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História Let Me Know (Jungkook - Eunha) - Pranto.


Escrita por: Kwan_Jihyun e Toxic_Fanfics

Capítulo 2 - Pranto.


Fanfic / Fanfiction Let Me Know (Jungkook - Eunha) - Pranto.

...Nos dias atuais.

Jung Eunha's P.O.V.

— O-omma! Não me deixa aqui! Por favor! Volta pra mim, eu não consigo seguir sem você do meu lado! P-por favor! — Minha voz arranha a garganta e eu me jogo ajoelhada no chão, perdendo completamente a força do corpo. — Já era difícil com você me ajudando em todos os momentos, agora sem você... Eu não vou aguentar! Omma, não me deixe! — As lágrimas derramam de meus olhos e escorregam por meu rosto, meu coração aperta, me deixa em uma melancólica horrível. — Eu te imploro...

A friúra do ambiente me maltrata e eu sucumbo, me jogando literalmente no chão, incapaz de produzir qualquer força em meus músculos para me reerguer. Encolho as pernas e abraço meu corpo, encolhido naquele chão friu e imundo, daquele hospital maldito que não conseguiu deixar minha mãe aqui na Terra, comigo.

— Você não podia ter ido sem mim, Omma. — Passo uma das mãos pelo rosto e repiro fundo, fungo. — Você não tinha esse direito...

A dor no peito não cessa e me machuca, ela não tem dó nem piedade, me maltrata de todas as formas possíveis. Quero gritar com tudo e todos, quero minha Omma de volta, quero ter a vida que nunca tive. Eu quero paz, só um pouco de sossego. Mas tudo que tem como sinônimo positivo, parece impossível para mim.

***

Inflo o peito e me abrigo a abrir os olhos, e quando o faço, suspiro parcialmente aliviada. Não passou de um sonho, ou melhor, de um passado que venho relembrado a quase todo momento. Forço meu corpo a levantar e escuto meu ossos estalarem, ao me sentar no banco duro daquele parque isolado. Sinto a visão turvar, minha cabeça latejar e o corpo rejeitar qualquer benéfico que os raios solares me oferecem.

— Aigoo... — Ponho a mão na têmpora e fecho os olhos por alguns segundos. Estou tonta como nunca estive. Talvez seja o resultado de ficar três dias sem ingerir comida de verdade.

Três dias sem dormir sem teto. Três dias espulsa da minha própria casa. É! Isso mesmo! Meu Appa — ou sei lá o que aquele homem agora é meu — me espulsou de casa só pelo simples fato deu ter negado o casamento que ele arrumou para mim, porque não conseguiu ganhar seu jogo e perdeu uma grande aposta, e como pagamento, eu fui uma opção. Isso pode até soar como um grande clichê de fanfics, mas não no meu caso. Appa iria me obrigar a casar com o Song, aquele velho repugnante de 71 anos que tem trezentas mulher espalhadas pelo país!

Eu neguei, implorei para ele reverter a situação, mas ele negou, não pensando em meu bem estar em momento algum. Appa estava alcoolizado, ele me bateu nessa mesmo noite, antes dele me expulsar. Ele quebrou a garrafa de Soju na minha cabeça, e com os cacos, ele ameaçou me matar se eu não fosse embora. Nessa noite, ouvi as piores palavras que uma filha pode ouvir de um pai, ele me maltratou, me expulsou e agora estou desolada e sem ninguém para me amparar. Na mesma noite, Appa falou que eu tinha que ter morrido junto com Omma, porque eu sempre fui um pesso morto na vida dele.

Eu me sinto tão fracassada agora, que já não tento me restaurar mais. Minha vida sempre foi conturbada. Appa, um cara alcoólatra e ignorante, já minha Omma sempre foi uma mulher muito doce e prestativa. Só que depois do falecimento de Jung Haseul, tudo piorou, minha vida desmoronou. Appa me odiou, e não hesitou em transparecer a verdade, deixando explícito a repulsa que sempre sentiu por mim. E o motivo? Não faço a mínima idéia! Ninguém nunca me explicou o problema da nossa família. Tudo o que eu mais queria saber era o que fiz para remeter tanto ódio à meu pai. Mas ninguém nunca me falou nada, eles não me explicam e só jogam a bomba para cima de mim!

Tudo sempre foi tão escuro pra mim, nenhum arco-íris. Nenhum unicórnio. Nenhuma luz no fim do túnel. Só sombra, escuridão.

Abro os olhos novamente, o escuro me amedronta, sempre me amedrontou. Nunca gostei dele. Varro o parque deserto como todo às vezes faço ao acordar de manhã, e como em todos esses dias — duas manhãs — não havisto nenhuma alma viva. Olho para o lado e vejo minha bolsa jogada ao chão, com poucas roupas e meu celular de tela quebrada, dentro dela.

