História Ligados pelo Destino - Sera Melhor Assim

Lysandre chegou em casa um pouco nervoso, fato que não passou despercebido por Leigh que assistia tv no sofá da sala.

– O que houve irmão, parece tenso? - Perguntou Leigh.

– Eu, tenso? Não, não, impressão sua – tentou desconversar sem sucesso.

– Vem cá senta aqui do meu lado, faz tempo que não conversamos de verdade e eu te conheço muito bem.

Lysandre foi em direção ao sofá e sentou-se na poltrona ao lado, talvez fosse melhor aproveitar esse momento em que Rosália não estava por perto pois isso era bem raro e a última coisa que ele iria querer seria Rosália o enchendo de perguntas e levando informação para Sofia.

– Não adianta mesmo tentar esconder nada de você porque sei que me conhece de fato, mas o motivo da minha inquietação é delicado e sigiloso. Acha que pode guardar segredo?

 – Se é necessário, claro que posso.

– Bom, preciso muito ajudar uma amiga que está em situação bastante difícil.

Leigh estranhou um pouco o fato de Lysandre querer ajudar uma “amiga” já que ele conhecia o universo social do irmão e sabia que era extremamente restrito, mas por outro lado, sabia que Lysandre era do tipo que honra a palavra dada e se ele havia prometido ajudar alguém, iria faze-lo.

– Vamos, diga-me do que se trata e talvez possa ajudá-lo a resolver a questão!

– Essa amiga minha está com um problema familiar muito sério, a mãe dela está bem doente e necessita de uma cirurgia um pouco complicada e elas não tem recursos para isso. Gostaria de poder ajudar, mas precisaria de sua concordância para que eu retire um valor maior das nossas aplicações este mês e possa arcar com as despesas.

– Hum entendo. O dinheiro não será problema em se tratando de um motivo tão nobre, fico comovido com sua atitude porque hoje em dia poucas pessoas se importariam com um problema alheio sem ter algum interesse nisto. Você é um cara incrível Lys, tenho muito orgulho de você!  Claro que você pode contar comigo, vamos ao banco amanhã mesmo e ajudarei no que for preciso, ainda mais quando o assunto é a vida de alguém –

“sim, trata-se da minha vida! ” – Pensou Lysandre.

  - Posso saber quem é essa sua amiga?  Perguntou Leigh

– Me perdoe, mas ela ficaria muito envergonhada se outras pessoas soubessem disto e você sabe, a Rosália as vezes fala um pouco demais e você pode comentar sem querer me entende? – Respondeu depressa com certo constrangimento por saber que era indigno daqueles elogios, afinal o real motivo passava longe de uma atitude altruísta.

– Tudo bem, não se preocupe posso entender suas razões.

Lysandre respirou fundo e subiu para seu quarto agradecendo o irmão por concordar com seu pedido, agora precisaria depressa organizar as demais providencias necessárias pois queria resolver este assunto até o fim de semana.

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No dia seguinte após sair do banco, Lysandre foi até a casa de Sofia para lhe avisar que ficaria fora os próximos dois dias devido um compromisso de faculdade. Inventou uma história sobre uma exposição de projetos inovadores que seria vital para o aprimoramento do seu curso, já que estava no último ano.

– Poxa Lys, achei que iriamos fazer aquele passeio que você me prometeu para a fazenda do seu tio. – Falou como uma criança reclamando.

Ele gostou de ver sua decepção em sua face, pois era sinal de que estava ansiosa para estar com ele e acrescentou:

– Não fique assim meu amor, tentarei voltar na sexta à noite e no sábado bem cedo a gente sai, não levaremos mais que uma hora para chegar.

– Ah que bom amor, já estou ansiosa porque faz tanto tempo que não vou a uma fazenda e adoro aquele clima bucólico – suspirou ela colocando os braços ao redor do seu pescoço enquanto ele enlaçava sua cintura e a puxava para um beijo.

– Posso garantir-lhe que se apaixonará pelo lugar, sem contar que teremos a casa inteirinha para nós dois, apenas os empregados estarão lá, mas eles vivem na casa ao lado.

– Humm e o que você pretende fazer comigo sozinho em uma casa tão grande? – Perguntou maliciosa.

– O que um predador faz quando encurrala sua presa? – Respondeu ele de forma séria e firme olhando dentro de seus olhos.

Um arrepio percorreu o corpo de Sofia, Lysandre nunca falara com ela de forma tão intimidadora e isto a fez sentir um misto de excitação e medo. Foi inevitável lembrar das palavras de Vivian: “lobo em pele de cordeiro”.

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Castiel participava de mais uma das várias reuniões que haviam acontecido naquele dia, esta era especialmente desinteressante para ele pois tratava de um assunto no qual ele julgava ser desnecessário a sua presença: a organização de um evento de publicidade para lançamento de uma nova linha de maquiagem. Dentre outras decisões, era necessário escolher a agencia que faria a campanha, estabelecer orçamentos e custos.

O evento marcaria a abertura da semana de moda em Paris, onde importantes grifes iriam expor suas coleções e por isso aquela data seria estratégica, já que os “olhos do mundo” (como Charles, gerente do departamento de marketing, gostava de dizer) estariam voltados para Paris e com isto, o evento da Beaute Douce teria um importante destaque.

Muita coisa já havia sido decidida, de fato fora uma tarde bem proveitosa, faltava apenas um rosto para estampar o folheto de publicidade que circularia em menor escala, pois a campanha maior seria da agencia contratada. Foi então que Charles sugeriu:

- Porque não convidamos a Alice?

 – Que Alice? A minha? – Perguntou Castiel surpreso.

