História Liar Squirrel - Minsung ABO (Stray Kids) - Pátio agitado, coração agitado

- Bang Chan, eu não vou limpar isso! - Minho dizia sério, observando o estado deplorável em que o dormitório dos dois se encontrava, graças à festinha que fizeram (ou Bang Chan fez) ontem. - Mas é bom que limpe logo, porque se o diretor entrar aqui, nós estamos ferrados e a culpa vai ser sua!

- Você não pode ajudar nem um pouquinho? - Chan forçava brilho em seus olhos e um rostinho angelical, na esperança de que seu amigo cedesse. Mas o olhar do Lee continuava o mesmo e Chan se emburrou. - Tá, eu vou limpar, mas sai daqui pra' eu ter privacidade e fazer uma balada da faxina! - Exclamou animado e Minho riu. Nem parece que quando se conheceram, quase caíram no soco. 

{ Minho, com seus dez anos, estava na cozinha de sua casa, enquanto seus pais recebiam visita. A visita era de um casal amigo, e junto de seu filho, chamado de Christopher Bang, mas era mais conhecido como Bang Chan. O menino, na época de cabelos castanhos, implorou para levar sua bolinha de praia para a casa dos Lee, e seus pais não tiveram escolha à não ser aceitar.

O problema foi que Chan brincava com a bola pela casa, mas em certo momento chutou a bola longe demais, e o objeto se chocou com a cabeça de Minho, que estava à caminho de seu quarto. O menino na época não controlava nem um pouco seu jeito de lúpus irritado, e foi tirar satisfações com o menino que lhe acertou a bola. Mas Chan desde pequeno se mostrou alguém estressado, e certamente aquela discussão não traria nada de bom.

Os meninos se acertaram com socos e pontapés algumas vezes, e Minho furou a bola de Chan, que irritado empurrou Minho para o chão, e assim seus pais tiveram que intervir antes que ficasse pior. O casal Bang sabia que Minho não era acostumado com pessoas desconhecidas, e ainda mais se lhe fizessem algum mal, que no caso, foi lhe acertarem fortemente com uma bola de praia. Então, como pedido de desculpas, levavam Chan todos os dias para a casa de Minho, e mesmo que odiassem no início, após algum tempo já se davam bem o suficiente para se considerarem amigos e Minho lhe dar uma nova bola de praia. }

- Com prazer, limpe direitinho! - Provocou e saiu do dormitório. Andou sem rumo e parou no pátio. Percebeu que o lobo dentro de si estava agitado de uma maneira positiva, e olhando em volta, percebeu o motivo. Jisung estava olhando para si, do outro lado do pátio, e ao seu lado estava Changbin. Minho não gostou muito da cena (e nem sabia o porquê) mas se sentia feliz em simplesmente olhar para o "alfa", este que ao perceber que Minho o encarava de volta, se assustou e puxou Changbin para andar para fora do pátio.

Minho achava cômico o fato do esquilinho se assustar tanto com o olhar do lúpus, era como se a cada segundo Minho tivesse mais certeza que Han tinha algo a esconder, e que de qualquer maneira, descobriria.

- Você é o novo lúpus daqui? - Um alfa de cabelos vermelhos chegou perto de Minho com um olhar que mostrava ironia. - É tão bonitinho...imagina se seu rosto estivesse cheio de hematomas? Será que estaria bonitinho ainda? - Minho demorou alguns instantes para entender o que acontecia. Um alfa estava querendo briga consigo sem motivo algum. Essas coisas pareciam normais naquele lugar.

- Pergunto o mesmo de você. - Minho se aproximou já sentindo sua raiva querendo lhe dominar, mas decidiu que não faria isso. - E a resposta é não, você não ficaria nada bonito. 

- Você bem menos. Mas que tal confirmarmos? - Após esta fala, Minho apenas sentiu seu corpo cair contra o chão e o rosto arder. Havia levado um soco. Se levantou tentando se controlar o máximo que pudesse. Era um Alfa contra um Alfa lúpus, seria covardia bater em alguém por implicância ou bobagem, e aprendeu isso quando conheceu Chan. Virou as costas com a intenção de ir embora, mas a próxima fala o fez ficar. - Fracote. Tem certeza de que é um lúpus? 

