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História Life is Really Strange - Destiny of both


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Genteeee!!!!
Em 1° lugar, quero pedir desculpas pela demora.. tive problemas criativos.. e preferi demorar do que ferrar com a linha cronológica que eu planejei, bom.. demorei mais consegui terminar o capítulo, pra compensar ele é bem longo :3
Em 2° lugar, quero agradecer a todos os favoritos <3 quem puder ajude a divulgar a fanfic, se quiser claro.

Só pra constar, amo todos vocês e agradeço 1000% pelo apoio e mais ainda pela paciência.
Caso tenha algum erro "grave" avise.. eu revisei o capítulo e corrigi várias coisas, mas sempre tem algo que passa batido ;-;

Capítulo 6 - Destiny of both


Minha chegada na Blackwell foi melhor que eu esperava. Era de tarde quando chegamos. Aparentemente Kate fez várias anotações das aulas pra mim. Eu só precisava estudar um pouco, já tinha até trabalho pra entregar. O mais chato era todos perguntando como eu estava, parece que a notícia de eu estar no hospital se espalhou muito rápido, mais do que eu esperava.

Despedi da Price com um abraço e um “se cuida” dela. Mancando voltei para o quarto, não queria fazer muito esforço, segundo recomendações da médica, devia ficar em repouso.

Peguei o violão, sentei com a perna esticada, tomei cuidado para o instrumento não tocar na perna e comecei a dedilhar algo. Era a primeira música que me veio a cabeça. Algo um tanto alegre, fiquei até animada. Aqueles dias em Seattle, os supostos suicídios, os sonhos, meu ferimento, Morgana, até o meu beijo com Chloe.. todas essas cenas passavam por minha mente. Eu fechava meus olhos, sentia como se a música estivesse dentro de mim.

Alguém bateu na porta, então tive que parar de tocar pra atender. Demorei um pouco para levantar, sentia fisgadas na coxa, a dor estava começando a incomodar, sorte que a enfermeira me deixou receita de um remédio, eu tomaria se tivesse muita dor. Acho que devia pedir pra alguém comprar.

Ao abrir a porta me deparei com um buquê de rosas vermelhas, Warren segurava-o. Ele coçava a nuca, olhava para um lado e outro, aparecia envergonhado.

-Bom.. e-eu trouxe flores.- peguei o buquê e cheirei.

-Obrigado.- respondi.

-Então.. vai aceitar ir comigo no cinema? Se quiser.. pode ser hoje.. ou outro dia.. que você se sentir melhor.- falou ainda coçando a nuca. Enquanto isso, li o cartão no meio das flores, dizia “melhoras pra você Max”.

Fiquei muito pensativa, será que Chloe se importaria se eu fosse? Espera.. por que estava me perguntando isso? A decisão cabe a mim.. somente a mim. Não sei se deveria descansar.. minha mente está muito ativa.. preciso me distrair um pouco e relaxar, acho que ir no cinema seria bom.

-Pode ser, vamos hoje, perto da noite, quero relaxar a mente um pouco.- suspirei, será bom pra mim, ainda me perguntava se devia ficar descansando.

-Isso.- comemorou sorridente. -Te pego as seis?- perguntou.

-Pegar? Não..- estava um pouco confusa, até entender o que ele queria realmente dizer. -Errr.. digo.. te vejo no estacionamento as seis.- antes de fechar a porta o vi sair todo contente.

Coloquei as flores em cima da estante de estudos, onde mais deixaria isso? Observei mais uma vez o cartão e vi escrito “em nome de todos os seus colegas de turma” espera... o Warren só trouxe as flores para levar créditos ou quis dar crédito a todos? De fato teria que descobrir, mas agora, devia pegar remédios... espera.. acho que deixei a receita na caminhonete.

Tentei procurar em minha bolsa, mas nenhum sinal da receita. Peguei meu celular para ligar avisando Chloe, antes que esqueça. Após a ligação, que foi atendida de imediato, me sentei na cama, esperando, aquela dor era tão forte. O tiro não foi exatamente real, mas a preocupação com isso era tamanha.

Abri o livro, continuei de onde parei, queria deixar minha mente distraída para a dor não incomodar. Não demorou para ouvir um barulho na janela, ao olhar para a mesma vi Chloe com um sorriso, me mostrando um saquinho. Levantei um tanto devagar e fui abrir a janela.

-Não quis vir pela porta?- perguntei rindo.

-Nah.. tinha aquela garota punk pelo campus e o segurança estava de vigia na porta.. não sei o que aquela garota faz aqui.- bufou enquanto entrava pela janela. Nem vou mencionar que Chloe também é punk.

-Pode estar investigando.. eu acho.- sugeri, mas a outra negou com a cabeça, peguei o remédio de sua mão, melhor tomar um comprimido.

-Ou nos seguindo.- caminhou pelo quarto, indo até meu violão. -Maaax você tem outro aqui.- pegou o mesmo tentando tocar, o que não saiu certo.

-Use as pontas dos dedos.- corrigi depois de tomar um pouco de água, fazendo o remédio descer goela a baixo.

-Eu sei.- resmungou e colocou o mesmo de lado, foi quando sentei na cama, bem em frente a ela.

-O que foi?- percebi que ela olhava para o chão e não pra mim.

