História Lethal - Your eyes shine like stars

As chances de achar alguém como você, são uma em um milhão, assim como a chance de nos sentirmos do jeito que nos sentimos.

POV SKYLAR HILL DUPONT

Um ano antes...

“O luau já havia começado. Eu e Heather, minha melhor amiga, estávamos a caminho do mesmo. Eu estava ansiosa, porém não sabia o motivo. Devia ser para conhecer os alunos novos que entrariam no colégio. Usava uma maquiagem de leve só para não ficar com uma cara de morta, deixei meus cabelos lisos da forma como eles sempre eram, e vestia uma saia longa de renda branca, com uma cropped na cor preta, junto de uma rasteirinha. Não havia demorado nem cinco minutos, e tínhamos chegado em Huntington Beach. A praia aonde iria acontecer o luau. Havia uma grande fogueira aonde tinham poucas pessoas em volta, cantando e tocando violão. Perto de lá, tinha uma mesa aonde haviam vários tipos de petiscos, frutas, e também bebidas, como por exemplo drinks, suco, refrigerante, suco, entre outras coisas. E perto dela, uma grande quantidade de pessoas, conversando, rindo, e outras até quase se engolindo, para ser mais correta. O som das ondas se chocando com o mar, deixava tudo em um clima mais agradável. Mas não havia sido isso que tinha chamado minha atenção. Pisei meu pé naquela areia gelada, e sorri para o meu grupo de amigos que estavam lá. Cumprimentei todos e me juntei a eles.”

[...]

“Heather havia sumido, provavelmente estava com algum garoto. Já haviam se passado duas horas de festa, e haviam mais casais do que a cidade de Paris. Isso estava me deixando completamente irritada, ainda mais porque eu estava sozinha. Alguns garotos já tinham vindo falar comigo, mas nenhum deles havia me agradado, quer dizer, todos eram bonitos, mas não sei... Sempre faltava alguma coisa. Até que então, um garoto cujo eu não sabia descrever tamanha beleza se aproximou de mim. Ele usava um topete perfeitamente arrumado, seus braços tatuados e musculosos ficavam a mostra, pois ele usava uma regada, e eu agradeci mentalmente por isso. Ele carregava junto de si um sorriso cafajeste que qualquer ninfeta se perderia ali, mas eu não. Eu não me perderia tão fácil. Porém era certo uma coisa; ele era o garoto mais bonito que estava presente no luau, e provavelmente o mais cheiroso também. Garotos cheirosos me encantavam. Seus olhos cor de mel estavam fixos em meus lábios, o que me fez corar.

- Desculpa ser meio direto... – Ele coçou a nuca. – Mas, o seu pai é ladrão? – Que merda de pergunta era aquela?

- Fodeu, você descobriu... – Fiz uma expressão de assustada, e ele correspondeu da mesma forma, o que me fez soltar uma risada muito alta. – Óbvio que não... Por que?

- Ah, porque ele roubou todo o brilho das estrelas pra por nos seus olhos. – Ao ouvir essas palavras, mais uma vez, não consegui me conter, e comecei a rir, e ele me acompanhou.

- Olha, você é gato. Mas precisa melhorar muito – dei ênfase a palavra – as suas cantadas, se você quiser ficar com alguém essa noite. – Sorri traiçoeiramente para ele.

- Então não funcionou? – Ele riu

- Não. – Falei como se fosse óbvio, e mais uma vez começamos a rir.

- E eu posso se chamar como você se chama?

- Skylar... Mas pode me chamar de Sky. E você?

- Justin, mas pode me chamar de... – Ele parou para pensar. – Ah, me chama do que você quiser. – E mais uma vez, ele arrancava um riso de mim.

- Prazer, Justin!

- Prazer não, satisfação. O prazer vem depois. – Senti minhas bochechas queimarem com aquelas palavras, mas tentei fingir que isso havia sido apenas mais uma das cantadas idiotas que eu recebia. Suspirei e neguei com a cabeça em resposta, e deixei o silêncio tomar conta.

