez seus documentos levitarem de sua bolsa até sua mão. De forma que ela rapidamente os entregou para a oficial.

- A documentação e o passaporte então em dia, mas onde está a permissão da varinha?

- Eu… - Gaguejou pois não a tinha. - Eu não tive tempo de pedi-la com antecedência e…

- Sinto muito senhora, temo que terei que levá-la.

- Como assim!? - Perguntou Olivier raivoso mal contendo o rosnado de protesto. Ninguém tiraria sua companheira dele, não mais e muito menos algum burocrata do ministério.

- É uma violação leve do acordo de turismo internacional, mas preciso levá-la ao ministério para prestar queixa e providenciar a documentação.

- Eu vou com ela!

- Sinto muito, mas apenas parentes, representantes legais ou advogados estão autorizados a acompanhar a senhora Malfoy nesse momento. - Falou a Auror debochada enquanto pegava Narcisa pelos braços a levando para fora.

A idéia surgiu rapidamente na cabeça de Narcisa quando viu o desespero estampado nos olhos de Olivier, sabia que ele ainda estava muito fraco e precisava estar perto dela de forma que se ele tentasse impedir que a Auror à levasse, seria ele a sair ferido desse duelo.

- Tenho direito a um representante legal. Não é mesmo? - Insistiu.

- Sim, pode fazer uma ligação e ele a encontrara no departamento.

- Olivier é meu representante!

- Ele não tem licença de advocacia mágica. - Falou cética.

- Mas meu representante legal não precisa ser um advogado e sim alguém que eu nomeio para defender os meus interesses. E eu Nomeio Olivier D’Fay Bauffremont como meu representante. Entenda oficial Patu, sou uma estrangeira em seu país quem mais adequado que um bruxo local para me ajudar com sua jurisdição.

- Se você quer assim. - Falou a bruxa morena dando de ombros e aparatando com os dois.

 

* * * 

 

Audrey Patu era uma Auror jovem, mas isso não significava que era menos experiente. A bruxa de cabelo preto chanel e batom vermelho, assim que chegou no Ministère des Affaires Magiques,  deixou o casal numa salinha minúscula de interrogatório pedindo que esperasse. Quando saiu trancou a porta, mesmo só tendo confiscado a varinha de Narcisa ela sabia que se Olivier tentasse fugir com ela as câmeras mágicas de segurança os seguiram sem serem notadas.

    Ela rapidamente cruzou os corredores claros com decorações sofisticadas em azul do ministério e foi até a sala do chefe da Comissão de Assuntos Estrangeiros e Imigração, sem bater na porta entrou no escritório revoltada. Tinha sido informada que uma bruxa perigosa estava ilegalmente na cidade e que poderia oferecer resistência contra a prisão, por isso tinha sido enviada como Auror, mas na verdade ela se deparou com um casal alegre que só estava curtindo seu café da manhã tranquilamente, mas ordens eram ordens.

- Porque tenho que deter uma bruxa inglesa com seu companheiro veela na minha sala de interrogatório!!?

- Recebemos uma denuncia contra ela. É o procedimento. - Respondeu o homem desinteressado. Charles Malik era um tipo funcionário público preguiçoso, adorava inventar burocracias que dificultasse a vida dos outros e facilitasse seu proprio trabalho. Audrey vinha trabalhando como Auror dessas seção desde que saíra da academia no final do ano passado e sua paciência para as tolices do chefe já estavam no limite.

- A denúncia era falsa, ela tem todas as documentações em dia menos a permissão de varinha e...

- É o procedimento. - Respondeu monótono enquanto voltava a dar atenção para alguns relatórios em sua mão.

- Não venha com essa merda para cima de mim! O procedimento seria apenas enviar uma carta notificando a infração e informando que a documentação deve ser obtida em até três dias úteis.

- Droga Patu! Apenas siga suas ordens! Deve mantê-la aqui o maior tempo que puder e prestar uma queixa formal, quero essas documentação na minha mesas ainda essa tarde!

- Quer que eu mantenha ela aqui com base no que? Só posso detê-la por 24h sem uma causa formal e uma infração leve não é justificativa suficiente para isso. - Falou irritada.

- Sei lá. Invente um jeito! Cobre uma multa por não ter a permissão, ela está detida aqui, ou seja, não poderá ir ao banco para retirar o dinheiro e não poderá sair enquanto não pagar a multa! Problema resolvido. - Disse irritado. 

Infelizmente era uma boa saída, pensou Audrey, ela por sua vez podia apenas seguir as ordens e fixar a bruxa que estava em sua sala de interrogatório, mas não pode evitar perguntar porque tanto trabalho por uma simples bruxa inglesa.

- Porque quer tanto que eu a mantenha aqui? - Perguntou cruzando os braços sobre o peito, não sairia da sala sem uma resposta coerente para aquele abuso de poder.

