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História Lethal - Until our last breath


Escrita por: dontlikeflashes e beatitjb

Notas do Autor


Depois de MUITO tempo sem atualizar, nós finalmente chegamos com o último (penúltimo) capítulo. Mil desculpas pela demora pra atualizar, mas vocês não imaginam quanto que foi difícil sair esse capítulo, e como foi difícil escrever esse final que já estava planejado há tempos, mas enfim.
Espero muito que vocês gostem, e boa leitura.

Capítulo 37 - Until our last breath


Justin Bieber Point of View

 

Uma nova chance. Um novo momento. Certamente uma vida nova, na qual eu sentia que tudo existente dentro de mim havia renascido, por Skylar reagir. 

Seu olhar intenso. Suas mãos segurando fortemente a minha. Repetia essa cena milhões de vezes em meu pensamento, fazendo tudo dentro de mim queimar. Mas era uma sensação boa, uma sensação maravilhosa, para ser mais honesto. 

Repentinamente, todos os corredores desse hospital deixaram de se tornar algo mórbido e se tornaram algo vívido, alegre. 

Eu estava feliz, me sentia feliz. Era algo inexplicável. Algo que só Skylar era capaz de causar em mim.

Heather, Chaz, Carrie, Chris, Grace e Ryan estavam lá. Prontos para se despedir, e subitamente, todos estavam comemorando.

A angústia, o medo, o desespero, todos esses sentimentos torturantes haviam ido embora, e o que pairava era apenas felicidade. Uma felicidade imedível. 

Ela estava com sua família, no momento. Depois, seus amigos subiriam. Eu estava em último, assim teria mais tempo com ela. E eu estava preparado para esperar, me sentia feliz por esperar, eu esperaria por ela a vida toda, sem hesitar. 

Estar aqui, havia se tornado confortável. Reservei esse momento sozinho, para ligar para os meus pais e dar as boas notícias. Para ser honesto, eu queria ligar para todas as pessoas existentes do mundo, sem pular uma, e dizer que o amor da minha vida estava acordada. Estava viva, e estava bem. 

Como o esperado, minha mãe só faltou quebrar o celular do outro lado da linha de tanta felicidade. Conseguia assistir seus pulos de alegria, mesmo estando longe dela. 

Alguns minutos haviam se passado, desde que a família dela deixou o quarto e nossos amigos entraram. Luke estava sentado ao meu lado, mas não havia muito o que dizer. Ela estava ali, estavamos felizes por isso, e era isso o que importava. 

Esperava ansiosamente para poder conversar com ela, depois de todo o ocorrido. Sinceramente, não sabia o que esperar. Mas não me importava o que fosse acontecer daqui pra frente, pois a partir do momento em que eu quase assisti ela ir embora, as coisas passaram a ter outro significado, a vida passou a ter um significado diferente, e cada pequena coisa, era motivo para se agradecer. 

Ouvi risadas conhecidas, e avistei meus amigos com sorrisos estampados em seus rostos. Era como se eles estivessem renovados, tudo isso por conta de apenas alguns minutos conversando com Skylar. 

– Ela pediu para você subir assim que pudesse – Chaz disse com um sorriso no rosto e deu dois tapas fracos em meu ombro. 

Entrei no elevador e fui para o andar onde era seu novo quarto, já que ela havia sido liberada da sala de emergência. 

Bati duas vezes na porta, antes de abrir. E ela estava lá. Com a beleza mais inexplicável do mundo todo. Com os olhos mais brilhantes de toda a face da terra, e com certeza, o sorriso mais contagiante um dia já visto pelos arredores do mundo. 

Ela sorriu, e eu sorri de volta. Fechei a porta, e sinceramente não sabia se deveria me sentar ao seu lado, se deveria continuar de pé, se deveria correr e a beijar – o que era a minha vontade. 

Então apenas permaneci estático, até que ela disse para eu me sentar em sua cama, e assim eu fiz.

Skylar segurou minha mão, e seu toque já não era mais frio como antes, era quente, como o de costume. 

Olhei para sua mão e não pude evitar o sorriso. Ela estava ali, porra. Não havia nada mais causador de uma felicidade imensa do que isso. 

– Eu nem sei por onde começar – na verdade eu sabia, mas não sabia se ela estava pronta para tocar nesse assunto, não ainda. 

– Eu não quero que diga nada, ok? Eu sei exatamente tudo o que você pretende me dizer, mas não precisa. Eu quero apenas que você me ouça. 

– Skylar... – a interrompi e ela se calou – Não consigo estar aqui sem ao menos pedir desculpas. Eu não queria que nada disso acontecesse e você sabe....

– Justin! – Ela sorria – Por que pedir desculpas? O acidente não foi culpa sua. 

– Eu não sei... 

– Olha, isso não importa. Eu sobrevivi. 

– Eu sei. 

– Em primeiro lugar, não quero que você pense que tudo o que vou dizer, muda o que eu sinto por você. Depois de tudo o que passamos, algo que eu tenho certeza é que, nem mesmo com um milhão de anos, algo irá mudar dentro do meu coração, quando se trata de você. 

Permaneci olhando fixo em seus olhos. Não estava com medo do que ela ia dizer. Muito pelo contrário. O que quer que fosse, eu podia suportar. Aliás, já tinha vivenciado a pior dor possível. Nada que ela dissesse poderia mudar a felicidade de ter ela viva. 

– Nós dois passamos por fases muito.... Intensas – respirou fundo – Eu acho que você me entende, se eu disser que é meio difícil fingir que tudo isso nunca aconteceu, para que nós dois possamos ficar juntos. 

Concordei com a cabeça, e senti ela apertar mais forte minha mão. Eu conhecia Skylar, isso significava que ela estava mais nervosa do que o normal. 

Seu olhar desencontrou com o meu, e seu ponto focal havia se tornado o branco da parede. 

– Sky... – chamei sua atenção – Você não precisa ter medo de dizer. Nada do que você disser, muda o que eu sinto por você. 

Ela sorriu, e voltou a me olhar.

– Não estou terminando com você, não quero isso. E não estou fazendo isso apenas por mim, Justin. Estou fazendo por você também. Desde que você voltou para casa, nada na sua vida tem sido calmo, e você precisa de um tempo para se recuperar de tudo o que aconteceu, assim como eu preciso também. 

Mais uma vez, Skylar respirou fundo. 

– Precisamos dar um tempo. 

O silêncio dominou repentinamente, mas sua mão permaneceu ali, junto a minha. 

Não estava preparado para isso, mas não era algo muito diferente do que eu esperava. 

Havia uma parte de mim, que não aceitava em hipótese alguma ficar longe dela, mas a outra sabia que era preciso se afastar, pelo menos por um tempo. E eu decidi deixar essa parte falar mais alto; a parte que não se preocupava consigo. Eu queria vê-la bem, afinal, ela não estava indo embora da minha vida. 

– Eu concordo. 

Levei sua mão que segurava fortemente a minha até meu rosto e depositei um beijo na mesma. 

Me levantei da sua cama e a olhei fixamente. Não era um Adeus, mas eu precisava assistir seu rosto detalhadamente, antes de ir. 

– Eu prometo que vai dar tudo certo no final, Justin.

– Eu sei que vai, Sky. O que realmente importa no momento, é sua recuperação. Não fique pensando nisso, você sabe que eu sempre estarei com você. 

