História Ligações Perigosas - Dark Tears

"O que doí mais na traição, é que ela vem de quem se não se espera..."

Draco sentia-se meio perdido e sem chão, desde que sairá dos aposentos de sua mãe, ela ainda ouvia-se sua voz, quando ele ia no meio do corredor, mas ele simplesmente não prestava atenção.

Desde a morte de seu pai que ele não estava acostumado a sentir-se daquele jeito. Culpado e aflito.

Aquilo não devia de ter acontecido. Ele simplesmente divertira-se, ele não pensava que…

E como ela podia ter a certeza, que era seu filho? Ela havia dormido com milhentos homens, sendo que naquela noite dormira com o Marquês de Doucaul, nos jardins. Como ela podia ter absoluta certeza?

Podia não ser seu filho, mas…ao mesmo tempo podia. E ele não era do género que abandonava filhos e muito menos, filhos bastardos. Sabia o que Blaise tinha passado por causa de sua mãe Narcisa e seu rancor, por Lucius Malfoy ter tido um filho fora do casamento.

Mesmo após a morte de seu pai, ainda era recordado a este qual o seu lugar e quem ele era, pela sua mãe, só quando ele estava presente, é que a sua mãe maneirava, apesar de seus inúmeros avisos.

Resumindo, se o filho que a Lady Hermione tivesse era dele, ele o assumiria como seu, não iria ser hipócrita de fazer como toda a sociedade fazia, encobrir com outro casamento ou dar para adopção, ou outras alternativas mais escabrosas.

Mas uma pontada preenchera seu coração, aquilo podia ser de facto a opção mais honrada, mas para o seu recente casamento podia ser uma verdadeira prova de fogo, como será que Astoria iria reagir?

Ele realmente estava começando a apreciar a mulher que estava descobrindo todos os dias, fosse de que forma fosse. Os casamentos reais raramente eram tão bem sucedidos como seu estava sendo. Isso era o que preenchia de culpa e aflição.

Mas antes de pensar em alguma coisa, ele precisava de falar com Lady Hermione Weasley, confirmar toda essa história e ele sabia a oportunidade perfeita para o fazer.

***

Aquela noite era triunfal, Astoria sentia que aquele baile iria consagrá-la de uma boa vez, perante a sociedade Noruguesa, tivera a ajuda incondicional de sua sogra para que tudo saísse na perfeição, tal como de Pansy, só de Hermione que ela dera dispensada da decoração do salão e dos preparativos, na realidade ela era uma de suas dores de cabeça no momento, como resolver a situação?

Ela não sabia que fazer, para resolver o problema da gravidez inesperada, a barriga mais tarde iria notar-se, o casamento era de facto a solução mais plausível, mas com quem?

Ela encontrava-se no canto, falando com uma das damas da corte, distraída e meio séria, o que não era de todo o seu normal, mas atendendo a situação era compreensível.

E ainda tinha outro problema no horizonte, com seus sorrisos maníacos e calculados na sua direcção, Lady Bellatrix Lestrange e Lord Fenrir Greyback, ambos pertencentes á delegação inglesa, com uma vontade enorme de lhe colocar as mãos em cima e acabar com ela, mas ali estavam eles, distribuindo sorrisos e falsos gracejos, ambientando-se na Corte e sorrindo para ela, como velhos amigos se tratassem.

Ela apostaria um braço e uma perna em como eles estavam ali a mando de seu primo, e coisa que ela sabia desde cedo, era que não era pelos melhores motivos.

Muitos ali olhavam , com olhares fortemente desconfiados, corriam fortes rumores de que ela tinha mandado matar o Conde Crabbe, como se ela perdesse seu tempo mandando ceifar vidas, sendo que tinha estar ocupada mantendo a sua ?

Seus dedos tamborilavam ritmicamente, contra o copo em sua mão, que tinha vinho intocado, por algum motivo ela simplesmente não conseguia sentir-se relaxada e tocar numa gota que fosse de bebida.

Lady Lestrange olhava com um sorriso que era bastante suspeito, ela estava de facto perdendo a sua paciência, que ela queria?