- Droga Patu. Fora ordem superiores, ok! O próprio Simon Monpellier deu a ordem e diferente de você eu não fico questionando meus superiores! - Alfinetou, claramente irritado com todos aqueles questionamentos. - Não sei o que o Chefe do Departamento de Execução de Leis Mágicas quer com essa bruxa, só vá lá e cumpra suas ordens, droga!

- Merde. Ok - Xingou enquanto saia da saleta e batia a porta irritada.
 

* * *

 

    Com todos os documentos e papéis que precisava para fixar Narcisa Black, Audrey suspirou antes de entrar na sala de interrogatório. A sala branca era pequena e contava com uma mesa de media de alumínio e duas cadeiras simples, uma que estava Narcisa e outra que estava vazia. Olivier estava parado a frente da bruxa de forma a escondê-la da visão de Audrey e mesmo que a varinha não estivesse apontada para ela viu que o homem a empunhava discretamente. A auror detestava o que estava fazendo, mas eram ordens, assim se sentou na cadeira a frente de bruxa loira sem realmente a olhá-la enquanto começava falar.

- Você é Narcissa Black Malfoy, nascida na Inglaterra no dia 25 de Outubro de 1955?

- Sim.

- Filha de Cygnus Black III e Druella Rosier? 

- Sim.

- Está no país desde ontem de manhã, vinda de Londres usando vaso de flores, mais precisamente margaridas, como chave de portal autorizada. Portando toda a sua documentação em dia menos a permissão de varinha?

- Sim.

- Nas atuais circunstância, como Auror do Ministère des Affaires Magiques, sou obrigada a fixá-la por infração menor contra os acordos de Imigração e Turismo entre o Reino Unido e a França. Você ficará detida até que pague a multa de 500 galeões e obtenha a documentação necessária para retirar sua permissão de varinha. - Informou a oficial. - Você tem direito a uma carta expressas internacional e outras duas nacionais. Uma coruja do ministério estará a sua disposição assim que terminar de escrevê-las. Um advogado do estado será atribuído a você se não tiver um representante legal ou um advogado de confiança. Se todos seus direitos estão claros, por favor assine este documento atestando que entende as queixas prestadas contra você e todos os seus direitos. - Concluiu a Auror com uma voz monótona e desinteressada, claramente detestando está ali tanto quanto os outros dois. 

    Mas Narcisa estava em tamanho choque que não pegou os documentos e sim Olivier que arrancou os papéis, revoltado, da mão da bruxa morena e começou a lê-los furiosamente. A loira ficou um minuto sem saber o que fazer. Se ainda estivesse na Inglaterra teria mandado chamar imediatamente seu advogado, mas aqui... Estava perdida e realmente não sabia com quem contar.

Poderia tentar enviar uma carta para seu tio Etienne Rosier, ele já tinha se aposentado mas ainda detinha certa influência e contatos no ministério, talvez ele conseguisse descobrir quem tinha feito a denúncia. E o valor da multa ela podia pedir emprestado para Delphine, mas logo se lembrou que a prima tinha se casado com o tal de Pierre anos atrás e se mudado para o norte quando o primeiro filho nasceu.

Narcisa estava tão desnorteada e depois do julgamento no final da guerra nunca mais imaginou que se veria nessa situação. Cada pequeno detalhe de seu dia a dia era uma lembrança da criança que tinha perdido e pior, cada pequeno momento de alegria que ela sentia parecia um insulto com tudo que tinha feito Draco passar. E talvez aquela Autor e aquela denúncia fossem a justiça do destino, talvez ela nunca mais tivesse paz depois do que tinha acontecido, não merecia paz, pensou Narcisa. Mas passado o choque inicial se recompôs porque afinal ela era Narcissa Black uma das última descendente da grande Casa Black e não seria uma infração menor que a desestabilizada ou uma Auror com não mais de 25 anos que a colocaria contra a parede.

- Isso é um absurdo! - Bradou Olivier quando terminou de ler os papéis. - Em lugar nenhum fala que ela deve ficar detida enquanto não pagar a multa!

- Você tem qualquer outra dúvida? - Perguntou Audrey para Narcisa ignorando as queixas do bruxo loiro.

- Sim. Muitas. - Respondeu Narcisa tentando conter a irritação de sua voz - Posso estar sim sem minha permissão de varinha, mas me prender aqui me parece um tanto quanto extremo, senhorita Patu! 

- Não sou eu que faço as regras e…

- Mas isso é um ultraje! - Cortou. - Você disse que tinha recebido uma denúncia. Quem me denunciou e quais foram as queixas?

- Essa informação está sob sigilo do ministério.

- Eu tenho o direito de saber do que sou acusada. - Falou Narcisa fria e cortante recuperando toda a postura implacável pela qual era conhecida, não seria uma simples Auror recém saída da academia que lhe negaria informações ou distorceria leis para mantê-la presa contra sua vontade.