Com a mão que segurava a minha, ela tentou me puxar para perto, sem sucesso algum, mas em resposta eu me aproximei, e rapidamente senti seus braços em volta do meu tronco. Eu sabia que no momento ela estava sem forças, mas eu senti que ela me abraçava com toda a força existente em seu corpo. 

Sorri com isso, não tinha como evitar sorrir, enquanto ela me abraçava, afaguei seus cabelos.

Antes de sair, dei um beijo em sua testa. Não me despedi, porque sabia que isso não era de fato uma despedida.

Afinal, mesmo se ela não voltasse, de uma certa forma, meu coração estaria ligado com o dela para sempre. 

 

Skylar Hill Dupont Point of View

Três meses e uma semana. Eu havia acordado há exatos três meses, e uma semana. 

Amadurecimento e aceitação. Acredito que, essas eram as palavras que definiam perfeitamente meus últimos três meses. Eu havia ganhado uma nova chance, e o primeiro passo que tomei em tudo isso foi aceitar que tudo o que aconteceu porque tinha que acontecer. Não questiono as razões, não procurava ao menos entender, mas sabia que elas existiam, então apenas havia decidido que era preciso aceitar tudo isso. 

Tudo havia mudado. As circustâncias haviam tornado isso completamente diferente do esperado. Os últimos três meses haviam se baseado em visitas aos hospitais, para realizar exames atrás de exames pois era um difícil de acreditar que eu estava completamente bem após o acidente. Depois de muito hesitar, havia também começado a frequentar uma psicóloga, e aos poucos eu sentia todas as coisas se encaixarem. 

Tudo era questão de tempo. Tempo para se recuperar. Tempo para aceitar. Tempo para amadurecer. Tempo para perdoar. E felizmente, o tempo estava sendo bondoso comigo. 

Não via meus amigos desde então, e sentia muita falta deles, mas sabia que por agora, era o melhor para mim. Não havia perdido o contato, frequentemente trocávamos mensagens, ligações, mas era apenas isso. Marie, minha psicóloga alegava que eu precisava de um tempo apenas para mim, e eu concordava com ela. 

Mas de todas as formas, eu sentia muita falta, e não via hora de finalmente poder me reencontrar com eles. 

Havia me afastado do colégio também, porque era preciso. E por incrível que pareça, eu também sentia falta. 

E por fim, sobre Justin não havia muito o que dizer. Desde o dia em que eu acordei, seu nome só ficava em meus pensamentos. Sequer sabia como ele estava, apenas sabia que ele estava levando sua terapia mais a fundo, e que por alguma brincadeira de bom gosto do destino, frequentávamos a mesma clínica, só que com psicólogos diferentes. Nunca havia calhado de nós nos encontrarmos, sequer sabia os dias em que ele vinha, mas sabia que era aqui seu refúgio, assim como era o meu. 

Ninguém havia me perguntado sobre ele, ou sobre nós. O que para mim era ótimo, já que eu evitava a todo custo pensar em nós, porque eu sentia falta, mas sabia que as coisas precisavam ser dessa forma, afinal, ambos precisavam de uma ajuda que não podíamos oferecer um para o outro. 

Hoje era quinta-feira. Havia acabado de sair de mais uma sessão com Marie. Todas as vindas aqui, eram de extrema importância para mim. Em cada uma delas, eu me sentia diferente de alguma forma. Eu havia me tornado uma pessoa completamente diferente. Me sentia bem, me sentia disposta, alegre, coisa que eu sequer me lembrava da sensação. Me sentia menos assustada também, e esse era o ponto mais importante. Todos os acontecimentos durante os últimos anos não eram mais um tormento; eles ainda me assustavam, mas hoje eu não tinha medo de falar sobre isso, e principalmente sobre o quanto tudo isso havia me machucado. 

Estava esperando por Luke, íamos almoçar em um dos nossos fast food's preferidos. Nos últimos meses, minha conexão com Luke se tornou ainda maior – o que eu não acreditava que fosse possível. Não havia um dia em que ele não estava planejando algo diferente para a gente fazer. 

Mandei uma mensagem avisando que o esperaria do lado de fora, e fui caminhando para o lado de fora da clínica enquanto digitava uma mensagem para Heather. 

Assim que pisei do lado de fora, um raio de sol bateu contra meu rosto. O dia estava mais ensolarado que o normal. Rapidamente levantei a cabeça, assim como a minha mão, que ia em direção ao meu rosto par tapar minha visão da luz forte do sol. Antes mesmo que eu pudesse fazer alguma coisa, senti meu coração bater desesperadamente.

Era Justin. Ele estava ali. Parado de frente de uma cafeteria, com um copo em uma mão, que aparentemente estava cheio com um chá gelado, e a outra segurando seu celular, que roubava completamente sua atenção naquele momento. 

Meu estômago havia começado a revirar. Minhas mãos suavam. Meu coração parecia que ia pular para fora da minha boca. Meu corpo inteiro queimava. 

Escondi-me atrás de uma árvore que havia ali, e fitei-o por breves segundos, mas que com certeza haviam mudado totalmente o meu dia. 

Eu rezava mentalmente para que ele não me visse. Porém parte de mim desejava o contrário. Desejava que ele viesse correndo em minha direção e me abraçasse da forma mais acolhedora possível. Que ele me abraçasse de uma maneira que deixasse a saudade tomar conta de nós, para nós simplesmente nunca mais partimos. 

Seus cabelos estavam mais curtos, e mais claros. Suas vestimentas também haviam mudado. Pude notar também que ele parecia mais alegre, como se ali estivesse um homem. Um homem amadurecido, um homem que havia se encontrado, depois de tanto tempo perdido. 

Era indescritível a felicidade de vê-lo ali. Mesmo que não pudesse o abraçar, não pudesse correr para ele, ou qualquer coisa do tipo. 

Respirei fundo, ainda estava em transe e um pouco nervosa. Minhas mãos ainda suavam frio. Apenas despertei quando a buzina do carro de Luke chamou minha atenção.

Rapidamente entrei no carro, completamente em transe. Mal conseguia expressar tudo o que estava sentindo, além de uma alegria imensa. Era como se todo o sentimento que eu tivesse deixado dentro do meu coração durante esses últimos meses voltasse a me dominar por inteiro. 

– Estava se escondendo de quem? De um fantasma? –  Luke ria da situação 

– Não. E não estava me escondendo – falei enquanto colocava o cinto de segurança. 

Antes de dar partida com o carro, Luke olhou para a direção em que eu olhava, e abriu um sorriso.

– Aquele é o Justin? 

– Sim. Estava atrás daquela árvore porque não queria que ele me visse. Aliás, não saberia o que fazer, caso ele me visse. 

– Isso explica o porquê você está sorrindo – rebati com um tapa forte em seu braço.

– É sério, Luke. Acelera logo esse carro, antes que eu tenha um infarto aqui mesmo – ele gargalhou finalmente dando partida. 

– Ele está tão diferente – pensei alto – Eu acho que meu coração vai sair pela boca. 

– Sabe o que isso quer dizer? – permaneci em silêncio, esperando que ele continuasse – Significa que você ainda o ama. 

Respirei fundo e fiquei em silêncio por breves segundos; 

– Nunca disse que não o amava. 

– Mas nunca tocou no assunto – sentia que Luke finalmente havia chegado aonde ele queria. 

