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História Lilith - Bolha de proteção


Escrita por: paradisepalvin

Notas do Autor


boa leitura 📖💓

Capítulo 13 - Bolha de proteção


Fanfic / Fanfiction Lilith - Bolha de proteção

 

 

Lilith Ali Boomer 

Um mês depois 

 

Era estranho ser a namorada de Justin Bieber. 

Era estranho ser tratada como a namorada de alguém.

A parte mais estranha era ele estar ali sempre comigo. Como agora. Pintando a parede do quarto do meu filho. 

Não éramos algo oficial, estávamos longe de sermos qualquer coisa, não tocávamos no assunto com medo de as coisas mudem, estavam ótimas desse jeito. Mas Nikki disse que agíamos como um casal recém-casados. Isso me causou certo receio. Estaríamos indo rápido demais? Mas pela primeira eu estava cansada demais de sentir medo, eu queria me entregar por completa para o cara... bom, eu não tenho como descrever o cara que Justin é para mim.

— Eu sou péssima nisso — murmuro irritada quando percebo que há fita adesiva transparente até no meu cabelo. 

— É, eu tenho que concordar com você — a voz de Justin atrás de mim me faz soltar um gritinho agudo, o que provoca uma risada gostosa sua.

Eu suspiro fundo, e tento não acompanhar sua risada. Justin se senta ao meu lado, e com todo o cuidado descola a fita adesiva grudada na minha mão e no meu cabelo. É um ótimo momento para observá-lo. Seu peitoral e abdômen desnudo está um pouco suado com alguns respingos de tinta azul seca. A forma que ele sorria por achar graça na forma que eu me comportava feito uma criança. Seu sorriso largo quase fazia com que seus olhos fechassem. 

Eu gostava tanto de momentos como esse. Onde o silêncio gostoso predomina, e eu posso admirar esse homem com calmaria. 

Era a primeira vez que sentia algo como isso. O frio na barriga é desesperador, e logo se torna um enjoo forte. A forma que meu coração bombardeia em um ritmo descompassado. E o jeito que meu corpo frio se torna quente ao seu lado é assustador. 

Medo. Esse é o nome do meu maior impasse no meio disso tudo. Seja lá o que temos. Talvez eu tenha tido medo de que algo desse certo desde que nós nos conhecemos, porque dar errado é o meu forte. 

Parte de mim não queria isso. Não quero me tornar dependente de uma pessoa. É horrível rolar na cama a noite toda procurando seu corpo para dormir aninhando ao meu. Não quero que minha felicidade dependa de Justin, mas é impossível negar o bem-estar ao lado dele, nem os sorrisos largos e involuntários.

Mas ignorei todos os obstáculos que o universo colocou e mais alguns que eu inventei no caminho.

— Lilith? — a voz de Justin me faz despertar, então percebo que estou encarando sua mão na minha há muito tempo. 

— Sim? — eu pergunto ainda atônica, o olhando. 

— Tá tudo bem, baby? — ele pergunta com o cenho franzido, com a voz rouca e calma. Baby. Não negaria em confessar que ainda não era acostumada com aquele tom e o quanto me arrepiava. 

Concordo, passando a língua pelos lábios e sorrindo. É engraçada sua feição de confusão ao notar minhas mudanças de humor rápidas. Aquilo me faz soltar uma leve risada. 

Justin não parece mais confuso quando sento em seu colo, suas mãos sobem de imediato até minha cintura, mas logo ele desce até minha bunda coberta pela calça de moletom, deixando um aperto forte ali. 

Ele me provoca. Me olha no fundo dos olhos enquanto passa sua língua por cima dos lábios, tão devagar e depois muda seu olhar para minha boca. Gostoso do caralho. 

— Maldito... — sussurro em seu ouvido, provocando uma risada rouca e gostosa sua, eu mordo seu pescoço e depois ataco meu lábios. 

Justin deita seu corpo para trás, e deito por cima, ficando de quatro em cima do seu corpo. 

— Ainda não transamos no chão do quarto do pequeno Dylan... — ele murmura contra meu lábios, e me afasto do seu corpo, deixando um tapa em seu peitoral. Ele geme fingido, forçando uma careta em seguida.

— Não vamos transar no quarto do meu filho, Bieber — eu cruzo os braços, mas ainda estou sentada no seu colo. Irônico. 

— Qual é, daqui a pouco vai ser ele... — ele diz simples, erguendo seu corpo a minha altura e dando de ombros. Outro tapa. 

— Meu filho ainda é um bebê, Justin — minha voz sai quase como um grito histérico. 

