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História Liebestod - Der Ragamuffin


Escrita por: LilliTetrazzini

Notas do Autor


Gostaria, em suma, de desculpar-me pela demora. Fiquei, por muito tempo afastado da escrita, e quando retornei não conseguia reconhecer minhas próprias passagens. O afastamento deveu-se primeiramente aos trabalhos finais da escola, aos quais lembro dos assuntos até o presente momento, tendo sido eles apresentados ao fim de 2017, na sequência uma crise e não certeza de iniciar uma faculdade a qual eu ainda carregava dúvidas, adido a isso procrastinação e preguiça culminaram nesse grande período de não ação de minha parte.
Enfim, como sempre, boa leitura.

Capítulo 8 - Der Ragamuffin


— As tropas enviadas ao norte já deveriam ter enviado alguma resposta, isto é um fato — foi Jarvan III quem disse. — Poderia algo ter acontecido com eles? 

— Talvez — Karma anuiu, resoluta —, mas ainda é particularmente cedo para juízos próprios.  

— Cedo? Já faz quase um mês — o rei bateu com o punho no trono que ocupava. — Enviaremos um emissário, é necessário. 

— A decisão é sua Vossa Majestade — foi o que Karma disse, em vista que, em partes, bem no fundo, ela concordava.  

Contava-se àquele dia trinta e seis luas desde que as tropas deixaram a cidade, seguiram montadas por ruas pavimentadas, levariam no máximo três semanas até o local onde passariam a bater as localidades em busca de informações. Era ordem direta que quando chegassem enviassem alguma mensagem. Heimerdinger havia dado e ensinado os comandantes a usar um trambolho tecnológico que serve para comunicação. Uma coisinha cheia de botões, que Karma, em seu vasto conhecimento sobre esses aparatos, levaria milênios até conseguir saber para que serviriam. 

— Se eu fosse você, me prepararia para o pior. 

— Não sou tão pessimista quanto você Syndra. 

A mulher revirou os olhos antes de prosseguir: 

— Não estou sendo pessimista, apenas vejo os fatos, mensagens, mesmo que cartas à aves, já deveriam ter chegado. Algo de muito errado aconteceu. 

— O que pode ter sido. Teriam sido atacados? 

— Isso, ou viraram a casaca. A mulher teve poder de chegar aqui, sabe se lá o que viram se a encontraram. Se ela sozinha já detém tanto poder, não podemos deixá-la trazer os tais observadores. — A cara de Syndra era neutra, mas seus olhos entregavam o medo que sentia, o que Karma não deixou passar. 

— Creio que não precisamos temer, ela deveria ter pego Sejuani, certo? Se já está ao sul, quer dizer que não se demorou no norte. Sejuani, se a sorte nos aprouver, ainda estará livre. — Disse Karma, com o sorriso mais reconfortante que conseguiu dar.  

Syndra também sorriu, e aos olhos da Iluminada foi a coisa mais linda que presenciou em muito tempo. 

  

K ♡ G 

 

— Piltover já foi avisada? 

— Sim. — Heimerdinger respondeu em sua voz esganiçada. 

— Eles responderam alguma coisa? — Jayce tornou a perguntar. 

— Sim, apenas que reuniram forças e armas suficientes para marchar. 

— E Zaun? 

— Pedi-lhes que enviassem um emissário. Agora, se ele será recebido ou devorado, não sei dizer. De qualquer maneira não podemos ficar em estase, há seres terríveis no abismo abaixo de nossa cidade, mas são coisas poderosas. E, se convencidas, podem ser de grande ajuda. — O yordle soltou um suspiro pesado. — Agora, se lhes apetecer, deixem-me pensar.  

— Ma... 

— Quieto Jayce, — Caitlyn interpôs-se — ele já disse, deixe-o pensar. Vamos dar uma olhada em Demacia, aproveitar que a neve parou.  

Os dois galgaram os corredores do palácio, deram com o pátio e o belíssimo jardim, repleto de suculentas, margaridas, rosas e tulipas. Frondosas árvores emergiam da grama verdejante, muitos carvalhos e alguns abetos, entremeio a todas elas uma destacava-se, branca como osso, de folhas azuis cobalto, uma árvore definitivamente estranha, contudo, de extrema beleza. Ao olhar mais acurado, apenas de Caitlyn, já que Jayce, distraído demais para notar até mesmo as tulipas multicoloridas, via-se cogumelos ulcerando da terra em tons maravilhosos. O máximo que era possível ver em Piltover, eram as pequenas e moles ervas daninhas, que de tempos em tempos, emergiam por entre rachaduras ou de bueiros, adversárias as grandes contruções de aço e concreto que formavam a megacidade. A neve, no fim das contas, fora fina, não foi capaz de destruir nenhum dos habitantes do jardim. 