-Está acontecendo tanta coisa esses tempos.. minha vida está uma bagunça.- ergueu o olhar, aquele jeito meio tímido dela.. eu acho que nunca tinha reparado isso. -Quero te dizer que.. foi bom tê-la de volta.. apesar de ter ficado com raiva por sumir assim.. não me deixe mais.- sentou ao meu lado e me abraçou. -Me ajudou a passar por tanta coisa.- senti um abraço forte, eu sei que ela não era de desabafar, então isso estava entalado há muito tempo.

Retribuí o abraço, não sabia o que falar, era como se nenhuma palavra descrevesse o quão bem eu me sentia. Fechei meus olhos lembrando de vários momentos que tivemos juntas, desde eu salvando a vida dela, os vários finais falhos e inclusive o nosso... bom.. melhor não pensar nisso. Afastei o abraço.

-Desculpe por isso.. eu posso voltar no tempo... mas todos esse finais alternativos.. toda essa responsabilidade.. as vezes me deixa um pouco sobrecarregada.- desabafei também, a outra sorriu.

-Podemos nos ver hoje a noite? É aniversário da mamãe, quero te mostrar uma coisa. Seria ótimo se fosse lá em casa.. o David infelizmente estará lá.. não quero ficar só.- coçou a nuca.

-Seria ótimo...- sorri de canto, mas lembrei que tinha um encontro com o Warren, portanto virei o rosto. -Infelizmente estou um pouco ocupada.- eu poderia desmarcar o encontro... ela é minha melhor amiga.. estava com pena do Warren.. talvez devesse dar uma chance a ele.. sempre foi legal comigo desde que nos tornamos amigos.. e.. sinceramente.. estou confusa.

Ouvi um suspiro desanimado, Chloe parecia evitar me olhar. Levei uma mão em seu ombro, estiquei a outra mão para pegar a câmera e tirar uma foto dela, provável que ela ficaria brava. Eu tinha razão, ela começou a empurrar a câmera e a mim.

-Max.. por favor.- riu. -Para.-

-Meh.. não fica assim não. Te devo uma visita então, que tal?- a mesma pareceu interessada.

-Claro.- levantou e foi até a janela. -Preciso ir, os preparativos não param.. mamãe vai receber convidados.. gente estranha ou parentes chatos e distantes.- revirou os olhos.

-Passo lá amanhã. Dê os cumprimentos a ela por mim.- acenei.

-Pode deixar.- fez sinal de joia com a mão e saltou a janela.

Sinceramente eu sentia um certo peso por não ir ao aniversário da Joyce, mas também me sentiria culpada se rejeitasse o Warren mais uma vez.. eu queria me sentir normal novamente. Ai meu deus.. minha cabeça parecia explodir. Aliás.. começou a bater uma sonolência, melhor descansar, provável que seja efeito do remédio.

Não sei quanto tempo fiquei dormindo, mas já estava escurecendo quando acordei. Olhei o relógio, eram cinco e dez.. como dormi tanto? Caramba. Esse remédio é forte mesmo. Preciso tomar um banho e me arrumar.

Levantei em um salto. Peguei algumas roupas e fui até o banheiro, ficava lá no corredor, era tanto empenho caminhar, já que cada passo eu sentia minha perna “fisgar”. Que dor incômoda!

Após meu banho, sequei o cabelo, já havia terminado de me arrumar mesmo, meu jeito simples, calça jeans e dessa vez uma blusa preta com a estrela da morte do Star Wars.

-Olá Max, está melhor?- Victória perguntou sorridente, com Kate ao seu lado, as duas pareciam preocupadas.

-Deve doer bastante.- Kate completou.

-Estou bem, um remédio ajuda com isso.- falei penteado meu cabelo.

-Está cheirosa, vai sair né?- falou a loira com um sorriso sugestivo, olhando a menor.

-Eu vi o Warren no estacionamento, ele estava com o cabelo cheio de gel.- disse a outra, o que fez a Victoria rir.

-Vai sair com aquele nerd? Vocês dois combinam.- começou a rir, a outra pareceu achar graça também.

-O que foi?- fiquei confusa.

-O cabelo dele com gel fica muito engraçado.- Victoria falou.

-Acham engraçado?- ainda estava confusa.

-Max.. sério, você não viu.. é raro eu achar essas coisas engraçadas.- Kate tentou se explicar do seu jeito meio tímido.

-Falando desse jeito parece estar ridículo.- peguei minhas coisas para ir ao quarto, esqueci de trazer gazes para trocar o curativo, então teria que fazer no quarto.

-Vai ver em breve.- Victoria riu negando com a cabeça.

Era realmente incomum ver as duas juntas, mas ainda sim ficava feliz por elas terem ficado amigas. Após chegar no quarto, tive que tirar a calça para refazer o curativo e ainda passar um remédio pra ajudar na cicatrização. Tirei uma foto antes de sair, pra recordação, essa camisa fica muito bem em mim. Peguei minha bolsa, tomei um comprimido e fui para o estacionamento.

Quando vi Warren encostado no carro, quase cai na risada. Sério.. ele parece ter colocado a cabeça no pote de gel, a tentativa dele de topete parece um espeto, o cabelo brilha tanto que chega a arder os olhos.