     E Narcisa suspeitava que essas ordens teriam vindo de cima, ela só precisava pensar em quem do alto escalão se daria ao trabalho. Entretanto ninguém vinha a sua mente, de forma que ela estava realmente muito confusa com toda a situação, mas morreria antes de deixar isso transparecer. Os Black era conhecido por seu controle e não seria agora que ela decepcionaria o nome de sua família.

- A senhora está sendo acusada de infração menor dos acordos…

- Sim, sim você já disso tudo isso, mas… -

- Olha aqui Dona! - Cortou Patu finalmente perdendo a paciência. - Não gosto dessa situação tanto quanto você! Mas tenho que cumprir ordens e se eu fosse você mandava o seu Representante Legal bem ali. - Falou a garota apontando para um Olivier que se segurou para não avançar no pescoço da Auror. - Conseguir o dinheiro da multa o mais rápido possível enquanto você fica aqui e tenta descobrir quem do alto escalão está tão irritado com sua presença aqui na França a ponto de fazer uma denuncia anônima de que uma “Comensal da Morte perigosa estava ilegalmente no país!” - Falou fazendo aspas com os dedos claramente irritada por ter que executar aquele teatrinho de merda simplesmente porque seu superior mandou. - Agora se me dá licença aqui estão pergaminhos e tinta para suas cartas. E espero que enquanto as escreve descida o que fazer porque depois de enviá-las você será transferida para uma cela de contenção até que providencie tudo o que é necessário para sua saída sob fiança. O ministério agradece sua compreensão.

    Quando a Auros finalmente saiu Narcisa se voltou para Olivier.

- Uma coisa ela tem razão. Tenho que descobrir quem fez essa queixa. - Falou a bruxa pensativa.

- Posso enviar uma carta para meu irmão mais velho. Ele é advogado, o melhor do país, essa queixa não sairá impune! - Falou Olivier enquanto devolvia os documentos para Narcisa le-los. - Ele mora perto de Paris, não deve demorar muito a chegar e…

- Eu agradeceria muito Oli, mas gostaria de resolver isso com a ajuda do meu tio primeiro. Não que não confie na competência do seu irmão, mas eu realmente não gostaria que a primeira vez que fossemos apresentados fosse para ele me tirar da prisão. - Riu. 

- Pelo menos me deixe pagar a fiança. Não posso ficar aqui parado sem fazer nada quando eles querem prejudicar a minha companheira.

    E Narcisa não admitiria, pelo menos não naquele momento, o quanto adorava que Olivier a chamasse de sua. Principalmente porque ela sabia que ele também era todo e completamente dela.

- Não posso te pedir isso. - Falou o olhando gentilmente enquanto acariciava de leve seu rosto, Olivier fechou os olhos aproveitando o carinho delicado e não conteve o leve ronronar o que apenas fez Narcisa rir.

- Não sabia que tinha decidido ser a companheira de um gatinho - Brincou. Ele era sua salvação e mesmo que detestasse admitir Olivier era a única coisa que a distraia de seu Luto e a fazia ter um propósito. Ela queria cuidar dele, trazer alegria ao seus olhos e ouvi-lo ronronar muitas e muitas outras vezes.

- Você me chama de gatinho agora só porque ainda não me ouvir rugir depois de uma noite quente.

- Pelo que me lembro não é algo tão feroz assim. - Implicou com ele, vendo um brilho surgir em seus olhos cinzas que se tornaram levemente mais escuros. Se ele tivesse forças o suficiente ela sentiria na própria pele naquele momento o que era uma fera.

- Isso porque eu não tinha te marcado.

- Ah, tinha sim. Tenho a cicatriz na cintura para comprovar.

- É, mas agora as coisas vão ser bem mais… intensas. - Ele estava se exibindo. - Ou ao menos foi isso o que meu irmão disse… - Completando baixinho como um adolescente inexperiente e não um homem de 35 anos.

- Eu deixo você me morder de novo se você fizer essa barba, Olivier. Parece que você é muito mais velho do que eu. - Ela mudou completamente de assunto, tentando tirá-lo daquela insegurança.

- Como adivinhou meus pensamentos?

- O seu rosto entrega, além das suas presas estarem aparecendo.

- Ah… Bem, mas como não disponho de um aparelho de barbear no momento e estou com muitas saudades, necessitando reforçar a minha marca em você pelo nosso tempo separado, você não brigaria se eu desse mais uma mordida, não é? - Seu olhar transbordava charme, convencendo Narcisa a deixar.

Com carinho, Olivier mordeu o outro lado do pescoço, a envolvendo em um abraço íntimo. Estavam tão envolvidos que não notaram a câmera de segurança voltada para eles, fazendo uma Auror fumegar de raiva ao mesmo tempo que se compadecia com a situação dos dois. Eles eram só um casal veela apaixonados… Onde que aquela mulher podia oferecer perigo à ele?

