História Letters For You - Capítulo Vinte e Um

{Baekhyun}

“Nada se cria sem um sonho. E nenhum sonho se realiza se não acredita nele.”

—Eu vou ir ajudar o Ji Hoo. —disse e o Chanyeol concordou. Ele estava terminando de assinar os papeis necessários.

A felicidade que eu estava sentindo era sem igual, nunca imaginei que isso aconteceria. Que no meu último ano escolar – que era para ser como todos os outros – eu acabaria me apaixonando e adotando um garotinho. Se contasse ao Byun Baekhyun de meses atrás, que tudo isto aconteceria, ele não acreditaria. Mas eu acho que todos merecem uma família, então, talvez ele pudesse acreditar que finalmente conseguiria o que queria. Pois, veja bem, somos todos iguais e eu não tenho algo especial que ninguém mais tem, a vida é assim, ela nos reserva uma história que pode ser apenas alegria, ou pode ser regular com felicidade e tristeza. E os erros fazem parte disso, ninguém consegue viver certo, todos cometem erros, mas eles podem ser insignificantes ou graves. Muitas pessoas já erraram comigo, assim como eu já errei, e a minha escolha foi perdoar. Quem diria que Kris Wu, se apaixonaria de verdade, e ainda mais por alguém que só quis se vingar? E o Kyungsoo que escondia uma paixão secreta pelo Jongin? E quem diria que o Luhan e o Sehun iriam começar a namorar? Ta bom, esse todo sabia. Mas muitas coisas podem acontecer e você apenas tem que decidir as suas escolhas.

—BAEKHYUN! —quando cheguei no quarto vi o menor gritar e vir correndo até mim.

—O que foi? — me abaixei e ele me abraçou.

—Eu vou ser adotado! —me olhou com uma expressão triste. —Você chegou muito tarde! —me deu um soquinho fraco na perna.

—Aish, serio? —fingi decepção, mas por dentro eu estava rindo. Sou muito mal?

—Serio, eu não quero ir! Quero ser adotado por você e pelo dumbo. —cruzou os braços.

—Ji, mas vamos pelo menos ver quem é essa família que quer te adotar, okay? —baguncei seu cabelo.

—Okay, mas só vamos ver e depois você vai dizer que teve um mal entendido e eu já estou adotado. —assenti.

—Vai ficar tudo bem. —sorri e peguei na mão dele. Fomos caminhando assim, até chegarmos na sala do appa do Junmyeon. —O Ji Hoo queria conhecer a família que vai adotá-lo. 

—Você disse que só iríamos ver, depois... —o garoto parou de falar ao ver o Chanyeol o olhando sorrindo.

—Oi, Ji Hoo! —o pequeno correu até o maior e o abraçou.

—Dumbo idiota! —ele disse com a voz falha. 

—Eu preferia appa ou até mesmo Park maravilhoso Chanyeol, mas dumbo idiota está de bom tamanho. —riu e eu não consegui conter o riso.

—Eu... Vou ir hoje? —perguntou me olhando com os olhinhos brilhando.

—Sim, agora vamos terminar de arrumar as suas coisas? Ou você ainda quer que eu diga que foi um mal entendido? —ele negou com a cabeça.

—Que mal entendido? Nem sei do que você está falando! —disse rindo.

—Quem chegar por último vai ter que fazer aegyo! —o Chanyeol disse e saiu correndo.

—Trouxa! —fiz bico.

—Baek, acho que você vai ter que fazer aegyo! —o Ji Hoo disse saindo correndo. To ferrado! 

E assim sai correndo atrás dos dois.

×××

O Junmyeon demorou quase duas horas só para se despedir do Ji Hoo, ele ficou falando para o mesmo vim o visitar e acabamos combinando de passar o natal no orfanato. O Suho faria uma festa e disse para chamarmos os garotos, claro que nós aceitamos. A coisa mais difícil de se fazer foi convencer a minha omma a deixar eu morar com o Chanyeol, mentira, isso foi fácil! Ela nem hesitou, apenas me mandou ir logo. No caminho para a casa do poste, mandei mensagem para os garotos e combinamos deles irem lá mais tarde. Quando o carro parou e descemos do mesmo, não só eu estava nervoso, o pequeno estava no mesmo estado. Já o dono, entrou sem fazer cerimônia e chamou a sua omma que apareceu rapidamente e com um sorriso no rosto. Primeiro ela me abraçou, não qualquer abraço, mas um forte, era a coisa que eu sempre quis que a minha mãe fizesse.