Fiquei calada cerca de cinco minutos, assim como ele. Eu sabia que ele queria saber de tudo, principalmente sobre nossa situação, e sobre o que havíamos conversado no dia em que eu acordei. Mas sabia também, que ele só iria tocar nesse assunto quando sentisse que eu estava pronta, ou quando um oportunidade surgisse; e surgiu. 

– Eu sei que você quer conversar sobre isso, Luke. 

– Claro que quero. Mas a pergunta é; você quer falar sobre isso? 

– Sobre ter visto ele, ou sobre como os últimos três meses foram para mim e para ele? 

– Sobre como você está se sentindo. Sobre os seus sentimentos. Sobre vocês dois. Sobre o que eu penso disso tudo. Mas eu preciso saber se você está pronta para finalmente ter essa conversa. 

– Tudo bem. Eu estou pronta – dei de ombros.

– Tudo bem – dei de ombros. 

Ficamos em silêncio até chegarmos no restaurante. Escolhemos o que iríamos comer, e depois de fazer todos os pedidos, apenas esperei que Luke começasse com as perguntas. Eu sabia que ele tinha muitas. 

– Como vocês estão? 

– Não estamos. Não conversamos desde o dia em que eu acordei.

– E por que? 

– Eu pedi um tempo. Aconteceram muitas coisas, e eu não podia simplesmente ignorar elas e agir como se tudo estivesse tudo bem, porque não estava. 

Ele concordou com a cabeça. 

– Olha Sky, eu não sei bem quais foram os motivos que fizeram você tomar essa decisão. E acredito que você tomou a decisão certa em pedir um tempo para você. Não sei se você se questiona em relação aos seus sentimentos por ele, mas de todas as formas eu espero que o que eu te fale, te faça pensar de uma forma diferente, que te faça ver toda essa situação de uma forma diferente. 

Assenti apenas esperando que ele continuasse; 

– Eu sempre senti muito ciúmes de Justin com você. Mas eu também sempre soube o quanto o sentimento de vocês um pelo outro era grande. Só pela maneira em que você ficava quando estava com ele – respirou fundo – Vocês dois passaram por momentos muito difíceis, e ainda sim, seu coração bate forte quando você o vê. Eu não faço ideia de como a relação de vocês era, e não me importa, porque apenas o que eu assisti me fez ver o suficiente para ter certeza do quanto ele te ama. 

Nossos lanches chegaram, e Luke deu umas mordidas, enquanto eu comia minhas batatas e ouvia atentamente. 

–– Quando você sofreu o acidente, fui eu quem atendi o telefone – Luke desviou o olhar – Eu não me lembro como consegui contar para os nossos pais, não faço ideia de como eu cheguei ao hospital. Mas eu lembro da dor, eu lembro do medo, eu lembro da agonia. Eu lembro da sensação de perder o mundo que eu havia sentido. Foi o pior dia da minha vida – meus olhos lacrimejaram. Luke ainda não me encarava, mas seus olhos também estavam marejados – Depois que você saiu da cirurgia, você foi diretamente para a UTI. Apenas eu, o papai e a mamãe podíamos te ver todos os dias, com minutos contados. Nós tentamos conversar com os médicos para que Justin pudesse te ver, mas ele não pode. E sabe o que ele fez? Ele simplesmente aceitou, mas disse que não iria ir embora nem por um segundo sequer. E foi o que ele fez. Todos os dias, ele dormia no hospital, sentado em uma poltrona da sala de espera. Cada médico que entrava, ou saía da ala de emergência, ele perguntava sobre você. Na primeira semana, entendemos perfeitamente, e não questionamos, poque sabíamos que ele não ia ir embora. A partir do meio da segunda semana, nosso pais pediam para ele ir para a casa descansar, se alimentar direito, e ele se recusava. Ele não saía de lá por nada. Ficava todos os dias caminhando de um lado para o outro, sem nem cogitar a ideia de ir embora. Um dia, eu fui para casa descansar, e perguntei se ele queria ir junto, e que caso alguma coisa acontecesse, ele iria ser o primeiro a saber, e ele se recusava. Eu via aquilo, e tudo o que eu conseguia pensar era que Justin ia enlouquecer. Não era obrigação dele estar lá, sequer era necessário, principalmente porque ele não podia te ver. Mas ele não ia embora por nada. 

Limpei as lágrimas que escorriam pelo meu rosto. Eu imaginava que tudo isso havia sido árduo demais para aguentar. Eu já havia sentido a sensação de achar que havia perdido alguém que amava, então eu sabia o que Justin sentia. A agonia, o desespero, a culpa, o medo. 

– Aquelas semanas me mostraram o quão nossa vida é passageira. Que tudo é questão de segundo. Em um você está aqui, e no outor não está mais – voltou a me encarar – No dia em que os médicos disseram que não havia mais esperanças, foi o dia em que eu senti a maior dor do mundo. Mesmo que você estivesse desacordada, você ainda estava lá, e isso alimentava as esperanças de que você ia acordar. Mas saber que era hora de te deixar ir, aquela foi a maior dor que eu já senti em toda a minha vida. Era uma sensação de não aceitar nunca sua partida, mas não pode fazer nada para impedi-la. Nós tivemos um tempo para se despedir de você, cada um na sua hora. E aquela foi a primeira vez que Justin te viu, depois de todo aquele tempo. Antes dele entrar, ele me pediu desculpas, por ter te colocado ali, naquele lugar, naquela situação. 

– Foi quando eu tentei imaginar como ele se sentia. Como deveria estar sendo árduo para ele carregar aquele fardo. Carregar a culpa de algo que não pertencia à ele – continuou –  Foi exatamente o que eu senti quando te vi daquela maneira, quando ele foi sequestrado. Ver você carregando a culpa de algo que não era seu.

 – Não consigo imaginar o que vocês sentiram. Mas eu assisti ambos sentirem, e percebo o quão doloroso tudo isso foi. Não estou pedindo para você esquecer tudo que você passou. E sim para você ver que tudo isso fez com que vocês amadurecessem. De uma forma horrível, mas fez. E independente de tudo isso, quero te fazer entender também, que nada deve ser maior do que o amor que a gente sente por alguém. E eu sei que nada disso é maior do que seu sentimento por ele. 

Sorri, limpando algumas lágrimas. 

– Amar alguém não significa que essa pessoa nunca vai nos machucar. Significa que estamos dispostos a ser machucados, e que quando acontecer, isso não vai nos fazer ir embora. 

Assenti, sem saber o que dizer. Eu precisava ouvir, e Luke sabia como dizer. 

Era perceptível que eu não queria deixar Justin. Que eu ainda o amava da maneira mais pura e absurda possível. E por mais que nosso amor tivesse passado por inúmeras conturbações, ainda sim, era o que me trazia paz. Me trazia tranquilidade. Me trazia felicidade. E quando isso mudasse, era hora de deixar tudo isso para trás, como Luke havia dito. Mas eu sabia que, isso nunca iria acontecer. 

Sem delongas, levantei da cadeira e abracei meu irmão com a maior força que eu tinha. Sem entender muito o que eu estava fazendo, ele apenas me abraçou de volta. 

– Me desculpa por tudo isso, Lucky. Eu nunca quis causar nada disso.