-Max.- disse sorridente e veio me abraçar, porém me afastei.

-Estou com dor, melhor não.- estava com medo dele esbarrar na minha perna, já que a dor estava me incomodando.

-Desculpe.- coçou a nuca.

-O que houve com seu cabelo?- perguntei segurando a risada.

-Eu ia passar um pouco de gel.. mas tinha um desgraçado do Cristin, o calouro, ele derramou o gel no cabelo e ficou assim.- resmungou.

-Usa um boné.- dei de ombros.

-Ótima ideia.- foi até o carro, abriu o porta-malas e pegou um dos vários bonés que ali haviam.

-São muitos.- me aproximei.

-Meu pai vende, ele esqueceu uma caixa no meu carro quando emprestei a ele.. então.. - disse.

-Vamos de carro? Sua perna não esta quebrada.- olhei para a chave na mão dele.

-Tentei dirigir com a perna assim.. mas não dá.. vamos de ônibus mesmo.- falou um pouco sem graça.

-Eu dirijo.- peguei a chave da mão dele.

-Sério? Max.. você sabe?- pereceu confuso.

-Claro que sei.- tirei da bolsa a carteira e mostrei minha habilitação.

-Nossa Max, eu não sabia.- disse animado.

-Eu só não tenho carro.- dei de ombros.

Apesar de estar com um pouco de sono, consegui dirigir corretamente até o cinema, havia pouco trânsito pelo menos. Estacionei o carro e devolvi a chave a ele, o ajudei a sair do carro.

-Pensei que estivesse com dor.

-Estava, o remédio está fazendo efeito.- dei de ombros. -Já sabe o filme?- perguntei atravessando a rua lentamente, chegando a bilheteria.

-Que tal aquele?- era um daqueles clichês de ação que o cara sempre ficava com a mulher no final e saia atirando em tudo.

-Talvez algo menos clichê.- apontei para um cartaz cujo tinha um filme de ficção científica, parecia ser interessante, era um terror misturado com suspense e mistério.

-Pode ser.- pegou o dinheiro no bolso, o mesmo insistiu em pagar os dois ingressos, melhor não discutir.

Entramos na sala com pipoca e um refrigerante casa. Estava sonolenta, mas consegui me manter acordada durante o filme, que por sinal era muito interessante. Vez ou outra eu tinha a impressão que o Warren estava me olhando ou tentando segurar minha mão, mas deve ser minha imaginação.

Saímos da sala rindo e comentando sobre algumas cenas bem “mentirosas” do filme, como explosões improváveis e uns sustos que as pessoas levaram. Além de umas cenas que pareciam ter sido muito artificiais.

Até que foi divertido, estávamos atravessando a rua para ir até o carro e voltar para Blackwell, Warren parecia estranho, parecia ir mais devagar e estava suando, mas nem estava calor, até me arrependi de não trazer um casaco.

-M-Max.- me chamou, reparei sua voz falha.

-Diga.- o rapaz olhava para todos os lados, menos pra mim.

-Quer dar uma volta na praça? É aqui perto.- apontou.

-Tá.- o ar fresco era bom pra relaxar mesmo.

Lentamente caminhamos até lá. Sentamos em um banco em baixo de uma árvore, ali tinha a vista para a praça quase inteira, havia poucas pessoas. Senti a mão dele sobre a minha, acho que aquela coisa no cinema não foi minha imaginação. Nesse instante olhei para ele cujo já me olhava.

-Eu queria te dar uma coisa. Mas esqueci no meu dormitório.- falou com o rosto corado.

-Err.. tudo bem, você me dá depois. Mas.. slá.. não é meu aniversário ou coisa do tipo..- antes que pudesse terminar de falar fui calada.

Os lábios dele tocaram aos meus. Não sabia bem como reagir, fiquei um pouco paralisada, foi então que lembrei da Chloe me beijando e os movimentos que ela fez. Fechei meus olhos e tentei imitá-los mentalmente, como se estivesse com ela em minha frente. Imaginava que toda aquela sensação voltaria à tona nesse beijo, mas me enganei. Senti uma repulsão, não era tão bom quanto foi com minha amiga, nem era pelo Warren não saber me acompanhar, mas pelo que sentia enquanto minha boca estava colada a dela. Será que eu poderia estar gostando da minha melhor amiga? Deve ser loucura.. não consigo mais continuar com esse beijo. Fiquei com muita vontade de voltar no tempo e impedir que tudo isso aconteça, mas algo dentro de mim queria que eu esperasse um pouco e ver onde isso iria levar, fora o medo que sentia de estragar as coisas novamente.

Separei o beijo rapidamente, puxando um pouco de ar com dificuldade. Em um movimento rápido juro ter visto alguém de cabelo azul.. devia ser minha imaginação.. não podia ser ela.. ou pelo menos eu não queria que fosse. Por que sentia vontade de chorar? Muitas pessoas poderiam ter cabelo azul. Sem pensar peguei meu celular e mandei uma mensagem para Chloe.

“Que horas nos veremos amanhã?”

Foi só então que percebi que ela havia mandado várias mensagens, tratei de ler uma a uma.

“Tem seu bolo favorito, acho que gostaria de vir.”

“Imagina que droga, acabou a cerveja e minha mãe me fez ir no mercado comprar.”

