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História Letters and Honey - Lemony Snicket.


Escrita por: bunnykook

Notas do Autor


Eu fiquei MUITO feliz com todos os comentários do capítulo passado, mesmo que alguns estivessem confusos e bravos com o Jimin ou com o Jeongguk ahufhuasf então esse capítulo vem mais como uma explicação pra TUDO mesmo, espero que gostem <3

E muito obrigada mesmo por estarem acompanhando e comentando sempre <3 <3 <3

Capítulo 8 - Lemony Snicket.


Fanfic / Fanfiction Letters and Honey - Lemony Snicket.

 

No dia seguinte já sabia que encontraria mensagens de Jimin em seu celular então não foi uma surpresa. Ignorou todas elas, tinha uma sessão de fotos aquele dia e não podia cancelar. Não podia voltar ao que era antes.

Porém, diferente de antigamente, precisava colocar pra fora, então chamou Taehyung para um almoço quando acabasse as fotos.

O Kim tinha aquele dia de folga, e foi assim que acabaram no chão da sala de Taehyung, o almoço dos amigos sendo uma pizza gigante.

— Então ele é o Honey Pie?! — Taehyung perguntou incrédulo, vendo Jeongguk assentir.

— Eu sei. Ele mudou muito, não é?

— Muito ainda é pouco. Ele nem parece a mesma pessoa. Por que você acha que ele não te contou antes?

— Eu não sei, Tae. Talvez ele achasse que eu iria ficar com ele só por isso? Eu realmente não sei. — Suspirou, mordendo mais um pedaço da pizza. — Mas essa nem foi esse o maior motivo de eu ter terminado.

— Então o que foi?

— Eu vi umas mensagens no celular dele. Eu sei, eu sei que não deveria, foi uma invasão de privacidade e eu agi como um idiota mas, ugh, foi mais forte que eu. E eu me senti tão mal porque eu vi como estava tirando a liberdade dele. Tinha várias mensagens, de amigos, de colegas do trabalho, do Nam e do Hobi, todas elas chamando ele pra sair e se divertir, e você sabe que sendo médico ele é muito ocupado, e saber que eu estava tirando todo o lazer dele me machucou. Doeu muito. Ele não tem responsabilidade nenhuma comigo ou com o Simba, e eu me iludi por um tempo achando que sim. Achando que podíamos ser a família perfeita, mas em momento algum eu pensei nele, em como isso afetaria ele. Eu nem pensei se um dia ele ao menos cogitou ser pai ou cuidar de uma criança. Eu estava sendo egoísta.

— Ya, não diga isso. — O Kim balançou a cabeça. — Você nunca foi egoísta, Gukkie. O Jimin parece gostar de você de verdade, e em momento algum você pediu pra ele fazer qualquer coisa. Tudo que ele fez foi porque quis, e você sabe disso.

— Mas e se- Tae, e se eu arruinar ele como fiz com o Junsu?

Aquilo fez Taehyung franzir o cenho.

— Do que está falando, Jeongguk? Foi o Junsu quem arruinou tudo.

— Mas ele era bom no começo, se lembra? — O Jeon engoliu a seco, os olhos alternando de direção o tempo todo. — Todo mundo gostava dele, ele era bom, Tae, então só pode ter sido eu. Só pode ter sido eu a arruinar ele. Só pode ter sido eu a fazer ele agir daquela forma e—

— Meu Deus, cala a boca, Jeongguk. — Taehyung grunhiu, quase como se ouvir aquilo doesse seus ouvidos. — Cala a boca, por favor, porque eu nunca bati em alguém grávido, mas você tá’ precisando de um tapa de realidade.

Jeongguk mordeu o lábio, sentindo as lágrimas se formarem nos cantos de seus olhos.

— Eu não quero arruinar ele, Tae. — Soluçou, e o Kim não pôde fazer muito a não ser puxar o amigo para seus braços. — Ele é tão bom, ele é meu Honey Pie.