Para Narcisa dessa vez tinha sido muito diferente, provavelmente pela quantidade menor de veneno e por estar envolvida pelo encanto do charme veela, tanto que ao sentir as presas de Olivier perfurar sua pele, prazer e não dor a inundou. Ela soltou um suspiro tranquilo quando ele a soltou e não podendo conter o desejo de tocar-lhe os lábios, ela o beijou, foi calmo apenas um momento para apreciarem um ao outro, pois apesar de tudo ela ainda precisava descobrir o que fazer para sair de toda aquela enrascada.

- Bom, agora vou escrever uma carta para meu tio. - Falou desanimada pois preferia estar no Loft de Olivier curtindo uma manhã agradável com ele do que presa numa salinha abafada e minúscula de interrogatório.

Narcisa não estava só desanimada com toda a situação em si, mas porque ela se sentia culpada. Culpada por sentir prazer e alegria ao estar com Olivier se distraindo da tristeza profunda que ainda inundava seu coração. E apesar de saber que o companheiro a entenderia ela não queria mostrar para o loiro o quão arrasada e destruída estava por dentro com a perda do filho, pois sabia que isso afetaria o Veela e ela queria que Olivier melhorasse, assim não podia trazer mais dor para o bruxo não quando já o tinha feito sofrer pela distância nesse 18 longos anos. 

- Tenho que pensar em como resolver essa questão da multa… Eles estão muito decididos a me manter aqui o que complica tudo, vendo que assim não posso simplesmente ir no banco e retirar a quantia. - Ponderou enquanto pegava pena e molhava na tinta começando a escrever uma carta para o tio relatando o ocorrido e principalmente como estava ofendida com o abuso de poder do ministério Francês.

- Narcisa. - Chamou Olivier a encarando profundamente. - Eu insisto em pagar a multa. Será rápido, aparato no banco, faço a retirada e volto. Nos poupará tempo e cabeça. E definitivamente me recuso a vê-la presa aqui por mais de algumas horas. - Falou raivoso.

    E ele realmente tinha um ponto, mesmo que envolvê-lo em toda essas situações constranger a bruxa ela aceitou, vendo que se ela realmente queria começar a construir uma vida com aquele homem incrível, que estava ao seu lado, precisaria aprender a dividir alguns de seus problemas… Pelo menos aqueles que ela estava pronta para dividir.

- Você acha que devo contar para minha irmã? - Perguntou sem encará-lo. Estava realmente perdida quanto a isso, vendo que desde o momento que Andrômeda se casou com Ted Tonks tinha sido cortada da família e Narcisa perdera completamente o contato com a irmã mais velha elas apenas se reaproximaram com o fim da guerra.

 Duas irmãs Black que tinham perdidos seus filhos para a guerra. Foi na casa de Andrômeda que Narcisa ficou desde a batalha de Hogwarts e foi a irmã que a acompanhou no seu julgamento. Mas acima de tudo foi ela e o pequeno Ted que  ajudaram Narcisa a se reerguer (em parte) e reaprender a viver e conviver com a perda. Entretanto mesmo tendo novamente o amor da irmã mais velha, tudo na inglaterra lhe lembrava de seu filho, assim por incentivo da própria Andrômeda Narcisa decidiu por partir e recomeçar em outro lugar. E mesmo sendo muito recente a ligação firmada entre os dois, de uma forma muito sobrenatural e única, Olivier entendeu o que afligia sua companheira, e assim apenas respondeu gentilmente.

- Ela é sua irmã, afinal de contas. Se fosse comigo eu gostaria que Claude soubesse.

    Narcisa apenas acenou e escreveu a segunda carta e assim que as endereçou Audrey Patu entrou com as mesmas feições claramente contrariadas e uma coruja marrom em seu ombro. A auror entregou as cartas para a coruja que logo saiu voando pela porta e se voltou para Narcisa.

- Está na hora. - falou seriamente.

    Narcisa apenas se virou e abraçou Olivier apertado, ele por ser maior que ela retribuiu o abraço e apoiou a cabeça sobre a da bruxa aproveitando para aspirar o perfume de seu cabelo antes de se afastar dizendo:

- Detesto ter que deixá-la. - Sussurrou tentando conter o rugido em sua garganta e mesmo que não estivesse completamente recuperado seu olhos se tornaram negros irados por ser obrigado a se afastar de sua companheira mesmo que por poucas horas.

- Vou ficar bem, amor. Sei que logo estará de volta e podemos terminar sua mudança. - Brincou se afastando dele.

- Pouco me importo com a mudança. - Bufou e ainda sem soltar as mãos da bruxa se voltou para a Auror. - Se algo acontecer com ela, por menor que seja, não me importo para onde você fuja porque vou caçá-la, achá-la e matá-la. - Ameaçou sem conter a ira e a promessa de violência que transbordaram em sua palavras. E mesmo que Audrey não tenha se encolhido ou dado um passo atrás com a ameaça do veela, ela não pode impedir que o medo transparecer em seu rosto quando foi encarada pelos olhos completamente negros e as presas afiadas.

