— Eu sinto muito, mas não temos vagas para a senhorita no momento, mas deixe o seu número, qualquer coisa nós vamos entrar em contato.
S/N forçou um sorriso simpático para a moça, mas por dentro ela tinha vontade de implorar por um emprego para aquela mulher desconhecida, mas seu orgulho era maior.
Ela se levantou saindo daquela loja de roupas e caminhou até a estação de trem.
Foi o sétimo "não" que recebeu naquele dia. Passou a tarde de sábado procurando um emprego mas não foi aceita em nenhum, todos diziam que possivelmente entrariam em contato mas eles nunca faziam isso. A sorte definitivamente não estava do seu lado.
Já tinha desistido de procurar por empregos de bom salário, não que ela não tivesse capacidade, até porque tinha inúmeros cursos no currículo e sabia falar fluentemente três idiomas, mas na situação em que estava qualquer coisa seria uma maravilha, aceitaria até mesmo ser varredora de rua.
Ao entrar no trem, correu em direção aos assentos e conseguiu tomar posse de um.
Pelo menos isso eu consegui!
Mas aquela conquista tinha durado por por pouco tempo. Uma senhora apoiada em uma bengala ficou em sua frente, olhava para a jovem esperando o momento em que seria gentil e lhe oferecesse o assento. S/N hesitou o que fez a velha lhe lançar um olhar mortal. A jovem suspirou e, com toda sua educação e paciência se levantou e deu o lugar para ela.
[ ... ]
A garota andava arrastando os pés pelo cansaço. Já andou tanto naquele dia, tudo o que queria era um banho relaxante e a sua cama.
Os olhos da jovem fixaram na paisagem à sua frente. Olhava para a praça que ficava no centro do seu bairro, mais especificamente ela olhou para a enorme árvore no centro da praça que deixava folhas secas caírem na calçada e na rua, e para deixar ainda mais belo o pôr do sol está em um ângulo perfeito.
Rapidamente ela pegou a sua câmera fotográfica de dentro da bolsa de uma única alça gasta e tirou inúmeras fotos de vários ângulos diferentes. Também não perdeu a chance de captura a cena das crianças do bairro brincando em volta daquela árvore.
S/N tem uma grande paixão por isso, fotografia. Nunca perdia a chance de capturar uma imagem bonita. Para ela, uma fotografia é o poema dos olhos.
Mesmo não tendo uma boa condição financeira, com esforço conseguiu comprar a sua desejada câmera de uma marca famosa. Era o único objeto de marca que tinha.
Ainda olhando através da lente de sua câmera fotográfica, ela deu zoom e focou no rosto do rapaz moreno que sorria lindamente para as crianças na rua e tirou uma foto da sua paixão platônica. Kim Jongin, ou como todos no bairro o chamavam, Kai.
Guardou sua câmera na bolsa e viu Kai atravessado o portão de sua humilde casa que ficava em uma distância de três casas do prédio onde ela morava.
Além de morarem próximos, eles estudavam na mesma faculdade, mas não no mesmo setor.
Era dividido em exatos quatro setores : Jornalismo, música, arquitetura e engenharia. S/N fazia jornalismo e Kai estava no setor de música, ambos os prédios ficavam lado a lado, por isso às vezes a jovem cruzava com o rapaz na hora da saída ou quando iam para o refeitório.
Mesmo o destino fazendo com que os dois se esbarrem muitas vezes, eles não eram amigos e sim conhecidos. S/N pode ser uma garota extrovertida mas quando está perto dele só abre a boca pra falar besteira.
Era quase impossível não se apaixonar por Kai. Ele é um homem carinhoso com as pessoas de todas as idades, tem um sorriso maravilhoso, é meigo e a sua voz me causa arrepios, tanto falando quanto cantando.
S/N balançou a cabeça para os lados percebendo que estava parada na calçada olhando para o nada como uma maluca. Ela então adentrou o seu prédio e deu um breve "Boa noite" para a velhinha atrás do balcão, tinha cerca de 50 anos.
Xingou várias vezes em um tom baixo pelo elevador não estar funcionando, teve que subir as escadas até o quarto andar.
Entrou na sua casa vendo sua irmã mais velha sentada no sofá vendo muitos papéis de contas atrasadas.
