História Like a man, like a boy - If i die young

Like a man,like a boy

“É estranho como eu sou mutável.
Como eu mudo da água pro vinho.
Como tudo ao meu redor é incostante.
Como tudo é um “quem sabe" ou “talvez".
Você foi uma certeza. No meio do meu chão de dúvidas, você surgiu.
E eu me apeguei à unica coisa concreta que tinha: você.
Se eu tivesse certeza que no fim de um penhasco havia um estofamento , eu pularia.
Qualquer certeza, eu iria atrás.
Se tivesse certeza que um furacão ia passar, mesmo sem fundamento algum, eu fugiria.
Mas não. Não foi um penhasco, nem um furacão.
De certa forma você foi um penhasco,no qual pensei que haveria uma queda eterna. Uma queda aconchegávelmente eterna. Mas eu encontrei o chão.
O chão que eu arrisquei ao te amar.
Meu chão de dúvidas. "-O incendiário de memórias.

David POV

Corri pelo campo completamente entregue às lágrimas, aos soluços e a decepção que senti.
Olhei pra trás, sob a ilusão de que visse um Bernard correndo atrás de mim gritando coisas como “David! Espera! Não é isso que você está pensando." Mas não. Só havia o nada ali.
Passei pela sala como um raio, não queria ver ou falar com ninguém. Queria chorar e só ouvir meus soluços, meus sentimentos, meu silêncio.
Tudo isso era por causa de homem? Eu estava assim por causa de um cara?
Oscar POV

Almocei junto com o Neymar e foi tudo tão fofo, tão surreal, que quase não acreditei.
—Quer subir?-ele perguntou segurando minha mão.
Estávamos na sala bonita. Pra quem não sabe, é uma sala toda cheia de janelas enormes.
—Pra?- fiz carinho em seu polegar.
—Eu quero te beijar.- ele sussurrou no meu ouvido.- Mas aqui não dá.
—Oh, mas é pra já.- sorri.
Ele soltou minha mão e subimos.

Mal tinha trancado a porta e ele me beijou, me prensando na parede e passando a mão pela minha bunda.
—Se você pensa que vamos transar, não se iluda.- ele disse.
Pera, ele não queria? Era isso?
—Ahn? Como assim? Você não quer?
—Eu quero. Quero mesmo, maa estou sem lubrificante.
—Ué, podemos fazer sem.-sorri.
—Não.- ele estava sério.- Não quero te machucar.
—Se é assim.
—Vem, ele me puxou pra cama e deitamos.
Esse era o meu quarto ou o dele?
—Como você imagina o nosso futuro?- falou.
—Ah... não sei. A gente jogando futebol no mesmo time. Dividindo um apartamente e... ah sei lá.
—Não! Eu quero algo mais detalhado.
—Tipo o que?- eu tava boiando.- Exemplifique.
—Vou dar minha visão.-sorriu.- Eu imagino a gente morando junto, com um filho e..
—Eu não engravido, viu.- sorri.- Só pra constar.
—Eu sei, bobo. Falo de adoção. Agora continuando. Um garotinho pálido como você, bem parecido. Chamado Ruan. Com R e não J, viu.-fez bico.- Não precisamos jogar no mesmo time, até porque já assumimos que somos um casal. Só que você precisa chegar em casa mais cedo que eu.
—Por que? E aliás, onde a gente mora?
—Por que sim ué! Não julgue minha fantasia senhor Emboaba! Mas continuando. A gente mora... foda-se isso. Mais tarde eu vejo.- ri baixo.- Eu imagino você chegando e uns 20 minutos depois o nosso filho chega.
“ —Oi ,meu amor.- Você diz.
—Oi, papai!- tive de rir da voz de criança que ele forjou.
—Como foi na escola hum?- e pega ele no colo.
—Eu fiz um desenho de você e do papai!- e ele sorri.- O * insira o nome aqui * me ajudou."
—Quem?- interrompi sua história.
—O filho do Bernard e do David, oras. Eles são amigos e estudam juntos.
—De onde diabos você tira essad coisas.- ri.
—Não sei. Sonhei com isso.Mas foco! Continuando.
—Que bom, meu amor.- e leva ele até o sofá.
—Eu vou te mostrar.- e ele tira o desenho da mochila."
—Quantos anos ele tem?- corto de novo.
—Uns 4! Agora escuta a porra da história cacete!- aumentou o bico.
—Ta bom! Continua.
—Ta.- pude ver os olhos dele brilharem.- Aí ele te mostra o desenho que fez.
—Que lindo, meu amor.- e beija a bochecha dele.
—Você gostou?
—Aham. O papai também vai adorar.
—Aleluia em casa.- aí eu entro com toda a classe.
—Papai!- e o Ruan corre e me abraça, e eu como o pai mais perfeito levanto ele.
—Oi , branquinho.- e encho ele de beijos.
—Olha, eu fiz pra você e pro papai!- e ele me mostra o desenho.
—Que lindo! E quem é essa pessoa com a cabeça pegando fogo e soltando faísca?
—É o seu cabelo!- e ele faz bico."

EU NÃO AGUENTEI.
EU COMECEI A RIR COMO UMA HIENA! MEU DEUS DO CÉU.
—Do que você ta rindo, Oscar Emboaba !
Eu achei que ia ter um Ruan ali.
—Ué foi o que aconteceu no meu sonho tá.- e se virou de costas.
—Eu.- respira.- Estava- respira.- Quase.- respira.- Morrendo aqui. Mas termina. Estou curioso.
—Não!- fez uma voz manhos manhosa.- Não vou contar mais.
—Ah conta, vai. Please.- o abracei por trás.
—Não!
Alguém bateu na porta.
—Quem é?- gritei.
Nada.
—Bernard?
Nada.
Levantei e fui abrir a porta.
—Júlio?
—O Victor está aí?- ele perguntou visivelmente aflito.
—Não,o ney está... por que?
—Ah meu deus. - ele deu um papel na minha mão e saiu correndo.- Leia!- ele gritou na curva do corredor.

—Desculpe-comecei a ler-, não aguento mais isso. Estar em guerra comigo mesmo. Não aceitar o que sou o deixo de ser. Só eu sei meus defeitos, minhas qualidades, meus acertos, meus erros. E ninguém tem nada a ver com isso, nem você. Não se sinta culpado por nada que venha a acontecer ok? Você não tem nada com isso. Sou eu que não sou quem deveria ser.
“ Se eu morrer jovem, enterre-me em cetim
Deite-me em um mar de rosas
Afunde-me no rio na madrugada
Deixe-me ir com as palavras de uma canção de amor
oh oh oh oh

Senhor, faça um arco-íris e brilharei sobre minha mãe
Ela saberá que estou segura com você quando ela
Estiver sob as minhas cores"- If i die young

E-Ele se matou?