    Olivier se voltou para Narcisa a beijando profundamente. A bruxa ficou sem fôlego e com as pernas banbas, precisando de alguns segundos para se lembrar o que estava fazendo ali, pois o veela sabia exatamente como desconcerta-la completamente. Audrey depois da ameaça manteve uma distância segura de Narcisa enquanto a conduzia para fora da sala, já Olivier ficou no corredor esperando até que as duas bruxas desaparecem numa curva a esquerda e apenas quando sua companheira não estava mais a vista aparatou.


 

* * *

 

Olivier desaparatou na frente do edifício branco, alto e elegante que era o Banco de Gringotes. Acima das ornamentadas portas de bronze escrito em dourado lia-se os dizeres: Gringotes - Filial Francesa, o bruxo estava tão irritado e apressado que mal cumprimentou o duende de uniforme vermelho que prontamente lhe abriu as portas. E diferente de apenas seguir pelas portas de prata que levariam ao grande salão de mármore onde fazia suas retiradas diárias, Olivier virou a esquerda. Seguiu pelo corredor ricamente ornamentado até portas duplas douradas que foram abertas por uma dupla de duendes dessa vez portando vestes negras muito mais sofisticada e bordadas a ouro.

 Acima da porta podia se ler “Apenas Clientes Fae” e ao cruzá-las o bruxo se deparou com um hall privativo exclusivos para os clientes mais prestigiados do banco. O lugar era muito menos movimentado que o salão principal de mármore, onde em sua maioria apenas bruxos frequentava, mas nesse haviam criaturas muito mais interessante e perigosas. A decoração elegante sempre banhada a ouro, denunciava a amor que a Corte Proft D’Or tinha pelo rico metal e pedras preciosas. Entenda os Duendes ou Leprechaun como são conhecidos em outros países são uma das criaturas mágicas mais gananciosas que se tem notícia, sendo uma das 4 Grandes Cortes Fae e a mais rica, seu zelo por adquirir ouro e armazená-lo com segurança é reconhecido em todo mundo magico, tanto que a maioria dos bruxos tem seus cofres em seus bancos que também estão espalhados por todo o globo.

Logo que Olivier entrou um duende com as mesmas vestes escuras correu para recepcioná-lo com a mais perfeita educação.

- Senhor D’Fay, - Falou fazendo uma mesura profunda. - É uma honra tê-lo novamente em Gringotes. Meu nome é Clion e em que posso-lhe ser útil essa tarde?

- Obrigado pela recepção, Clion. Eu gostaria de falar com o gerente. Há certos assuntos que preciso resolver com urgência, referente a condição de minhas contas. - Falou enquanto seguia o duende que lhe indicou o caminho silenciosamente.

    Não haviam muito clientes Fae aquela tarde no banco, Olivier apenas cruzou com um casal austero de Meio-Banshees e um grupo risonho de pequenas Pixies. Quando entrou no escritório da gerência, Clion se despediu com mais uma mensura formal e perguntou se poderia-lhe servir algo para beber. O bruxo estava tão desatento que apenas respondeu automaticamente pedindo por uma dose dupla de Whisky de fogo sem gelo antes de se dirigir para o gerente.

    O outro duende tinha metade da estatura do meio-veela, sua pele era escura e possui os típicos traços de sua espécie, olhos completamente negros orelhas e dentes pontudos, além é claro de mãos e pés mais compridos que as humanas. Usava um fraque elegante púrpura e com um sorriso cobiçoso se dirigiu ao cliente.

- Saudações Sr. D’Fay Bauffremont, em que posso lhe ser útil? - Perguntou indicando a poltrona confortável que ficava a frente de uma mesas de madeira de lei escura que por sua vez estava abarrotada de livros caixas e bolsinhas cheias de galeões e diamantes.

- Sr. Abartuc, gostaria de tornar meus cofres e conta em cofres conjuntos aos de minha companheira. - Informou. A idéia tinha surgido em sua mente no momento em que pisou dentro do banco e lhe pareceu o mais natural a se fazer. Narcisa era o amor de sua vida, sua amiga e companheira tudo que era dele já pertencia a ela, só precisa agora da documentação que atestasse isso.

- Oh, Sr. D’Fay! Que notícia maravilhosa! Meus cumprimentos por encontrar aquela à quem pertence seu coração. Que auspicioso momento, vou providenciar a documentação adequada. Sua senhora já está ciente de suas intenções? A conta dela é nessa filial ou de algum outro banco?

- Ainda não conversamos sobre isso, mas ela não terá problema em assinar os documentos. Quanto a suas contas receio serem contas simples de bruxos, mas seus cofres estão na Filial Inglesa.

- Entendo perfeitamente. Aqui está a documentação que deverá ser assinada a sangue como todos nosso contratos mais importantes, todos os benefícios de sua conta Fae serão estendidos a ela e seus herdeiros.

- Naturalmente. - Concordou Olivier guardando os documentos cuidadosamente em suas vestes. Ele tentou não transparecer a dor, mais a palavra “herdeiros” cortou fundo em sua alma, ele tinha tido um herdeiro e mesmo antes de conhecer-lo o jovem já tinha sido arrancado dele.