—Bem vindo à casa, Baekhyun. —sorriu e deu um beijo na minha testa. Seu olhar se desviou para a pequena figura que estava atrás de mim. —Olá, você deve ser o Ji Hoo. —se abaixou para ficar da altura dele.

—Olá, e você deve ser a omma do Chanyeol. —disse tombando a cabeça, mas logo foi surpreendido por um abraço.

—Você vai passar bastante tempo comigo, até esses dois acabarem o mês que resta de aula. —sorriu e bagunçou o cabelo do menor.

—Ele chegou? —a garota que eu tinha visto aquele dia apareceu na escada –a irmã do poste –. O Chanyeol me contara que o seu nome era Yoora.

—Sim, só não amassa ele, Yoora. —o maior disse rindo e a outra apenas mostrou a língua.

—QUE FOFO! —gritou assim que viu o Ji Hoo e correu o abraçar. —Da vontade de guardar em um potinho! 

—Obrigado. —ele disse com dificuldade por ela estar apertando as suas bochechas.

—Tu vai acabar matando ele. —eu disse rindo.

—Shiu! É o meu momento de ser tia! —e voltou a apertar o mais novo.

O Ji Hoo passou a tarde jogando com a irmã do Chanyeol, enquanto nós dois e a sua omma arrumavamos os quartos. Devo admitir que elas eram realmente legais, e aproveitando o momento, fiquei sabendo de muitas histórias do poste, além da mais velha me agradecer novamente por ter ajudado o Park, quando ela não sabia de seus problemas. Depois de arrumar tudo, a ajudei a cozinhar – quase queimei a cozinha – e quando a refeição já estava pronta, comi bastante... Agora estávamos brincando com o menor e eu realmente não pensei que essa seria a sensação de ser pai. Eu estava tão feliz, apenas de ver o sorriso dos dois enquanto tentavam me achar pela casa. As risadas deles invadiam o meu ouvido e pareciam ser músicas, das quais eu nunca me cansaria de ouvir, era impossível tirar o sorriso que preenchia o meu rosto. Nós dois assumimos essa responsabilidade de sermos pais, e se me perguntassem se eu gostaria de voltar ao passado e não ter me envolvido com o Kris, a minha resposta seria não. O rumo que a minha vida tomou foi um dos melhores que eu jamais consegui imaginar, antes surpresas não eram comigo, mas agora isso se tornou algo bom.

—Te achamos! —a voz rouca do Chanyeol invadiu o guarda- roupa que teve sua porta aberta.

—Aishi! Chato! —fiz bico e ele riu, colando nossos lábios.

—Perto de mim não! —o menor disse. —Brincadeira, eu já tive que aguentar os corações partidos de vocês, então um beijo não é grande coisa. 

—Desculpa ai, Senhor Já Vi Corações Partidos. —mostrei a língua para ele.

—Desculpa ai, Senhor Um Metro de Altura! —o menor retribuiu a língua.

—Quando eu estava na China, era assim também? —o Chany perguntou rindo.

—Sim, é muito amor envolvido! —abracei o menor.

—To ficando com ciumes. —o poste disse fazendo uma expressão seria.

—Nós também te amamos! —o Ji Hoo disse e eu puxei o outro para o abraço. —Somos uma família feliz. 

—Qualquer família seria feliz, se tivesse eu. —começamos a rir.

—Não estraga o momento, Chanyeol! —dei um tapa fraco na cabeça dele.

—Eu não estraguei! —reclamou e ai ouvimos o Ji Hoo bocejar. —Está com sono? —ele assentiu.

—Vem, vamos te colocar para dormir. —me senti feliz em dizer essa frase.

—Não precisam agir como se eu fosse um bebê. —ele disse rindo, enquanto entrava em seu quarto.