– Sua? Não sabia que ela agora tinha dono! – Disse Charles em tom de deboche e com um sorrisinho de canto, coisa que fez os demais caírem na gargalhada para descontentamento notório de Castiel. Charles já era conhecido por suas brincadeiras e seu jeito um tanto “descolado” demais e Castiel já estava ficando conhecido por seu curto senso de humor e pouca tolerância.

– Castiel, nem todos sabem que ela é sua namorada e também não vejo o porquê do espanto, Alice tem um belo rosto e os traços orientais podem dar uma boa ideia de que a linha é para todas as mulheres independente da etnia.- - Interferiu Ricardo sabiamente,

– Obrigada Ricardo, brincadeiras à parte, foi exatamente o que pensei. E uma ótima forma de globalizar o produto.

– Bom neste caso, conversarei com ela e faremos a proposta com um contrato a parte, afinal este trabalho não tem nada a ver com o que ela desempenha aqui. - Disse Ricardo

– Obrigado por perguntar se concordo! – Falou um Castiel ainda mais aborrecido.

– Ora não seja ciumento rapaz, isto será muito bom para ela e vai render-lhe um dinheiro a mais.

Após a reunião Ricardo chamou Alice em sua sala e conversou com a garota sobre a proposta, como previsto, ela ficou bastante entusiasmada e aceitou o trabalho. As sessões de fotos começariam no dia seguinte pois a semana de moda aconteceria no próximo mês e tinham pouco tempo para providenciar tudo.

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Alexy estava a beira de um ataque de nervos diante da notícia que Rosália acabara de lhe dar.

– Pelo amor de Deus Alexy, você quer ficar calmo por favor? Assim vou chamar outra pessoa para ir comigo.

– Escuta aqui Rosa, se você quiser acordar morta experimenta fazer isso. Agora que é muita loucura do Leigh nos avisar em cima da hora, ah isso é! Como vamos organizar um desfile para daqui a um mês e ainda na semana de moda de Paris!

– Eu sei, eu sei, eu também acho loucura mas vamos ter que conseguir. Se ele acredita que somos capazes é porque somos. O Leigh sabe o que está fazendo. Ele até já reservou as passagens pra nos seis.

– Seis? Quem mais vai conosco?

– Além de nos três, vai a Silvia pra nos dar uma força, O Lys e a Sofia.

– Humm Lys e Sofia em Paris é? Já pensou se...

– Nem pense! Deus me livre se isso acontece, já sei o que sua cabecinha maquiavélica está pensando e seria muito, mais muito azar mesmo se numa cidade tão grande quanto Paris, Lys e Sofia encontrassem Castiel.

– Pois é, seria o tipo do reencontro que não faria bem para ninguém.

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Lysandre dirigia com olhar fixo na estrada, a cabeça parecia estar em qualquer planeta menos ali.

- Você poderia ao menos conversar comigo, está agindo como se me odiasse.- Disse Nina chorosa

– Não diga bobagem Nina sabe que não lhe odeio, mas nunca pensei que você fosse louca a esse ponto. Não se brinca de casinha, quando você vai entender isso?

– Olha, não foi difícil dar uma desculpa pra Melody, mas o que vou dizer aos meus pais? Não posso dizer do nada que resolvi me mudar de cidade e trancar a faculdade!

– Seus pais são pessoas humildes, do campo, não vão lhe questionar sobre essa coisa de faculdade, você dirá que surgiu uma boa proposta de trabalho em uma cidade vizinha e resolveu aceitar, diga que vai ganhar bem e que poderá até de vez em quando mandar uma ajuda para eles.

– Está querendo comprar meus pais Lysandre?

– Estou querendo contar uma história convincente e se para isso eu tiver que mandar dinheiro para eles de vez em quando, que seja.

Após dirigir por cerca de uma hora e meia, chegaram a uma cidade próxima a Village Sucre chamada Amboise. Era uma cidade antiga, muito bonita e pequena. Seria mais fácil para Nina se locomover ali, além do mais a pequena casa que Lysandre havia alugado ficava a poucas quadras do hospital da cidade, onde ela faria seu pré-natal e bem em frente havia uma linda praça onde ela poderia passear com o bebe em total segurança.

Nina desceu do carro em direção a casa enquanto Lysandre se encarregava das malas. Por um segundo ela teve o vislumbre de que poderiam ser uma família que acabara de se mudar e esperavam pelo seu primogênito. Logo Lysandre a tirou de sua doce ilusão:

– Aqui estão as malas. Mais tarde virá uma senhora por nome Amélia que lhe ajudara com o que precisar. Ela virá 2 vezes por semana e quando estiver mais perto de dar à luz, ela passará a vir todos os dias certo?

Nina ficou realmente impressionada em como ele conseguiu pensar e providenciar tudo aquilo em tão poucos dias. Nem mesmo ela teria pensado em tantos detalhes.

– Eu não vou te ver mais? O que será de mim aqui sozinha Lysandre?

–  Nina, já conversamos sobre isso e eu já falei pra você que vou assumir a criança. Não fugirei da minha responsabilidade, mas este será o nosso único laço e que permanecerá estritamente entre nos. Todo mês depositarei na sua conta o valor necessário para que você e o bebe possam viver confortavelmente, mas não exija outro tipo de atenção de mim porque não você não terá.

– Muito bem Lysandre, a partir de agora não exigirei mais nada de você e nem alimentarei qualquer tipo de devaneio louco como fiz todo esse tempo. Agora sou mãe e preciso pensar em meu filho em primeiro lugar, portanto a única coisa que te peço é que não deixe nosso filho sem um pai.

– Isso eu jamais farei. Com o tempo você verá que será melhor assim.