Deixaram a muralha externa do palácio para seguir pelar ruas bem pavimentadas de Demacia. A cidade, e capital do império, era construída, em sua maior parte em pedras de mármore, o que a tornava extremamente clara, à exceção de algumas construções onde via-se mármores de outra cor ou adornos de ouro, que combinavam perfeitamente ao branco. Era o que se podia imaginar de uma utopia, mas no fundo, ainda que belo em demasia, a falta de outras cores e de desorganização davam um ar apático aquilo.  

Desciam uma colina, que dava diretamente na muralha do alcácer. Caitlyn não pretendia perder-se naquela cidade. E, pelo que podia-se ver ao longe, dariam de cara com o mercado citadino, onde provavelmente veriam muitas coisas interessantes, e quem sabe até ouviriam. 

Como era de se esperar o mercado era extremamente movimentado, seres de todos os tamanhos, humanos ou não caminhavam em várias direções. Inúmeras barracas se distribuíam pela grande praça. Uma fonte majestosa se encontrava ao meio do furdunço, uma bela mulher com o cetro de imperatriz, esculpida em mármore, rosado ao menos, água vertia debaixo de seus pés. Ela era sem dúvidas Walburga Wegener-Lightshield, a primeira e única mulher a reinar sobre Demacia, última Wegener de sua linhagem e a primeira Lightshield a sentar no trono demaciano. Reinou por noventa e sete anos, quando já possuía cento e dezessete, foi, ao que dizem as histórias, o período de maior prosperidade em Demacia. Walburga sempre manteve a paz, tanto nacional quanto internacional, uma diplomata de grande valia. 

No meio de todo aquele vozerio era possível ouvir uma vozinha cantando alegremente. Cercadas por uma meia lua de espectadores, estavam uma mulher de meia idade e uma menina de quinze anos, ou um pouco mais, Caitlyn supôs. A mais velha estava sentada em um cravo tocando a melodia que a menina respondia cantando. Uma apresentação maravilhosa. Os dois pararam o passeio para assistir. 

— Ela canta bem, não acha? 

— Sim — Jayce respondeu. — Quantos anos será que ela tem? 

— Suponho que quinze para cima. 

O estilo que a menina cantava era, inconfundivelmente, canto por ressonância. Conseguia soar cristalina como um pequeno pássaro e cavernosa como a mais tenebrosa vilã. A agilidade era incomparável, e isso vindo de Caitlyn, uma frequentadora assídua da Ópera de Piltover, era algo realmente relevante. A voz da garota era redonda, o vibrato magnífico, surpreendente para alguém de tão pouca idade. 

Quando a dupla terminou seu concerto a céu aberto, a plateia, além de uma grande salva de palmas, deixou muito dinheiro ao pé das duas.  

— Qual seu nome, querida?  

— Maria, senhora — disse a menina. 

— Não tenho dinheiro para de dar, mas falarei de você quando retornar a Piltover. A Ópera de minha cidade está precisando de um Prima-dona absoluta a muitos anos.  

A menina corou.  

— Seria uma grande honra, muito obrigada. 

— Não há de que. 

Jayce, que carregava algumas moedas estendeu-as a mulher que acompanhava a menina.  

Os companheiros de caminhada seguiram caminho. Seu destino era o auto das muralhas, onde poderiam contemplar a imensidão do Passo de Mármore. E que qual não foi a surpresa ao verem uma menina esfarrapada sendo trazida em uma carroça, de cima das ameias. 

 

K ♡ G 

 

Escondida no sótão de uma casa se encontrava Cassiopéia. A serpente começara sua troca de pele àquela manhã, estava na metade do processo, mas, por obra de algum demônio, ou qualquer coisa que se supõe existir para atazanar a vida dos mortais, fez-lhe a pele velha estagnar, não ia, nem vinha. E ela encontrou-se em estase no meio de seu processo de muda. Algo que afetaria o humor de qualquer um.  

Isso tanto foi, que, ao ser saudada por Katarina com um, Bom dia, retorquiu com um, E o que é que esse dia tem bom. Entendido o porquê de tão má recepção, Katarina ajudou sua irmã a terminar a muda. E, então, passados o mau humor e o constrangimento as duas puseram-se a conversar. 

— Então, está novamente com Garen? 

— Ainda não é oficial Cassy, foi apenas uma noite de sexo. 

— Do bom, pelo que me contou — a malícia estampada na face da górgona. — Eu nunca mais terei algo parecido, faltam-me as partes para isso. Não que eu sinta falta, a vida se tornou mais gelada depois da serpente. E hoje sinto que sou realmente calculista, naquela época era uma jovem aspirante — ela parou por um segundo. — De qualquer maneira estou divagando, qual era o assunto? 

— Eu ter trepado com Garen — Katarina sorriu zombeteira. 

— É, isso. É isso que te preocupa? 

— Me preocupar? Não estou preocupada. 

— Está, eu posso sentir. Sua respiração não é desregulada dessa maneira. E sempre que vejo, sua perna esquerda está balançando. Diga-me, o que houve? 

Malditos sentidos aumentados, pensou consigo Katarina. 

— O pai. 