Ele revira os olhos e me cala com um beijo. 

Eu iria mesmo transar no chão do quarto do meu filho até ele me lembrar que aquele era mesmo o chão do quarto do meu filho.

Obrigada pelo lembrete, baby. 

A minha intimidade estava voltando a ficar úmida quando o toque irritante do meu celular preenche meus ouvidos. 

— Alô? — eu atendo impaciente, saindo de cima do colo de Justin, caminhando até meu quarto, o deixando sozinho com seus resmungos altos. 

— Estou na porta da sua casa. Te dou cinco minutos pra você estar no meu carro — reconheço a voz de Theo autoritária. 

— Quê? 

— Você ainda não está surda, e eu não gaguejo. Vamos Lilith. 

— Qual a porra do seu problema hoje, Theo? 

Ele suspira pesado. 

— Desculpa meu anjo. Não era pra soar tão grosso assim. Vou te dar uma carona para a Nyx, ouvir dizer que meu tio quer falar com você, e eu preciso falar com ele. 

— Puta que pariu — eu quase grito. 

— Que foi, Lilith? — Theo pergunta preocupado. 

— Esqueci totalmente que ainda preciso ir pra Nyx hoje, porra... 

— Pois é, dois minutos, vamos! — e ele desliga. 

Procuro minha bolsa rapidamente pelo quarto, enfiando minhas chaves, documentos, o celular, dinheiro e outras coisas necessárias. Me olho rapidamente no espelho, e não gosto do resultado, mas seria isso. Uma calça larga e de pano fino, uma blusinha colada e de manga longa, e meu All Star branco que não me abandonava. 

Eu corro pra fora do corredor, apagando as luzes e correndo até a sala. 

— Lilith! — a voz rouca me grita e eu paro. 

Acho que eu esqueci alguém... 

Quando viro meu corpo, encontro o seu rosto emburrado, seu braços cruzados e sua cara de quem pedia uma explicação. 

— Não vamos poder jantar hoje, que tal amanhã? Ainda preciso trabalhar. Me perdoe. Vá para casa, ou me espere, não sei. Beijos, Bieber! — digo rapidamente e me aproximo do seu corpo deixando um beijo rápido na sua bochecha. Mas antes que eu possa me afastar, ele segura em meu braço. 

— Lilith! — eu o olho — Tá apressada porque? A Nyx abre em três horas, e agora você não mora tão longe. 

Ele cruza seu braços mais uma vez, e mais uma vez ele me olha pedindo uma explicação. 

— Meu chefe precisa falar comigo e Theo está me esperando lá fora. 

Ele solta uma risada nasal. 

— Então está apressada para ver o Theo? 

Junto as sobrancelhas. 

— Quê? 

— Está apressada para ver o Theo? — ele fala pausadamente dessa vez, como se eu fosse uma criança e ele estivesse me fazendo entender que não era para fazer malcriação para o papai. 

— Oh claro, sabe, faz tanto tempo desde a última vez... — eu respondo com um sorriso de lado no rosto, cruzando os braços. 

É instantâneo o seu maxilar travar. 

— Não seja ridículo, Bieber. Qual é o ponto dessa conversa patética? 

Eu não gostava da sua insegurança. Era assim todas as vezes que eu mencionava algum amigo homem na minha rotina do dia-a-dia. Nossas pequenas discussões começavam assim. Acho que eu era algum tipo de teste de paciência que o destino presenteou Justin, ele não aguentava meu jeito debochado de lidar com seu ciúmes misturado da raiva e estresse. 

Quem deveria ser desse jeito sou eu. Justin é desejado no mínimo por uma dúzia de mulheres em cada continente do mundo. E as minhas estatísticas devem ser muito menos que o número real. 

— Porque ele está aqui? 

Não se estresse, Lilith. Não se estresse. 

— Não sei, ele apenas vai me dar uma carona e eu vou aceitar. Amigos fazem esse tipo de coisa, sabe? 

Pela sua expressão falta pouco para ele perder o resto da paciência. Ótimo, a minha já tinha ido embora. 

Eu reviro os olhos, resolvo o ignorar, assim como sua voz gritando meu nome até a porta de casa se bater com força. As vezes eu preciso lembrar que sou pobre, e que irá pagar os objetos quebrados na casa sou eu. Argh. 

Não há boa noite quando entro no carro de Theo, apenas um sorriso fraco meu, e sua mão repousada na minha perna de um modo de carinho e respeito. Talvez ele adivinhe pela minha expressão ou pela demora o que tenha acontecido. O céu parece querer mudar assim como o meu humor, a noite agradável estava mudando para nuvens escuras e já poderia se notar a chuva que estava a caminho. 