Nina— Como foi a entrevista de emprego? — Perguntou sem olhar para S/N.
S/N— Horrível! — Fechou a porta com força, jogou a bolsa na mesinha de centro e sentou ao lado de Nina.
Nina— Você precisa de um emprego e rápido! — Desta vez ela olhou para sua irmã. — Está sendo difícil pagar as contas só com o salário que recebo no restaurante. Os proprietários já estão nos cobrando.
S/N— Vou ter que colocar em prática o meu último plano. — Ela suspirou e Nina lhe olhou com raiva ao lembrar do que a jovem falou dias atrás.
Nina— S/N, eu já disse que você não vai virar uma stripper! — A mais nova começou a gargalhar. Nina era uma irmã coruja muito responsável e S/N sempre adorava deixá-la com raiva.
S/N— Então por que você não vira? Ouvi dizer que dá muito dinheiro.
Nina— Eu prefiro continuar com o meu emprego no bufê, obrigada, de nada! — Largou os papéis na mesa de centro, queria esquecer por um minuto os seus problemas. — Como está indo na faculdade? O Jongin ainda não sabe da sua existência?
S/N— Ei! Ele sabe que eu existo sim.
Nina— Ah sim, claro, tinha me esquecido que pra ele você é a garota maluca que jogou Park Nancy na área das cascavéis durante a excursão no zoológico.
S/N— Eu já disse e repito, apenas estava levando ela para o seu hábitat natural.
Park Nancy estuda no mesmo setor que S/N. Desde o primeiro ano de faculdade que ambas não se dão bem. Nancy é uma garota mimada que pensa ser superior aos outros e como S/N não é alguém que fica quieta enquanto a injustiça acontece bem na sua frente, retrucou Nancy muitas vezes o que levou a rivalidade de hoje em dia.
Nina— É sempre bom lembrar sobre o acontecimento da excursão, você sabe que a maioria das empresas não te contrataram porque souberam desse acidente e pensaram que você fosse uma maluca. Nancy podia ter morrido.
S/N— Nem é pra tanto, e isso foi há muito tempo! Eles não acreditam que uma pessoa muda com o passar do tempo?
Nina— Mas você não mudou nada, se tivesse oportunidade iria jogá-la de novo, não estou certa?
S/N— Não ia jogar ela na área das cascavéis, ia deixar na área das najas! — Nina riu.
Nina— Acha que o Kai vai gostar de uma maluca como você?
S/N— Nina, você não é a pessoa mais normal do mundo. Eu sei de muitos podres seus, você acha que o Kris vai gostar de saber de todos eles?
Nina fechou a cara. Kris trabalhava no mesmo restaurante que ela. Uma vez quando a mesma estava bêbada acabou dizendo para S/N que era apaixonada pelo chinês, mas agora ela nega toda vez que aquele assunto é citado.
Nina— Eu não vou nem responder! Vou ir para o meu trabalho que é o melhor que faço. — Se levantou e pegou a sua bolsa que estava na mesinha de centro ao lado da bolsa de S/N.
S/N— Manda um beijo pro Kris por mim! — Disse assim que Nina abriu a porta.
Nina— Não! — Fechou a porta com força fazendo a jovem rir.
Ela se levantou, pegou a câmera de sua bolsa e foi em direção à a sala escura, era basicamente um pequeno quarto onde ela revelava as todos que tirava.
Ficou minutos ali revelando as fotos que tirou do dia de hoje. Ela banhou a última fotografia no fixador e depois a pendurou em um mural para secar. Era uma foto de Kai que estava sorrindo.
Não que ela seja obcecada por aquele homem, mas se sentia uma boba apaixonada por sempre fitar aquele homem como se ele fosse uma obra de arte.
[ ... ]
Já estava de noite e S/N se encontrava no sofá, comendo um pote de sorvete e assistindo um programa de variedades na TV.
Apenas o barulho da televisão que se fazia presente porque se tivesse desligada tudo estaria em um completo silêncio, por isso S/N se assustou no momento em que Nina entrou no apartamento em uma correria.
Nina— Eu tenho uma notícia que vai te deixar muito feliz! — Ela abriu um enorme sorriso e deu alguns pulinhos de felicidade.