— Aconteceu o que? — Cassiopéia agia friamente, como uma cobra, ainda que as emoções em si estivessem um turbilhão no momento, estava compenetrada, e mesmo sem saber o problema, já procurava respostas com a mente fria e funcional. 

— Swain, ele aprisionou a alma de papai, por isso vim com ele até aqui. Jamais o obedeceria, se não houvesse algo em risco. E nosso pai está em risco, preciso dançar conforme a música, por hora — confessou à irmã, e como se sentisse um grande peso saindo de suas costas prostrou-se ereta, respirando profundamente. 

— Sim, por hora deve seguir o que ele manda. Eu ainda estou desaparecida aos olhos do mundo, muito possivelmente morta. Procurarei uma maneira de libertá-lo, e você preocupe-se com o que virá a carregar, — os olhos da serpente foram percorridos por uma pequena centelha luminosa — e com os problemas que terá de enfrentar. Manterei contato. Adeus irmã — rastejando Cassiopéia seguiu para a escuridão. 

— Porque disse adeus? 

— Não nos veremos de novo, Kat. Não nesse plano — sua voz era tão enigmática quanto as palavras. 

 

 K ♡ G 

 

— Como é seu nome criança? 

— Não sou criança. 

— Então, qual seu nome? — Caitlyn tornou a perguntar. 

— Taliyah. 

— E o que aconteceu com você? 

— Nada que seja da sua conta — disparou irritada. 

Caitlyn ponderou por um momento sobre o assunto, elas eram desconhecidas uma a outra no fim das contas. Ela própria não confiaria em um estranho a qualquer momento. A garota estava esfarrapada e machucada, contar os acontecidos a um estranho seria a última de suas decisões sensatas. E mesmo Caitlyn supondo que as informações seriam de grande importância, decidiu não pressionar Taliyah, afinal pessoas são como sabonetes, quanto mais fortes comprimidos, mais longe saltam. Talvez Karma, com toda sua calma, possa ser de alguma ajuda com a jovem estressada, vinda do sudoeste, de Shurima. 

 

 K ♡ G 

 

— Então o deserto está congelado? E uma mulher interpelou você, quando tentava fugir? 

Taliyah anui. 

— Então a desgraçada está mais próxima do que imaginávamos. — Jayce disse.  

— Sim, e vai marchar pra Bandle City. Podemos desbaratá-la contra as montanhas. Vou até Heimerdinger — Karma disse, e pôs-se a andar. 

Taliyah estava com uma cara de dúvida enorme. Era previsível, havia ido a Shurima, testemunhado algo que jamais pudera imaginar. Fugira de uma doida que a machucou no caminho. Chegara em uma cidade estrangeira que nunca havia pisado, apenas ouvido histórias. E, nos últimos cinco minutos, recebeu mais informações do que poderia processar. 

Apiedados da menina Jayce e Caitlyn, convidaram-na para passar um tempo no palácio, onde cuidariam dela. A caminho de onde a hospedariam puseram-se a contar todos os ocorridos. 

 

 K ♡ G 

 

— Onde vai? — Syndra era quem perguntava. 

— Ter com Heimerdinger. 

— O que aconteceu? Está apressada — apontou a mulher, flutuando ao seu lado. 

— Sim, encontramos uma garota. A bruxa está em Shurima, e vai marchar para Bandle City, podemos destruí-la nas montanhas. Preciso que Heimerdinger avise seu povo e os prepare. 

— Venha — disse Syndra abraçando o corpo de Karma. 

— Como?  

— Ele está numa torre, vai levar anos até chegar lá a pé. Eu te levo. 

Karma ponderou por um instante. E, não vendo nenhum contra a mais do que os pros para a oferta, aceitou. Voaram as duas, abraçadas. Por cima do palácio de Demacia. Uma visão maravilhosa. Karma permitiu-se sorrir levemente. Ainda que a roupa costumeira de Syndra fosse desconfortável para o abraço apertado que davam, sentia-se bem, com uma sensação desconhecida aumentando no peito. 

Não levaram mais que dois minutos para cruzar o palácio voando. E Syndra seguiu para a torre noroeste, onde haviam sido alojados os hóspedes de Piltover. O quarto de Heimerdinger era o que estava ao topo da torre. Aterrissaram calmamente passando por uma das janelas. 

— Heimerdinger temos muito o que falar, e vossa majestade também. 

— E o que seria? — inquiriu o monarca. 

— Lissandra está em Shurima. 

 

 K ♡ G 

 

Naquela noite Katarina fez novamente o caminho até o quarto de Garen. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, creio que aqui caminhemos para meio do enredo da fanfic.
Beijinhos da Lilli.
Gostaria de saber qual, das pessoas que ainda lembram dessa história, a música favorita de vocês, álbum ou composição.
Para mim: O lago dos cisnes de Tchaikovsky (Tristão e Isolda de Wagner na sequência ou Norma de Bellini, sou um pouco indeciso, enfim) Bye!!!


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