—Não estávamos agindo assim. —mostrei a língua.

—Quem mostra a língua pede beijo. —disse e deitou na cama, se cobrindo. 

—Fique sossegado, que depois eu dou. —o Chany disse e deu um beijo na testa do outro.

—Boa noite, Ji! —imitei o ato. —Tenha bons sonhos e não ligue para o que ele fala! —o menor riu.

—Boa noite, appas! —sorriu e virou de lado.

—Somos ótimos pais. —eu disse assim que saímos de seu quarto.

—Somos pais à um dia. —o poste disse rindo. Quando descemos até a sala, ele me puxou para sentar em seu colo.

—Mesmo assim, com um dia já da para saber se vamos ser ótimos pais ou não. —passei meus braços em volta de seu pescoço.

—É, vamos nos dar bem! —sorriu e colou nossos lábios. Antes de aprofundarmos o toque, a campainha tocou.

—Eu vou matar se for vocês! —eu disse abrindo a porta e revelando os nossos amigos. —Se considerem mortos!

—Olá, para você também, Byun Baekhyun. —o LuHan disse entrando e os outros repetiram o ato.

—Olá, desgraças! —eu disse voltando a me sentar, só que agora ao lado do Park.

—Atrapalhamos algo? —o Minseok perguntou com um sorriso malicioso.

—Não é da sua conta. —pisquei e o mesmo abriu a boca para falar algo, mas foi interrompido.

—Temos uma novidade! —o Tao praticamente gritou. —Já que vocês não foram ao colégio, não sabem ainda.

—O que foi, Taozinho? —o Chanyeol perguntou curioso.

—Ele e o Kris, deixaram de cu doce e voltaram. —o Sehun disse.

—Assim como você e o Luhan eram, os únicos que não foram cu doce, foi eu e o Kai. —o Kyungsoo disse.

—Na verdade, todos já sabiam que vocês dois iriam ficar juntos. —o Chanyeol passou os braços em volta da minha cintura.

—Mente para o mentiroso. —o Jongin disse e mostrou a língua.

—De acordo com o Ji Hoo, quem mostra a língua quer beijo. —eu contei e dei um sorriso malicioso.

—Vocês estão tirando a inocência do garoto. —joguei uma almofada no Kris.

—Eu acho que ele nem tem mais. —o Luhan me olhou maldoso. Esse chinês vai morrer hoje!

—Mudando de assunto, como vai o seu relacionamento, Jongin? —perguntei.

—Nossa, você nem se importou com a minha notícia. —o Tao fez uma carinha triste.

—Desculpe, panda! —o abracei.

—Acho que o Baek, está sendo falso! —olhei para o poste e o mesmo sussurrou um “desculpa”.

—Nosso relacionamento está indo bem, só meu appa que ainda é contra, mas ele não pode fazer nada. —disse meio decepcionado. Ele já tinha contado tudo sobre a história da Krystal.

—E se tentar, o Soo faz alguma macumba. —o Sehun disse, fazendo o citado jogar uma almofada em sua cara.

—Isso vai virar guerra de almofada? —o Minseok perguntou pegando uma almofada.

—Sinto muito, mas tem pessoas dormindo. —avisei. —Ah, querem saber o motivo de não termos ido no colégio? —assentiram.

—Nos sigam! —nós dois levantamos e fomos até a porta do quarto do Ji.

—Não façam barulho. —eu disse e abri a porta, mostrando o garoto dormindo.

Olhei para os nossos amigos e eles estavam com a boca aberta fazendo um perfeito “O”. Depois de alguns minutos, voltamos para a sala.

—Parabéns ao casal! —eles falaram.

—Baekhyun sendo appa, quem diria. —o Minseok disse. —Espera ai! Vocês cumpriram a aposta ontem? —deu um sorriso malicioso.

—N-Nós? —senti meu rosto esquentar. —Por que, o Jongdae não veio? —tentei mudar de assunto.

—Está trabalhando, agora me responda. —todos estavam olhando curiosos para nós.

—Estamos ferrados! —o Chanyeol sussurrou, o mesmo estava vermelho.

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