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História Letters To - Kiss it better


Escrita por: indiesx

Capítulo 17 - Kiss it better


-- Precisamos conversar. 


-- Maya... - Digo surpresa com a sua visita.


-- Posso entrar? - Ela pergunta ainda parada na porta me encarando.


-- P-pode. - Me afasto dando passagem pra ela.


O que ela estava fazendo ali?


-- Os seus pais estão? 


-- Não, eles ainda não chegaram. - Fecho a porta caminhando até a sala me sentando no sofá, nervosa.


-- Certo, eu não vou demorar, de qualquer forma. - Cruza os braços voltando a me fitar.


Balanço a cabeça sem saber o que dizer e ela respira fundo suavizando a expressão.


-- Olha... - Morde os lábios por alguns segundos como se estivesse pensando no que dizer - Eu sei que não tenho direito de exigir nada mas... - Suspira - Achei que estávamos bem. O que aconteceu? Hoje você passou o dia inteiro fugindo de mim e não responde as minhas mensagens desde ontem à noite.


-- Eu nã-... - Tento discordar mas ela me corta.


-- Vai mesmo negar? Riley, você praticamente saiu correndo quando eu entrei no refeitório hoje, embora não tenha nem olhado pra mim. Eu até tentei falar com o Farkle sobre o que estava acontecendo mas ele foi bem vago e parecia chateado. - Passa as mãos no cabelo em um gesto nervoso - Eu não consigo pensar em alguma coisa que eu tenha feito que possa ter causado isso mas se fiz algo que te chateou, me diz. 


Continuo encarando-a sem dizer nada.


Sério mesmo que ela não sabia?


Trago uma almofada ao colo desviando nossas olhares.


-- Ou então... - Me faz voltar a encará-la - Você está arrependida do que aconteceu entre a gente? É isso? 


-- Não, não é isso... - Me apresso em dizer. 


Como ela poderia pensar isso?


-- Então o que é? Você está gostando de outra pessoa? - Tenta dizer de modo amistoso mas sua reação não condiz com o que diz.


-- O quê? - Franzo o cenho.


-- Se for isso tudo bem, pode me falar, não é como se estivéssemos em um relacionamento mesmo.


-- É... não estamos. - Me levanto do sofá colocando a almofada de lado - Por isso mesmo você não precisa se preocupar.


-- Riley... - Caminha até mim tentando me tocar. 


-- Não! - Me afasto de seu toque - Você está certa. Além do mais, é bobagem minha. Pode voltar pro seu namorado, ex, sei lá. - Não consigo me conter e acabo por dizer.


-- Do que está falando? 


De costas pra ela aperto os olhos ao ver o deslize que cometi.


-- De nada.


Escuto ela suspirar alto e alcanço as escadas tentando encerrar o assunto.


-- Bate a porta quando você sair. - Digo subindo os degraus pra ir pro meu quarto.


--  O quê? - Ouço sua voz descrente mas não ouso me virar pra falar novamente.


Ok. Talvez isso não fosse tão maduro da minha parte, mas se possível eu estava bem mais chateada que antes e não estava com cabeça pra discutir. 


Escuto o som dos seus passos e quando vou me virar pra olhar sou surpreendida com a loira atrás de mim. Ela me segura e me prende entre o corrimão das escadas.


-- Eu realmente não queria ir por esses extremos mas você não me deixa escolha. - Diz com a boca perto da minha orelha me deixando completamente arrepiada pelo gesto.


-- O que você está fazendo? - Tento me virar mas ela me impede. 


-- Shhh... eu não estou fazendo nada, ainda. - Acentua o "ainda" - Nós realmente precisamos conversar e dessa vez você não vai me deixar falando sozinha. Entendeu?


-- Maya, eu não-...


Ela me pressiona com um pouco mais de força contra o corrimão.


-- Eu perguntei se entendeu.


Certo. Esse era um lado dela totalmente desconhecido por mim.


Ela era sempre tão fofa comigo.


E ver ela sendo extremamente autoritária estava tendo um grande efeito em mim embora eu tentasse resistir.


-- Eu entendi. - Me limito a dizer.


-- Ótimo. - Afrouxa um pouco os braços ao redor da minha cintura - Primeiro, eu preciso saber, apenas para não haver qualquer tipo de dúvidas, você está mesmo chateada comigo, não está? - Sua voz sai um pouco vacilante.


-- Estou. - Resolvo afirmar logo de uma vez.


Escuto ela suspirar pesarosamente.


-- Certo... e você não estar me respondendo desde ontem é motivo disso?


-- O que você acha?


-- Então foi algo que eu fiz ontem... - Diz mais pra ela do que pra mim.


-- Então... acabou? - Pergunto um tanto sarcástica. 


-- Não. - Ignora meu sarcasmo - Isso também pode ter algo a ver com outra pessoa? 


