POV. Justin Bieber
Eu não estava acreditando nisso. Até hoje à tarde estávamos juntos, eu a beijei de manhã onde todos os paparazzi viram, a foto do beijo estava estampado em todos os noticiários, ela ficou colada comigo a viagem toda até Las Vegas e agora a noite ela me aparece no corredor desse hotel de mãos dadas e aos beijos com esse bosta?
Isso não pode estar acontecendo. O que foi que eu fiz de errado?
- O que você... – dei uma pausa, soltando um riso ainda sem acreditar – ah não, você está brincando comigo né? VOCÊ ESTÁ BRINCANDO – Gritei sem me importar com quem estava ouvindo. Eu queria ouvir da sua boca a verdade, queria ver se ela era capaz.
Ela tentava ao máximo desviar seu olhar do meu, enquanto eu procurava por ele a todo instante. Eu queria que ela me olhasse e falasse que não sentia mais nada, por que ela foi capaz disso?
- Não estou pra brincadeiras, Justin – sua voz saiu fria, mas seu olhar continuava distante – eu estou com o Logan.
Quando eu ouvi a frase que eu mais temia, senti meu corpo todo enrijecer e a minha vontade era de quebrar todos os ossos dela e daquele corno naquele mesmo instante. Senti uma mão no meu ombro me tirando do transe e me levando até meu quarto, enquanto eu continuava olhando para o nada.
Como ela foi capaz disso? Eu sempre dei tudo o que ela sempre precisou, eu não voltei com a Selena porque eu sabia que isso iria destruir meu relacionamento com a Lucy e ela foi capaz de fazer isso comigo? Onde foi parar a garota meiga, corajosa e carinhosa que eu conheci? Que eu fui capaz de beijar na frente de todos e até mesmo desafiar meu produtor pra não perde-la?
- Justin, se acalma... – Scooter dizia enquanto fechava a porta do quarto – ela não vale a pena, eu sempre disse isso pra você.
Eu me sentei na cama porque eu sentia que eu não tinha mais força de segurar o meu próprio corpo. Pela primeira vez eu senti vontade de morrer, de que me enterrasse, de fugir desse mundo. Pela primeira vez eu senti que tudo o que eu vivia não pertencia a mim, era tudo uma farsa.
- Me deixa pensar, Scooter. Preciso ficar sozinho.
Ele apenas assentiu, abrindo a porta e saindo do quarto.
Agora eu estava sozinho, definitivamente.
O abajur do lado da minha cama foi a primeira coisa que eu olhei, mas com a visão turva porque as lagrimas já ameaçavam cair, o peguei e com força arremessei na parede, vendo-o quebrar em pedacinhos. Todos os quadros presentes ali eu comecei a tirar com brutalidade da parede, jogando com mais força fazendo com que todos eles rasgassem, formando algo sem valor.
Eu não conseguia acreditar, era mentira. Como ela foi capaz de me deixar?
A porta se abriu com brutalidade, fazendo com que eu virasse rapidamente tendo a visão perfeita do Za, ainda sem acreditar no que estava vendo.
- BRO, O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – Ele perguntou olhando o quarto todo detonado – Eu ouvi o barulho do quar...
- ELA ME DEIXOU – Eu gritei – ELA ME TROCOU POR AQUELE FILHO DA PUTA. EU VOU MATAR ELA, EU VOU QUEBRAR ELE EM PEDACINHOS – minhas lágrimas saiam sem que eu controlasse. A dor que eu sentia era mais forte que todas e aquilo me surpreendia, eu não me recordava de ter ficado tão mal pela Selena como estava pela Lucy. O que é que está acontecendo? Onde foi que eu errei?
Za se aproximou de mim.
- Eu disse que não era pra você se envolver desse modo, cara.
- EU A ODEIO, EU ODEIO! ELA VAI SE ARREPENDER POR TUDO O QUE ELA ESTÁ FAZENDO.
