1. Spirit Fanfics >
  2. Let The Games Begin >
  3. Deixa a Mila

História Let The Games Begin - Deixa a Mila


Escrita por: Doc_Jauregui

Notas do Autor


Oi gente! Aqui estou eu para o ultimo dessa nossa maratona reveladora!
Fiquei muito feliz de ter tido resposta de vocês nos anteriores e espero o mesmo nesse sim?
Sem mais enrolação, boa leitura rapeize!!

Capítulo 27 - Deixa a Mila


Quando Lauren faz menção em ir atrás de Camila, Cole bloqueia o caminho da garota branquela. Nessa cena, objetos voam por cima das cabeças, móveis são quebrados, rostos socados, cabelos puxados… e tudo isso em meio à histeria coletiva. O desespero dos professores, bem como dos funcionários do hotel, em tentar conter toda a confusão que parece minimamente importante quanto ao que se passa na cabeça de Camila, que parece ter o mundo sendo jogado sobre sua cabeça. 

— Deixe a Mila pensar, Laur. Falar com ela agora não vai ajudar. – Cole desvia o rosto de um vaso que vem em sua direção. O objeto se quebra em mil pedaços ao dar de encontro com a parede. 

— Ajuda? Nada vai ajudar! - Lauren segura o choro na garganta - Cole, ela me odeia. – A garota leva as mãos à cabeça, alheia ao fato do vaso. – E se ela acreditou na Lucy? Cara, a Kibi não me mandou levar a Camz até o Centro de Arborismo! Acredita em mim? 

— É claro que eu acredito, Lauren. – Cole respira fundo. – Deixe as coisas esfriarem e então você procura a Mila. Ela vai ouvi-la quando estiver de cabeça fria. 

Austin precisa ser carregado para fora da sala de jogos. O nariz sangra como uma torneira aberta e Lauren se sente vingada pelas mãos de Liam. Ela mesmo gostaria de ter dado aquele soco, mas não está em condições de entrar numa briga agora. A tristeza a massacra como uma jamanta. 

A gerência do hotel chamou a polícia. Com medo de serem processados pelo lance da droga, acharam por bem fazer um boletim de ocorrência dos fatos. Uma precaução mais do que válida. 

Margareth está ao telefone com o diretor. Após contar tudo o que descobriram, escuta, com o aparelho a metros de distância do ouvido, os gritos e vociferações cavernosas que vem de São Paulo. Como eu disse, cabeças vão rolar. 

Alessia acaba de desferir mais um tapa no rosto já vermelho de Shawn. Não é que o cara estava mesmo amarradão na garota? Kibi filha da mãe! 

Alexa e Louis conversam em um canto. Ele diz que não é um moleque e que ela deveria tê-lo procurado quando soube da gravidez. O papo está profundo, sombrio e incrivelmente adulto. 

Liam está sentado em um canto, recostado de qualquer maneira ao lado de um janelão de vidro estilhaçado. Lauren se aproxima, arrastando os pés. Senta-se ao lado do amigo, pesadamente. 

— Acabou, Laur. As férias perfeitas caíram num buraco negro. – Liam desabafa. 

— Você tinha razão, eu deveria ter contado para a Camila quando tive oportunidade. – Lauren se lamenta, enxugando uma lágrima teimosa - Agora ela provavelmente me odeia. 

— A Dinah nunca mais vai olhar para a minha cara. – Liam afunda o rosto nas mãos. – Que merda, eu vou matar aquela Kibi dos infernos. Vou matar o Bola também. E depois, farei necromancia para trazê-los de volta à vida. E aí, minha cara, matarei os dois novamente, com requintes de crueldade. 

— Se isso fizer você se sentir melhor… – Lauren não tem forças nem para conversar. 

O dia, que havia começado bem, já virou madrugada. Poucos estudantes voltaram para os quartos e a polícia interroga os indicados pelos professores e monitores. Apenas Camila, Dinah e Normani foram poupadas. O relatório médico fala por si só e em breve, terão o resultado do exame de sangue de Camila. 

Margareth sobe as escadas enquanto a polícia ainda interroga os estudantes. O estrago foi grande no hotel e alguém terá que arcar com os prejuízos. Isso Margareth não contou ao diretor. A cobra vai fumar, só para constar. 

Camila finalmente pega no sono. Dinah e Normani estão com ela, observando se algo muda no quadro da amiga. Elas contam à professora que Camila vomitou logo depois de tomar a sopa preparada especialmente para ela. 