“Max? Está tudo bem? Não me responde a um bom tempo, espero que esteja adormecida.”

Parecia que um forte aperto invadiu meu peito, como se meu coração tivesse um espaço menor pra bater.

-Está tudo bem Max?- perguntou o garoto sorridente.

-Vamos voltar pra Blackwell, está tarde, não me sinto bem.- suspirei.

O mesmo concordou com a cabeça. Eu dirigi em silêncio, ele tentou puxar algum assunto ou contar piada, mas uma tal Price não saia da minha mente. Eu quase bati em um carro, estava com um pouco de sono, meus reflexos estavam péssimos. Depois do susto eu não fiquei a ponto de dormir no volante. Warren parecia muito assustado ao descer do carro, estava trêmulo.

-M-Max.. venha comigo pegar seu presente?- antes que eu pudesse responder ele já estava me puxando para o dormitório masculino.

Será que estou tão no automático assim que nem respondi a simples perguntas? Olhei rapidamente meu celular, não tive nenhuma resposta, decidi mandar mais uma mensagem rápida.

“Está brava comigo?” temia a resposta daquela pergunta.

Entrei no quarto de Warren, que por sinal estava vazio. O mesmo mexeu na estante e pegou uma pequena caixinha, e a abriu em minha frente, nela havia um anel de prata com alguns detalhes dourados.

-Era da minha mãe, gostaria de dar a você.- disse sem graça.

-Warren.. eu..- antes que pudesse dizer algo ele me pressionou contra a parede, tomando novamente meus lábios.

Tentei empurrá-lo, mas não tinha muitas forças, estava me sentindo fraca e sonolenta, aquele remédio basicamente me deixa drogada, me admiro ter me mantido sã todo esse tempo. Mais ainda, ter conseguido conduzir o carro sem acidentes, ou quase.
A mão dele começou a passar por minha barriga, de baixo da blusa, junto com sua língua que tentava adentrar em minha boca, foi então que mordi a mesma, fazendo ele afastar o rosto rindo. Antes que ele pudesse dizer algo, tentei dar uma joelhada em suas partes baixas. Não sei dizer se fui muito lerda ou ele rápido, mas consegui errar.

-O que foi Max? P-pensei que queria isso.. o jeito que me olhava...- falou sem graça, notei seu rosto bem vermelho.

-Não.. Warren.. eu.. nós.. eu.. quero ficar só..- olhei para o lado, ele era um ótimo amigo, não queria que isso estragasse nossa amizade.

-Max.. será que gostaria de ser minha namorada?- estendeu o anel pra mim.

-Warren.. e-eu preciso pensar..- virei de costas e corri do quarto, sentia uma forte dor na perna, mas não quis parar.

Lágrimas escorreram dos meus olhos, era algo tão estranho. Então o que ele me disse uma vez de estar aprendendo “o que as mulheres gostam” era isso? Não sei se ele é estúpido de acreditar nisso ou se é ingênuo demais pra notar que não funciona. Espera.. ele estava mesmo querendo namorar comigo? O que vou fazer... tudo começou com um convite pra ir ao cinema.. eu devia voltar no tempo e negar.. mas como?

Ao chegar em meu quarto, peguei a foto que tirei antes de sair com ele, talvez desse tempo de cancelar. Minha visão estava um pouco borrada, mas eu persistia em tentar voltar para aquela foto, porém não consegui bem. Olhei pra minha calça, suja de sangue, que droga.

Não pensei direito, só deixei meu corpo cair na cama e já adormeci. Parecia tão cansada, mas sei que não estava, aliás, não fiz nada o dia inteiro. Acordei de supetão, com uma forte dor na perna. Olhei novamente para a foto, cujo estava ao chão. Agora conseguia focá-la melhor.

Antes de viajar para a foto, conferi o celular, apenas para verificar se tinha alguma mensagem, mas nada. Não iria mudar de ideia essa vez, olhei fixamente para foto, parei quando o celular tocou. Era.. Joyce? O que houve? Atendi rapidamente.

-Max espero não ter lhe acordado. Preciso muito falar com você. Por favor venha no estacionamento, é sobre Chloe.- não pensei duas vezes, coloquei o celular no bolso, a foto e corri.

Chegando lá me deparei com David abraçando a mulher cujo chorava. Meu coração disparou ao não ver minha amiga com eles, o que poderia ter acontecido?

-Entre no carro.- pediu a Joyce com a voz trêmula, sem questionar eu entrei.

Nenhum deles disse uma palavra, aquilo tudo me deixava aflita. Pensava se devia já voltar no tempo usando a foto, me sentia um pouco melhor agora.

-O que houve com sua perna?- pergunta o homem que dirigia.

-Estou bem.- falei baixo.

-Chegamos.- falou a voz em desespero da mulher, o homem parecia se segurar para não chorar.

Estávamos no hospital, já imaginava o que estava por vir.. a dúvida era, como Chloe veio parar ali. Joyce falou com a enfermeira, que nos acompanhou até um quarto. Onde pude ver minha amiga na cama, com os olhos entreabertos e um curativo no peito.

-Max.- falou ela com a voz baixa, corri para próximo.

-Chloe.. me desculpe.. eu devia estar lá.- engoli em seco.