S/N deixou o pote de sorvete de lado, se levantou ficando na frente da irmã. Pensou por alguns segundos em uma notícia que a faria pular de alegria.
S/N— Você impediu que um integrante do BigBang fosse atropelado e para agradecer ele te deu dois ingressos para o próximo show do grupo que vai ser no mês que vem, e ainda com direito a camarim! — Nina revirou os olhos.
Nina— Você tem que parar de ler fanfic.
S/N— Eu já sei! Você e o Kris vão sair amanhã à noite? — O olhar de Nina já tinha sido um "não". — Desisto de tentar adivinhar.
Nina— Presta atenção, uma das garotas que servem o bufê ficou doente e eu consegui te colocar para substituí-la no próximo bufê da semana que vem junto comigo! — Ela voltou a sorrir, mas S/N teve a reação oposta.
S/N— Ah não! — Sentou no sofá e voltou sua atenção ao pote de sorvete.
Nina— Por que não? Vamos ter dinheiro para pagar o aluguel desse mês. — Sentou ao lado da irmã.
S/N— E vai ter dinheiro pra pagar o meu salão de beleza? Porque da última vez que eu servi um bufê, acabei com a cara no bolo do homem de ferro!
Nina— Não se preocupe, não vai ser uma festa de criança e sim a comemoração pelo aniversário da empresa de contabilidade dos Byun's!
S/N— Byun's. — O nome lhe era familiar. Já ouviu falar daquela empresa porque era uma das melhores de Seul, então vai ser uma festa de classe alta, cheia de luxúria. S/N não viu nenhum mal em aceitar aquele emprego temporário.
[ ... ]
Baekhyun adentrou o escritório da mansão de seu pai e viu a cena que já estava esperando.
A sua acompanhante, que também era a sua futura secretária, estava aos beijos com um cara qualquer.
Haru— Baekhyun! — A morena se afastou do homem desconhecido e foi atrás de Baekhyun, puxou o seu braço antes dele sair do escritório. — Eu posso explicar...
Baekhyun— Tanto faz, faça o que você quiser. Eu não ligo. — Falou friamente saindo do local dando mais privacidade ao "casal".
Aquilo era verdade, Baekhyun não ligava para Haru, na verdade ele não se importava com ninguém. Ela era apenas mais uma diversão. A levou para a festa de aniversário da empresa porque era bonita, ele podia desfilar pelo salão com ela ao seu lado como se fosse um "troféu", mas apenas isso, um objeto que ele usava e depois largava.
Ele voltou ao salão onde se encontrava muitas pessoas, mulheres usando vestidos caros e homens com ternos, nos cantos tem jornalistas e fotógrafos. Baekhyun conseguia imaginar no dia seguinte as fotos da festa na primeira página dos jornais, revistas e se tornando um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.
Baekhyun caminhou pelo salão, alguns lhe olhavam e sorriam, principalmente as mulheres porque era quase impossível não tentar jogar algum charme para cima daquele homem, ele não precisava sorrir para ser tão atraente.
Ele olhou pelo canto do olho uma garota do bufê que segurava uma bandeja com taças de champanhe passando ao seu lado. Ele segurou no pulso da garota que se assustou com o gesto repentino.
S/N— Deseja alguma coisa? — pergunta tentando não parecer nervosa, além daquele homem ainda estar segurando em seu pulso ela ficou impressionada com a sua beleza. O seu olhar não demonstrava sentimentos, era frio e ao mesmo tempo encantador.
Baekhyun— Uma taça. — disse pegando uma das taças da bandeja e dando um gole.
S/N se virou e andou rápido em direção ao bar onde Nina se encontrava atrás do balcão servindo alguns convidados.
Baekhyun observou enquanto a garota se afastava. Ela tinha um rosto angelical, parecia uma menina insegura, mas ele não fazia ideia de que aquela garota não era nem um pouco indefesa.
S/N— Quem é ele? — Sentou em um dos bancos do bar.
Nina— Quem? — S/N apontou com a cabeça em direção a Baekhyun que estava do outro lado do salão. — Está falando do filho do senhor Byun?
S/N— Filho? Então essa festa é para a comemoração da empresa do pai dele?
Nina— Mais ou menos. Soube que Byun deixou que o filho mais novo assumisse o seu cargo recentemente, ou seja, aquele homem é o mais novo presidente. — Pegou um pano e passou pelo balcão.