— Eu sei, eu sei. — Taehyung murmurou contra os fios do outro, alisando seu braço.

 

 

Já era tarde quando Jeongguk finalmente deixou a casa do amigo. Taehyung se ofereceu para leva-lo até em casa, mas o Jeon recusou, dizendo que precisava ficar sozinho, e embora o mais velho soubesse que não era uma boa ideia, também sabia que Jeongguk daria um jeito de lhe dar um perdido no meio da rua, então apenas disse ao amigo que lhe mandasse uma mensagem quando chegasse em casa.

Jeongguk se sentia confortável em seu moletom duas vezes maior que seu corpo, mas que agora parecia caber um pouco mais perfeitamente, devido a vida que carregava na barriga. Não estava sozinho, tinha Simba consigo em seu caminho até em casa, e também tinha Everytime do Boy Pablo tocando em seu ouvido, o que, em um momento, não pareceu tão inteligente, já que em seu caminho só conseguia se lembrar de tempos mais simples, mas que agora pareciam tão distantes e complicados.

As you can see she hasn't met him yet (Como você pode ver, ela ainda não o conheceu)

She already fell in love I bet (Ela já se apaixonou, aposto)

Se lembrou da primeira vez que viu Honey Pie. Ou Jimin, já que agora sabia seu nome. Se lembrou de como seu coração acelerou algumas batidas e de como nunca havia sentido o rosto queimar tanto de vergonha como naquele dia, o que, claro, nem fazia sentido, já que o Park não havia sequer olhado em sua direção, dando ao Jeon mais tempo de observá-lo. Lembrava de se sentir um stalker sem vida, mas os lábios grandes do Park eram tão convidativos, e no começo ele não tinha os cabelos de fogo, eram pretos, de cor natural, e ainda assim pareciam carregar um brilho próprio.

Her keyboard gets slammed by her fingers (Seu teclado é golpeado pelos dedos dela)

But he replies with ok everytime, everytime (Mas ele responde com um ok todas as vezes, todas as vezes)

E também se lembrou de quando o cabelo vermelho finalmente fez sua aparição. Se lembrou de ver os amigos de Jimin rindo e fazendo algumas piadas da cor tão chamativa, enquanto passava perto de sua mesa no refeitório. Se lembrou de comentar com Taehyung o quanto aquilo era idiota e só pareciam invejosos porque Honey Pie podia ficar bem até se raspasse o cabelo e as sobrancelhas. Se lembrou do olhar cansado do amigo, completamente desinteressado no assunto.

She doesn't know who he is (Ela não sabe quem ele é)

No, she doesn't know what he's up to (Não, ela não sabe o que ele está fazendo)

She doesn't know who he is (Ela não sabe quem ele é)

Lembrava-se também da primeira vez que Jimin o fez rir, mesmo sem saber. Nunca haviam trocado uma sequer palavra naquele tempo, mas Jeongguk sempre sorria de canto quando passava pelo mais velho, gostando de como Honey Pie sempre arrumava os óculos ao lhe ver, como se quisesse o enxergar melhor.

Mas foi numa quarta-feira, quando o Jeon fazia seu caminho até o banheiro, que viu Honey Pie vindo na direção oposta. Novamente não disseram nada, mas daquela vez sustentaram o olhar ao passar um pelo outro, ao ponto de continuarem a andar enquanto olhavam para trás, o que não era algo muito seguro, sabiam, mas ninguém queria ser o primeiro a se virar. Bem, Honey Pie foi foçado quando esbarrou em uma lata de lixo, quase o levando direto ao chão.

Jeongguk não pôde evitar a risadinha que lhe subiu a garganta, pela primeira vez tendo a coragem de dizer algo.

— Você está bem? — Gritou, vendo Honey Pie o olhar com olhos arregalados e bochechas coradas.

— E-Estou. — O outro respondeu, soltando uma risada sem graça. — Só estava tendo certeza que você chegaria com segurança a, bem, qualquer lugar que você esteja indo.

O Jeon riu de novo, assentindo.