- Sky... Quer dar uma volta comigo? – Ele estendeu a mão.

- Pode ser.... Mas abaixa essa mão, por favor. – Revirei os olhos e dei risada.

Justin e eu, fomos andando pela praia sem rumo algum, apenas conversando sobre coisas aleatórias.

-  Você mora aqui em Huntington? – Indaguei deixando a curiosidade tomar conta de mim.

- Me mudei pra cá no começo do verão... Não conheço muito bem a cidade. – Ele explicou

- Ah sim...

- Você eu não preciso nem perguntar, tem cara de quem mora na Califórnia.

- Como assim?

- Califórnia, a maioria das garotas que moram aqui são bonitas.

- Lá vem você e suas cantadas! – Revirei os olhos e dei risada

- Isso não foi uma cantada, você é linda, Sky! – Ele sorriu pra mim, e eu não me contive, sorri de volta...

Trocamos mais algumas conversas, e a cada vez mais, ele me encantava. Havia algo nele que eu não conseguia explicar, mas eu tinha vontade de conhecer aquilo. Eu tinha vontade de saber cada vez mais sobre tudo dele. Muitos dizem que isso é amor, e eu digo que não... Acho que isso é apenas o começo disso.

Eu não aguentava mais dar nem um passo, estávamos quase no fim da praia. E só havia nós dois. Justin e eu nos sentamos na beira do mar. Tiramos nossos sapatos para poder deixar com que o mar molhasse os nossos pés, e também, não seria nada agradável sujar. Continuamos a conversar, sobre nós mesmos, sobre a escola, eu contava para ele como tudo acontecia lá dentro, como eram os professores, as aulas, contava até das pessoas, e ele contava sobre sua vida no Canadá, aonde ele morava antes de vir para a Califórnia. Contávamos sobre as nossas aventuras, e eu até compartilhei meus medos com ele, mesmo eles sendo poucos. Não haviam nem se passado cinco horas que eu havia o conhecido, e eu não gostava de assumir isso, mas eu queria que ele, continuasse fazendo parte da minha vida. Em algumas horas de conversa, eu fui percebendo cada detalhe dele, seu jeito de ser engraçado, e carinhoso ao mesmo tempo... Estava ventando, e eu estava começando a ficar com frio. Esfregava minhas mãos em meus braços com a tentativa de me esquentar. Até Justin me surpreendeu. Ele passou seus braços quentes em volta de mim, fazendo com que minha cabeça se encaixasse na curvatura de seu pescoço, fazendo com que eu inalasse o seu cheiro maravilhoso. Droga, eu me sentia um idiota. Parecia uma garota boba apaixonada. O silêncio tomou conta de nós, e ficamos observando a lua...

- Você gosta da lua? – Ele disse com uma voz meio rouca.

- Sim, eu acho que ela me traz paz, coisa desse tipo. Quando eu estou nervosa, ou triste com alguma coisa, eu paro e fico observando ela, pensando na vida, tendo a sensação de que ela vai fazer tudo ficar bem. De que da mesma forma que ela é feita de fases, a vida também.

- Eu também gosto da lua, mas só porque ela é bonita mesmo. – Nós dois rimos. – Mas parando para pensar dessa forma que você disse, é tipo, uma verdade. Gostei da sua forma de pensar. – Ele me abraçou mais forte. – Acho que eu deveria ter falado que seus olhos brilhavam igual a lua, não igual as estrelas, quando eu fui falar com você. – Soltei uma gargalhada muito alta, fazendo com que eu saísse dos braços dele, o que por certo momento, me causou um arrependimento.