S/N— Bonito, muito bonito... — disse ela distraída admirando a tamanha beleza de Baekhyun. Ela pegou uma taça de champanhe da sua bandeja e tomou um gole.
Nina— Não tome! — deu um leve tapa na mão da irmã que deixou a taça no balcão.
Haru adentrou o grande salão e olhou em volta a procura de Baekhyun. Ela sabia que ele não sentia nada por ela, que queria apenas sexo, mas Haru estava começando a ter sentimentos por ele e não ia jogar fora a chance que tinha de ter relações sexuais com ele, mesmo que seja apenas por diversão, aquilo bastava pra ela.
Depois que Haru avistou Baekhyun, correu em sua direção e ficou em sua frente. Ele olhou pra ela, como sempre de uma maneira fria.
Haru— Me deixa te explicar o que aconteceu naquele escritório.
Baekhyun apenas passou ao lado da garota como se ela não estivesse ali. Já tinha a usado naquela noite, ela tinha se tornado descartável naquele momento.
Haru— Byun Baekhyun! Você vai ter que me escutar! — ela gritou chamando a atenção de todos do salão. Baekhyun parou de andar suspirando tentando ter paciência.
S/N— Unnie, tem treta! — avisou para Nina que parou com o que estava fazendo e passou a prestar atenção naquela discussão.
Haru— Pare de me ignorar, por favor!
Baekhyun— Já acabou com o show? — ele se virou e fez um sinal para os seguranças levarem a garota embora, então dois deles seguraram os braços de Haru que começou a se debater.
Haru— Me soltem! Baekhyun, mande eles me soltarem! — gritou e os fotógrafos tiravam fotos daquele momento.
Baekhyun— Levem ela embora, sua presença está me irritando. — se virou dando outro gole no seu champanhe e se afastou escutando Haru o chamando enquanto era arrastada para fora da mansão.
S/N— Que grosseiro. — ela estava espantada com a atitude de Baekhyun. Quando o viu pela primeira vez percebeu que era um homem frio e calculista, mas não pensou que era tão ríspido, com um coração de pedra.
Nina— A beleza não é o mais importante pra você?
S/N— Homens bonitos me atraem por alguns minutos, mas depois o que vale é o carácter e o conteúdo. — Suspirou pensando em Jongin. Pegou a taça de champanhe de antes e bebeu o resto do líquido.
Nina— Então você não iria ficar nem um pouco interessada se soubesse que ele está olhando pra você nesse exato momento?
S/N— O que?! — Arregalou os olhos.
Baekhyun— Não devia estar bebendo isso. — Sentou ao lado da garota que ficou paralisada quando escutou novamente aquela voz. — Estamos pagando pela bebida e comida do bufê para os nossos convidados.
S/N— E eu também estou pagando por isso.
Baekhyun— Como?
S/N— Com os meus serviços! É uma grande injustiça ficar servindo à todos os convidados e não poder parar um pouco pra tomar uma bebida.
Ele ficou surpreso com a resposta da jovem mas não demonstrou isso. Tinha pensado que ela era uma daquelas garotas que sempre são certinhas, que não retrucava as pessoas, mas aquele rosto de uma jovem inocente tinha o enganado.
S/N respeitava os seus superiores, mas depois de ter visto a maneira que ele tratou aquela mulher passou a ter uma péssima impressão do rapaz.
S/N— Quem era aquela garota? — Se referiu a Haru, estava curiosa e esse era um dos seus maiores defeitos e não se importava de ser indiscreta. — Por que estavam brigando? Quer dizer, não foi uma briga, mas foi uma discussão.
Nina— S/N! Pare com isso. — Repreende a irmã e em seguida fez uma reverência para Baekhyun. — Me desculpe pela a incoveniente da minha irmã, senhor.
Baekhyun— Aquela garota era só uma conhecida que estava quase transando com um cara qualquer no escritório. — Respondeu a pergunta de S/N. Na cabeça da garota aquela tinha sido uma forma dele dizer que tinha sido traído.
S/N— Então ela te chifrou? — Nina ficou boquiaberta.
Nina— S/N!