— Bom, talvez eu quem deva ter certeza que você não vai se enfiar em latas de lixo por aí.

— Não se preocupe, é um hobby. — Honey Pie brincou de volta e Jeongguk balançou a cabeça, finalmente seguindo seu caminho.

 

Até sua voz havia mudado, mas Jeongguk se sentia estúpido por não ter percebido mais cedo. O quão idiota podia ser? O amor de sua vida estava ao seu lado todo aquele tempo e nem havia notado.

She doesn't know who he is (Ela não sabe quem ele é)

No, she doesn't know what he's up to (Não, ela não sabe o que ele está fazendo)

Her heart gets broken everytime, everytime (Seu coração é quebrado todas as vezes, todas as vezes)

 

Mas agora, quando realmente pensava sobre isso, talvez Honey Pie nunca tivesse sido o amor de sua vida. Talvez nem tivesse chegado a amá-lo de verdade, afinal, nem o conhecia, nunca haviam trocado mais do que algumas piadas. Teve sim um carinho grande por ele, e como não teria? Ficou obcecado com o garoto por muito tempo, se agarrando as cartas que recebia e as lendo e relendo tantas vezes que sabia cada uma de cabeça.

Mas, ainda assim, podia mesmo amar alguém que não conhecia?

Não sabia.

Mas de uma coisa tinha certeza, estava completamente apaixonado por Park Jimin.

 

-x-

 

Já fazia uma semana desde a última vez que Jimin viu Jeongguk. Tentou ligar e mandar mensagens, até apareceu no apartamento do mais novo, mas este nunca estava em casa, ou pelo menos sabia disfarçar muito bem. Hoseok lhe disse que talvez devia dar um tempo ao mais novo, afinal, o Jeon estava grávido e não devia ficar se estressando.

Jimin tentou não se sentir ofendido ao reparar que o estresse na verdade era ele.

Mas o que podia fazer então? Apenas esperar, ao que parecia.

 

Havia acabado de atender uma paciente quando sentiu o celular tremer e rapidamente o pegou, franzindo o cenho ao ver o nome de Namjoon na tela.

— Alô?

— Ei, está livre hoje a noite? — O mais velho perguntou.

— Uh, sim, eu saio em meia hora.

— Ótimo. Precisamos conversar. Pode me encontrar no bar perto do escritório?

— Claro. Te vejo mais tarde, hyung.

Seria mentira dizer que não estava confuso com aquele telefonema. Não que não fosse normal para si sair com Namjoon, afinal, era seu melhor amigo há tantos anos. O problema é que o Kim nunca o ligava, sempre mandava mensagem ou simplesmente aparecia no hospital. Sabia que Namjoon não era muito fã de telefones, principalmente porque passava quase o dia todo neles, por causa do trabalho.

Então provavelmente era importante o que quer que o mais velho tivesse pra falar.

 

Assim que entrou no bar já avistou Namjoon de costas para si no balcão, então andou até o mesmo e tocou seu ombro, vendo o amigo se virar com um meio sorriso.

— Ei, está tudo bem? Você parecia sério no telefone. — Já chegou logo dizendo.

— Ei. — O mais velho sorriu, dando dois tapinhas no peito do Park. — Está sim, só achei que a gente precisava bater um papo.

Jimin deu de ombros, sentando-se no banco do lado e pedindo apenas um suco, já que estava dirigindo.

— Você vai embora de táxi? — Perguntou, e Namjoon negou.

— Jin vai vim me buscar quando sair do trabalho, ele fica aqui perto. — Disse, bebendo mais um gole de seu whiskey. — Eu vou ser direto, Jimin. Hoseok me contou sobre o que rolou entre você e o Jeongguk. Por que você não me disse antes?

O Park mordeu o lábio com aquilo. Não tinha mesmo planejado contar ao mais velho e não sabia direito o porquê. Talvez porque já doía demais sem ter Namjoon enfiando o dedo em sua ferida como desconfiava que o mesmo faria. Ou talvez porque esperava que não tivesse nada o que contar e que logo Jeongguk voltaria para seus braços.