-Max... não foi culpa sua, você gosta dele, não precisa esconder de mim. Entendo por que não quis ir. Eu só queria te dizer pra fazer o que achar melhor.- colocou a mão em minha cabeça, meus olhos se encheram de lágrimas.

-Vou te salvar Chloe.. eu deixei isso chegar onde está... não posso deixar que isso aconteça com você.- coloquei a mão no bolso, e peguei a foto, espera, eu precisava saber o que aconteceu pra evitar, então olhei para minha amiga. -O que exatamente aconteceu?- perguntei.

-Ela me salvou.- Joyce se derramou em lágrimas.

-Precisava trazer ele?- bufou Price olhando David abraçar sua mãe. -Levei um tiro, só isso. Um maluco tentou me assaltar quando cheguei em casa com as bebidas, minha mãe viu e veio me ajudar, aí ele atirou nela.. não tive escolha.. saltei na frente.- falou baixo.

-Não precisava fazer isso.- disse a mulher chorando.

-Isso não vai acontecer.- notei um sorriso de canto nela, segurei a mão da mesma, cujo apertava a minha.

Foquei na foto, agora estava de volta ao quarto. Peguei rapidamente meu celular e mandei uma mensagem para Warren cancelando o encontro, não iria aguentar passar por aquilo novamente. Devia ter escolhido Chloe desde o início.

Aquela imagem da minha amiga no hospital ainda assombrava meus pensamentos. Toda essa responsabilidade de certa forma deixava minha mente uma bagunça.. tanto que não sabia dizer o por quê desejava estar tão perto dela. Podia ser só um sentimento de amizade, proteção.. ou até mesmo uma paixão.. será que estou inventando tudo isso para compensar o tempo que ficamos longe uma da outra? De uma coisa eu tenho certeza, teria que passar a noite com ela.

Peguei o celular e vi uma mensagem, mandada a pouco tempo.

“Tem seu bolo favorito, acho que gostaria de vir.”

Sorri de canto, por que ainda sentia o coração bater apertado enquanto não a via? Minha mente sabia que ela estava bem, mas lá no fundo parecia não acreditar.

“Mudei de ideia, venha me buscar na entrada de Blackwell, já estou pronta. Só vou pelo bolo”

Tentei descontrair um pouco para aliviar a tensão que sentia. Recebi de imediato outra mensagem.

“Essa é a super Max, estou indo aí.” mandou um emoticon rindo.

Melhor sair de mansinho, não quero me deparar com o Warren e ter que explicar tudo. Encontrei Victoria e Kate, ambas estavam conversando e acenaram para mim. Se eu falasse a mim mesma do passado que elas se tornariam amigas, nunca iria acreditar. Eram tão diferentes.

Olhei para todos os lados, assim teria certeza que não teria encontros inesperados. Por sorte consegui caminhar sem ser vista por ninguém, exceto pelo maldito segurança que chamou minha atenção.

-Ei você. O que faz fora do dormitório uma hora dessas?- era uma voz feminina, ouvi dizer que a Blackwell ia contratar um novo segurança, então.. era hora de ver no que daria, ou voltar ao tempo.

-Eu tenho uma coisa pra fazer.- disse olhando na direção da voz, não dava para ver direito quem era, mas essa voz é familiar.

-Ora quem temos aqui. Max, como está?- quando ela chegou próximo a luz, pude ver que era Morgana, senti um grande alívio.

-Bem.. mas preocupada. Eu preciso muito falar com você, mas é sério, preciso ir agora.- olhei para a estrada, dava pra ver a caminhonete de Chloe.

-Por que não falamos agora?- cruzou os braços.

-Bem.. tenho compromisso.- não tirei os olhos da caminhonete, eu queria muito ver a Chloe ali e confortar minha mente que estava tudo bem.

-Parece que vocês tem um forte vínculo.. pode ir.- olhou de canto a caminhonete, dessa vez meus olhos focaram nela.

-Vou ser advertida pelo diretor?- engoli em seco.

-Não vi nada.- virou de costas.

Suspirei em alívio com um pequeno sorriso no lábio. Caminhei rapidamente até o veículo. A porta já estava aberta para que pudesse entrar. Mal sentei no banco e já abracei minha amiga com força.

-Que bom te ver novamente.- mal notei que estava abraçando forte demais.

-Err.. Max... voltou no tempo?- perguntou.

-Dessa vez estarei com você.- meus olhos se encheram de lágrimas.

-Estou bem.. tá? Os parentes estão quase chegando. Que tal se desviarmos o caminho?- piscou.

Será que se não estivéssemos lá a pessoa com a arma mataria Joyce? Talvez não valesse a pena deixá-la perder a mãe, ela já perdeu o pai.

-Melhor irmos a festa, sua mãe pode ficar chateada.- falei baixo, mesmo que prefira não ir até lá.

-Você que sabe, lá vai ser um tédio.- suspirou.

-Damos um jeito.- minha palavras fizeram ela sorrir. Em pouco tempo já voltamos para a casa dela. Joyce estava muito contente em me ver. Recebi um abraço inclusive. Chloe estava emburrada, já sabia por que, era uma palavra e um sentimento.. David... o padrasto que ela nunca gostou.