Baekhyun— Eu não devo satisfação da minha vida a você. — S/N arqueou uma sobrancelha, pensava que Haru era alguma namorada que tinha o traído e que o seu orgulho não fazia ele confessar.
Nina— Me desculpe novamente, senhor. S/N, pegue essa bandeja e vá servir os convidados. — deu a bandeja agora com mais taças de champanhe. S/N apenas pegou a bandeja e começou a passear pelo salão.
Baekhyun continuou sentado no banco do balcão, observava S/N andando por todos os lados servindo os convidados com um sorriso no rosto.
Nina— O senhor deseja alguma coisa? — perguntou para Baekhyun.
Baekhyun— O nome daquela garota.
Nina— N-nome? — ela ficou nervosa, pensava que ia fazer algo contra a sua irmã mas tinha que dizer, naquela noite ele era o seu chefe e se teimasse em mexer com S/N, ela iria dar o troco. — Seu nome é Kim S/N.
[ ... ]
S/N ainda tinha bebido algumas taças de champanhe escondida naquela noite. No final da festa, quando apenas os funcionários e os donos da mansão tinham ficado para arrumar tudo, a jovem já se encontrava em um estado deplorável, estava muito bêbada.
Ela trocou de roupa, agora vestia um vestido simples e no seu ombro estava sua bolsa gasta. Ela se aproximou de Nina que estava recolhendo algumas taças sujas no balcão.
S/N— Eu já vou indo. — disse sorridente, era o efeito da bebida, no entanto ela tentava ao máximo não demonstrar aquilo para Nina, queria ir embora daquela mansão ao invés de ter que esperar sua irmã e ainda ter que ajudá-la a arrumar tudo.
Nina— Tem certeza de que consegue voltar pra casa sozinha? — estranhou um pouco o estado da irmã. — Acho melhor você me esperar arrumar as coisas para irmos embora juntas.
S/N— Não precisa! — atropelou um pouco as palavras. — Eu consigo me virar sozinha. — ela deu alguns passos para longe de Nina e acabou tropeçando no próprio pé, ela só não foi de cara no chão porque o chinês tinha a segurado.
Kris— É melhor tomar mais cuidado. — sorriu soltando a garota que apenas sorriu torto.
S/N— Eu vou tomar. — garantiu e depois acenou para a irmã. — Até depois, unnie!
Ela saiu da mansão e caminhou pela a calçada em direção a sua casa. As vezes tropeçava no próprio pé, parecia que ela tinha saído de uma festa de adolescentes que tinha muito álcool e drogas.
Ela começou a caminhar pelo meio da rua, ela era a única naquela área, naquela hora a maioria das pessoas estavam dormindo em suas casas.
S/N viu uma luz a sua frente, era como uma luz em um túnel escuro, isso chamou a atenção da garota bêbada que parou de andar e olhou fixamente para aquela luz que a cada segundo se aproximava mais dela.
Ela estava tão atordoada que não percebeu que aquilo era um carro.
O veículo passou raspando pela garota, o impacto a fez ser jogada no chão com força enquanto o carro freiava bruscamente. S/N sentiu os seus joelhos doerem e uma dor na região do quadril que tinha encostado no veículo quando estava em movimento.
A porta do carro foi aberta, o motorista correu em direção a garota jogada no chão e se abaixou ao seu lado.
— Você está bem? — aquela voz baixa causou calafrios na garota.
S/N— Claro, em perfeitas condições não está vendo?! — Sarcástica. Sua mão estava na sua cintura que doía um pouco.
Ela levantou o seu olhar e arregalou os olhos vendo Baekhyun lhe encarando. O seu coração acelerou ao ver o rapaz tão próximo de seu rosto, seus olhos castanhos que não demonstravam nada além de frieza, o cabelo castanho jogado para o lado, a sua respiração quente contra o clima frio da noite e atrás dele tinha o céu estrelado. S/N sentia vontade de tirar uma foto daquele homem, queria capturar a imagem para nunca mais esquecer aquele momento em que pela a primeira vez tinha achado um garoto com a aparência simplesmente divina e perfeita.
S/N— Chifrudo! — O efeito do álcool falou mais alto do que sua sã consciência.