— Ah, hyung, eu estou tentando não pensar muito sobre isso. — Disse. — Ainda estou meio confuso com tudo. Ele descobriu que eu era o Honey Pie, mas não pareceu ter ficado bravo com isso, sabe?

— É claro que ele não está bravo com isso. — Namjoon suspirou. — Ele te disse o porquê de termos nos aproximado?

— É, no dia do chá de bebê. Ele me contou que você ajudou ele no tribunal contra o ex namorado.

— Isso é tudo o que ele te disse?

— Bom, ele também me contou o que levou a isso. Falou sobre a briga deles antes de finalmente chutar o desgraçado pra fora da vida dele.

O Kim soltou uma risada nasalada.

— Foi um pouco mais do que isso. — Disse. — Quando o Jeongguk me ligou naquela madrugada ele parecia mesmo apavorado. Eu e o Junghyun já havíamos conversado com ele sobre o Junsu, a gente fez de tudo pra ele abrir os olhos e largar aquele idiota. Mas Jeongguk sempre achou que podia fazer ele voltar a ser o que era antes. O problema é que Junsu nunca foi ‘’como antes’’. Ele sempre foi um idiota, só sabia disfarçar bem. Mas o Jeongguk achava que a culpa era dele, que ele havia tornado o Junsu da forma como ele era. Ele não o amava realmente, mas gostava bastante dele, provavelmente porque ficaram muito tempo juntos, ou porque ele criou uma ilusão de quem o Junsu era.

Namjoon soltou outra risada, fazendo Jimin franzir o cenho.

— O que foi? — Perguntou curioso.

— Sabe o que é engraçado? Na mesma época em que Jeongguk me ligou, você havia me mandado uma mensagem sobre o que Junseok havia feito. Eu me lembro de ter pensado Wow, eu sou o único com relacionamentos saudáveis? — Riu, antes de balançar a cabeça. — Eu estava pensando sobre isso antes de vir pra cá. Pensando que eu devia te explicar o porquê de eu ser tão contra isso tudo. Mas eu percebi que, enquanto eu pensava, eu não conseguia achar um motivo. Eu acho que estava tentando proteger vocês dois, mas não sabia como fazer isso. Eu não queria que Jeongguk achasse que precisava tentar demais de novo e se doasse até a última gota de sangue, e eu não queria que você entrasse em outro relacionamento achando que não era o bastante porque, Jimin, se você não se sente suficiente para si mesmo, você nunca vai ser suficiente pra outra pessoa.

O Park voltou o olhar para o copo com água a sua frente, um pouco tonto com toda aquela informação.

— Mas a coisa é que — Namjoon continuou. — Eu me esqueci de um detalhe importante, vocês dois são provavelmente as melhores pessoas que eu já conheci em toda minha vida, então como algo de ruim pode sair disso? E, quer saber? Eu acho que já saiu.

Jimin o encarou novamente, com uma expressão confusa.

— Simba. — O amigo explicou. — O Simba saiu disso.

— Mas eu não sou o pai dele. — Jimin murmurou, e só então percebeu como essas palavras pareciam amargas em sua boca.

— Não é? E o que é um pai exatamente? Não é alguém que cuida e se preocupa? Não é alguém que sempre vai estar lá, que quer estar lá? Você não quer estar?

— É a única coisa que eu quero agora.

— Então você é um leãozão também. — Namjoon riu, sendo seguido pelo mais novo.

— Obrigado, hyung. — Disse, apertando o ombro do maior. — O problema é que eu não sei se Jeongguk me quer lá.

— É claro que ele quer. Ele fala de você como se você colocasse todas as estrelas no céu dele, Jimin. Eu conheço aquele garoto desde muito tempo e nunca vi ele falando de algo com tanta animação como quando o assunto é você ou o Simba. E, honestamente, estar no patamar do Simba é algo incrível, não acha?

— É. É incrível. — Disse num suspiro.