– Skylar, pare de se culpar – voltei a me sentar – Entenda que nada disso foi culpa sua. A dor que nós sentimos, o medo, nada disso foi culpa sua. 

– Eu sei, mas... – me interrompeu:

– Sem mas. Não posso pedir para você esquecer tudo o que aconteceu, mas posso pedir para você guardar apenas as coisas boas que tudo isso está te trazendo. Muita coisa não teria acontecido, se esses últimos anos não tivessem existidos. Tanto as boas, quanto as ruins. 

Sorri em resposta. 

– Eu te amo, Luke. 

– Eu sei que ama, e eu te amo em dobro.

– Eu vou ligar para ele – disse com um sorriso no rosto. 

– Eu tenho certeza que ele vai ficar muito feliz. 

– E se ele não ficar? E se ele nem quiser falar comigo? 

– Bluesky, Justin é louco por você. Eu tenho certeza que no momento em que você ligar, ele vai parar o que estiver fazendo. 

Sorri com a resposta, mas ainda com medo. Eu nunca tive dúvidas sobre o que Justin sentia por mim, mas o tempo havia passado, e as coisas poderiam ter mudado. Talvez algo tivesse feito o enxergar que eu não era o melhor para ele. E apenas a ideia disso acontecer, me apavorava. 

Respirei fundo tentando mandar embora todos esses pensamentos. Eu iria ligar, e o que fosse para acontecer, ia acontecer de todas as maneiras. 

Fugi do assunto, e comecei a falar sobre outras coisas com Luke, inclusive sobre a garota que ele havia conhecido há um tempo atrás. Ela se chamava Emily, e eu nunca havia tido a chance de a conhecer, mas pelo que Luke dizia sobre ela, ela era um garota incrível. 

Ficamos cerca de duas horas no restaurante, conversando sem parar, e quando finalmente terminamos de comer, decidimos ir para casa. Eu estava ansiosa para ligar. 

Quando finalmente cheguei em casa, corri para meu quarto. Respirei fundo umas quarenta vezes no mínimo antes de procurar seu número nos contatos. 

E se ele não atender? E se ele estiver ocupado? E se ele recusar a ligação? Ou pior, e se ele atender e dizer que não quer mais falar comigo? 

Tentei me controlar, e pensar em tudo o que Luke havia dito. Nada disso ia acontecer.

Hesitei algumas vezes antes de apertar no "ligar". E quando finalmente consegui, eu sentia que meu coração ia pular para fora de mim. 

A cada toque eu sentia minhas mãos suarem frio. Sequer havia pensado no que ia dizer para ele, se ele atendesse. E quando comecei a pensar nisso, foi quando ele atendeu.

– Sky? 

Sua voz. Ainda era como música para meus ouvidos. 

– Oi, Justin. 

– Está tudo bem? Quer dizer.... Por que você.... – ele estava nervoso. 

– Sim, está tudo bem – o interrompi.

– Que ótimo – um silêncio dominou entre nós, mas não era algo ruim. 

Ouvia sua respiração do outro lado da linha, assim como ele provavelmente estava ouvindo a minha. Ambos estavam nervosos, o que chegava a ser engraçado. 

– Senti saudades – meu coração gelou ao ouvir. 

– Você está muito ocupado? Quer dizer... Eu te liguei porque queria, aliás, quero conversar – ouvi sua risada fraca do outro lado da linha, e sabia porque ele estava rindo; era do meu nervosismo – Será que você pode vir aqui em casa? Eu tenho tanta coisa para te dizer.

– Parece que você leu meus pensamentos. Eu queria te ligar há dias, mas não sabia se era a hora certa. Eu quero conversar também, sobre tudo. 

– Então te vejo em quanto tempo? 

– Estou saindo de casa – sorri com a resposta e desliguei o telefone. 

Desci as escadas correndo, procurando por Luke que estava na sala de televisão. 

– Luke, Justin está vindo para cá – ele sorriu com meu entusiasmo, mas não esperei para ouvir a resposta dele, e fui diretamente para a cozinha tomar um copo de água para me acalmar. 

Os minutos pareciam horas, eu andava para lá e para cá. Pedi para Amélia atender a porta e falar para Justin que eu o esperava no jardim. 

Quando a campainha finalmente tocou, eu senti que ia desmaiar ali mesmo. Não sabia o que fazer quando ele estivesse frente a frente. Eram tantos sentimentos misturados, que eu mal sabia como os distinguir, mas eu sabia que todos eles eram bons.

Fiquei de costas para a porta de vidro que dava acesso ao jardim. Não queria o ver chegando, porque sabia que isso iria me deixar mais nervosa ainda. 

Foi quando ele finalmente se sentou ao meu lado. Olhar para ele, naquele momento, foi como ver o mundo se reascendendo, se iluminando, se colorindo novamente. Sequer sabia o que fazer, além de sorrir.

Quando ele sorriu, eu pude ver o quanto ele radiava. O quão diferente ele estava. 

Suas mãos tocaram meu rosto. Seus dedos estavam gelados, mas ainda sim, seu toque fazia com que meu corpo inteiro queimasse. Fechei os olhos, apenas sentindo aquele momento, e tentando raciocinar tudo o que estava acontecendo. 

Sem delongas, eu o abracei. Abracei com uma força que eu desconhecia. Era como se ali eu estivesse recuperando o meu mundo, mesmo sem saber o que viria a seguir, mesmo sem saber o que o futuro guardava para nós. Seus braços envolveram meu tronco, e o calor entre os nossos corpos era evidente. Eu não queria sair dali nunca. Eu estava finalmente em paz, mesmo com tudo o que ainda precisava ser dito, ouvido. Eu me sentia em paz, porque ele estava ali. 

Demorou minutos, para que finalmente nos soltássemos. Eu sorria, da forma mais verdadeira possível. 

– Eu senti sua falta, Skylar. 

– Eu também, Justin. 

Respirei fundo. Apesar de tudo, ainda haviam coisas a serem ditas. 

– Como estão as coisas? – olhei para ele. 

– Estão bem... Quer dizer, não estão exatamente da maneira que eu esperava, mas estão diferentes. E você, como você está? 

– Estou bem – respondi – Sinto falta de uma vida normal, para ser sincera, mas levando em consideração que as coisas poderiam estar piores, ou nem estarem... Eu não tenho do que reclamar. 

– Rose disse que você fica cada dia melhor. Que você é uma nova Skylar. 

– Você têm falado com minha mãe? – levantei a sobrancelha e ele assentiu com um sorriso no rosto.

– Você acha que eu aguentaria tanto tempo longe de você, sem ao menos saber se você está bem? – sorri com a resposta. Não era o que eu esperava. 

– Quer dizer, não é como se eu e sua mãe saíssemos para jantar para falar sobre você – dei risada – Mas pelo menos uma vez em cada semana eu ligava para perguntar como você estava. 

– Você não precisava ter feito nada disso, Justin. 

– Eu sei que não. Mas eu me importo. 

Um silêncio se formou entre nós. Eu precisava dizer muita coisa, queria dizer muita coisa, mas não sabia de fato como dizer tudo o que precisava ser dito.

Por um lado, era medo; medo de as coisas mudarem. Por outro, era falta de coragem. 

– Por que você decidiu ligar? Quer dizer... – ele coçou a nuca – Não que tenha sido algo ruim, mas por que agora? 