Decidi ajudar a mãe dela com os preparativos, minha amiga optou por me ajudar, apesar de dizer vez ou outra que não devia me esforçar demais para não abrir os pontos. No fim.. decidi descansar, já comecei a sentir dor na maldita perna.

-Max.. vamos pro meu quarto.- falou Chloe alto quando sua mãe ligou a música.

Bom.. não era das minhas músicas favoritas e aposto que muito menos dela, portanto topei em ir para o quarto. A estratégia da outra foi ligar uma outra música alta, anulando assim o som que vinha de baixo.

-Quero te mostrar uma coisa.- sentou na cama com algo na mão.

-O que é isso?- reparei o que parecia ser um livro.

-Pode-se dizer que é um tipo de diário. Escrevi tudo o que acontece depois que você saiu e decidi que um dia iria mostrar a você.- abri um enorme sorriso quando ela me entregou.

-É sério? Fez tudo isso pra mim? Mal posso esperar pra ler. Quer narrar?- abri a primeira página. -Caramba, que desenhos lindos!- a outra coçou a nuca.

-Bom.. espero que ignore os palavrões.- disse antes de pigarrear e ler a primeira página.

O diário dela era muito interessante, seu jeito crítico e engraçado de ver as coisas, era tudo encantador. Aliás.. o jeito que ela falou do tempo junto com a Rachel, parecia ser tão importante para ela, acho que era uma ótima pessoa, pena que não tive a oportunidade de conhecê-la.

Chloe estava sorridente, a mesma parecia ler animada, vez ou outra rimos juntas, pena que as páginas terminaram. Mesmo assim a animação dela não passou. Ficou de pé em cima da cama e começou a dançar, até que a música era animada.

-Vem.- puxou meu braço.

Um pouco tímida comecei a me mexer.

-Parece um robô, se solta.- segurou minhas mãos e fez meu corpo mexer.

Acabei por me soltar mais, ainda continuei com as mãos juntas as delas, olhava aquele sorriso bobo, era tão bom vê-la sorrir dessa maneira, tanta coisa aconteceu, estou tentando ser forte e passar por isso tudo, mas é tão difícil. Soltei as mãos dela para abracá-la.

-Eu estou cansada, será que podemos só ficar a toa?- perguntei.

-Mal dançamos.... ah...- ela deve ter entendido, a viagem no tempo me cansa um pouco, aliás.. esperava que meu nariz estivesse sangrando, por sorte não está.

-Chloe, hoje o dia está bem mais longo do que eu esperava.- deixei meu corpo cair sentado na cama.

-Eu queria poder voltar no tempo também. Imagina o que eu mudaria na minha vida.- ergueu o rosto, pareceu pensativa.

-As vezes é melhor aceitar ela como está, é assustador ver outras realidades.. aliás.. esses pesadelos.. são tão reais.. eu preferia não arriscar.- coloquei a mão em cima da ferida. Senti que a outra me abraçou.

-Vou estar com você dessa vez. Sei que nunca vou saber o que aconteceu, mas quero que me conte, pode desabafar o que quiser. Não precisa guardar pra si.- olhei para minha amiga, nosso rosto estava tão próximo, podia ver aqueles olhos azuis cintilando e sentir sua respiração cruzar com a minha.

-Eu a vi morrer tantas vezes.. voltei tantas vezes.. mas dessa vez... você estava no hospital.. salvou sua mãe de um tiro. Mas eu.. eu não estava aqui.. eu poderia impedir. Disso tenho certeza. Lá você disse para fazer o que eu achasse melhor, então decidi voltar e impedir que se machuque..- falei tão rápido que não sei dizer se ela entendeu.

-Você é a super Max.- sorriu de canto.

Senti meu coração latejar, eu não consegui resistir àquele sorriso. Por impulso toquei nossos lábios e deslizei sobre os dela. Era tão mágico como o contato de tais me trazia tantas sensações. É óbvio que Price não ficou por fora, ela levou a mão em meu rosto e o acariciou. Enquanto mantinha meus olhos fechados, sentia a carinhosa massagem entre nossas bocas, minha mente voava longe. Era como se estivesse leve, boiando novamente naquele lago, conseguia imaginar o desenho de cada nuvem. Minha mão estava aquecida pela dela, entrelacei nossos dedos apreciando cada sensação que esse momento me proporcionava. Nunca me senti tão viva. De fato, nada se comparava ao beijo dela.

Ouvimos alguém bater na porta, por mais desagradável que fosse, precisávamos separar nossos rostos, fiquei sentada na cama como se nada tivesse acontecido. Chloe foi atender a porta e após voltou a sentar próximo a mim.

-Parece que vou ter que comprar mais bebidas.- engoli em seco, agora que tudo iria acontecer.

-Deixa que eu vou.. tem uma loja aqui perto, deve estar aberta.- propus.

-Não precisa Max, pode deixar que eu vou, é rapidinho.- deu de ombros. -Juro que se hoje não fosse aniversário dela eu nem iria.- revirou os olhos, pelo visto ela só faz isso pelo amor que tem pela mãe.

-Eu vou junto.- levantei e ergui o queixo, estava com medo, mas não podia deixar ela sozinha nessa, eu tinha que salvá-la.

-Está tudo bem?- perguntou parecendo preocupada.

-C-claro, vamos rápido. Melhor não deixar ela esperando.- estava gaguejando mais do que esperava.