— Vomitar é bom nesses casos. – Margareth faz uma pausa, certificando-se de que Camila está respirando. – Meninas, como a situação chegou a esse ponto? Eu não consigo entender. 

— A Lucy é louca, só pode ser. – Normani é quem responde. Dinah está quietinha, encolhida na cama, olhando para algum lugar além de Normani. 

— Olhe, eu nunca vi isso em toda a minha vida. E eu lido com estudantes há mais de trinta anos. – Margareth checa a temperatura de Camila, tocando sua testa. 

— Foi uma sucessão de acontecimentos. O que eu posso dizer? – Normani abraça os joelhos. – O que acontecerá agora? 

— O Austin e Lucia serão expulsos, isso já está decidido. 

— De que isso vai adiantar? Só temos mais duas semanas de aula mesmo. – Normani rebate, incerta. 

— Bem, isso manchará o currículo escolar de ambos. 

— E quanto ao estrago no hotel? – Normani encara fixamente a professora. 

— Teremos que arcar com as despesas, Normani. Ainda não sei como será feito. Será uma sorte se o hotel não nos processar. Mas o diretor dará um jeito nisso, como ele sempre faz. Agora, viagens de formatura? Sinceramente, acho que nunca mais no Prisma. 

— E a droga? Encontraram? – Normani coça o olho, sentindo o sono a abater. 

— Nada ainda. 

— E a Verônica? Ela também ajudou no tal plano. 

— A Verônica é só um peão nas mãos da Lucia. Ainda não sei qual será o fim dela. Estou preocupada é com essas imagens da Camila e da Lauren. Você sabe de alguma coisa? – Margareth faz uma pausa. – Nós vasculhamos o quarto delas e não encontramos nada. A câmera fotográfica estava vazia e os celulares também 

— Só sei o que a Alexa contou. Talvez a Verônica tenha enviado as imagens por email e depois deletado as pistas. Acho que ainda teremos grandes surpresas quando voltarmos para casa. 

... 

A manhã chega, com cara de ressaca. Camila está sendo examinada e aparentemente o quadro é bom. Como prescrição, o médico lhe pede que faça refeições leves com muitas frutas e sucos naturais. O estômago de Camila revira quando ele faz menção à sucos. 

O laudo do exame de sangue de Camila ficará pronto em dois dias. Somente com isso em mãos o médico poderá traçar um plano de desintoxicação, se for esse o caso. Ele se despede, deixando uma Margareth mais tranquila para trás. 

As garotas tomam o café-da-manhã no quarto, enquanto arrumam as malas. Camila está se sentindo debilitada e não sabe dizer qual é o motivo da fraqueza. Possivelmente seja um dos efeitos da droga, talvez a falta de uma alimentação mais substanciosa ou quem sabe seja o estrago que Lucy fez em sua vida. Acredito que as três alternativas anteriores sejam válidas. 

Dinah enxuga as lágrimas, jurando que não derrubará mais nenhuma por Liam. Normani a abraça forte, um abraço de urso, que faz com que a amiga se sinta amada e um pouco melhor. 

— Teremos uma viagem longa pela frente. Camila, fique longe da Lucy. Não entre na provocação ou você perderá a razão, compreendido? – Margareth está à porta do quarto das meninas. 

— Pode deixar. – a voz de Camila é só um fiapo. 

— Normani, você fica responsável por cuidar dessas duas, está bem? – a professora delega e Normani aceita prontamente a incumbência. – Darei uma passada nos outros quartos. Qualquer mudança no quadro da Camila, me avise. 

... 

A balsa está ancorada no píer. Da sacada do quarto, Camila acompanha os primeiros alunos se dirigindo para lá. Olha em volta, recapitulando tudo o que aconteceu nesses últimos sete dias. E não foi pouca coisa. 

Normani e Dinah se unem a Camila na sacada. Nenhuma das três diz uma palavra, afinal, o que há para ser dito? 

A brisa marítima acaricia o rosto das garotas, jogando seus cabelos para trás. O aroma e o som que vem do mar trazem uma sensação de quietude e paz, tão necessárias nesse momento. 

Uma lágrima solitária escorre pelo rosto de Camila. Não há um motivo específico. Por mais que as férias tenham terminado da forma mais catastrófica possível, Camila sentirá saudades dos momentos fantásticos que viveu na ilha. Esses também foram muitos e serão memoráveis por toda a vida. 