Respirei fundo e comecei a falar:

– Não sei se você sabe, mas frequentamos a mesma clínica psicóloga – ele me olhou com um sorriso nos lábios, e eu sabia exatamente o porque ele me olhava daquela forma – Depois do acidente, Luke me convenceu que eu precisava disso, que isso ia ser algo que ia me ajudar muito em tudo o que aconteceu durante esses últimos anos. Eu concordei com a ideia, e bom... O resto você deve imaginar. 

Ele assentiu, e me deixou continuar.

– Hoje, quando eu estava saindo, eu te vi. Você estava ali, diferente. Principalmente no visual – ele sorriu – Parece que tudo foi planejado. Eu te ver ali naquele momento, depois de tanto tempo. E quando eu te vi, eu notei que você estava diferente não só na aparência, mas era como se ali eu visse um Justin novo. Eu me escondi atrás de uma árvore para você não me ver, depois disso Luke e eu fomos almoçar juntos, e tivemos a primeira conversa aonde envolvia seu nome em três meses. Ele me disse coisas que me fizeram perceber que apesar de ter precisado desse tempo, eu nunca quis ficar longe de você. 

Ele sorriu. Aliás, seu sorriso ainda permanecia no rosto. Ele não havia parado de sorrir durante um segundo. 

– No dia em que eu fiquei sabendo que você saiu do hospital, eu quis te ligar. Passei todos esses dias pensando em quando eu finalmente poderia fazer isso. Mas eu precisava respeitar o seu tempo, e acho que fiz a coisa certa. 

– Sim, você fez. 

Ele acariciou meu rosto mais uma vez, fazendo-me sorrir. 

– Justin, eu queria te pedir desculpas. 

Ele me olhou surpreso. 

– Sky... Desculpas pelo o quê? 

– Por tudo o que aconteceu. Pelo o que eu te fiz passar quando você voltou para casa. Por ter se escondido atrás de uma personalidade que não me pertencia e ter feito você sofrer por conta disso. Você não precisava de nada aquilo naquele momento, e eu só tornei as coisas piores... 

– Skylar – ele me interrompeu – A culpa não foi sua. 

Ele respirou fundo. E eu apenas permaneci em silêncio, esperando por ele dizer alguma coisa, porque eu sabia que ele iria. 

– Quando eu voltei para casa, eu realmente esperava que as coisas fossem como antes. Eu não esperava que minha partida tivesse transformado tanto as coisas. Eu não estava mais aqui, mas eu ainda estava lá. Então era tudo muito confuso, porque eu esperava que as coisas não mudassem, mas não. Todos precisavam seguir em frente, você precisava seguir em frente, e foi isso o que vocês fizeram. Ninguém sabia que eu estava vivo, ninguém imaginava que eu podia de fato, voltar – ele desviou o olhar, e eu precisei me esforçar para segurar as lágrimas. Eu jamais conseguiria falar tudo o que tinha para falar se eu começasse a chorar feito uma criança.

– Eu acho que nunca tive a chance de te dizer como eu me senti no momento em que eu te vi na porta da minha casa, naquele dia – ele continuou – Era como se toda a dor que eu vivi naquele lugar tivesse desaparecido. Era como se eu não precisasse mais ter medo, não precisasse mais fugir, era como se toda a realidade deixasse de ter sentido, de ter valor, porque tudo o que me importava estava ali na minha frente naquele momento. Foi uma sensação que eu nunca havia sentido na vida inteira. Eu senti como se toda a dor sentida, não doesse mais. Foi como se eu estivesse no fundo do poço, e naquele momento, eu tinha sido salvo. 

Apertei sua mão, fortemente. Não iria falar nada, não conseguia. Não ainda.

– Sei que você sempre quis saber o que aconteceu. Como tudo aconteceu. Como eu entrei em tudo isso. Como eu consegui sair de tudo isso. E eu vou te contar – senti meu coração acelerar – Mas antes eu quero te pedir duas coisas: A primeira delas, eu quero te pedir desculpas por nunca ter te contado isso antes. Eu não estava pronto, não conseguia tocar no assunto, porque isso tudo ainda me assusta. Isso tudo ainda me atormenta. Mas eu precisei aceitar, e levou um certo tempo para isso, aliás, eu ainda estou nesse processo. 

– Não precisa pedir desculpas – foi tudo o que eu consegui dizer. 

– E em segundo, eu sei que você sabe de boa parte do que aconteceu. Mas não quero que isso mude o que você pensa sobre mim. Eu não conseguiria conviver com isso. Naquele momento, eu era um cara perdido, assustado. Eu estava fazendo coisas que não eram eu de verdade, entende? Todos os meus erros, todos os acontecimentos, eles me tornaram uma pessoa diferente, Skylar. E eu quero que você veja essa pessoa. 

Assenti, e sorri fraco para ele, tentando passar confiança. Nada do que ele dissesse ia mudar o que senti quando havia o visto hoje de manhã; o sentimento de ver ali, uma nova pessoa. E a princípio, nada disso mudaria o que sinto por ele, e eu tenho certeza que ele sabia disso. 

– Eu experimentei as drogas pela primeira vez na festa na casa do Chaz. Assim como você, como o próprio Chaz, Ryan, Chris, Heather, e todo o resto do pessoal. Eu nunca menti sobre isso para você. As mentiras começaram depois; alguns meses depois, eu comecei a me sentir estranho, não me sentia mais eu mesmo, entende? Havia um sentimento dentro de mim que eu não sabia explicar, eu me sentia insuficiente, me sentia uma pessoa ruim. Eu nunca tive coragem o suficiente de contar isso para alguém, e foi quando eu recorri as drogas, porque elas me faziam relaxar. Pedi o contato para Dan, do time de futebol, que foi quem levou as drogas para a casa do Chaz pela primeira vez. Ele havia dito que elas eram caras, mas claro que eu não enxergava isso como um problema – assenti. 

Seu olhar estava distante. Ele olhava para um ponto fixo, como se estivesse assistindo tudo aquilo acontecer, como se na mente dele, ele estivesse vivendo aquilo novamente. 

Eu o olhava atentamente, prestando atenção em cada palavra, em cada detalhe, em cada respiração. 

– No começo, eu não usava drogas pesadas, e isso você já sabe. Usava o dinheiro da minha mesada para pagar, e estava sempre me sentindo mais leve, sem pressão nenhuma. Mas aos poucos, eu fui sentindo que aquilo não era mais suficiente. E fui atrás de mais, cada vez mais. Eu não sei exatamente qual foi o ponto em que eu perdi o controle, mas eu perdi. Foi quando eu conheci Britany, em uma balada, que era aonde eu geralmente buscava as drogas.

O silêncio dominou. Eu odiava com todas as forças tudo o que essa garota tinha causado. Ouvir o nome dela, era como reascender toda aquela fúria, aquela angústia do passado. 

– Eu juro por tudo que Britany foi a única, e foi em um momento em que eu não estava no meu controle. Para ser mais honesto com você, eu tinha flashes do que havia acontecido, mas não tinha certeza. Até ela aparecer me falando que estava grávida.E quando eu vi ela ali, eu senti muita raiva, porque eu lembrei de tudo. Que ela havia se aproveitado de mim em um momento de descontrole. Então eu perdi o controle mais uma vez, e joguei ela contra um móvel, e foi aí que ela perdeu o bebê. E eu sei que soa de uma maneira terrível, mas eu não me arrependo do que fiz, não mais. 