-Está com medo?- essa pergunta fez meu coração ficar acelerado, eu parecia cada vez com mais vontade de ficar em casa.

-Claro que não.- novamente engoli em seco.

Se acalma Max, você pode voltar no tempo, nada de ruim irá acontecer, por que estou com tanto medo de usar meus poderes? Já usei eles outras vezes e não me senti assim.

-Você está suando, evita olhar pra mim, age estranho. Tem algo que não me contou sobre sua viagem no tempo?- cruzou os braços, parece que não conseguiria esconder isso dela.

-Só vamos evitar estranhos tá?- tentei passar confiança.

-Jefferson, ele vai aparecer?- perguntou.

-Não é isso.. é só..- suspirei, será que devia dizer a ela sobre Warren ou sobre como estava com medo de usar meus poderes novamente?

Dessa vez eu precisava pensar, se contasse a ela talvez poderia gerar certo conflito. Eu queria acreditar que tudo daria certo, não vou demonstrar meu medo. Precisávamos fazer algo, não podíamos perder tempo, ou o bandido chegaria aqui antes de nós.

-Só?-

-Só vamos.. talvez possamos comprar umas bebidas pra nós.- pisquei e ela riu.

-Quem é você? O que fez com a Max?- ri com ela, mas na verdade estava quase explodindo em nervoso.

Em pouco tempo saímos de casa, fomos de caminhonete mesmo, tentei pensar que tudo estará melhor, pois eu estarei lá, eu tenho o poder de mudar e vou mudar. Esse bandido não irá mais atirar em ninguém.

Quando entrei na caminhonete, para voltarmos vi a silhueta do Jefferson, ele estava com um boné e óculos escuros, é noite e parece que ninguém acha estranho. Encarei o homem da janela, o mesmo pareceu virar e me olhar diretamente, com um pequeno sorriso no canto dos lábios.

-Max?- Chloe chamou minha atenção. -Você está pálida, viu um fantasma?- perguntou.

-É ele...- apontei, a outra olhou na direção, o homem ainda fez questão de acenar.

-PUTA QUE PARIU, VOU LÁ DAR UMA SURRA NAQUELE FILHO DA...- antes dela terminar de falar segurei seu braço.

-Por favor, só vamos pra casa, ligamos pra polícia pra avisar que ele foi visto aqui. Não quero chegar perto dele.. não quero que se machuque... não vamos agir sem pensar.- sentia um arrepio ao lembrar daqueles malditos pesadelos, meu corpo todo parecia levar um choque forte, um formigamento que incomodava.

-Está bem.- franziu a testa e acelerou com tudo, descontando a raiva no acelerador, eu suponho.

Em pouco tempo estávamos novamente em casa. Assim que chegamos no quintal, nos deparamos com a Joyce ao chão, cheia de sangue e seus parentes ao redor. Chegamos tarde, Chloe derrubou as bebidas da mão, a mesma me olhou com lágrimas nos olhos.

-Era eu quem devia levar o tiro. É TUDO CULPA DAQUELE PORRA DO JEFFERSON.. ELE QUERIA ACABAR COM NÓS POR COLOCAR-MOS ELE NA CADEIA.- gritou enquanto suas lágrimas escorriam.

Não pensei duas vezes, fechei meus olhos com força, entendi minha mão para que o tempo voltasse. Estava eu, encarando o Jefferson com aquele sorriso idiota novamente.

-Melhor irmos, sua mãe deve precisar das bebidas.- a outra acenou de maneira positiva.

Em pouco tempo estávamos em casa, Joyce estava fumando no quintal, conversando com algumas pessoas, corri para próximo a ela, segurando a mão da Chloe, apontei para um homem de capuz, o mesmo parecia suspeito, ele atravessava a rua com as mãos ao bolso.

Sem entender, Price e eu nos aproximamos do sujeito, o mesmo apontou a arma para a testa da minha amiga.

-Passa a grana.- disse.

-Deixa a minha filha em paz.- berrou Joyce.

Ouvi um tiro e percebi Chloe saltando para frente da mãe. Eu só conseguia imaginar ela no hospital, mas espera... por que essa volta ao tempo está diferente das outras? É como seu eu precisasse fazer algo pra mudar, e não apenas tomar uma única decisão. Isso é tão confuso. Arregalei meus olhos ao ver o bandido ao chão, olhei para o lado e uma Price furiosa se levantava.

-Seu puto, caralho.- bufou.

-O que houve?- o homem estava sangrando, mas minha amiga e sua mãe pareciam ilesas. Percebi Joyce no telefone, espero que esteja ligando pra polícia.

-Ele teve o que mereceu.- Chloe chutou a barriga do homem caído, a mesma estava brava.

-Eu nunca erro.- aquela voz... senti um arrepio até onde nem sabia que podia arrepiar.

-Morgana.- falou minha amiga com nojo.

-De nada.- colocou uma pistola no cinto.

-O que faz aqui?- perguntei ainda confusa.

-Disse que queria falar comigo, achei que fosse o momento certo.- deu de ombros.

-Está incomodando.- Price cruzou os braços.

-Me mande mensagem.- deu as costas.

-Ele está morto?- perguntei.

