História Let Her Go - Can I give you a hug?

                                                         Point Of View Rebecca

Cheguei a conclusão de que me tornar amiga de Justin Bieber vai ser mais difícil do que eu imaginei. 

Primeiro dia de trabalho ao lado do Bieber. Poderia ser um mar de rosas para muita gente, mas para mim não era, e estava bem longe disso. Eu tinha acordado 8 horas da manhã, porque minha mãe havia pedido e eu nunca consigo negar nada para ela.

Eu deveria estar parecendo um zombie, mas pelo menos eram 9 horas da manhã e eu estava sentada em uma poltrona da sala esperando Bieber chegar para o nosso dia de trabalho começar. Não demorou muito e a campainha tocou, a empregada foi atender. 

Segundos depois Pattie e Bieber entraram, cumprimentaram minha mãe e os dois sentaram no sofá, minha mãe os acompanhou, sentando na outra poltrona que tinha na sala, era de frente para a minha, ela deu um sorriso de leve.

Por um momento, acho que uns dois segundos, Bieber desviou o olhar até mim e fez um sinal de 'oi' com a cabeça, eu entendi porque eu costumava fazer aquele sinal quando não queria dizer nada para as pessoas, repeti o sinal e ele desviou o olhar.

- Bom, vocês estão preparados? - minha mãe perguntou.

- Preparados para? - perguntei.

- O trabalho.

- Ah sim, claro. - revirei os olhos.

- Justin está, ele falou nisso por um bom tempo. - Pattie disse.

- Menos, mãe. - ele a cortou.

- Bom, a primeira coisa que eu quero que vocês façam é compras. - ela disse e eu a olhei, surpresa.

- Compras, mas por quê?

- Porque, quero que tragam roupas do gosto de vocês, que vocês se sintam confortáveis em usar. Com essas roupas vou ter mais ou menos uma ideia do que eu posso criar que vai agradar vocês.

- Beleza. - Bieber disse.

- Vocês vão ao shopping juntos, vocês tem até as 13:00 para voltar e nos apresentar as peças. - Pattie disse.

- É, almocem juntos também, fizemos uma reserva nesse restaurante. - minha mãe me entregou um cartão com o nome do restaurante.

- Mas por que tem que ser juntos? - Bieber perguntou.

- Vocês são colegas agora, vocês vão se conhecer melhor. - Pattie disse.

- E depois que mostrarmos as peças para vocês? - perguntei.

- Depois disso vocês dois irão buscar tecidos que gostem e trazer para nós. - minha mãe disse.

- Tá, mas porque não fazemos tudo agora?

- Queremos que passem o dia todo juntos, vocês são amigos agora. - Pattie disse.

- Eu mereço. - resmunguei.

- E depois?

- Quando chegar a hora do jantar, todos iremos jantar em um restaurante. - minha mãe disse.

- É, agora vocês podem ir. - Pattie disse.

- Lembrando que logo que vocês chegarem ao shopping vocês tem que nos mandar uma mensagem para dizer se está tudo bem. - minha mãe disse.

- Tá. - Bieber disse, se levantando - Vamos, Rebecca?

- Vamos. - revirei os olhos e levantei.

Bieber saiu e eu o segui até seu carro. Caralho, que carrão! Ele destravou o alarme e entrou, dando sinal para eu entrar no banco do carona. Entrei no carro e senti o cheiro de novo, misturado com o perfume do Bieber, nossa, ele passava perfume demais.

Notei que tinham algumas fotos no painel, eram dele e de Pattie, ele deve amar muito a mãe dele. Não tinham fotos dele com Ryan, o amigo que sempre anda grudado com ele, eu iria analisar mais coisas se Bieber não tivesse me tirado dos meus pensamentos.

- Aonde que é o shopping mesmo? - ele perguntou, dando a partida.

- É o maior da cidade. - falei.

- Onde tem a sorveteria?

- Sim.

- Só não entendo porque temos que passar o dia juntos. - ele resmungou.

- Sua mãe que deve ter inventado isso.

- Por que? - ele perguntou, olhando para o trânsito.

- Ela disse pra minha mãe que quer que sejamos amigos. - confessei.

- Por que ela iria querer isso?

- Acha que eu sou boa companhia, talvez.

- E você? - ele perguntou.

- Eu o que, Bieber?

- O que respondeu?

- Que iria ser sua amiga. - falei, com receio.

- Você não gosta de mim. - seu tom era frio, mas ao mesmo tempo triste, ele não estava perguntando, ele estava afirmando.

- Por que você pensa isso?

- Sei lá. O jeito como você me tratou, você me tratou como todos os outros. 

- Como todos os outros te tratam? - perguntei, muito interessada.

- Com indiferença, grossura, como se eu fosse um monstro. 

- Você é um monstro? - perguntei.

- Eu pareço um monstro? - retrucou, abri a boca para falar algo mas desisti, pensei no que ele havia perguntado, Justin Bieber não era um monstro, ele só precisava de ajuda.

- Não, você não é um monstro, Justin Bieber.

- Então por que me tratou daquele jeito?

- Eu estava irritada. Prometo que não vai mais acontecer.

- Isso significa que você vai ser minha amiga? 

- Sim.

- Vai ser minha amiga de verdade? Vai ser minha amiga pelo o que eu sou, não pelo que eu tenho e nem por quem eu sou, porque Rebecca, você é alguém que me chamou atenção no meio da multidão, eu espero sinceramente que você seja diferente.  - aquelas palavras haviam me atingido muito, ele só queria uma amiga de verdade. 

- Eu prometo que sim. E eu nunca descumpro uma promessa. 

- Então, obrigado. - ele sorriu de leve.