Não gostava de pensar em nada do que havia acontecido que envolvia Britany no meio. A ideia de as coisas terem sido de outra maneira me assusta. Me intriga. Justin poderia ter um filho. Um filho que não seria meu. 

– Depois daquele dia, eu nunca mais a vi. Nunca mais ouvi falar sobre ela. Foi quando eu percebi que eu tinha que parar. Principalmente porque havia momentos em que eu perdia completamente o controle, me tornava agressivo. As drogas estavam acabando comigo da pior forma, e além disso, minha dívida com aqueles caras ia ficando cada vez maior, de tanto que eu comprava, e eu não tinha todo aquele dinheiro para pagar. Eu nunca ia pedir dinheiro para meus pais, para pagar um vício estúpido que eu criei. Foi quando eu decidi que eu ia parar, mas era impossível fazer aquilo tudo sozinho, principalmente no estágio em que eu me encontrava. Então decidi que ia começar a frequentar um psiquiatra. Mas eu ainda precisava pagar minhas dívidas, e o dinheiro da minha mesada não podia pagar os dois, porque a dívida era muito alta. 

Justin desviou o olhar, e dessa vez ele olhava para os seus pés, de cabeça baixa. Eu queria que ele olhasse nos meus olhos, queria mostrar que eu estava ali, apesar da raiva, da angústia, eu estava ali, e não ia ir embora. 

– Decidi que em primeiro lugar eu precisava do tratamento, então o dinheiro da mesada era todo voltado para ele, e ninguém sabia que eu estava fazendo. Era por isso que vez ou outra eu sumia, e voltava como se nada estivesse acontecido. Eu estava ficando cada vez melhor, mas ainda tinham as dívidas, e eu não sabia do que aqueles caras eram capazes de fazer. Eu ia pagar tudo o que devia, mas eu precisava de tempo, e eles não compreendiam a situação, e ficavam sempre me cobrando, me ameaçando, até que um dia tudo isso parou. Foi quando eu pensei que estava tudo bem. Mas não estava.

Justin mal conseguia olhar para mim. E eu me perguntava um milhão de coisas, mas a principal era; como isso passou tão despercebido? Como eu nunca notei? Eu queria abraçar ele, queria poder apagar tudo isso. 

– E aí, nós fomos para Ibiza. Eu estava bem, não sentia que precisava mais de drogas para me sentir bem. Tudo aquilo que eu sentia antes de me entregar, tinha desaparecido. Eu sentia que eu estava disposto a te fazer feliz novamente. Mas os caras ficarem quietos por muito tempo era estranho. E foi aí que eu encontrei eles naquela noite. Eles trabalhavam para os caras que me sequestraram, para quem eu devia todo aquele dinheiro, por isso eu não reconheci. 

Ele respirou fundo. Sua mão entrelaçou na minha. Eu sabia que ele queria se sentir seguro, que ele queria se sentir confiante, para poder falar o que ainda precisava ser dito. 

Eu queria conseguir falar alguma coisa, mas era praticamente impossível. Era doloroso ouvir todas essas coisas, saber que ele enfrentou tudo isso e eu nunca sequer percebi. 

– Quando eu estava sequestrado, foi quando eu descobri tudo. Eles estavam planejando o sequestro desde que começamos a planejar a viagem. Eles sabiam quem você era, e por serem donos do hotel, ficaram sabendo que em breve nós iríamos nos hospedar lá – ele respirou fundo –  Os dois anos que eu passei naquele lugar, foram horríveis. Para falar a verdade, foram aterrorizantes. Todos os dias, eles me alimentavam duas vezes por dia, porque não queriam que eu morresse de fome, queriam que eu tivesse forças para sentir a dor que eles diziam que eu precisava sentir. Eu sentia frio, sentia sono, não tinha lugar para dormir. Era um pedaço de pano encostado perto da janela, cercada por grades. Era horrível. E todos os dias, em todos os momentos, eles me mantinham amarrados. Porque eles tinham medo de que eu fugisse. Mas mesmo que eu tentasse, eu não fazia ideia de onde estava. E eles sempre diziam, que mesmo se seu tentasse, eles me encontrariam. 

Senti meus olhos arderem. Eu queria chorar. Eu ia chorar. 

– Todos os dias, eles me torturavam de alguma forma. Fosse fisicamente, ou psicologicamente. Na maioria das vezes eles mexiam com meu psicológico. Eles me diziam coisas do tipo "Você nunca mais vai ver sua família" "Sua família teria nojo se soubessem o que você é de verdade, um drogado de merda, um caloteiro, um malandro que se aproveita dos outros". Me faziam essas exatas perguntas, todos os dias; "o que você acha que sua namorada, Skylar, pensaria de você?" "ela nunca te amaria, se soubesse a verdade". E foi quando eu descobri a verdade, de que Britany era filha de um dos caras. Ela simplesmente apareceu ali, e começou a falar coisas horríveis para mim. Primeiro ela me contou que eu havia matado o "nosso" filho – senti o desgosto em sua voz, o nojo de toda essa situação – Ela sentou em uma cadeira na minha frente, e começou a chorar, e naquele momento eu me senti culpado. Quando eu pedi desculpas por tudo isso, foi quando ela se levantou da cadeira, com um sorriso no rosto, e começou a rir de mim. 

Justin ficou em silêncio por alguns segundos. Algumas lágrimas caíam sobre seu rosto. Eu sequer imaginava o que ele sentia. O quanto tudo isso deveria doer dentro dele. Mesmo que parte de mim sentisse raiva. Mesmo que parte de mim desejava que ele desaparecesse quando eu me lembrava de tudo isso. 

– Logo em seguida, virou um tapa na minha cara, e se sentou novamente, de frente para mim. Foi quando ela disse que aquele filho era proposital. Que eles sabiam que eu era um filhinho de papai, que hora ou outra iria pagar o que devia, e iria sumir para sempre. E por alguma razão eles não queriam isso. Eles queriam que eu sofresse. Que eu tivesse uma ligação com eles. E um filho era uma ótima maneira. Mas que até para isso eu era imprestável. Porque eu matei meu próprio filho – a voz de Justin era chorosa, e ele mal conseguia me olhar – Ela dizia que com um filho dela, eu perderia tudo, perderia minha família, perderia meus amigos, e o pior, perderia você. Eles queriam meu sofrimento. Mas eu ter tirado aquele filho dela, mudou todos os planos, e eu não fazia ideia de metade disso tudo – limpou algumas lágrimas – Quando ela me disse essas coisas, eu me arrependi de um dia ter sentido pena dela, de um ter me sentido culpado por tudo isso. E aquele dia, foi o único dia que eu tive coragem para dizer alguma coisa. Eu cuspi na cara dela, disse o quanto eu desejava ter matado ela naquela noite. E depois disso, eles me torturaram mais ainda. E ela assistiu tudo aquilo. Sem dizer uma palavra sequer. 

Digeri todas aquelas informações em silêncio. Era demais para mim. Era demais para Justin. Era demais para qualquer um suportar. 

Eu sentia meu peito rasgar. Eu conseguia entender o porquê Justin nunca quis tocar nesse assunto. Isso era algo que ia o artomentar para o resto da vida dele. 