— Está na hora. – Normani avisa, já sentindo saudades do mar e da boa vida. 

— Seremos amigas para sempre, não seremos? – é Dinah quem faz a pergunta. 

— Depois de tudo o que vivemos? Seremos amigas pela eternidade. – Normani deixa uma gargalhada gostosa escapar e Camila se contagia, sorrindo também. 

— A única coisa boa do Prisma foi ter conhecido vocês duas. – Camila revela, puxando as amigas para um abraço grupal. 

... 

A balsa está silenciosa. Fora o barulho dos motores e hélices, nenhum piu é ouvido. As expressões são sérias, tristes, perdidas. Se o dia anterior pudesse ser apagado da linha temporal, essa balsa seria uma festa e não um velório. 

Os professores circulam a todo o momento, evitando que os alunos com rixas a resolver se encontrem e o pau volte a comer solto. 

Desde que Alexa dedurou a Kibi Mor, a garota foi aceita no grupo das meninas e até dormiu no dormitório de Alessia na noite passada. Não havia clima para dividir o quarto com Verônica e Lucy. E querem saber? Alexa está se sentindo muito melhor agora. 

Liam e Lauren estão na popa da balsa, observando a ilha se afastar lentamente. Sentem como se o dia anterior não tivesse passado de um sonho macabro e distante. Infelizmente, os dois sabem que foi bem real. 

Camila está na proa com as meninas. Não quer olhar para trás, não quer ver a ilha se afastar. O negócio agora é olhar para a frente, para o futuro, para o desconhecido. 

Lucy, Austin e Verônica estão na parte interna da balsa, sendo vigiados de perto por Margareth. Ela já avisou que se algum deles sair da linha, os abandona onde quer que seja e sem remorsos. 

E assim, a balsa viaja tranquila até finalmente aportar no continente. 

... 

O ônibus está à espera quando a balsa ancora. Os estudantes vão descendo um a um e se dirigindo para a condução num silêncio mórbido. O motorista do ônibus – o mesmo da vinda – não entende nada e dá de ombros, feliz por, aparentemente, ter uma viagem tranquila pela frente até o aeroporto. 

Quando Lauren entra no ônibus, seguida por Liam, vai passando pelas fileiras de assentos e estaca quando vê Camila sentada sozinha. Antes que ela possa pensar em dizer ou fazer qualquer coisa, Alessia dá um empurrão de leve na garota e se senta ao lado de Camila, não deixando qualquer outra opção a Lauren a não ser seguir em frente. Camila sabia que Lauren estava olhando para ela, mas nem assim tirou os olhos do asfalto. 

... 

O avião decola no horário, sem maiores transtornos. Já estão voando há uma hora e Lucy pede para ir ao banheiro. Margareth, que está sentada ao seu lado na vigia, ruge para a Kibi Mor: 

— Se abrir essa boca ou causar algum tumulto, juro que jogo você desse avião, compreendido? 

— Já entendi. – a Kibi devolve, com desdém. Tira o cinto e caminha para a parte traseira do avião. 

Quando Lucy cruza com Lauren e Liam, não resiste a soltar um sorriso de deboche. Uma lágrima escorre pelo rosto de Lauren e ela não consegue enxugar a tempo. Num movimento rápido, a Kibi Mor a toma de assalto, provando a lágrima com satisfação. 

— Saborosa como a vitória. Ah, Lauren, agora sim minha vingança está completa. 

— Vaza! – Liam rosna, entre dentes. 

Lucy solta uma sonora gargalhada, jogando os cabelos oxigenados para trás. Retoma seu caminho e Liam faz menção em se levantar, mas Lauren não permite. Os amigos se entendem só com o olhar. Acabou, a Lucy ganhou! 

— Laur, o que eu posso dizer? – Liam quer muito confortar Lauren - Eu nunca te vi assim maninha, vamos lá me diga o que quer que eu faça, que eu vou fazer, só não fica assim. 

— Não diga nada. Não vai adiantar. 

... 

O avião finalmente pousa no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O clima é ameno e a temperatura está em vinte e cinco graus, com céu parcialmente nublado. 

Os estudantes desembarcam, seguindo por um longo corredor até o acesso as escadas rolantes. As malas estarão disponíveis na esteira de número três. 

Camila já está com suas bagagens sobre o carrinho. Normani idem. Só falta chegar uma das malas de Dinah. 

