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História Les Trois Visages de L'amour - Não esperava por isso


Escrita por: mills_trevosa e Nay_Migliori

Capítulo 5 - Não esperava por isso


POV - Delphine 


 Seguimos pelos corredores ainda no mesmo andar até pararmos de frente a uma porta diferente das demais. Assim como a porta, as paredes que a sustentavam também eram de vidro, dando uma total visão de qualquer pessoa que se aproximasse daquela sala.

   

  A sala era espaçosa, apesar de não ter muitas coisas. No fundo havia uma enorme mesa com apenas um computador e alguns papéis em cima propositalmente posicionada para ser o foco do local. Um pouco mais a direita havia um sofá de couro branco. A esquerda havia uma pequena mesa com algumas cadeiras, supus que era para pequenas reuniões.


     - Entre em sua sala Delphine - disse Aldous chamando minha atenção e abrindo a porta para que eu pudesse entrar.


     - Minha sala? - ergui as sobrancelhas demonstrando surpresa - Mas ela é ... - antes que pudesse completar fui interrompida.


     - Incrível? - Aldous andava pela sala enquanto sorria largamente.


     - Grande, na verdade. - respondi.


     - Bom, Srta. Cormier, esta é a única sala que temos disponível no momento. - explicava - E como o mais importante projeto que você vai supervisionar e comandar está neste andar, porque não unir o útil ao agradável? 


     - A Dra. Niehaus e a Dra. Frontenac trabalham com o estudo de desenvolvimento de células tronco? - foi impossível esconder minha surpresa, afinal elas aparentavam ser tão novas para uma pesquisa tão complexa quanto aquela.


     - Não se deixe enganar pela pouca idade Delphine, a Srta. Niehaus vem surpreendendo a todos com sua mente jovem e brilhante. - disse se retirando e me deixando sozinha em minha nova sala.


    As últimas palavras de Aldous me fizeram ficar paralisada ainda pensando o quão surpreendentes Cosima e Alex poderiam ser. Não tive muito tempo para conhecê-las, mas admito que a primeira impressão que me passaram foi o suficiente para despertar minha curiosidade sobre elas.


          POV- Cosima



     Desde a chegada de Alex os dias no Dyad tem sido mais agradáveis, e consequentemente as semanas passavam mais depressa. Já estávamos a duas semanas trabalhando juntas e por incrível que pareça o contato mais íntimo que tivemos foi no dia em que nos conhecemos e dormimos na mesma cama.


     - Você está ficando mole Cosima. - disse em voz alta para mim mesma enquanto abria a porta do meu apartamento.


      Finalmente era sexta. Acho que nunca pedi tanto para o fim de semana chegar logo como pedi naquela semana. Graças a chegada da Dra. Cormier tivemos que pegar mais pesado nas pesquisas, logo o maior desejo para todos os dias, mas em especial aquele, era um banho bem quente e minha cama.


      Após um demorado e mais que merecido banho fui até a cozinha a procura de algo para comer, e para variar só tinha besteira em minha geladeira. Optei pelo resto de pizza da noite passada. 


     "Tenho que mudar minha alimentação. Pizza não é nada saudável" - pensei.


       Esquentei algumas fatias no microondas e fui para a sala. Me joguei no sofá ligando a TV e já procurando por algo para assistir. Enquanto passava pelos canais ouvi meu celular vibrar na mesinha de centro onde estava com os pés apoiados e me estiquei para pegá-lo. Quando desbloqueei a tela fiquei surpresa com o que vi. Era uma mensagem da Alex.


     " Cos, tudo bem? Ainda tá acordada?"


     No mesmo instante respondi:


     " Hey Alex! Tudo bem e por aí? Estou sim, algum problema?" 


     " Tudo certinho por aqui também ... Na verdade eu queria saber se você tá afim de sair para dar uma relaxada amanhã a noite?" 


      Puta merda! Ela estava realmente me chamando pra sair? Não mantínhamos nosso contato além do profissional, de onde surgiu isso? Merda, eu não estava preparada pra isso. Acabei demorando mais do que deveria tentando formular uma resposta decente em minha cabeça e senti meu celular vibrar outra vez me tirando dos meus pensamentos.


     " Cos, se não quiser não tem problema. Só achei que depois da semana que tivemos uma descontraída seria mais que bem vinda."


     " Ah claro... Eu topo sim, só não esperava por isso." 


     "Qual é seu problema Cosima?"  pensei enquanto esperava sua resposta.


     "Bom, eu também não esperava que você fosse aceitar, então estamos quites."


    - Quem em sã consciência recusaria um convite seu Alex?- disse em voz alta e logo em seguida dei risada das minhas próprias palavras.


    "Já que é assim, onde vamos então? " 


     " Aqui no centro tem uma balada maravilhosa que eu quero muito conhecer, o que acha?"


     "Adorei a ideia ... Podemos comer algo e depois balada então."


     "Às 20h00 então?" 


     "Perfeito ... Te encontro na praça próxima à saída do metrô."


    "Combinado. Até amanhã!"


     "Até amanhã!"


     Mesmo com as mensagens como prova eu não conseguia acreditar que eu havia acabado de marcar um encontro com a Alex. 


    Um encontro não era algo tão raro assim na minha vida, mas minhas últimas tentativas de conhecer pessoas novas tinham sido extremamente catastróficas. Com a Alex eu sabia que mesmo que não fosse nada além de um encontro entre colegas de trabalho, teremos uma noite agradável, repleta de risadas e assuntos diversos do interesse de ambas, já que tínhamos o gosto parecido em alguns aspectos. Terminei minha noite de sexta feira criando milhares de situações diferentes para o dia seguinte e mal percebi quando peguei no sono no sofá mesmo.