 

-x-

 

O peso da câmera em suas mãos mais parecia o de um concreto. Fazia tempo desde que Jeongguk não se sentia tão responsável por algo. Embora amasse seu trabalho, estava tão acostumado e acomodado com tudo o que fazia que para ele era fácil como um estalar dedos.

Mas ultimamente precisava tirar de sua cabeça os pensamentos ruins, e levar a seu coração um pouco de alivio. A falta que sentiu de Jimin nessas três semanas era algo que nunca pensou em sentir antes, mas sua vontade de querer que o mais velho fosse feliz e livre também era algo que pesava demais em seus ombros.

Sabia que Jimin gostava de si. Até esperava que talvez fosse amor. Embora uma parte sua implorava para que não fosse. Não queria machucar o mais velho, não queria que Jimin lembrasse de si como alguém que o quebrou.

Suspirou, abaixando a câmera.

— Ei, tudo bem? — Yoongi colocou a mão em seu ombro, e o Jeon se virou com um sorriso.

— Fantástico. — Disse. — Ainda dá tempo de fazer mais algumas hoje, não é?

— Uh, sim. Mas a gente pode fazer o resto, Gukkie. Que tal você ir pra casa descansar?

— Eu estou bem, hyung, sério. — Bufou, sentindo um chute de Simba. — Aish, você também?

— Eu sei que esse projeto é importante pra você, Gukks. Mas você tem trabalhado nisso como um louco. Você precisa descansar um pouco, e eu sei que gravidez não é doença, e eu sei que você odeia ficar de repouso, mas eu não estou sugerindo isso. — O mais velho mordeu o lábio. — Estou sugerindo que faça algo que goste. Com alguém que goste.

Aquilo fez o Jeon revirar os olhos.

— Eu não vou falar com ele, hyung.

— Não vejo razão para não falar.

— Não começa com isso de novo, por favor, Yoongi.

— Eu nem terminei pra começar de novo. — O mais velho deu de ombros. — E pra onde foi o hyung? Porque é isso que eu sou, Gukkie, eu sou seu hyung e estou aqui pra dizer quando você está agindo como um idiota.

— Eu estou agindo como um idiota? — Soltou uma risada amarga. — Jimin não pediu pra que eu entrasse no hospital onde ele trabalha, grávido, ok? Ele não pediu pra ser pai de uma criança que nem é dele. Ele não tem responsabilidade nenhuma com isso, e não sou eu quem vou impor isso a ele!

— Você se escuta? — Yoongi franziu o cenho. — Do que merda você tá’ falando, Jeongguk? O Jimin faz de tudo por você e o bebê, ele é completamente apaixonado por vocês! Ele não está fazendo isso porque acha que tem responsabilidade nessa situação, e sim porque ele quer ter.

Jeongguk balançou a cabeça, virando-se até onde suas coisas estavam e guardando sua câmera na mochila.

— O que está fazendo?

— Vou embora, não era isso que você estava me dizendo pra fazer? Tô’ indo pra casa. — Resmungou, pegando a bolsa e passando por Yoongi até o carro.

 

 

O caminho até em casa não era tão longo, o que era tanto uma benção quanto uma maldição. Primeiro porque queria logo chegar em seu cantinho e não ter que olhar para a cara de ninguém. E a segunda coisa era exatamente o mesmo que a primeira.

Sua casa era vazia pra caralho.

Suspirou, subindo as escadas e pegando o notebook. Aproveitaria para editar algumas fotos do dia anterior que ainda não havia terminado, e assim que abriu a pasta, um sorriso apareceu em seu rosto.

Aquele projeto era tão importante para si, e se sentia feliz por estar sendo tão importante para quem participava também.

Não gostava de dizer que eram vítimas de violência doméstica, eram mais como sobreviventes, soldados. Assim como ele. Não eram frágeis, eram mais forte do que podiam imaginar, e aquilo fascinava Jeongguk. Queria mostrar a todas aquelas pessoas o quão bonitas, importantes e especiais eram. Queria mostrar ao mundo que não eram menos por terem passado por situações tão horríveis.