Me virei de frente para o Justin, e nossos olhares se encontraram, ficando fixos uns aos outros. Nossos corpos não estavam longes um do outro, o que nos afastava, era a distância dos nossos rostos. Justin levou seus dedos até minha bochecha, acariciando as mesmas, porém sem tirar seus olhos dos meus. Nos aproximamos mais, ele colocou sua mão em minha nuca, e roçou seus lábios nos meus, e fez isso mais uma vez, até que ele selou os mesmos. Ele desceu suas mãos para a minha cintura, e coloquei as minhas em seu pescoço; Justin mordeu meu lábio inferior, e iniciou o nosso beijo. Sua língua se encontrava com a minha, causando sensações em mim como se fosse o meu primeiro beijo. Tinham perfeita sincronia. Não era um beijo desesperado, com desejo e só. Era diferente, era calmo, tinha uma mistura de carinho e vontade, e eu tive que finalizar por conta da falta de ar. Mordi seu lábio inferior assim como ele fez comigo, e ele sorriu, e eu selei nossos lábios mais uma vez, prestes a iniciar outro beijo.”

"Justin havia deixado um bilhete em cima da minha mesa assim que o sinal tocou. Ele pareceu sair correndo, sem nem se despedir direito.

                "Me encontre no lugar de sempre às 19h."

Sorri ao ler aquele bilhete. Era isso que ele vinha me proporcionando nas últimas semanas. Sorrisos, suspiros e pensamentos apaixonados. Eu parecia ter saído de um filme de comédia romântica, me pegava pensando em Justin o tempo todo. Em como o seu sorriso parecia tão fudidamente perfeito, como sua risada era música para os meus ouvidos e em como seus olhos pareciam mais interessantes do que qualquer coisa que eu poderia imaginar.

Isso era tão irritante. Eu não era esse tipo de garota. Mas só de olhar para os olhos e o lindo sorriso de Justin eu já estava perdida. Ele tinha um poder sobre mim que nem eu poderia entender.

Caminhava até em casa com um sorriso bobo e apaixonado no rosto. Eu simplesmente não conseguia tirar Justin dos meus pensamentos, por mais que eu tentasse.  Eu nunca tinha me sentindo assim antes. Entrei em casa e logo fui tomar um banho, estava morrendo de ansiedade para encontrar Justin.

Céus, Skylar. Você tem que parar de pensar tanto nesse garoto.

Enquanto tomava banho, cantarolava alguma música que estava em minha cabeça.

[...]

Já estava quase pronta quando o relógio marcava 10 minutos para as 19 horas. Havia colocado uma calça e uma jaqueta jeans, já que as noites de outono de Huntington eram frias.

Caminhava em direção à praia - que acabou virando meu lugar favorito nas últimas semanas – que se localizava a 15 minutos da minha casa. Em 15 minutos de caminhada eu estava em frente ao "lugar de sempre" em que eu e Justin sempre nos encontrávamos. Aquele lugar acabou se tornando o "nosso" lugar desde o luau.

– Você está atrasada – uma voz sussurrou atrás de mim, me dando arrepios. – Como já era de se esperar.

Virei-me para trás, dando de cara com Justin. Eu não podia negar que ele estava muito lindo. Ele vestia uma calça jeans clara e uma blusa branca com alguns botões abertos, deixando seu peitoral à mostra.

– Uma princesa precisa de tempo para se arrumar – dei um sorriso sarcástico para ele.

– Você está mais para uma plebeia, Skylar. – ele disse gargalhando.

– Engraçadinho.

Ele sorriu para mim e voltou a falar.

– Eu preciso que você feche os olhos e só abra quando eu mandar – agora ele estava sério. –Sem espiar, Sky.

– Tudo bem.

Fechei meus olhos e ele começou a me guiar pela praia.

– Se eu tropeçar e cair eu vou te matar, Justin.

Ele gargalhou.

– Você confia em mim?

– Não. É bem a sua cara me fazer trombar com alguma coisa para depois rir de mim.

Ele gargalhou de novo.

– Prometo que não tem nada disso.

Não sabia se ele estava sendo sarcástico ou verdadeiro. Teria que arriscar e confiar nele.

Ter a mão quente e pesada dele sobre a minha era maravilhoso. Ele poderia nunca soltar da minha mão. Eu agradeceria.

 A vontade de abrir meus olhos crescia cada vez mais. Eu estava louca para espiar e ver o que ele estava planejando. Quando eu estava prestes a abrir os olhos e dar uma espiadinha por não aguentar mais, nós paramos.