Aish... — Engulo a seco, a garganta arranha, até a saliva descer à baixo. Faço uma careta e escuto o estômago roncar. Suspiro olhando para a minha barriga. Retiro a presilha do cabelo e o arrumo, deixando minha franja mais sobre a testa. — Hora de comer. — Sorrio sem humor, recolhendo minha bolsa do chão e arrumando as coisas dentro dela. Pego meu celular e coloco dentro do bolso do sobretudo gigantesco que Youngjae Oppa me deu.

Levanto-me do banco e começo a cruzar toda aquela estenção deserta, cheia de brinquedos fantasmas e momentos passados, deixando-os para trás. Ajeito o capuz do casacão e o coloco sobre a cabeça, deixando apenas meu rosto à mostra.

O vento frio daquela manhã de quinta feira asserta meu corpo e erissa meus poros, deixando-me encolhida entre os ombros. Me distancio do parque abandonado e começo a andar pela calçada de Jeonju. A movimentação da rua não está muito grande, deve ser por ainda estar muito cedo.

Escuto uma melodia ao longe, que nunca tinha ouvido, ela entra por meu ouvido e brinca com minha consciência. Ela é bonita e calma, tudo que eu preciso pra relaxar um pouco:

...Girl let me know...

Suspiro ruidosamente e atravessa um semáforo, quando está verde. Apreço meus passos e vejo ao longe a entrada da lanchonete do meu amigo, logo à esquina. Penteio os fios da franja com os dedos e aperto a alça da mochila no ombro, sentindo meu coração bater na caixa torácica, e um frio gostoso brincar na boca do estômago.

Quando já estou de frente para a soleira da grande porta, hesito por alguns segundos. Tomo uma grande lufada de ar e a abro, entrando pelo batente e vendo a grande lanchonete bem sucedido que meu amigo tem. E o aroma da comida que sinto, faz meu estômago roncar pela segunda vez nesta manhã.

— Olha só quem chegou! — Escuto a voz de Youngjae Oppa sair da cozinha, mas quando olho na direção, não o vejo. — Caio da cama?

Franzo o cenho e o procuro com os olhos, encontrando-o agachado no chão, enquando limpa algo que não vejo de onde estou, pois uma mesa tampa parcialmente minha visão dele. Sorri abobadamente para ele, e reprimo a voltade de correr até onde ele está, para apenas dar passos calmos, como se não quisesse nada.

— Como se eu tivesse uma cama pra cair dela. — Ironiso e ele faz um bico nos lábios carnudos, quase me fazendo suspirar com o resultado fofo.

— Aish... — Youngjae se levanta e vem de encontro a mim, que encolho os ombros e finjo não me importa com a minha situação catastrófica. Nunca gostei de transparecer o que sinto, faz parecer que sou frágil, e não quero que ninguém olhe para mim com dó. — Eu já falei que posso te arrumar um lugar aqui na lanchonete, tem o quartinho dos fun...

— Oppa... — Abano as mãos em frente ao corpo, fazendo sinal para ele parar. Não é a primeira vez que ele insiste em me fazer ficar aqui na lanchonete. — Não preciso da sua ajuda, tenho que aprender a me virar sozinha. Vou arrumar um emprego e quando tiver um bom dinheiro guardado, vou alugar algum apartamento.

— E enquanto isso vai ficar dormindo ao relento... — Ironiza e eu acabo me sentindo um pouco mais ruim. Merda! Espremo os lábios para dentro da boca, sentindo meus olhos criarem uma camada de lágrima, enquanto o nariz começa a pulsar. — Ei! Não chora, por favor... — Youngjae franze o cenho e se aproxima ainda mais, logo inçando meu corpo com seus braços fortes. Seu calor corporal foi o que faltava para eu cair em um choro desesperado.

Meu corpo convulsiona e eu jogo meus braços ao redor de sua cintura, sendo engolida por seu corpo enorme. Escuto o baque abafado da minha mochila colidindo no chão. Meu coração explode em uma fração rápida, um nó se forma em minha garganta e eu choro, choro como ainda não havia chorado.

Choro por ser rejeitada por meu pai. Choro pela morte de Omma e choro por ter a minha existência ignorada por meu próprio irmão. E Youngjae me abraça, ele me segura e não me deixa cair, quando ameaço fazê-lo. Fungo entre soluços, querendo parar de demonstrar a fraqueza que meu coração insiste em querer trasparecer. Tento me recompor.

— Tudo vai ficar bem, Pequena... — Ele me aperta e eu afundo o rosto em seu peito, soltando um soluço. — Você vai ver que, tudo de ruim que acontece na nossa vida, é pra melhorar. — Quase sorrio com a menção da frase da novela brasileira que ele ama assistir.

— Tenho tanta sorte de ter você... — Limpo a garganta e tento me soltar, mas Youngjae me aperta ainda mais, me fazendo expulsar um suspiro mais aliviado.

— Aish... Não fala essas coisas que assim, eu também vou acabar chorando. — Escuto sua voz quase humorada sobre minha cabeça e a levanto, para olhá-lo melhor. Seu rosto se volta para mim e ele curva o pescoço para baixo, deixando um beijo calido em minha testa, me fazendo fechar os olhos e um sorriso tênue ocupar minha boca. E quando fito-o novamente, reparo em seus traços.