Na próxima vez que Minho piscou seus olhos, o garoto de cabelos vermelhos já caía no chão e com sangue saindo de seu nariz. Após isso, percebeu que todo o pátio havia parado para ver aquela cena. E nenhum intervia, Minho revirou os olhos diante ao que estava acontecendo. Eram todos uns covardes, apreciando uma briga que nem deveria estar acontecendo.

- Você é bem forte...mas não é isso que vai me derrubar. - O avermelhado se levantou novamente e tentou lhe acertar um soco, mas Minho desviou. De repente, Minho já não se controlava tanto e aos poucos a força de seu lobo aparecia.

[...]

Changbin e Jisung andavam pelo gramado do colégio, conversando sobre seus filmes favoritos.

- "Um momento para amar" sempre será o melhor, Hannie, não negue! - Changbin dizia convencido e Han negava com a cabeça como uma criança nega legumes. - Ah, seu chato! É legal sim!

- A protagonista passa a vida inteira procurando um amor e quando finalmente encontra...eles morrem. - Falou cruzando os braços em indignação.

- Eles tiveram um momento para amar na terra, ué. - Falava Changbin, dando de ombros. - E quem sabe possam se amar no céu. Quando o amor é verdadeiro, não há um obstáculo tão grande à ponto de vencê-lo.

- Que meloso! Cadê seu ômega pra' escutar isso no meu lugar? - Jisung fazia careta e fingia procurar algo, no caso, um ômega para Changbin.

- Tá' em algum lugar, quem sabe um dia ele aparece! - Changbin dizia e o ômega disfarçado se lembrou de Félix, falando que queria uma foto do Changbin. Logo pensou que seria interessante uma aproximação dos dois.

- Hum...talvez eu te apresente um. Mas você precisa me mandar uma foto sua primeiro! - Han disse e Changbin riu.

- Estou de acordo! - Dizia ainda rindo, e logo avistaram Hyunjin correndo até eles. O moreno chegou ofegante e com uma feição nada boa.

- Hyunjin? O que houve? - Jisung perguntava preocupado. Havia conhecido o lúpus em uma de suas aulas, e logo de cara já haviam simpatizado um com o outro. Changbin nem ao menos precisou apresentá-los direito, pois os dois já conversavam o suficiente.

- Uma briga! No pátio! Minho e Taehyung estão bem machucados, e continuam brigando! - Hyunjin exclamou e nem esperou os outros dois responderem, já os puxando para o pátio.

Han sentiu uma pontada no peito ao ver Minho coberto de machucados e sangue escorrendo em sua bochecha. Mas reconheceu ser assustador ver o Lee tão irritado, ele parecia ter sido dominado pela raiva, e usava toda a sua força contra o alfa de cabelos vermelhos, cujo foi acertado novamente e caiu no chão, causando um forte impacto, enquanto os alunos do pátio gritavam euforicamente.

Diante àquela situação, Han entrou no círculo que foi feito no pátio e tocou o braço de Minho.

- Se acalma, Minho! - Jisung pediu e o garoto olhou para si, onde seus olhos voltavam ao olhar calmo. O mesmo de quando sempre se viam pelos cantos do internato. O Lee sorriu para o esquilinho, que sem perceber sorriu também.

- Que clima mais lindo! - O alfa cujo se chamava Taehyung falou sarcástico e bateu palmas. - Fico me perguntando quem é o ômega dessa relação... - Riu sem humor enquanto fingia pensar e Minho voltou a sua mesma postura de antes, mas Han pegou em seu braço novamente.

- Não vale a pena! Vamos sair daqu- Jisung nem mesmo terminou sua fala, pois percebeu o pátio inteiro se calar, apenas ouvindo passos se aproximando. O diretor Kim os olhou com uma cara nada boa e todos os estudantes já fugiam do pátio, restando apenas Han, Minho e Taehyung.