Não. Eram mais. Muito mais, por terem sobrevivido a tudo aquilo e ainda estarem de pé.

Aquilo era mais do que só um projeto, era uma das melhores experiências de vida que tivera. Todas as fotos e vídeos que faziam, todos os posts que recebiam comentários lindos e pessoas que se ofereciam para participar e ajudar.

Se sentia ótimo por fazer parte de algo bom. Algo grande. Algo que, mesmo tão simples, estava ajudando tantas pessoas a se encontrarem novamente.

As histórias de cada uma daquelas pessoas eram definitivamente algo a ser contado, mas o depois daquelas histórias eram ainda mais importantes, e Jeongguk achava que o brilho em seus olhos ao ver cada um daqueles sobreviventes era algo que nunca se apagaria.

Ele estava orgulhoso, se sentia um pouco mais em paz ao saber que ainda existiam pessoas boas no mundo. Pessoas que ainda podiam fazer a diferença.

Ele também queria ser uma delas.

Com aquele pensamento na cabeça sorriu, passando a mão pela barriga redonda.

— Você é minha primeira diferença. — Murmurou.

 

Mais tarde, depois de fazer seu ritual diário depois do banho – consistindo em passar creme na barriga e conversar com Simba enquanto o fazia –, resolveu assistir algum filme para relaxar antes de dormir.

Em sua barriga tinha uma bacia grande de pipoca equilibrada, e já estando com oito meses, aquilo o impediria de ver a televisão, se a mesma não fosse num lugar mais alto. O problema é que havia a ligado antes de deixar, e o controle estava na mesinha ao lado, e Jeongguk não conseguia esticar o braço o suficiente para pegá-lo.

— Mas que absurdo. — Murmurou. — Ok, então acho que vou ter que assistir Guerra Civil de novo.

Suspirou, enfiando mais pipoca na boca enquanto prestava atenção no filme. Porém, assim que o Capitão América entrou em cena, balançou a cabeça.

— Não. — Disse, voltando a esticar o braço.

E então finalmente conseguiu o pegar, mas não sem antes derrubar o livro onde o mesmo estava em cima.

— Aish, isso só pode ser algum tipo de karma. — Murmurou, tirando a bacia da barriga e saindo da cama para pegar o livro caído.

Revirou os olhos ao ver que alguns papéis que estavam ali dentro haviam caído também, e foi só quando ajoelhou-se para pegá-los que percebeu do que se tratava. Olhou para o livro novamente, ‘’The Beatrice Letters’.

Os papéis eram alguns bilhetes de Honey Pie que havia deixado ali.

Não, não Honey Pie. Jimin.

Deu-se por vencido então, sentando-se com as pernas esticadas e encostado na cama. Pegou um dos bilhetes, o abrindo e franzindo o cenho. Aquele ali não se lembrava de ter lido recentemente.

Sentiu um comichão no peito, uma ansiedade de algo novo. Embora não fosse tão novo assim, já que havia as recebido há muito tempo.

‘’Eu vou te amar mesmo se você não casar comigo. Eu vou te amar mesmo que você case com outra pessoa... E eu vou te amar se você tiver um filho, e eu vou te amar mesmo que você tiver dois filhos, ou três, ou ainda mais. E eu vou te amar se você nunca se casar também, ou nunca tiver filhos, e passar seus anos desejando que tivesse se casado comigo, e eu preciso dizer que a noite, em dias frios, eu prefiro muito mais esse cenário do que qualquer outro que já mencionei.

- Lemony Snicket’’

 

Engoliu a seco ao terminar de ler, jogando a cabeça para trás e soltando um suspiro.

— Você deve estar contente agora, então. — Murmurou para o nada.

 


Notas Finais


Então, o que acharam? Foi meio paradinho esse capítulo né? Mas a fic já ta perto de acabar :( Então espero que tenham aproveitado esse aqui hihi

<3


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