– Eles diziam que ninguém nunca me amaria se soubessem da verdade. Que você nunca mais me amaria se soubesse que eu fui capaz de fazer todas essas coisas. Eles me batiam, cuspiam em mim, me chutavam, me socavam, todos os dias. Mas a pior parte sempre era ouvir que eu nunca mais veria ninguém. Minha família, você. Que os anos iam passar, e eu ia continuar ali, sendo o merda que eu era. Que todos os dias eu ia sentir falta de cada um de vocês, e enquanto isso, todos já teriam seguido em frente e esquecido de mim. Superado minha morte. Eles faziam questão de dizer todos os dias, que todos acreditavam que eu tinha morrido, e que de fato eu ia. Mas que seria sozinho. 

– Teve momentos ali, que eu desejei mesmo morrer. Que aquele dia, em que eu fui baleado, eu tivesse sido acertado em alguma outra parte do corpo, e eu tivesse morrido, porque pelo menos teria sido nos seus braços, e não nas mãos daqueles caras – continuou.

Sua mão apertava fortemente a minha. Sequer havia percebido, mas eu estava chorando. Meu olhar continuava atento a ele, enquanto ele ainda olhava fixamente para o cão. Justin também chorava. Mais do que eu, porque sem sombra de dúvidas tudo isso era muito mais doloroso para ele, do que para mim. 

– Mas eu sempre pensava em você. Nos meus pais. Pensava que um dia eu ia voltar. Era difícil, confesso. A dor, o medo, o desespero que eu sentia lá, era difícil ter esperança que eu sairia de lá vivo. Foram dois anos assim. Um dia pior que o outro. Um dia mais doloroso que o outro. Mais assustador. 

Justin respirou fundo e limpou algumas lágrimas, e levantou o olhar, mas ainda sem me encarar. 

– Um dia, eu acordei, e não estava amarrado. Havia um prato de comida ao meu lado, mas eu não quis comer. Eu mal conseguia me manter de pé, mas eu fui até a porta na esperança de algo ter mudado, e ela estava destrancada. Eu hesitei pelo menos umas quatro vezes antes de fugir. Eu sempre me lembrava do que eles diziam, que se eu tentasse fugir, eles iriam me encontrar. Eu sentia muito medo, muito. Mas eu sabia que não iria ter outra chance, então eu simplesmente sai de lá, eu corri o mais rápido que eu conseguia, eu lembro de olhar para trás a cada dez passos, lembro das minhas pernas fraquejarem, mas isso não podia me impedir de correr. Eu sequer fazia ideia de onde estava, mas eu corria para qualquer lugar que fosse longe dali. Eu corri por cerca de meia hora, sem parar. Até que meu corpo falhou, eu não tinha mais forças, e naquele momento eu senti tudo ficar turvo ao meu redor. E eu fraquejei. Depois disso, a única lembrança que eu tenho, é de ter acordado e a polícia estar me levando para a casa, dentro de uma ambulância. 

Ele chorava de uma forma que eu nunca havia visto. Mas não havia medo nos seus olhos, não como antes. Não havia mais aquele garoto que queria fugir, eu via um homem que agora encarava tudo isso de cabeça erguida. 

Eu sorri com isso, mesmo sabendo que não era o momento certo para isso. Mas não pude controlar. Não pude controlar a felicidade ao saber que ele havia conseguido falar sobre tudo isso, que ele não estava assustado, que ele havia encarado tudo isso.

Sem delongas, eu o abracei. Abracei com todo o amor, toda a gratidão, todo o carinho, toda a saudade que existia dentro de mim naquele momento. E foi nesse momento em que eu me permiti desabar. Ali, aonde eu me sentia em segurança. 

– Eu quero que você saiba que se eu pudesse eu tiraria toda essa dor de você – disse ainda sem o soltar – Me desculpa por todas as vezes em que eu forcei você sobre esse assunto. Me desculpa por nunca ter compreendido o quanto tudo isso era doloroso. O quanto isso te assustava. Me desculpa – soluçava, enquanto ele me abraçava com muita força e dizia que estava tudo bem; e diferente de antes, eu sentia que tudo finalmente estava. 

– Você é a pessoa mais forte do mundo, por passar por tudo isso – soltei-o e agora segurava seu rosto com minhas mãos, fazendo com que ele olhasse nos meus olhos, e assim ele fazia, atentamente – Eu desconheço alguém que conseguiria enfrentar tudo isso dessa forma. Sim, existem coisas que nunca vamos poder mudar. Que nunca vamos poder apagar, Britany é uma delas. Mas eu não quero que isso seja algo que fique entre nós. Não quero que o nosso passado nos impeça de seguir com os nossos sonhos, com a nossa vida. Eu quero que você saiba que eu estou aqui, e que eu nunca mais vou deixar alguém te fazer mal dessa forma. Sei que não tenho capacidade alguma de prometer isso, mas sim, é uma promessa. Eu nunca mais vou deixar ninguém te machucar, te assustar. Eu te prometo, Justin. Te prometo com todo o meu coração. 

Voltei a abraçar ele, com muita, mas muita força. Ficamos alguns minutos dessa maneira, então eu me soltei.

– Quando você se foi, uma parte de mim tinha ido junto – comecei – A maneira que as coisas doíam em mim, eu nunca vou conseguir explicar. Eu nunca tinha passado um dia sequer sem você, sem ouvir sua voz, e de uma hora pra outra, eu tinha aquela sensação dentro de mim de que você tinha ido embora para sempre – falar disso, era como sentir toda aquela dor novamente, era como voltar há dois anos atrás e sentir Justin sendo tirado de mim da forma mais dolorosa possível – Eu nunca senti algo me corroer daquela forma. Algo me machucar tanto. Nas primeiras semanas, eu não conseguia sequer comer. Eu não dormia, eu ficava do lado dos telefones esperando por uma ligação de que você tinha sido encontrado. Eu olhava meu celular de hora em hora desesperadamente, esperando por uma mensagem sua, dizendo que estava tudo bem. De que você estava em casa. E sabe qual era a pior parte disso tudo? Era saber que no momento em que você foi levado, eu estava na sala do lado, eu estava exatamente do lado. Se eu tivesse insistido, se eu tivesse sido um pouco mais persistente, você talvez nunca teria ido embora – meus olhos se encheram de lágrimas, mas dessa vez Justin olhava dentro dos meus olhos, e em momento algum, eu desviei – Eu não conseguia sair de casa, não conseguia pensar em outra coisa. Eu estava me afundando de uma forma, que eu sabia que nunca mais conseguiria sair de lá, sem você. Eu demorei um ano para conseguir pisar fora de casa, para conseguir conversar mais do que três palavras com qualquer outra pessoa. Durante esse ano inteiro, eu chorava todos os dias, compulsivamente, desesperadamente. Eu pedia aos céus para você voltar, pedia para qualquer força superior, para você voltar. Era desesperador. Eu nunca conseguia enfiar na minha cabeça a ideia de que você tinha ido embora para sempre. Eu via as pessoas se esquecendo dessa história, era como se aos poucos elas estivessem superando tudo o que aconteceu, e eu ainda estava ali daquela mesma maneira de antes. Eu não queria que as pessoas se esquecessem de você, não queria que as pessoas parassem de te procurar, de ir atrás de você. Eu me culpava tanto pelo o que tinha acontecido, que chegava a ser assustador. 