- Diretor! Minho me agrediu e eu estou com o nariz quebrado! - Taehyung fez um completo teatro e massageava seu nariz (realmente quebrado) para o diretor enquanto Jisung e Minho o olhavam indignados.

- Kim Taehyung, basta. Quero os três me acompanhando até a diretoria. - O diretor falou firme e os garotos o obedeceram. Chegando lá, sem chance de mais nada, o mais velho entre eles já discursava sobre as severas regras do colégio. -...Na aula de amanhã vocês ficarão em detenção, fazendo alguns trabalhos escolares e quero que apresentem para seus professores. Recitem livros importantes da biblioteca no pátio também, para os outros estudantes.

- Mas diretor, já temos trabalhos demais e...- Han nem ao menos terminou de falar, o diretor já batia na mesa e se levantava, assustando o garoto.

- Deveriam ter pensado nisso antes de saírem brigando por aí, não acha, Han? - O diretor inclinou a cabeça com certa arrogância para o esquilinho.

- Perdão, mas o Han apenas tentou acabar com a briga! O senhor não pode falar como se ele tivesse culpa! - Minho se levantou exaultado e ao mesmo tempo evitando rebater agressivamente. Mas sem dúvidas isso era difícil, pois não aprendeu a se controlar devidamente, justamente por nunca ter convivido "em sociedade" como todos faziam. Mesmo que tenha aprendido à se dominar, ainda não era o suficiente para um lúpus.

- Certo. - O diretor suspirou. Resolveu pegar leve para a boa imagem da escola. Poderia perder dinheiro se logo no início do ano letivo já punisse alunos por brigas. Ninguém de fora dos portões precisava saber dos inúmeros castigos que eram cumpridos por lá, e nem dos conflitos que ocorriam. - Dessa vez, só dessa vez, eu vou relevar. Taehyung e Minho, façam uma redação sobre o conteúdo da matéria que quiserem. Han está livre de castigo. Saiam antes que eu me arrependa. - Com um piscar de olhos, os três já haviam praticamente evaporado do lugar. Taehyung já irritado empurrou Minho e Han em sua frente, e com pisos fortes saiu do corredor. O lúpus se virou para a frente de Han.

- Me desculpe por ter te feito ver tudo isso. Eu me descontrolei. - O Lee já sentia seu choque de realidade. Fez exatamente o contrário do que deveria ter feito. E ainda arrastou Jisung para aquela situação indiretamente.

- Não se culpe. Aquele Taehyung é um idiota. - Jisung falava em reprovação e logo em seguida analisando o estado do lúpus em sua frente. Minho estava extremamente machucado, e o esquilinho mentiroso se via na obrigação de cuidar daquilo, mesmo que sua mente lhe mandasse sair dali e evitar contato com o garoto. - Vamos para a enfermaria.

Os dois caminharam até o lugar e como a única enfermeira que estava disponível no momento cuidava de outros estudantes, o próprio Jisung se ofereceu para cuidar de Minho, e claro, não dando ouvidos à sua mente mais uma vez.

- Você é ainda mais bonito de perto. - Minho dizia enquanto Han limpava seus machucados com algodão. E para Minho isso era incrível, por mesmo que esteja machucado, se sentia bem em estar perto daquele loiro, que o fazia agir de maneira estranha, como se toda a sua insegurança de estar cercado de pessoas sumisse completamente.

- Fique quieto e pare de se mexer, Minho, assim não dá pra' te ajudar! - Han riu e Minho também. - Mas você também é lindo. - Disse e depois corou ao perceber o que havia dito. Minho achou ainda mais fofo toda aquela cena clichê de filmes de romance.

- Se for pra' ser como foi hoje, acho que irei brigar mais vezes. - Brincou e Han sorriu verdadeiramente. Nenhum dos dois havia sentido uma sensação tão boa como aquela. Talvez até mesmo seus corações batiam em sincronia.