-Ninguém viu o atirador.- sussurrou me olhando por cima dos ombros. Senti um repentino choque no corpo, ela conseguia me causar sensações esquisitas, era quase como se tivesse tentando me manipular.

-Ahh! Está vivo.- resmungou minha amiga, cujo cutucava ele com a ponta da bota.

-Aquela mulher está escondendo algo.- franzi a testa.

-Já disse, fica longe.- bufou.

-Chloe.. minha filha, está tudo bem.- a mãe dela pareceu brotar do chão e abraçar ela.

-Err.. está sim.- ouvi a polícia chegando.

Tivemos que conversar com eles, eu dizia que não vi o atirador, mas Chloe insistiu em acusar a Morgana, não sabia o que ela quis, mas os policias cochichavam esse nome, pareciam conhecer. Ambos levaram o homem para a viatura. Pelos comentários o cara tinha passagem por furto e tráfico de drogas, e pelo visto, já assassinou muita gente para ter seu dinheiro.. era um foragido perigoso.

-Maaax.- Price trouxe meus pensamentos à tona. -Vamos comer bolo, pare de escutar a conversa dos policias.-

-Parece que eles conhecem a Morgana.- comentei.

-Ha!! Eu disse que ela não é confiável.- riu orgulhosa.

-Por que ela nos ajudou?- me perguntava, mas acho que falei alto demais.

-Aqueles olhos de peixe morto.. acho que ela tem interesse em ti.. os olhos dela sempre se fixam em você.. ou talvez tem interesse em suas habilidades, já que ela sabe.- olhou para a rua, onde antes tinha desaparecido certa punk, olhei em mesma direção, como se buscasse conectar nosso pensamento.

-Ela é perturbadora.- foi a única coisa que consegui pensar, dessa vez, concordei com ela em não confiar nessa garota, não que confiasse antes.. mas.. agora tomarei maior cuidado.

Até que o resto da noite foi tranquilo, minha perna parecia colaborar, não doía muito ou talvez eu nem lembrasse dela. Apesar dos parentes estranhos e as conversas de família sobre “eu conhecia ela quando tinha esse tamanho”, a noite foi tranquila. Chloe tinha razão sobre eu gostar do bolo, estava ótimo, com a massa bem macia e o recheio suculento, tive que comer várias fatias, isso que não era de comer muito, aliás, era meu sabor favorito.

Após os convidados irem embora, decidi ficar e dormir com minha amiga.. e bem.. a casa dela parecia tão quieta quando fomos ao quarto. A mesma olhava para a porta fixamente.

-Acha que sua mãe vai entrar?- perguntei.

-Não.. só não quero pensar nela dormindo com o David.- bufou. -Aliás.. eu tranquei a porta.- deu de ombros e abriu o guarda-roupas, jogando a mim um short confortável para dormir. -Pensa rápido.- riu.

-Errou.- ri quando o short caiu ao chão, perto de mim, mesmo assim o peguei.

Após me trocar pra dormir, fiquei sentada na cama, olhando para o curativo, me arrepiava pensar naquela cena, toda aquela dor. É difícil de acreditar que aquela garota estranha me ajudou, sinceramente, não sei o que pensar, até dormir está difícil.

-Ainda está pensando nele né?- sentou em meu lado e pousou a mão próxima ao curativo.

-Jefferson é perigoso.- suspirei, lembrei de tê-lo visto na loja, era um sinal de que não estava longe.

-Max, dessa vez eu irei te proteger dele tá? Só por favor, não vá atrás dele. Se em sonho ele fez isso contigo, imagina na vida real.- virou meu rosto a fazendo nossos olhares se cruzarem.

-Sabe que eu posso voltar no tempo a qualquer hora.. eu estaria mais segura sozinha.- percebi-a franzir a testa.

-Eu perdi algumas pessoas muito importantes pra mim, não quero te perder também e sentir que fiquei de braços cruzados olhando isso acontecer. Eu vou te ajudar, custe o que custar.- o dedão dela acariciou meu rosto.

-E-eu.. - deixei algumas lágrimas escorrerem, fiquei feliz e preocupada ao mesmo tempo.. estava em pânico por dentro, apesar de não demonstrar. -Obrigado.- suspirei.

Levei um susto quando senti os lábios dela tocarem os meus, mas claro que consegui relaxar, fechei meus olhos apreciando seu doce beijo, e põe doce nisso, conseguia imaginar novamente aquele bolo delicioso, pra ser sincera, o beijo estava melhor que o bolo.

Após nossos lábios se separarem, decidimos dormir, ficamos bem próximas, acabei dormindo entre os braços dela, me fez sentir certa segurança. Ainda tinha dúvidas se a Chloe poderia participar do meu sonho também, de qualquer forma, eu apenar queria uma noite de paz, algo tranquilo, aproveitando a presença de alguém que esteve comigo nos piores momentos desses últimos meses. Alguém que tenho certeza que irá me ajudar, ou pelo menos manter meu psicológico são.

 


Notas Finais


Gostaria de saber o que acharam do capítulo, podem comentar, todas as opiniões são bem vindas.

Quem conhece a Morgana me digam, o que acharam dela nesse enredo?

Infelizmente não darei previsão para o próximo capítulo, então.. só nos resta esperar, o mais breve possível começarei a escrever :3
Mto obrigado por lerem <3 bjo no coração de todos.


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