- Existe mais alguma coisa que poderia fazer pelo senhor e sua senhora?

- Sim. Preciso fazer uma retirada de 500 galeões.

    Abartuc apenas concordou e com um estalar de dedos o livro caixa referente aos cofres de Olivier estavam em sua mão onde com uma pena mágica anotou o valor da retirada e ao fechar o livro uma bolsinha de veludo vermelha apareceu sob a mesa. E prontamente foi entregue para o bruxo.

- Aqui está, há algo mais em que posso-lhe ser útil?

- Isso é tudo, por hoje. Amanhã devo voltar com os documento referente a conta conjunta. - Concluiu Olivier se levantando e apertando a mão que o duende lhe estendia.

- A Corte Proft D’Or e o Banco de Gringotes agradecem por sua preferência e que nunca falte ouro em seus cofres. - Saudou o duende antes de informar que Clion o acompanharia até a saída.

 

* * *

 

    Em menos de uma hora Olivier já tinha voltado ao ministério, desceu pelo elevador principal até o grande salão de recepção e informou sua intenção de pagar uma multa em nome de Narcisa Black. A recepcionista uma bruxa de cabelos castanhos chocolate mal falou com o loiro e rapidamente conferiu seu livro, quando achou a identificação tocou nas palavras três vezes. Elas, por sua vez, se soltaram do livro dançando no ar e se transfigurando em um cartão de prata cujos dizeres em letras cursivas azuis informam o andar, o departamento, a seção e o objetivo do bruxo. Bastava apenas que Olivier colocasse esse cartão no compartimento do elevador que ele logo seria levado ao quarto andar onde se encontrava o Departamento de Execução de Leis Mágicas, a Sessão de multas e fianças onde ele poderia pagar a multa de Narcisa permitindo que a mesma finalmente fosse liberada das celas temporárias que ficavam no Quartel-General dos Aurores, no quinto andar.

    O elevador era rápido, mas por ser encantado, os bruxos que estavam nele mal registravam a alta velocidade. Foi uma voz feminina e melodiosa informou que tinha chegado ao quarto andar “Département D’application de la Loi Magique” Olivier se despediu cordialmente do bruxo com quem dividia o elevador e saiu se encaminhando apressado para a recepção. Sua cabeça estava a mil e ele fechava os punhos fortemente tentando conter as presas, cada minuto a mas que ficava longe de sua companheira ele sentia o descontrole. A ligação ainda era muito recente e apenas imaginar que Narcisa estava em perigo ou sendo escoltado por outro homem fazia o sangue veela ferver em fúria  Ele precisava dela, de seu toque e principalmente de seu perfume apaziguador.

    Felizmente a papelada que teve que preencher para pagar a multa foi rápida e em menos de alguns minutos Olivier viu a mesma Auror daquela manhã acompanhar Narcisa e devolve-lhe a varinha. O meio-veela não esperou meio segundo antes de alcançar a abraçar a companheira, aspirando avidamente o perfume de deus cabelos. Mesmo tendo ficado pouco tempo separados para seu lado veela pareceram-lhe intermináveis anos e Olivier abraçou como se assim pudesse impedir que qualquer outro a tirasse dele, ele não permitiria, mataria antes de que outro alguém quisesse afastá-los novamente.

- Amor, está me esmagando. - Riu Narcisa e Olivier afrouxou o aperto, mas sem soltá-la.

- Você está bem? - Perguntou desesperado enquanto percorria cada canto do corpo curvilíneo da bruxa procurando por qualquer ferimento e quando não encontrou nada e nem o mínimo cheiro de que algum outro homem tinha se aproximado dela se acalmou. Ele estava descontrolado, parecia um veela que tinha acabado de receber sua herança e ainda não conseguia controlar seus instintos.

- Aqui está sua permissão de varinha Senhorita Black. - Falou Audrey estendendo para a bruxa loira a documentação. Narcisa por sua vez apenas acenou um agradecimento seco, mesmo quando a Auror se desculpou em nome do ministério.

- Vamos voltar para casa. - falou Olivier enquanto conduzia sua companheira na direção dos elevadores mantendo firmemente o um braço atrelado a cintura fina de Narcisa, a bruxa julgava que era por medo de mais alguém surgir com uma nova queixa mirabolante, mas na verdade o estresse daquele dia cobrava o preço e o meio-veela estava mais fraco do que demonstrava.

- Podemos passar primeiro na casa do meu tio? Ele me pediu que fosse até lá assim que pagasse a multa, parece que ele entrou em contato com antigos amigos de seu tempo no Ministério e descobriu quem prestou a queixa falsa contra mim. - falou Narcisa.