Youngjae é dono de uma beleza invejável, desde os lábios carnudos aos olhos pequenos e repuxados. Não sei qual foi o momento certo em que comecei a sentir uma paixoniti aguda por ele, só sei que Youngjae nunca demonstrou querer ser mais do que um irmão mais velho, mesmo que não seja um. Mas não me entristeço com isso, pois o amor que ele me oferece já é o necessário para me alegrar.

— Você tá fazendo aquilo de novo. — Youngjae estreita os olhos e sorri de mim.

Arqueio as sobrancelhas, surpresa por acabar fixando minha visão nele, mais uma vez. Não é a primeira vez que Youngjae me pega admirando sua beleza, e isso me constrange. Abaixo a cabeça e enterro o rosto em seu peito, escondendo minhas bochechas vermelhas, dele.

— Ei! — Me chama, cutucando minha cintura. — Fiz tteokbokki, quer? — Segura em meus braços delicadamente e me faz soltar sua cintura, para me puxar para dentro da cozinha.

— Só vou aceitar, porque estou faminta. — Entorto a boca e o vejo sorrir. — Ah, minha bolsa! — Exclama ao me lembrar da bolsa que acabei deixando cair no chão. Sou a não de Youngjae e corro até a bolsa, pegando-a e indo até o mais velho.

Atravessamos o batente da cozinha e andamos mais para o fundo dela, encontrando Himcham, o cozinheiro da lanchonete, e um grande amigo. Ele está logo no balcão, enquanto corta temperos na tábua.

— Annyeonghaseyo. — Falo e curvo-me para ele, que acena com a cabeça.

— Aigoo! Já falei que não gosto dessa formalidade toda. — Himcham revira os olhos com um ensaio de sorriso. — Faz parecer que sou velho, querida. — Ele anda até onde estou e me puxa para um abraço, me fazendo sorrir contra seu peito. Correspondo o abraço. — Porque eu sou bem mais bonito que o Youngjae, não é mesmo? — Me larga do abraço e me faz olhar para ele.

Sua beleza é tão esbelta quanto a do mais novo, que nos observa no canto da cozinha. Só não digo que ele é mais bonito, porque isso seria uma calúnia, ambos tem belezas diferentes, mas bonitas com seus trasos únicos.

— É, você é muito bonito. — Sorrio, quando escuto a gargalhada de Youngjae às minhas costas. Olho-o por cima do ombro e o encontro pegando o tteokbokki para mim.

— Aqui está. — Me entrega e eu o fito, com os olhos estreitos. — O que foi? — Sorri ao encolher os ombros.

— A última vez que comi um tteokbokki que você fez, quase passei mal, de tanta pimenta que você colocou. — Cheiro a comida em minha mão, ainda olhando-o. O cheiro causa outro ronco em meu estômago. Parece delicioso. — Espero que esse esteja moderado, porque e tô morrendo de fome. — Faço careta, sentindo o estômago se contorcer dentro da barriga.

— Vai, come logo. — Youngjae repousa a mão em minha nuca e beija minha besta. Sorrio com as bochechas quentes. — Vou voltar lá pra fora, ainda tem clientes. — Avisa e eu aquiesço, logo vendo-o voltar para dentro da lanchonete.

— Querida, o Youngjae te deu os hashi? — Himcham se volta para mim, e eu olho para o prato, não os vendo. Nego. — Aish... Se não é eu aqui, nada vai pra frente. — Bate as mãos em seu avental e sorri para mim, anda até uma estante e retira os hashi de dentro dela, me entregando logo em seguida. — Senta ali na mesa, querida. — Aponta para uma mesa no canto da cozinha, e eu assinto, seguindo até ela.

Quando me sento, já levo uma grande porção de tteokbokki à boca, percebendo que desta vez, Youngjae acertou na porção de tempero.

— Ashi... — Gemo com a boca cheia, colocando outra porção na boca. — Isso tá muito bom!

— Que bom que você gostou, querida. — Himcham sorri às minhas costas, mas não me viro para olhado, só coloco mais comida na boca. — Mas foi eu quem fiz.

Arregalo levemente os olhos, parando de comer para olhá-lo.

— Você acha mesmo que Youngjae iria conseguir fazer um tteokbokki bom como está? — Zomba do amigo, e eu estreito o olhar. — Aish... Youngjae não é bom na cozinha, querida. — Nega com as mãos, me fazendo concordar com a cabeça.

Estou prestes a falar, mas sinto quando minha bolsa começa a vibrar. Viro-me para ela e a abro, vendo que é uma ligação de Daehyun. Engulo toda a comida, que tinha em minha boca, a seco.

— Não vai atender? — É Himcham quem fala, já bem ao meu lado. — Quem é?

— Meu irmão. — Sinto meu coração asselerar. Arregalo os olhos e o olho, vendo-o cobrir a boca com as mãos.

***



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