Pelos vistos, não teria que esperar muito, já que ela com a sua graciosidade digna de uma égua  recém parida, elegância nunca fora a sua marca, encaminhava-se para ela, fazendo uma longa vénia, ao que ela mantivera a maldita pouco mais que o necessário, só porque quis, logo apos dispensara e ela erguera-se.

_Sua alteza…

_Lady Lestrange…que gosto na sua visita…

_Igualmente,não nos víamos desde de seu anterior casamento, que pena do principe Theodore…- Que cínica! Tinha sido um membro de sua família que o tinha matado, ela controlava-se para não perder a compostura, lembrando-se da regra de ouro que aprendera desde pequena, seja superior com elegância.-…se bem que tenho pena de vós sua alteza…- Concluirá ela, com a voz embargada de álcool, que mesmo um pouco afastada dela, dava para sentir o seu hálito de vinho.

Se o stress fizesse rebentar uma veia de seu pescoço, ela já teria rebentado na altura, Astoria entrecerrara os olhos, olhando para a mulher, que fora chamada por Lord Greyback para uma dança que iniciava-se no centro do salão, mas ela ficara intrigada.

Tinha pena do que ? Que ela queria dizer?

Um braço firme tocara seu cotovelo, ela voltara-se na direcção de quem havia ousado um toque tão próximo, notara com certa alegria, que era seu marido e rei Draco, que sorria meio cansado para ela, coisa que a andava a intrigar de uns dias para cá.

_Draco, está tudo bem?

Ele tinha um olhar meio sério, quando voltara para ela, entrecerrando os olhos, depois relaxando e suspira longamente, como se tivesse contendo a respiração ao tempo.

_Sim, está tudo bem minha senhora…e vós?

_Podia estar melhor…

Draco dera um leve sorriso, falando no seu ouvido.

_Irei resolver um assunto urgente…faça a vez de anfitriã até eu voltar…

Ela limitara-se a assentir, estava mais que acostumada a isso, se bem que um rei quando se ausentava era mais que notado.

Suspirava, a medida que via os olhares sobre ela e os cochichos aumentarem, mas não detivera-se muito nisso, ao notar que Hermione havia sumido também, tal como Pansy, mas essa segunda bem podia saber onde ela andava, já que Blaise era outra ausência, normalmente quando uma ausentava a outra ficava.

E ela ia jurar que tinha visto ela á pouco.

_Como é possível, o rei Draco …ter deixado tão bela mulher sozinha no meio destes abutres reais?...- Astoria arrepiara-se ao sentir o hálito fresco bem perto da pessoa, quando olhara para trás, dando de caras com ninguém mais, ninguém menos que Lord Rabastan Lestrange, irmão de Lord Lestrange, Barão de Black.

_Seja bem-vindo, Lord Lestrange…

_Por favor, Lord Rabastan bastará, confunde-se com meu irmão…

Ele de facto, era o bom humor em pessoa, já constava e fazia parte de sua fama de bon vivant e conquistador absoluto de mulheres. Dizia-se que o seu gosto primordial era prostitutas e vinho, não sabia-se qual o que amava mais. Não ligava particularmente para a vida real, viva mais nas suas terras e na sua vida.

_Lord Rabastan… espero que esteja gostando do baile…

_Confesso que não costumo frequentar tamanhos eventos, mas…sua alteza deu tão generosamente este baile, que não podia de não deixar comparecer…

_Agradeço, então sua presença…

_Disponha…

Naquele momento, aparecera novamente a intragável de Lady Bellatrix, que olhava os dois com um sorriso meio divertido e risada extravagante, seu olhar focava em Astoria, ao que ela notara que ela estava mais que bêbada aquela altura do campeonato.

_Rabastan, meu querido…cu-cunhado…

_Bella, como sempre exagerando no vinho…se meu irmão estivesse aqui não estaria bebendo tanto, não devia de abrandar tendo em conta seu estado…

Ela dera de ombros, não dando grande importância para isso.

_É uma das diversões da vida…se bem que quem entende bem disso, seja a alteza real…rei Draco…

Astoria olhava directamente para ela agora, meio séria, semicerrando lentamente os olhos.

_Como assim?

