P.O.V. Esther Gilbert
Quando planejamos invadir a Inglaterra, nunca pensei que seria tão fácil. Mais fácil ainda foi prender Lily e Mikael Salvatore nas masmorras de seu próprio palácio.
- Você é louca! - Lily gritava enquanto eu observava minhas unhas por fazer sem o mínimo de interesse em suas palavras.
- O seu filho e a noivinha bastarda dele destruíram a felicidade da minha Katherine. Minha filha, a pessoa que eu mais amo - falei - E agora, quem vai pagar pelos atos inconsequentes de seu filho são vocês - apontei para os dois.
- Você não está fazendo isso por sua filha - Lily atreveu-se - Tanto que ela nem quis a acompanhar. Não use sua filha como desculpa para a sua vingança nojenta - ela cuspiu as palavras.
- Você pode ter razão. Mas eu não ligo.
- Você tem raiva de sua irmã, simplesmente que ela era alguém melhor do que você jamais conseguiria ser!
- Basta! Cale-se, se não quiser uma morte lenta e dolorosa - esbravejei.
- Acalme-se, Lily - Mikael pediu em súplica.
- Eu não tenho medo da morte. Principalmente se for para proteger alguém que eu amo. Isobel fora uma das minhas melhores amigas na infância, e sei, que ela não gostaria de ver em quem sua irmã mais velha, que ela tanto admirava, e que tanto amava se tornou.
- Pois saiba, Lily, que eu não me importo com o que ela, você, ou qualquer outra pessoa pensam de mim - falei e apressei o passo para fora das masmorras quando a voz de Lily ecoou uma última vez em minha mente:
- Nem mesmo a sua filha?
Saí do local a passos largos. Como ela ousava dizer que minha própria filha não gostava de mim? Katherine era igual à mim, e eu amava, mesmo ela me abandonando nesse momento.
Ingrata, eu diria. Onde ela estava? Eu não fazia ideia.
•
O povo da Inglaterra já estava indo à loucura. As notícias de que os exércitos português e francês invadiram o palácio e fizeram os monarcas de reféns, correram rapidamente pela população, e em breve correria por toda a Europa.
Durante dois dias tive a sensação de pleno poder. Eu e Grayson sentávamos-nos tronos reais enquanto ouvíamos os barulhos de protestantes nas portas do palácios. Nossos exércitos estavam em massa e alguns soldados britânicos acabaram mortos, e quanto aos outros, também presos nas masmorras. Se eu me sentia mal? Nem um pouco.
Pelos meus cálculos, a notícia de nossa invasão chegaria à Escócia em alguns dias, jogando à mesa nossa cartada final.
- Majestade, estamos sendo atacados - Julian, meu soldado de confiança adentrou a sala do trono. Parecia que estava correndo. Levantei-me de imediato.
- Atacados? - gritei - Como assim?
- Escócia, estão em grande número, Majestade. Talvez em número até maior que o nosso - Julian explicou.
- Números não vencem batalhas! Utilize as estratégias - Grayson, que estava ao meu lado, se revoltou.
Minutos depois um dos guardas entra na sala com uma companhia inesperada. Katherine. Ela estava mal, seus cabelos estavam emaranhados, seu vestido, rasgado, e sua pele, suja.
- Mamãe - proferiu com dificuldade.
P.O.V. Elena Salvatore
Com as informações que Katherine passou para Elijah, nosso ataque às tropas de Esther ficaram muito mais fácil.
Sabíamos da quantidade de soldados e também poderíamos preparar um ataque surpresa, uma vez que Esther esperava que recebêssemos a notícia de seu ataque à Inglaterra apenas uma semana depois.
Também contamos com algumas dicas de Damon, que vivera naquele palácio até mudar-se para França.
Nosso plano consistia em um teatrinho de Katherine perante sua mãe, então ela à atrairia até às masmorras, onde eu e Damon à prenderiamos em uma cela desocupada e soltaríamos Lily e Mikael. Damon dissera que as celas permaneciam abertas e que haviam cadeados nas portas. Então, os soldados invadiriam o castelo e cuidariam de Grayson.
Katherine estava ciente de que sua mãe, e talvez, Grayson, provavelmente seriam afastados do cargo por loucura. Já ela, não sabia se estava pronta para para governar um país.
Estávamos à dois dias conduzindo nosso exército à Inglaterra e naquele momento, já podíamos ver o castelo. A sorte estava lançada.
P.O.V. Katherine Pierce
- Mamãe - iniciei o teatro quando adentrei as portas do palácio, tendo que fingir-me de maltratada frente a todos.
- Katherine - ela desceu as escadas na qual o trono se encontrava em cima - Oh, minha filha. O que aconteceu com você?
- Os guardas escoceses - deixei uma lágrima falsa caír sobre meu rosto - Sequestraram-me, foi horrível - me joguei em seus braços e agora as lágrimas caíam de verdade. Afinal, apesar de tudo, ela ainda era minha mãe.