    Por mais cansado que o bruxo estivesse ele não negaria um pedido de sua companheira e assim acenou concordando, assim que saíram do ministério Narcisa os aparatou até o 7ème arrondissement, desaparatando os dois bem em frente a casa elegante de três andares que tinha vista para os jardins da Torre Eiffel. Entretanto mal tinham firmado os pés no chão Olivier se desequilibrou tonto e se Narcisa não tivesse amparado o companheiro ele teria desmoronado no chão.

- Olivier! Porque não me disse que estava tão fraco?!

- Não queria preocupá-la. E já estou bem. - Desconversou voltando a se firmar ao lado da loira. - Já passou, acho que só preciso comer alguma coisa. - Resmungou Olivier, sabendo que o jantar que ele gostaria de comer envolvia Narcisa como prato principal regada a sua marca. Céus, ele nunca ia se cansar de mordê-la!

    De qualquer forma, nenhum dos dois tinha comido nada desde o café por conta de todo esse problema no ministério e o sol já estava se pondo. Narcisa comia pouco ou nada, desde a morte do filho seu apetite tinha desaparecido, mas ela se preocupava genuinamente com o estado de Olivier, mesmo que ele já a tivesse marcado ainda não tinham firmado a ligação plenamente o que explicava a melhora apenas aparente do veela.

- Vamos entrar e aí você poderá descansar. - Aconselhou.

    Etienne Rosier estava com seus 67 anos, mas quem o visse não diria que ele passasse do 52. Era um homem claramente maduro e experiente cujos cabelos apenas começavam a se tornarem grisalho. Com a passagem da esposa Clair a dois anos atrás e o casamento da filha tinha se tornado um homem solitário e taciturno que apreciava o silêncio acompanhado de uma boa xícara de chá e um livro envolvente. Entretanto isso não significava que ele desgostasse da presença de seus amigos de Poker Bruxo ou das visitas estimulantes e alegres de sua filha, cunhado e adorado netinho. E quando abriu a porta da casa para sua sobrinha e acompanhante foi com um sorriso contido e cortes que a recebeu com um abraço.

- Querida Narcisa, quanto tempo. Tão bela quanto a primeira vez que nos visitou. - Elogiou. Mesmo que não fosse admitir em voz alta realmente tinha se apegado a filha mais nova de sua prima. Na última visita da bruxa, a 18 anos atrás, ela tinha se revelado uma companhia agradável e silenciosa que sabia respeitar seus momentos de leitura da mesma forma que engajar-se num debate interessante.

- Ola Tio Rosier. O Sr. também está ótimo. - Comprimentou. - E meus pêsames para Tia Clair.

- Obrigada querida, só você que já perdeu alguém muito querido compreende minha dor. - Falou Etienne e com um olhar entristecido desejou a sobrinha os mesmo pêsames pela morte do filho. - Mas quem será esse cavalheiro? - Perguntou mudando de assunto e afugentando a dor do luto que pairava sobre os dois.

- Sou Olivier D’Fay Bauffremont. - Cumprimentou o loiro quando Narcisa não o fez, e mesmo sem saber direito o que era algo tinha roubado a atenção da bruxa profundamente, mas seu companheiro não conseguiu identificar o quê.

- D’Fay… - Ponderou o bruxo mais velho. - Esse nome não me é estranho… Por acaso conhece Claude D’Fay, o renomado advogado?

- Conheço sim, Senhor Rosier. Ele é meu irmão mais velho. - Respondeu Olivier contente pelo homem conhecer o irmão, entretanto um olhar tenso cruzou os olhos do bruxo mais velho.

- Seu irmão… Agora entendo. - Entretanto o Bruxo não disse mais nada e apenas apressou o casal para entrar.

Nostalgia apoderou-se de Narcisa quando ela conseguiu afugentar o aperto em seu coração e prestar atenção na casa, a decoração de bom gosto escolhida por sua tia anos atrás permanecia a mesma e foram as memórias daquele mês que viveu entre os tios e a prima que a atingiram e pareceu-lhe que tinham sido a eras e eras atrás. 

- Venham, vou pedir para meu elfo servir o jantar. Vocês chegaram em ótima hora. - Falou o bruxo os levando para uma saleta menor que não a grande sala de jantar que comportava uma mesa de 1 lugares.

- Tio eu esperava que pudéssemos conversar sobre a queixa que prestaram contra mim e…

- Vamos deixar essas conversa para depois do jantar, percebo que o senhor D’Fay mal se aguenta em pé - Brincou.

- Receio que tenha que concordar não estou no melhor estado. - Afirmou Olivier constrangido. - Foi um dia muito cansativo e corrido. E receio termos perdido o almoço com todo esse mal entendido no ministério. 

- Sim, uma situação péssima. Lamento muito que tenha passado por isso, querida. - Falou Etienne agora se voltando para a sobrinha. - Mas venha, vamos comer.

    O jantar foi tranquilo e leve. Etienne e Olivier se envolveram numa conversa tranquila sobre o mercado da arte e o tio de Narcisa pareceu muito satisfeito com quanto o bruxo loiro fora sensato em aceitar o cargo de professor em Beauxbatons. Narcisa por sua vez elogiou os trabalhos do companheiro e explicou um pouco do trabalho que seu tio fazia no ministério antes de se aposentar e se dedicar exclusivamente aos livros. 