Não demorou muito para chegarmos ao shopping, quando entramos, muitos olhares estavam voltados para nós e isso era estranho. Alguns olhavam para Bieber e riam, outros o encaravam, por um momento eu só queria mandar aquela gente toda tomar no cu. 

Justin Bieber não era nada do que a mídia dizia, ele podia sim ter errado, podia ter sido preso, feito coisas que não são corretas e nem dentro da lei, mas isso não dava o direito para a mídia e para as pessoas de falarem algo que não era a verdade, no fundo Justin Bieber só precisava de ajuda, e aos poucos eu estava descobrindo isso. 

                                                    Point Of View Justin Bieber

Rebecca havia me prometido que seria minha amiga de verdade, sem interesse, e eu acreditava nela. Eu sabia que no fundo ela era uma menina doce, ela tinha pose de durona mas não era, aceitar ser o modelo da linha de roupas estava me fazendo bem.

Talvez isso tenha me feito fazer uma amizade de verdade, sem interesse, apenas com a verdade, algo me dizia que eu podia confiar em Rebecca e que ela era uma boa pessoa e eu acho que eu não estava errado, ela me parecia tão verdadeira.

Quando chegamos no shopping os olhares ficaram voltados para nós, as pessoas me olhavam como se eu fosse um monstro, isso me atingia muito, não era fácil sair na rua depois de tudo o que eu fiz, eu sei que todos ali me odiavam.

Me arrependo dos meus erros, mas eu também preciso ser perdoado, doía muito saber que eu estava perdendo minhas fãs, agora que estou de férias poucas me procuram, poucas me pedem follow no twitter, poucas se importam comigo.

Eu queria mudar, eu estava mudando, por que todos me olham assim? Por que eu me sinto um lixo? Eu odiava me sentir assim, aquele local estava me fazendo mal, aquelas pessoas me olhando com desdém estavam me deixando mal. Eu precisava sair dali.

Medo. Eu tinha medo de falar para Rebecca que tudo o que eu mais queria era sair dali, sair de perto das pessoas que me odiavam, deixar aquele local que estava me deixando deprimido, mas ela parecia nem notar aquilo. 

- Rebecca, será que podemos sair daqui? 

- Por que? Nem fizemos o que minha mãe pediu ainda.

- Só vamos sair daqui. - pedi, minha cabeça estava explodindo.

- O que você tem?

- Nada, só quero sair daqui, vem. - peguei o seu braço.

- Me solta, garoto. Nós temos compromisso, vamos continuar olhando.

- Caralho, só vamos sair daqui! - berrei.

- Se você me disser  que está acontecendo.

- Vamos embora daqui. - peguei em seu braço e a arrastei para fora, ela me olhava incrédula, algumas pessoas comentavam algo.

- Você já pode me soltar, eu posso ir até o carro sem você me apertando. - ela disse, fria.

Voltamos para o carro, ela entrou e logo em seguida eu entrei também, dor de cabeça, insegurança. Eu não estava bem, eu não estava nada bem, Rebecca me olhava sem entender nada, bufei e soquei a direção do carro, ela me olhou assustada. 

- Fala o que aconteceu, Bieber. - exigiu.

- Não dá. 

- Olha aqui garoto, você não pode sair pensando que pode mandar nas pessoas, porque você não pode. Que você é mimado eu sei, que você acha que é dono do mundo eu também sei, mas eu não vou ficar aturando você querer mandar em mim, se você quer a minha amizade você começou muito mal. - aquelas palavras me atingiram como um soco.

- Você quer saber o que está acontecendo, eu te conto o que está acontecendo. Você acha que é fácil ser odiado pela metade do mundo e ainda sim sorrir e fingir que está tudo bem? Você acha que é fácil ver aquelas pessoas olhando feio para você e você simplesmente se sentir um lixo? Não, não é fácil, é assim que eu me sinto agora, um lixo, caralho, eu só estou tentando mudar, tentando ser alguém melhor, eu já me arrependi dos meus erros, mas todos me odeiam. A minha cabeça está explodindo, eu estou mal pra caramba, eu só queria pedir desculpas para todos por tudo o que eu fiz, porque eu não quero ser odiado por todo mundo, eu só quero que as pessoas me respeitem, que não fiquem olhando torto para mim como se eu tivesse alguma doença. Eu só quero poder sair na rua sem me preocupar que vão ter pessoas que me odeiam por todo o lado e que eu vou me sentir mal toda a vez que eu sair para fazer algo que eu goste. Eu só quero parar de me esconder, eu só quero uma segunda chance, eu me arrependi de tudo o que eu fiz, a mídia faz eu me sentir um lixo, todas aquelas matérias inventando coisas absurdas sobre mim, isso faz com que eu me sinta o pior ser humano que existe, mas você não sabe como é isso, você é amada por todos, você tem pessoas que se importem com você, você tem uma vida normal. 

Rebecca agora me olhava com a boca aberta, seus olhos estavam marejados. Ela estava paralisada, pois é, tudo o que eu disse foi a realidade, ela teve um choque de realidade, ela finalmente viu como eu me sinto em relação à toda essa merda.

- Me desculpa Justin, eu... eu sei o que você está passando, por isso que eu quero te ajudar, eu sei que no fundo tudo o que você precisa é de um ombro amigo. Eu estou aqui. 

- É bom saber que você está aqui. - confessei.

- Eu não sei porque estou perguntando isso, mas eu sinto uma necessidade enorme de te abraçar agora. Eu posso te dar um abraço? - ela perguntou, e depois corou.

Eu não falei nada, apenas a puxei e a abracei. Ela retribuiu, me abraçando mais forte ainda. Seu abraço era incrível, por um momento eu esqueci toda aquela merda, esqueci quem eu era e o que eu estava vivendo, tudo o que me importava era que agora eu tinha certeza, Rebecca era uma pessoa verdadeira.