_Ora, ele saiu…para uma das portas do lado Leste com a sua dama de companhia…Lady Hermione…

_Bellatrix…- A voz de advertência de Rabastan fizera-se soar, não que isso abrandasse o veneno de Bella que tinha o olhar bem fixo em Astoria.

Como? Ele havia ido com Hermione…em privado, falar? Porque? O que? Como? Ela devia de ter paralisado, porque Bellatrix continuará.

_N-ossa…acorda…sua alteza…estás sendo …traída…e…você ing-ênua desse jeito…quer ser a nossa soberana…iccc…

Lentamente, ela olhava de Bellatrix para todo o salão como acordando de um pesadelo, bem frio, seus pés somente a guiaram para fora do salão, ignorando os olhares discretos que toda a corte lhe lançava.

Todos os pontos unindo na sua cabeça, a estranheza e a distância de Hermione, como se sentisse culpa de algo, recusava-se absolutamente a dizer quem era o pai da criança… o cansaço e as noites mal dormidas de Draco, que olhava para ela como se quisesse falar algo, mas estivesse sem coragem.

Ela dirigira-se, sem prestar grande atenção até a uma porta em particular, que tinha mais guardas que o habitual e eram da guarda real, ou seja era ali que Draco encontrava-se, mal chegara perto, todos eles ficaram mais tenso, como se não esperassem ela ali.

_Abram…

Um deles iria provavelmente contestar e pela primeira vez, numa voz claramente ríspida, pronunciara-se.

_Não repetirei terceira, abram…

E momento seguido, abriram a enorme porta, que dava para uma de aposentos privados que estavam pelo menos até ela saber, desocupados, aproximara-se da mesmíssima porta, fincando o seu ouvido e ouvindo o que ela desejaria nunca ter ouvido.

_ “ Você tem…certeza que esse filho é meu ?”

_”Sim,preferia …que não fosse…acha que eu diria isso, para vós se não tivesse certeza…mas irei resolver de outro jeito…ninguém precisa saber…"

_”Não posso…eu assumirei…”

_”Meu Deus, eu trai a minha melhor amiga, minha irmã de coração…e você quer tornar isso público? Sois louco? “…

_”Ela só tem que…aceitar…”

_”Ela nunca irá …aceitar…, você não a conhece como eu…o quanto ela tem de boa, ela tem de ruim…ela não deixara passar impune…essa traição…eu estou perdida…e você quer acabar de tecer meu caixão…eu mereço mas não ela…ela não merecia isto…”

_”Você tem razão…mas não pudemos apagar o passado e o que fizemos…”

Fora nesse momento, que ela afastara-se da porta, com as lágrimas manchando a maquilhagem que circundava seu rosto, lentamente encaminhara-se para longe dos portões e dos guardas que olhavam apreensivos e com medo, provavelmente o rei os faria pagar por aquilo.

Astoria sentia que o chão lhe fugia dos pés, aquilo era um…pesadelo. Só podia ser um pesadelo!

Refugiara-se nos seus aposentos, donde começara a destruir tudo que via pelo seu caminho, numa tentativa de extravasar a dor em seu coração.

Pior do que seu marido a trair, isso já era até bem comum em casamento reais…mais doía do mesmo jeito, mas a pior dor era sem dúvida, a traição de Hermione, aquilo doía, de tal forma que não sabia se um dia recuperaria.

Segurando as cortinas do seu quarto, abafara o grito que dera contra elas.

E ela a conhecia, demasiado bem…ela não perdoaria nunca, nem a ela e nem a ele.

Quando se erguera o rosto para a penteadeira que tinha em seus aposentos, seus olhos demostravam uma frialdade nunca antes vista.

A risada tomara conta dos aposentos e não era uma risada de toda divertida por parte de Astoria, era uma risada bem negra. Eles dois lhe iriam pagar bem caro, o que lhe haviam feito.

De tão distraída que estava, não notara que alguém encapuzado saia das sombras de um canto dos aposentos, com um punhal bem reluzente á luz da Lua, que demarcava o brasão Riddle, com a expressão determinada e homicida em seu rosto e com o alvo …na actual rainha da Noruega, Astoria Malfoy .