Entretanto, assim que terminaram a última taça de vinho o trio ria descontraído enquanto Olivier compartilhava algumas anedotas de seu tempo de escola.  Mas diferente do que Narcisa esperava seu tio decidiu deixar para a manhã seguinte a conversa sobre as denúncias prestada contra ela, insistindo que o dia do casal tinha sido muito longo e que mereciam um descanso. Etienne insistiu que a sobrinha e Olivier dormissem aquela noite em sua casa e prontamente providenciou dois quartos de hóspedes, assim como roupas adequadas para dormirem. Narcisa ficou no segundo andar no mesmo quarto que usou tantos anos atrás e Olivier ficou com uma suíte no terceiro andar. 

Bem, eles não tinham dito que estavam juntos, então nada mais normal do que serem colocados em quartos diferentes. Olivier estava emburrado com aquilo, mas ao mesmo tempo que queria sua companheira, também queria respeitar a casa de seu tio. Chateado, ele tomou um banho longo e quente, relaxando todos os músculos tensos na água, repetindo para si mesmo que ele estava seguro, que seu amor finalmente tinha voltado para ele.

Pensar em Narcisa enquanto estava no banho tinha causado uma reação em seu corpo no qual já estava acostumado. Durante aqueles últimos dezoito anos Olivier descontou sua frustração e desejo durante o banho (já que era uma excelente maneira de disfarçar as lágrimas que sempre derramava, de arrependimento, frustração e saudade). E mesmo que estivesse fraco para suportar uma relação diretamente com sua companheira, ele sabia que não desmaiaria ali. Aquela vez tinha sido completamente diferente, já que não chorou nenhuma vez, apenas sorria de felicidade por saber que sua loira estava no andar debaixo, apenas separados por não terem mencionado o relacionamento. Ele ansiava tanto por tocá-la mais uma vez, tinha medo de estar esquecendo como era seu sabor, estar dentro dela…

Não tinha muito o que fazer, então acabou por ir para a cama cedo. Precisava descansar, seu corpo implorava por uma boa noite de sono. Toda a dor de cabeça o tinha desgastado mais que o normal e não se lembrava de já ter se sentido tão fraco. Dores de cabeça, fadiga, falta de apetite e mesmo os pesadelos tinham se tornado um comum em sua vida, mas não assim... Ah, claro. Era semelhante as primeiras semanas após a partida de Narcisa.

Entretanto Olivier não sabia que a bruxa loira no andar de baixo estava tão inquieta quanto ele, talvez mais para a preocupação do que a saudade. Narcisa tomou um banho tranquilo, mas quando se deitou na cama fria o vazio aos seu lado era muito perceptível e desconfortável. Ela tentou dormir, mas apenas ficou se revirando de um lado para o outro sem conseguir aquietar a mente, com as terríveis lembrança que constantemente a atormentavam, ou encontrar uma posição agradável para descansar. 

 Até que bufando ela encarou o teto imaginando se o companheiro já estaria dormindo. Provavelmente sim porque ele parecia realmente cansado… Mas então um pensamento inquietante a ocorreu: E se o estado de Olivier se devesse ao fato dele à ter marcado mas não estado efetivamente com ela? E se ele de alguma forma piorasse?

Já passava das onze da noite, Olivier já tinha adormecido a algum tempo, mas entrou em alerta quando ouviu um ruído e sentiu uma presença dentro do quarto. Seus instintos de sobrevivência afloraram e quando soube que sua presa estava a poucos centímetros dele, Olivier atacou. Com um movimento rápido ele segurou o invasor pelos ombros e o puxou para a cama, o pressionando contra o colchão, enquanto rosnava e mostrava as presas.

A surpresa dele quando foi beijado o desconcertou por completo, perdendo toda a sua pose.

- Narcisa?

- Não se pode nem mais te observar enquanto dorme?

- Como é?

- Queria ter certeza que você estava bem… Não me senti bem em te deixar aqui sozinho, por isso decidi passar a noite com você. Mas só dormir, entendeu?

- Não queremos fazer um escândalo na casa do seu tio. - Brincou com um olhar um tanto quanto malicioso, mas ele apenas a acomodou melhor na cama, colocando Narcisa deitada sob seu peito, aspirando seu perfume antes de cair na inconsciência tranquilamente por a ter em seus braços.

 


Notas Finais


E ai o que acharam? Gostaram da Corte Proft D’Or, a corte dos Duendes que sim também são uma espécie de faes como Veelas, Banshees e Pixies.

Quem sera que fez a denuncia anonima???

E o que sera q vai acontecer com nosso casal preferido no próximo cap (que já adianto para vcs tem + ou - 9mil palavras!) ???????

Nos conte suas ideias e teorias para o futuro da fic! Adoramos saber se estão gostando.


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