-- Que pessoa? - Me faço de desentendida pensando que ela já possa ter entendido. 


-- Não sei, alguém como seu amigo da festa.


-- O Zay? - Olho pra ela sem entender.


O que o Zay tinha a ver com isso?


-- É, o garoto que veio te deixar aqui agora há pouco.


-- Espera. Você me seguiu?


-- O quê? Não! Claro que não! Eu estava vindo pra cá e acabei vendo vocês dois, só isso. - Não parece feliz ao dizê-lo - Então, tem algo a ver com ele? 


-- E você se importa? 


-- Claro que eu... - Para de falar e suspira, deslizando a mão pelo rosto - Me desculpa, eu me expressei mal naquele momento, ok? Eu não quis dizer que não estamos em um relacionamento.


-- Mas não estamos.


-- Eu sei, eu sei... mas eu não estou com outra pessoa além de você. Eu gosto de você. - Não consigo deixar de sentir um frio na barriga ao ouvi-la dizer aquilo pela primeira vez em voz alta, me fazendo sorrir - E apesar de achar que você também gosta de mim não quero que você se sinta obrigatoriamente presa a mim, ok? Então, tem outra pessoa?


-- Não... não tem.


Sinto uma lufada de ar próximo ao meu ouvido.


-- Olha... - Segura minha cintura gentilmente me fazendo virar de frente pra ela - Eu sei que está chateada, e eu sinceramente não sei o que fiz, mas não há nenhum jeito de fazer você me perdoar? - Volta a agir da maneira fofa de sempre.


-- Está perdoada.


-- Mesmo? 


Aceno com a cabeça evitando olhá-la nos olhos. 


-- Não, Riley! Tem que ser sincero.


Suspiro impaciente e ela continua a falar. 


-- Eu estou sendo totalmente honesta quando digo que não sei o que fiz pra te deixar assim e mesmo que não tenha sido intencional eu peço desculpas. Eu juro que jamais faria algo pra te machucar ou te chatear. Eu gosto muito de você pra querer fazer qualquer outra coisa que não seja você sorrir. - Diz de modo carinhoso soando absolutamente sincera pra mim - Então, você acha que pode me desculpar?


Me fita em expectativa e por mais que meu orgulho queira me fazer permanecer irredutível, não há como não pensar com as emoções ao tê-la ali tão próxima a mim insistindo e se desculpando por algo tão bobo que agora não parecia ser nada além de apenas fruto de ciúmes. 


Ela já havia me dito que atualmente era apenas amiga de Lucas e nada mais.


Amigos saem juntos não?


Além de que pela forma como os dois estavam vestidos na noite passada eles pareciam mais que iriam a um jantar importante, como do pai dela, do que outra coisa, e bom, ele parecia mesmo a melhor opção pra algo assim já que ele era Lucas Friar e sua família possuía uma posição social tão elevada quanto a de Maya. 


Sim, isso fazia todo sentido.


Ok. Eu precisava mesmo dar um jeito na minha insegurança.


Suspiro pensativa e acabo por acenar a cabeça em resposta a sua pergunta.


-- Sim? Isso é um sim? - Ela pergunta segurando de cada lado dos meus braços.


-- Sim. - Digo bem mais amigável arriscando um sorriso.


Ela sorri e me abraça apertado, beijando meu rosto repetidas vezes dizendo "Obrigada".


-- O que foi? - Pergunto sorrindo quando ela para e me encara intensamente.


-- Eu estou louca pra beijar você agora, mas não acho que seja a melhor ideia fazer isso aqui tão perto da entrada.


Olho pra ela e pra porta.


Ah! Que se dane! 


Enlaço seu pescoço juntando nossas bocas e ela corresponde imediatamente segurando minha cintura e me pressionando contra o corrimão da escada.


Ela aprofunda o beijo e quando o ar se torna escasso demais abandona meus lábios tornando meu pescoço seu novo alvo.


Ela desliza os lábios por ele, sugando o ponto de pulso com vontade me deixando totalmente entorpecida e quente em seus braços. 


-- Maya... - Tento chamá-la mas minha voz sai tão baixa e arranhada que acho que ela nem consegue escutar. 


Ela responde com um som nasal, e deixa meu pescoço mordendo levemente o lóbulo da minha orelha me fazendo soltar um longo suspiro. 


Arranjo forças de algum lugar do além e seguro de cada lado do seus ombros afastando-a de mim. 


Se as coisas continuassem do jeito que estavam, com certeza, elas nos levariam a outra coisa.


Mal nos separamos e a porta da frente é aberta. 


Seguro a sua mão e saio puxando-a rapidamente em direção ao meu quarto.


Entro e tranco a porta me encostando nela ofegante. 


-- São os seus pais? - Maya pergunta sussurrando ao meu lado.


-- Sim. - Murmuro baixo.