     O sábado amanheceu cheio de vida e com ele a minha ansiedade veio átona. Porque diabos eu estava tão ansiosa? Afinal éramos apenas duas colegas de trabalho saindo para relaxar depois de uma semana extremamente cansativa. Mas algo nela me chamava mais atenção do que deveria. 


      Meu dia passou devagar, até demais devo dizer. Aproveitei o tempo que não andava no relógio para dar uma organizada no meu apartamento que até então eu não tinha reparado que estava uma completa zona. Terminei a limpeza, que não foi nada fácil e corri para a cozinha. Meu estômago já alertava que precisava de alimento.


      Deixei meu corpo relaxar no sofá e coloquei minha série favorita para ver se o tempo passava mais rápido, o que não aconteceu. Sem que me desse conta, peguei no sono. Não um cochilo rápido pós almoço, mas um sono extremamente profundo, porém sem sonhos.


       Como se algo me puxasse de volta para a realidade, acordei assustada já saltando do sofá. Instintivamente me virei para janela e notei que a noite já se fazia presente e a lua brilhava forte no céu. 


      Puta que pariu!


      Busquei meu celular perdido em algum lugar entre as almofadas do sofá e quase tive uma síncope quando vi que o relógio mostrava ser 19h40. Merda! Eu estava atrasada mais uma vez, para variar.


      - Sempre atrasada Cosima, sempre - dizia em voz alta me repreendendo por sempre ser irresponsável.


     Desde que eu me entendo por gente sou essa pessoa que se atrasa para tudo na vida, tudo mesmo. Meus pais sempre me diziam que isso era um enorme problema e me repreendiam sempre que possível por este meu constante deslize em não conseguir cumprir horários. E por mais que eu odiasse concordar com eles, naqueles instante eu tive a certeza de que eles estavam certos. Eu tinha que mudar aquilo.


       Graças ao meu atraso precisei me arrumar as pressas e agradeci muito por ter separado a roupa antes de resolver "fazer o tempo passar mais rápido". Tomei o banho mais rápido de toda a minha vida, porém não menos eficaz que os outros. Vesti uma calça vinho, uma regata branca, uma bota de cano curto preta e por fim uma blusa fina na mesma cor para completar o look. Fiz uma maquiagem simples, mas que fosse marcante. Ao terminar me olhei no espelho e gostei do resultado, porque apesar de estar simples, eu estava vestida adequadamente para a ocasião.


       Sai de casa já passando das 20h00. Graças a Deus eu morava perto de uma estação, o que facilitava muito minha vida, principalmente quando resolvia me atrasar tanto. O metrô não demorou a passar, o que me fez agradecer encarecidamente a todos os deuses existentes. 


       Enquanto olhava para o lado de fora das janelas mesmo sabendo que só veria paredes de um extenso túnel e vez ou outra uma plataforma com algumas pessoas, eu me perguntava o porquê de nenhuma mensagem ou ligação da Alex durante o dia inteiro. Ela não me xingou pelo atraso e nem ao menos me perguntou se o nosso "encontro" ainda estava de pé. Mas porque eu estava pensando nisso afinal? Se ela fosse cancelar ela falaria, não falaria? A não ser que ela tenha ficado sem jeito por trabalharmos juntas. Merda Cosima, você sempre está estragando as coisas.


      O som que nos avisava que havíamos chegado em nosso destino soou forte em meus ouvidos e me arrancou dos meus devaneios ainda me fazendo pensar se não deveria voltar para casa e fingir um mal estar ou um compromisso de última hora. 


      " Deixa de ser covarde, Niehaus. Você já está aqui. O que custa apenas prosseguir e ver no que dá? Você não tem nada a perder".


       Repetia para mim mesma em voz alta enquanto passava pela porta do metrô tentando me convencer de que era a coisa certa a fazer, mas eu estava falhando terrivelmente. Subi as escadas que davam acesso a saída para a praça em que iriamos nos encontrar já estando quase convicta que voltaria para casa dali mesmo. Quando cheguei ao topo da escada me encantei com o que via. Já tinha ouvido boatos de como aquela praça ficava linda a noite, mas nunca tinha visto com meus próprios olhos. Na verdade não tinha nada de diferente das outras praças, haviam bancos, árvores e até um pequeno playground para as crianças, mas as luminárias faziam a diferença. Elas eram muito bem localizadas e com uma luz que dava um ar leve e até mesmo romântico ao local. Enquanto analisava cada detalhe daquele lugar tão conhecido por mim, mas ao mesmo tempo tão novo, não pude deixar de notar um ser um pouco mais a frente me encarando e sorrindo. Caminhei em sua direção e ela logo veio a meu encontro. Ela vestia uma calça preta rasgada nos joelhos, uma camiseta preta de mangas compridas rendada sem decote algum é uma bota com saltos quase que imperceptíveis. Seus olhos não se desviaram dos meus  e este fato fez com que meu corpo todo se arrepiasse sentindo o impacto que aqueles oceanos verdes causaram em mim. Seu olhar era penetrante demais para uma pobre mortal como eu, então logo meus pensamentos me levaram para longe dali cogitando hipóteses do que poderia ser a nossa noite. Corei ao pensar nisso. Sorte estarmos numa distância segura.


      Ao atingir uma distância próxima, porém, considerada segura, constatei o óbvio: 


     Alex estava extremamente linda, mesmo que simples. E seus olhos ganhavam dois ou mais tons de verde quando contrastados com sua pele absurdamente clara em um look completamente preto. 



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