Baekhyun revirou os olhos com aquele apelido. Depois daquilo ele queria voltar para seu carro e deixar a garota ali mesmo, mas agora que era o novo presidente da empresa e já ia ter uma péssima imagem por causa do escândalo de Haru, não queria piorar as coisas pois sabia que S/N iria processa-lo, já percebeu que ela não fica quieta pra nada.
Ele a carregou no colo e a levou para o seu carro, a colocou no banco de trás, depois deu a volta no veículo e entrou no banco do motorista, pisou no acelerador em direção ao hospital onde seu irmão mais velho trabalha.
A garota estava tão bêbada que não estava tendo muita noção do que estava acontecendo. Não parava de gritar que sentia dor nos joelhos e no quadril, estava fazendo um escândalo pior do que Haru tinha feito na festa. Baekhyun estava começando a ficar irritado, desejava que a garota calasse a boca por um minuto.
No momento em que o seu desejo foi concebido, olhou para trás em um gesto rápido confuso e preocupado com a garota, pensou que tinha desmaiado mas não, ela só estava distraída olhado para a janela.
Baekhyun pegou o seu celular e digitou o número do irmão. Em poucos segundos atendeu a ligação.
Baekhyun— Você está no hospital?
Suho— Sim. Eu te disse que tive uma emergência aqui, por isso sai da festa da empresa mais cedo. — Explicou novamente. — Agora estou aproveitando que estou aqui para atender alguns outros pacientes.
Baekhyun— Cancele todos os seus planos, estou no meio de uma emergência!
Suho— Emergência? O que aconteceu? Você está ferido? — Questiona preocupado.
Baekhyun— Não é para mim, é para... uma conhecida!
Suho— Quem?
Baekhyun— Não é da sua conta. — Diz ríspido, ele não gostava de dar satisfações para as pessoas.
Suho— Não me diga que você machucou uma das suas prostitutas!?
S/N— Esse idiota me chamou de prostituta?! — Exclama ofendida.
Baekhyun franziu o cenho se virando para a garota no banco de trás. Ela estava escutando a conversa esse tempo todo?
Ele afastou o aparelho do ouvido e só então percebeu que estava no viva voz. Ele desfez aquela função e voltou a falar com o irmão.
Suho— Ela me chamou de quê?!
Baekhyun— Esquece isso. Eu já estou chegando no hospital. — Encerrou a ligação sem esperar uma resposta.
Baekhyun acelerou o carro. Em poucos minutos chegou no hospital. Estacionou seu carro de qualquer jeito em uma vaga, saiu do mesmo e abriu a porta de trás pegando a garota no colo. Ele se assustou quando viu que ela estava quase desacordada, seus olhos quase se fechavam. Ele entrou no hospital às pressas e viu Suho escorado no balcão da recepção a sua espera.
Ao ver Baekhyun carregando a garota, fez um sinal com a cabeça para duas enfermeiras e para Baekhyun para que o seguissem. Todos eles foram para um quarto no final do corredor.
Suho— Coloque-a na maca. — Mandou e assim Baekhyun fez. As enfermeiras estavam ligando as máquinas do lado da maca. — O que aconteceu?
S/N— Foi culpa do chifrudo! — Todos se assustaram, pensaram que ela tinha apagado. — Ele me atropelou!
Suho— Atropelou essa garota indefesa? — Cruzou os braços olhando para o irmão como se fosse um irresponsável. Baekhyun se limitou a um resmungo.
Garota indefesa?! Agora entendo quando falam que as aparências enganam. — Ele pensou.
Baekhyun— Dê a ela todos os cuidados possíveis, vou pagar tudo. — Informou e então Suho se aproximou da garota para analisar seu estado.
S/N— Você é o médico mais gato que eu já vi. — Falou com aquela voz grogue, Suho deixou um sorriso tímido escapar e as suas bochechas ficaram rosadas. — Você faz serviços em casa?
Baekhyun— Era só o que me faltava. — Rolou os olhos. — Dê também alguma coisa pra ela dormir e calar a boca!
[ ... ]
Suho estava anotando o procedimento do caso de S/N na sua prancheta. Baekhyun estava sentado em uma poltrona perto da cama onde a garota se encontrava dormindo por causa dos remédios que ingeriu. Ele encarava seu rosto angelical dormindo calma, serena, nem parecia a garota escandalosa e alcoólatra que se mostrou há horas atrás.