Naquele momento, vi o seu lado maternal protetor, que eu não via à semanas. Eu tinha saudade daquilo e sentia tristeza de ver a pessoa que ela se tornou. Espero que um dia ela entenda que estava fazendo isso para seu bem, para que não se destruísse mais do que já estava destruída.
- Como, Katherine? Por favor, explique para mim - seus olhos já demonstravam uma sede de vingança ainda maior e eu tinha medo do que aconteceria se o plano não desse certo. Nesse momento, Damon e Elena já deveriam estar entrando nas masmorras com o auxílio de alguns soldados.
- Eu nunca deveria ter saído do navio - desabei novamente - Mas foi preciso.
- Eu não entendo!
- Ele - falei baixo apontando sutilmente com a cabeça para Grayson, que nos olhava atentamente, eu já estava com medo de seu olhar sobre mim.
- Ele?
- Ele tentou violar-me! - exclamei entre lágrimas - Eu não aguentava mais - Grayson caminhou em nossa direção com expressão furiosa.
- Você, seu verme nojento, nunca, ouça minhas palavras, nunca, encostará na minha filha - mamãe pôs-se em minha frente.
- Você não me diz o que fazer, Esther.
- Guardas! - minha mãe chamou.
- Você não faria isso - ele falou duvidando.
- Ah, eu faria, com toda a certeza - mamãe o encarava furiosa - Terei o prazer de ver sua cabeça rolar do alto de um palanque, juntamente com as cabeças de Damon, Elena e Isobel - por um momento pensei que ela havia esquecido essa maldita vingança, no fundo eu acreditava que poderia fazê-la parar com tudo isso, e ir para casa comigo, recomeçar, mas eu estava errada.
Cerca de dez guardas cercaram Grayson Marshal, e pude ver em sua face que estava irritado por não ter nenhum modo de defender-se, também, porque não teve oportunidade de chamar seus próprios guardas. Dois dos maiores guardas o pegou pelos braços e começou a conduzí-lo para as masmorras. Ali vi a oportunidade perfeita para dar continuidade ao plano.
Comecei a andar atrás dos guardas quando a voz de Esther parou-me.
- Onde pensa que vai, Katherine? - perguntou com a sobrancelha arqueada.
- Eu sonhei com esse momento por dias, preciso acompanhar de perto - fiz minha cara mais maldosa, apesar dos olhos inchados do choro. Mamãe apenas sorriu e me abraçou de lado enquanto caminhávamos atrás dos guardas.
A cada passo, meu nervosismo aumentava mais. Enfim, chegamos às masmorras.
- Mas onde, diabos, estão os prisioneiros? - Esther berrou ao chegar e encontrar a cela dos pais de Damon vazias.
- Bem aqui - Lily Salvatore apareceu caminhando por um dos corredores - Agora - ela gritou.
Distanciei-me de minha mãe e logo senti lágrimas ameaçarem caír.
P.O.V. Elena Salvatore
Abracei Katherine forte quando a vi sair do lado da mãe enquanto os guardas do meu palácio a conduziam para uma sela próxima de Grayson - fiquei surpresa ao vê-lo entrando pelas portas da masmorra acompanhado pelos guardas da própria Esther.
Quando Esther percebeu a minha presença, de Damon e dos guardas da Escócia nas masmorras ela entendeu tudo. E gritou alto, apenas não se ajoelhou pois estava sendo segurada pelos guardas.
- Katherine! Como pôde! Eu sou sua mãe! Eu confiei em você e você me traiu, para ficar ao lado dessa bastardinha - de repente o modo como ela se referia a mim não me incomodava mais. Ela era apenas uma pessoa que não sabia o propósito da vida - amar e ser amada. Uma pessoa que guardou rancor de tudo e de todos e não percebeu que a felicidade poderia ser encontrada em outros lugares, ao invés da vingança.
Essas palavras fizeram Katherine sair de meus braços e ir em direção à sela da mãe, que fora recém jogada lá dentro.
- Como pôde, Katherine? Eu te dei a vida, você deveria me amar - uma lágrima caiu pelo rosto da mais velha e percebi que nunca a havia visto chorar.
- Ei! Eu te amo. Mas você precisa parar de tentar encontrar a felicidade em vingança, pois não vai à encontrar. Nós éramos felizes, do nosso modo, mas éramos. Você sabe que eu nunca amei Damon e que nunca odiei a Elena de verdade, acho que nem mesmo você a odeia. O que quero dizer, é que você se destruiu por dentro, querendo acabar com a Elena para ferir Isobel, mais do que já fez, tudo, por simples inveja. Você é melhor que isso. Eu sei que é - naquele momento ambas choravam e já estavam jogadas no chão. Katherine passou suas mãos pelas grades da cela e peguei as de sua - Eu te amo, e espero que um dia me perdoe. Mas foi necessário.
- Eu te amo, Kath - ela falou baixinho - Seja feliz, meu amor.
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