Virei de costas pra ele, ficando de frente pra janela que dava pra ver a rua movimentada de Las Vegas. Meu coração estava pequeno, tão pequeno que eu não ouvia pulsar, eu podia concluir que estava morto. Eu não sentia nada, a dor anestesiou meu corpo por completo.
Za ficou quieto, mas eu ainda podia ouvir a sua respiração, tendo certeza de que ele ainda estava presente no quarto. Eu tentava engolir o choro, mas eu nem ao menos conseguia controlar. Agora era choro de ódio, raiva.
- Za – me virei ficando de frente pra ele – se arruma.
- Por quê? Pra onde você pensa que vai a uma situação dess...
- SE ARRUMA! – Gritei – NÃO QUERO PERGUNTAS. Se arruma que a gente vai pra uma boate.
Ele apenas assentiu, saindo rapidamente do quarto e fechando a porta.
Se a Lucy quer jogar, que comece o jogo.
POV. Lucy Williams
Eu queria ter voltado pra aquele quarto de hotel e ter ficado o resto da noite. Ver a cara do Justin e a reação dele quando ele me viu com o Logan foi pior do que eu imaginei, foi como se eu estivesse levado duas facadas no peito e tivessem tirado tudo de bom que eu sentia, deixada apenas à dor.
- Está tudo bem? – Logan perguntou enquanto eu olhava para o lado de fora do carro, a caminho do restaurante.
- Sim. – O fitei, dando um sorriso sem mostrar os dentes.
- Você está estranha.
- Estou cansada, só.
- Não – ele me fitou enquanto dirigia, mas voltou o seu olhar para o transito – desde quando encontramos o Justin no corredor do hotel e ele fez tudo aquilo, você ficou assim.
- Logan, eu não quero falar disso, por favor.
- Tudo bem, me desculpe.
Ficamos calados o caminho todo, eu não tinha coragem de olhar pra cara do Logan e fiquei olhando pra janela enquanto ele dirigia até o restaurante.
Assim que ele estacionou o carro, saímos do próprio e ele travou sua BMW, vindo à minha direção e entrelaçando nossos dedos. Era a pior coisa sentir isso e saber que aquela não era a mão quente do Justin. Eu me sentia incompleta.
Entramos no restaurante e era estranho não ter os olhares sob nós como todas as vezes que eu saia com o Justin. Talvez porque o Logan não era um astro da musica Pop.
Logan escolheu uma mesa e nos sentamos rapidamente, chamando o garçom em seguida.
- Vai querer comer o que? – Logan perguntou.
Ah, viemos pra comer, né? Porque eu não sentia um pingo de fome. Mas se eu dissesse isso pra ele, provavelmente seria mais um motivo pra ele achar que era tudo por causa do Justin. Apesar de ser, mas ele não precisava saber.
- Frango grelhado com fritas. – Escolhi enquanto olhava o cardápio – e pra beber, pode ser coca-cola com gelo e limão, por favor.
O garçom anotou em silencio e fitou Logan, aguardando sua escolha.
- O meu é igual o dela, mas pra beber eu vou querer vinho.
Assim que o garçom anotou, assentiu e saiu em seguida, deixando-nos a sós.
- Estou feliz por você estar aqui. – Logan disse enquanto segurava na minha mão.
- Eu também – Sorri forçada – desculpe-me por ter feito você vir com pressa pra cá, não estava nos meus planos isso tudo.
- Não me importo. Só me importo realmente em saber que você está segura e confortável, ainda mais ao meu lado.
Segura e confortável era realmente uma das coisas que não estavam presentes no meu dia e muito menos na minha vida naquele momento.
Logan não parava de falar nenhum segundo, como de costume. Meus pensamentos estavam distantes e a todo o momento eu tentava imaginar o que o Justin estava fazendo agora, mas eu não tinha nem a mínima noção. Eu só sabia que o Scooter estava feliz, ver aquele maldito sorriso vitorioso estampado em seus lábios me fazia ter ainda mais nojo dele, saber que eu confiei tanto e achei que ele era uma boa pessoa, pra depois chegar e me deparar com isso tudo. É lamentável.