Lauren a observa de longe, sentindo o coração apertar. Será que a garota frequentará as últimas semanas de aula? O que estará se passando na cabeça dela nesse exato momento? Por que Lauren está sentindo essa forte sensação de perda? Não, ela não pode acreditar que perdeu Camila para sempre, isso não pode ser verdade. 

De posse de suas bagagens, os estudantes seguem os professores em direção a saída do terminal de desembarque. Do lado de fora, ao invés de pais sorridentes, encontram pais desolados, cabisbaixos, envergonhados. O diretor fez a lição de casa direitinho, pelo visto. 

— Camila. – a mãe a puxa para um abraço. – Minha filha, o que foi que aconteceu? 

— Em casa eu conto, tá bom? O que o diretor já adiantou? – Camila engole em seco, procurando pelo pai. – Onde está o papai? 

— Está em casa com o Zayn. Nós soubemos do que aconteceu na ilha hoje de manhã. Seu pai está preparando um processo contra a Lucy e o Austin. 

— Não, mãe. Eu não quero processar ninguém. Essa história já causou problemas demais e eu só quero esquecer. Eu preciso esquecer. 

— Em casa conversaremos sobre isso. 

Os pais de Normani e Dinah se juntam a mãe de Camila e um debate se inicia. Falam sobre o telefonema que receberam do colégio e a reunião marcada para amanhã à noite. 

As amigas aproveitam para se despedirem. 

Nesse momento, as três ouvem uma briga no saguão. Reconhecem a voz de Lauren e olham em volta, procurando. Ela e o pai estão discutindo, gesticulando, se atacando. Lucy deve ter enviado o tal vídeo de Lauren para o velho. 

— A Lauren está ferrada. – Normani comenta. 

— É, ela está. – Dinah concorda. 

— Vocês viram esse vídeo? O que contém? – Camila pergunta. 

— Lembra quando a Lauren foi desafiada por um garoto do segundo ano? – Normani começa a explicar. 

— Um racha de motos. – Camila se recorda do ocorrido. 

— Isso. – Normani continua. – Todo o pessoal do colégio foi lá para assistir, tá lembrada? Nós não fomos porque tínhamos aquela festa na casa do Pepino e também porque não somos idiotas. 

— É, eu tenho uma vaga lembrança disso. – Camila puxa pela memória. 

— Lembra do acidente? 

Sim, Camila se lembra do acidente de Lauren, afinal, essa história foi contada e recontada milhões de vezes nos corredores do Prisma. 

Lauren, a mais de cento e cinquenta quilômetros por hora, corria emparelhado com um garoto do segundo ano do colégio. Algo foi jogado no asfalto e a garota fez uma manobra evasiva que resultou no acidente. 

O veículo capotou várias vezes e o corpo de Lauren deslizou pela avenida, por mais de trezentos metros. 

— Sim, eu me lembro. – Camila meneia a cabeça. 

— O Liam achou que ela tinha morrido. – Normani confirma. – Todos acharam isso. E eu vi um dos vídeos e foi realmente impressionante. Se Deus existe, ele estava ali naquele momento. 

— A roupa especial a protegeu, não foi? – Camila sente um arrepio cortante ao pensar que Lauren poderia ter morrido naquele racha. 

— A roupa e Deus… não se esqueça de Deus nessa história, porque olha... – Dinah toma a palavra e respira fundo. – O problema foi que a Lauren mentiu sobre isso para o pai. Disse que um caminhão havia passado por cima da moto, que estava estacionada no meio fio. Os policiais que fizeram o boletim de ocorrência, disseram ao pai de Lauren que a história não batia com o estrago da moto. E foi por isso que ela perdeu a mesada e sei lá mais o quê. 

— Como sabe disso? – Normani franze o cenho. 

— O tal que não quero dizer o nome me contou. – Dinah revela, olhando para o chão. 

— Meninas, vamos? – os pais chamam. 

— Vejo vocês mais tarde? – Camila pergunta, um tanto deprimida. 

— Com certeza. 


Notas Finais


Foi massa demais ter feito essa maratona, se vocês se quiserem mais é só me agradarem baby's!
Espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu!
QUERO MEUS COMENTÁRIOS SEUS ATOAS!
Nos vemos em amanhã, ou depois pq eu mereço folga de vocês seus bocos kk!
Enfim, fiquem todos bem rapeize!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...