Limpei as lágrimas que escorriam, e ele prestava atenção em cada movimento meu, da mesma maneira que eu estava quando ele estava contando sobre o tempo em que ele estava desaparecido. 

– Eu comecei a ter pesadelos, comecei a sonhar todos os dias com a mesma coisa. Era um imagem, de você de um lado, eu de outro. Quando nós finalmente nos abraçávamos, seu corpo caía, e de repente você estava morto em meus braços, com uma bala no seu peito. Parecia que era um sinal, de que você tinha morrido. De você não ia voltar nunca mais. E eu simplesmente não conseguia aceitar. Um dia, eu e o pessoal saímos para comer em um restaurante, como antigamente. Pela primeira vez em um ano, eu tinha topado a ideia. E naquele dia, Carrie tocou no seu nome. Aquilo foi tão doloroso. Foi tão agoniante. Eu saí correndo no mesmo momento, e quando cheguei em casa, eu quebrei tudo o que havia no meu quarto, exatamente tudo. Rasguei fotos, tudo o que me lembrava você, que estava na minha vista. E naquele dia, eu senti uma raiva enorme. Não de você, mas de tudo o que estava acontecendo. Eu não entendia o porquê daquilo tudo, aquilo tudo nunca teria sentido para mim, então eu comecei a sentir raiva. E foi quando eu decidi que era hora de seguir em frente. Se não fosse de uma forma saudável, seria de outra forma qualquer, mas eu iria. Eu queimei todas as minhas roupas naquele dia, e reformei meu guarda roupa com coisas que eram completamente diferentes de quem eu era de verdade. Naquele mesmo dia, eu sai para beber, e foi quando eu conheci Jake. 

Justin sorriu fraco, mas ainda atento. Eu sabia o que ele sentia em relação ao Jake, provavelmente da mesma forma que eu. Sentia pena de Jake, por ter sido uma pessoa que eu usei, no meu pior momento da vida. 

– Eu não me importava com mais nenhuma outra pessoa no mundo. Eu tentei passar uma imagem para todos, de que eu havia superado, de que eu estava bem, mas tudo isso ainda me machucava de uma forma que eu jamais saberia explicar. Eu fiquei fingindo ser outra pessoa, porque eu acreditava que isso me faria te esquecer, te deixar, seguir em frente. Eu me afastei de todos. Briguei com Heather, porque eu simplesmente não aguentava mais ouvir as pessoas querendo saber como eu me sentia em relação a você. Era óbvio o que eu sentia. Era óbvio que eu nunca iria falar "eu estou bem". Não existia a mínima possibilidade disso acontecer, e me frustava tantas perguntas, tantos olhares, tantos comentários – respirei fundo, limpando as lágrimas que agora haviam cessado – Quando eu te vi aquele dia, em frente a sua casa, eu sequer me lembro porquê estava ali. Eu havia acabado de brigar com Heather, e andei sem rumo, e foi quando eu te vi. Eu quis voar em cima de você, te abraçar, te beijar, fazer tudo o que eu poderia fazer naquele momento, mas foi um choque, Justin. Te ver ali, depois de dois anos, e não saber como você foi parar ali, ou como você podia estar vivo, depois de tanto tempo tentando me convencer de que você estava morto. Eu havia criado um bloqueio dentro de mim, e acabei deixando isso interferir em nós. Eu queria entender o porquê tudo isso tinha acontecido. E assim como você, eu estava afetada demais para entender sua situação e não pensar na minha. Não conseguia simplesmente entender que você precisava de um tempo, para remoer tudo isso. 

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas olhando para pontos aleatórios. Sem dizer nada. 

Eu me sentia em paz. Me sentia finalmente aliviada. Me sentia sem medo algum.

– Eu não deveria ter feito nada disso. Mas eu quero que você entenda, que a dor era maior que eu. Eu estava fora do meu controle, estava... 

– Skylar, não precisa dizer mais nada – me interrompeu – Não foi culpa sua. Nada disso foi culpa sua.

– Nesse tempo em que nós nos afastamos, eu passei a enxergar as coisas de outra forma. O sequestro, seu acidente. Foram momentos horríveis, algo que eu faria de tudo para mudar, mas infelizmente não posso. Mas isso me trouxe a certeza, de que qualquer acontecimento, não enfraquece o que eu sinto por você. É isso o que realmente importa para mim. Nós. Estarmos bem. De que importa todo o resto? 

Sorri com o que havia sido dito. De que importava todo o resto? 

– Eu quero que você saiba de uma coisa; tudo isso machucou de uma forma horrível. Tanto em mim, tanto em você. Mas nada disso importa mais. Nada disso muda o que eu sinto. O que eu penso sobre você. 

Justin sorriu e acariciou meu rosto.

Eu ainda tinha muito o que dizer. Ainda tinha muito o que falar sobre o que eu sentia. Mas isso havia deixado de ter importância. Naquele momento tudo havia deixado de ter importância, para falar a verdade.

Seus olhos me encaravam, me dizendo tudo o que não podia ser dito em palavras. Todas as palavras de conforto que ficaram presas na garganta, eram ditas com aquele olhar. 

O mundo podia parar, podia explodir, que não faria diferença. Eu estava em paz, estava em casa, estava no meu lar preferido. 

E foi quando eu senti, que ele me pertencia novamente. Que eu o pertencia novamente. Que novamente, ele era meu. Assim como eu era dele. 

– Eu não sei como as coisas vão ser daqui para frente. Mas eu sei de uma coisa; tudo o que vir a seguir, eu quero passar ao seu lado. Assim como sempre foi, mas hoje de uma forma diferente, porque tudo isso nos trouxe o mais importante: amadurecimento. E parte desse amadurecimento me faz insistir em uma pergunta. 

Permaneci atenta. 

– Eu quero que você fique. É essencial para mim, que você fique. Mas depois de tudo o que passamos, depois de todas as coisas que aconteceram, é compreensível você não querer mais estar ao meu lado. Então, Sky, meu coração está com você, sempre estará. Mas você está livre, livre para decidir o que você quiser. Se você acha que as coisas vão ser melhores para você, se você não estiver comigo, eu vou compreender.... 

Não deixei que ele terminasse esse discurso bobo. Nada mudaria meu coração. Nada mudaria o que eu sentia. Nada mudaria quem eu sou. E nada mudaria o fato de que eu não queria ir embora, nunca iria querer. Ali, era aonde eu pertencia. 

Encostei meus lábios nos seus rapidamente, sem hesitar, sem medo algum. A mão de Justin rapidamente foi para a minha nuca, e ali, naquele beijo, tudo fazia sentido. O motivo de sempre querer ficar. O motivo de nunca nem pensar em partir. Porque nada fazia mais sentido que isso. Nada era mais claro do que o que aquele beijo dizia; nosso amor nunca ia se apagar. 

Os anos podiam passar. O mundo podia virar de ponta cabeça. Tudo podia sequer desaparecer. A vida poderia ter outro significado, mas ali, aquele sentimento, era a única certeza. De que permaneceria forte, sincero, inquebrável, e grande, até o nosso último suspiro. 


Notas Finais


Feliz natal mega atrasado, e feliz ano novo também!!!! Que o ano de vocês seja incrível.
Espero vocês no epílogo hahahah!
Espero que vocês tenham gostado do final, e não deixem de comentar o que acharam.
Beiju


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