- Lucy – Logan me chamou, fazendo com que eu saísse do meu transe – você está ouvindo o que eu estou falando?
- Oi... Ah, não – dei uma pausa, sorrindo sem graça – me desculpa, mas o que foi?
Ele me olhou tristonho e abaixou o olhar, fitando o nada.
- Não é nada, esquece.
- Me desculpa Logan, mas eu realmente não estou em um dia bom.
- Você estava até encontrar o Justin no corredor, eu já disse e repito – ele me fitou – aconteceu algo entre vocês? Tem algo que você queira me contar?
- Não tem nada a ver com o Justin – respondi seca – pare de falar o nome dele, eu já pedi.
- Eu me importo com você e quero realmente saber o que está acontecendo.
- São coisas de mulheres – menti.
- Ah – ele soltou um suspiro aliviado e riu em seguida – entendi.
Por um milagre divino, antes mesmo que eu precisasse falar qualquer outra coisa o garçom apareceu com o nosso pedido, colocando-os na mesa em seguida. Durante toda a nossa refeição, Logan fez o favor de permanecer calado e ficamos em silencio, podendo ouvir somente a conversa baixa das outras mesas e o barulho dos talheres contra o prato, nada mais.
- Já reservei meu quarto no hotel – Logan disse cortando o silêncio.
- Vai ser no mesmo corredor que o meu?
- Não, infelizmente – ele torceu a boca – mas iremos nos ver sempre, só vamos ficar distante na hora de dormir mesmo.
- Entendi. – Dei um meio sorriso, demonstrando estar realmente feliz e Logan abriu um sorriso ainda maior.
Ele estava feliz com isso tudo, mas eu tinha certeza que algo dentro dele pedia uma Lucy que eu não conseguia ser, porque eu não conseguia me entregar totalmente, não era ele que eu queria, mas eu tinha que convence-lo ao contrario, ou começar a me convencer a isso.
- Vai querer mais alguma coisa?
- Não, obrigada – disse enquanto passava o guardanapo calmamente nos meus lábios, limpando-os.
Logan chamou o garçom, pedindo que fechasse a conta pra que pudéssemos ir embora. Talvez ele estivesse começando a entender que meu dia estava péssimo e que eu estava querendo ficar sozinha.
Assim que ele pagou a conta, levantamos da mesa e ele novamente entrelaçou a nossa mão, saindo do restaurante e indo em direção ao estacionamento. Logan destravou o alarme do carro e eu abri a porta, me sentando no banco de couro do lado do motorista e relaxando meu corpo em seguida.
Ele ligou sua BMW e saiu na maior avenida de Las Vegas na velocidade maior que 200km/h, mas eu não me importava nem ao menos se pudesse ter algum acidente naquele momento e eu tivesse a chance de morrer. Não me importava com nada.
-
Logan havia saído do meu quarto a 10 minutos atrás e eu estava me despindo pra poder colocar meu pijama e me deitar. O corredor do hotel estava vazio e silencioso, tendo apenas uma quantidade de seguranças transitando de um lado para o outro. Eu não ouvia nenhum barulho vindo do quarto do Justin, deduzi que ele estava dormindo ou ele tinha saído.
Assim que eu coloquei o pijama, deitei de baixo dos lençóis branco podendo ter a vista do céu na janela do meu quarto. Eu sentia um vazio enorme, eu sentia vontade de ligar para o Justin só pra poder ouvir a sua voz rouca, perguntar se tudo estava bem e que era pra ele voltar pra mim, pois o nós ainda existia e que nada tinha acabado. Eu queria ter certeza de algumas coisas nessa vida, não peço tudo, mas alguma coisa talvez me salvasse de cometer algumas burradas. Mas, naquele momento pela primeira vez (talvez isso seja monotomo e clichê demais, mas eu não me importo) eu senti vontade de morrer.
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