Para Baekhyun, era difícil de definir S/N. Ela era determinada o suficiente para falar tudo o que queria olhando nos olhos das pessoas, mas imatura para beber durante o horário de trabalho e ainda andar pelas ruas bêbada tão tarde da noite.
Nina— Lógico que eu posso entrar, sou a irmã da vítima! — a morena discutia com uma das enfermeiras do lado de fora. Adentrou o quarto sem cerimônia chamando a atenção dos dois irmãos.
Quando viu a irmã mais nova dormindo na maca e com um soro ligado a sua veia, ela entrou em pânico, mas ao mesmo tempo seu sangue ferveu de ódio pelo homem que tinha a atropelado. Depois da morte dos seus pais Nina se sentia responsável por S/N, prometeu para si mesma que ia cuidar e proteger-la de tudo.
— Me desculpe doutor, mas essa garota chegou no hospital fazendo um escândalo. — disse a enfermeira parada na porta.
Já vi que "escândalo" é coisa de família. — pensou Baekhyun.
Suho— Está tudo bem, pode se retirar. — ela fez uma reverência e se retirou fechando a porta.
Nina— Foi você quem atropelou a minha irmã?! — perguntou estranhando a presença de Baekhyun no quarto. Naquele momento ele não era o seu chefe.
Baekhyun— Ela quem estava andando no meio da rua.
Nina— Então agora você está culpando a minha irmã pelo acidente que você causou?! — cruzou os braços se exaltando com aquele homem.
Suho— Não é hora de brigas. — diz o que fez Nina prestar mais atenção no doutor. Só agora percebeu que ele era muito bonito aos seus olhos.
Baekhyun— Eu vou pagar o custo de todos os cuidados que S/N está recebendo. — se levantou voltando a ter a atenção de Nina que tinha gostado da sua atitude de pagar o preço do hospital.
Suho— Ela está acordando. — avisou e todos agora olhavam para a garota na maca que abria os olhos com dificuldade.
S/N estava confusa por ter acordado e visto um Baekhyun mau humorado, uma Nina preocupada e um Suho que analisava qualquer movimento seu.
S/N— O que aconteceu?
Suho— Não se lembra de nada? — se aproximou mais da garota com receio de que o acidente tivesse afetado a sua memória.
S/N pensou por um breve momento e suas bochechas coraram quando se lembrou de tudo.
Baekhyun prestou atenção nela naquele momento. Estranhou o seu constrangimento pois ela se mostrava confiante e orgulhosa desde que se conheceram. Ele teve um pouco de interesse na jovem que tinha um carisma e jeito único de falar com todos, principalmente quando estava em uma discussão, mas lá no fundo tem uma garota tímida que nunca amou e nem nunca foi amada por um homem.
Nina— S/N, tenha educação e agradeça ao senhor Byun pelo o que está fazendo.
S/N— O que? Ele me atropela e eu tenho que agradecer? E se eu tivesse morrido? Você ia agradecer a ele por ter me matado?
Nina— S/N! — repreendeu a irmã, ela teve que engolir o seu orgulho.
S/N— Obrigada. — odiou ter dado o gosto da vitória para Baekhyun, ele nem fazia questão daquilo mas gostou de ver a orgulhosa sem sua postura de superioridade—, obrigada por estar pagando todos os meus cuidados, chifrudo... quero dizer, senhor Byun. — sorriu sinicamente.
Baekhyun não disse nada, apenas se virou e saiu daquele quarto. Já tinha pagado tudo, não precisava ficar aturando a garota por mais nenhum minuto.
"chifrudo". Essa garota é maluca! — pensou Baekhyun.
Ele não queria se meter com garotas assim, orgulhosas. Gostava das mansas, que se entregavam a ele facilmente, até porque ele só usa as mulheres para se satisfazer, sempre foi assim, não faria sentido insistir em alguém que não quer nem ao menos ter uma noite prazerosa ao seu lado, mas S/N tinha um dom de ser uma garota difícil de ser esquecida porque, às vezes, parecia ser apenas uma menina tímida, mas outras vezes parecia com uma mulher cheia de atitude. O seu dom que foi o começo de tudo. De repente, Baekhyun simplesmente não parava de pensar naquela garota.
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