-- Ufa... - Ela diz parecendo aliviada - Ainda bem que deu tempo de sairmos de lá, eu acho que não daria pra disfarçar. - Fala risonha.


Encaro-a, vendo melhor o seu estado.


As pupilas dilatadas, a boca bem mais vermelha que o normal, o batom de tom claro borrado por além de seus lábios, as bochechas coradas.


-- Sim, eles com certeza perceberiam. - Rio ao pensar que se ela estava assim eu estava num estado muito pior.


-- O que foi? - Ela pergunta me olhando engraçado.


-- Nada. Essa foi por um triz. - Digo me afastando da porta e indo até a cama.


-- Foi sim - Ela me acompanha - Mas em minha defesa, eu disse que não era uma boa ideia. Mas eu realmente não estou reclamando. - Se senta na ponta da cama perto de mim com um sorrisinho no rosto - Hum, você, por acaso, trancou a porta?


-- Sim, por quê? - Estranho a pergunta. 


Ela arqueia as sobrancelhas e eu consigo entender. 


-- Maya!


-- O quê?  - Se faz de inocente. 


-- Você é tão idiota! - Bato de leve em seu braço. 


-- E você fica tão linda com vergonha. - Desliza os dedos sobre meu braço e se inclina beijando minha bochecha - Fica bem difícil resistir. 


Sinto meu rosto esquentar.


-- Riley? - Escuto a voz da minha mãe do outro lado da porta e me afasto rapidamente da loira ficando de pé como se a mulher mais velha pudesse nos ver.


-- Oi, mãe. - Limpo a voz para responder.


-- Tem alguém aí com você?


Olho pra Maya surpresa com a sua pergunta. Como ela sabia?


-- É que tem um carro estacionado na frente de casa.


Claro, o carro.


-- Ah... sim, mãe, a Maya está aqui.


-- Olá, sra. Matthews. - Maya diz.


-- Ah, oi querida. Que bom ter você aqui de novo. Estou indo fazer o jantar, se quiser ficar pra se juntar a nós está mais que convidada.


-- Obrigada pelo convite, sra. Matthews.


-- Já estamos descendo daqui a pouco, mãe.


-- Certo. Vou deixar vocês voltarem pro que estavam fazendo. Vou descer pra começar a preparar, não demorem muito, o jantar não vai demorar a prontar. - Diz e eu vejo a sua sombra perto da porta sumir.


-- O que é que nós estávamos fazendo mesmo? - A loira pergunta provocativa me puxando pela barra da blusa até a beirada da cama onde está sentada.


-- Que eu lembre nada. - Desconverso.


-- Mesmo? - Me encaixa entre o meio das suas coxas - Não sei mas acho que tinha algo a ver com as suas bochechas vermelhas e o fato de ficar ainda mais linda.


-- Não. - Respondo sem olhá-la.


-- Não? - Ela sorri achando graça da minha falta de jeito.


-- Você adora fazer isso não é? - Acuso-a.


-- Talvez... - Sorri com a língua entre os dentes.


-- Idiota.


-- Mas também sou linda. - Pisca convencida.


Tento não revirar os olhos.


Ela estava bem mais solta do que costumava ser.


-- Bom, eu ia adorar passar o resto da noite te provocando mas infelizmente eu tenho que ir. - Segura minhas mãos.


-- Ah, mas já? - Não consigo não demonstrar descontentamento com a notícia.


-- Sim. - Não parece melhor que eu com sua feição de pesar ao levantar da cama - Mas vamos nos ver amanhã, certo? 


-- Sim.


-- E você vai responder minhas mensagens quando eu chegar em casa não vai? 


-- Vou sim. - Completo sorrindo.


-- Certo, acho que dá pra aguentar as saudades até lá.


Ok. Definitivamente estávamos parecendo um casal.


-- Me acompanha até lá embaixo? - Pergunta se levantando.


-- Sim, mas espera eu-... - Passo o polegar no canto da sua boca pra limpar o batom em seu rosto mas ela acaba levando isso como algum sinal e sela nossos lábios.


Não consigo segurar a risada e acabo rindo em meio ao beijo. 


-- O que houve? - Ela pergunta confusa.


-- Eu ia apenas limpar o batom borrado do seu rosto. 


-- Ah, e saiu? - Aproxima mais o rosto do meu me fazendo rir ainda mais com seu gesto.


-- Você não existe. - Ergo a mão tirando os resquícios rosa dali - Pronto, saiu.


-- Obrigada, baby. - Junta nossos lábios novamente num selinho rápido - Deixa eu só ver uma coisa. - Me fita e então estende a mão passando o polegar próximo a minha boca, assim como na minha bochecha e pescoço - Melhor.


-- Obrigada.


-- Nada. - Pisca me dando outro selinho - Agora vamos descer, ou eu não me responsabilizo mais pelos meus atos.



Notas Finais


that's gay :p


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