– Pode abrir os olhos, Sky.

Abri os meus olhos e parei para observar ao meu redor. Havia uma pequena fogueira, uma toalha de mesa estendida no chão e uma cesta de piquenique.

– Um piquenique noturno? – arqueei meus olhos. – Justin Bieber, você é muito previsível!

Comecei a gargalhar enquanto ele olhava bravo para mim. Até que ele agarrou minha cintura com força, fazendo com que eu ficasse realmente próxima dele.

– Não gosto que me chamem de previsível, Skylar – ele sussurrou perto do meu ouvido.

Ele se afastou com um sorriso cafajeste e foi em direção a cesta de piquenique em frente a fogueira. Eu apenas balancei minha cabeça negativamente, suspirando. Justin Bieber algum dia ainda iria me deixar louca.

Justin havia trazido morangos. E chantilly. Como raios ele sabia que esse era possivelmente meu doce preferido?

– Você é adivinha? – ele me olhou confuso. – Como sabia que morango com chantilly era meu doce preferido?

Ele gargalhou. E eu fiquei sem entender.

– Sim.

– Sim o que?

– Eu sou adivinha – ele me deu um sorriso fodidamente perfeito.

– Ah, é? – disse chegando perto dele. – Então você pode me dizer o que eu estou pensando nesse exato momento?

– Claro, isso é fácil. “Justin Bieber é tão gostoso, eu daria tudo pra passar mais um tempo com ele, ele é tão perfeito...” – ele tentava imitar minha voz enquanto eu dava um tapa em seu braço.

– “Skylar é tão linda, eu morreria pra ser o namorado dela” – disse imitando uma voz de macho. – Esse com certeza é você pensando no momento.

Ele gargalhou muito, mas muito alto. Jurei que a praia inteira poderia ouvi-lo.

– Você deveria trabalhar no circo, Sky. Você com certeza é boa com piadas.

– Eu sei que é exatamente assim que você pensa – disse convencida.

Justin riu de novo, dessa vez mais baixo.

Começamos a comer os morangos, em silêncio. Em uma tentativa falha de colocar chantilly no morango, o chantilly acabou escorrendo pelo meu dedo. Acabei lambendo meu dedo, tentando deixar ele limpo. Ao me virar pra ver Justin, ele se encontrava paralisado observando cada movimento.

– Você tem noção do quão sexy você fica fazendo isso?

Justin Bieber havia conseguido me deixar corada pela primeira vez naquela noite.

Ele começou a se aproximar de mim, mas dessa vez sem o tom brincalhão. Ele encarava minha boca, e logo depois meus olhos. Quando ele já havia chegado bem pertinho, ataquei seus lábios, com saudades do seu beijo.

Não era um beijo quente, absolutamente não. Era um beijo calmo e – romântico?

Depois de alguns minutos, nossos lábios se separam pela falta de fôlego.  Deitamo-nos lado a lado em cima daquela toalha de mesa, com a fogueira nos esquentando. Era uma sensação muito boa e aconchegante. O mundo poderia acabar que eu não me cansaria em ficar daquele jeito.

– Sky, você estava certa sobre antes.

Franzi o cenho.

– Sobre o que?

– Você sabe, sobre o lance de ser seu namorado. Eu com certeza morreria para ser isso – e logo após de dizer isso, ele deu um lindo sorriso.

Eu também não conseguia reprimir o meu sorriso. Era inevitável. Virei com a cabeça para o outro lado, me sentindo ficar corada, e olhando a paisagem da praia a minha frente. Senti alguém sussurrando algo em minha orelha.

– Skylar, você aceitaria namorar comigo?

Virei-me para Justin e ele tinha um sorriso nervoso nos lábios. Como uma forma de resposta, procurei por uma de suas mãos, e a entrelacei na minha. Depois chegando cada vez mais perto, o beijei.

– Sim, Justin Bieber. Eu aceito namorar com você.”