Não faço questão de prestar atenção no caminho, apenas encosto minha cabeça no vidro da janela do carro e fecho os olhos. 

Me neguei a pensar em Justin. Pensava em Dylan. Em poucas dias meu garoto estaria comigo, como deve ser. 

Em poucos dias também seria o dia de Ação de Graças, era um ótimo jeito de começar a nossa jornada, apenas eu e ele. Bom, talvez eu também tenha pensando em Bieber no meio disso, mas eu ainda acho patético demais envolvê-lo em algum plano meu, mesmo algo tão simples como convida-lo a uma noite de jantar de Ação de Graças. Na verdade, ainda acho patético qualquer coisa que envolva nós dois fora da nossa bolha de proteção, com pessoas nos olhando em volta. Observando o quanto somos opostos. 

Eu gostava do que vivíamos, apenas nós dois. Mas era óbvio que não duraria para sempre, uma hora ou outra poderíamos ser a notícia principal de site de fofocas, e minha vida poderia ser totalmente diferente. 

— Isso aqui não é a Nyx — eu digo quando Theo para o carro e abro meu olhos. 

Era um bar, Joe’s. Era o nosso lugar favorito. 

— Sempre soube que você era um gênio, Lilith — Theo ironiza, me fazendo revirar os olhos. 

— Não estou no clima, Theodore — resmungo quando estamos fora do carro. 

— Eu sei, por isso não te contei nada. Agora cala a boca e vamos aproveitar a noite com seus amigos — ele passa o braço pelo meu ombro e adentramos o bar. 

Eu suspiro cansada e concordo. 

Estão todos aqui, como de costume. Nikki parece a mais animada ao me ver, seu abraço demorado e de urso confirma. Era estranho ser a mais nova do grupo, e ter a paciência de uma idosa de 70 anos para frequentar esses tipos de lugares. Eu gostava, e como gostava. Mas o cansaço me dominou com o tempo, eu ainda preferia ficar em casa comendo chocolate e assistindo Friends. 

Eu entendia meus amigos, a maioria estava no último ano da universidade e suas vidas eram estabilizadas, era normal querer curtir e comemorar. 

— Você está tão bêbada! — eu digo entre risadas quando sinto o corpo da Nikki me abraçar por trás, e ela deixar um beijo no canto da minha boca. 

— Siiiim! E a próxima é você — ela concorda e diz com uma animação exagerada, deixa mais um beijo nos meus lábios, dessa vez mais demorado. 

— Nikki! 

— Que foi, Lilith? Você nunca se importou — e lá está seu sorriso mais perverso — Ah sim... Agora você está na coleira do Bieber — ela ironiza, sussurrando no meu ouvido, e deixa mais um beijo demorado, dessa vez no meu pescoço. Reviro os olhos com sua provocação, tomo o copo de sua mão, e saio do seu campo de visão. 

— Não fique chateada, bebê! — ouço sua voz gritar e apenas nego com a cabeça e levanto minha mão mostrando o dedo em meio risadas. 

Já são dez da noite, eu só consigo pensar em como ainda conseguiria aguentar meu meio-turno na Nyx. Não estava bêbada, apenas cansada demais para conseguir fazer algo além que seja encontrar o caminho até a minha cama. 

O casal feliz no canto do bar me fez pensar em Justin. Um casal normal... nunca seríamos isso. Eu me pragueja por pensar em como seria se ele pudesse estar comigo, minha vontade era de mandar uma mensagem dizendo para ele me buscar e me levar para casa, onde nós nos resolveríamos com um bom sexo, mas meu orgulho é maior. Também tinha a parte de uma possível morte caso ele descubra que ainda não estou na Nyx. 

— Theo? Você pode me levar agora? — eu pergunto baixo no seu ouvido. O pessoal ao nosso lado não maneirava no tom alto da conversa. 

— Qual é Lilith, a noite está só começando... — porra, ele está tão bêbado. Ele não consegue ter outro sorriso além do malicioso nos seus momentos de embriaguez. 

— Eu ainda preciso trabalhar, Theo... — eu suspiro. Mais alguns segundos e eu mudaria minha carona para pagar um táxi. 

— Não precisa, consegui uma folga pra você — ele conta como se fosse a melhor notícia do ano para mim, deveria ser pelo menos a do dia, mas não consigo ficar feliz. 

— Theodore! — repreendo — Você e Dex não podem simplesmente ficarem me dando privilégios — cruzo os braços e ele fecha a cara. 

— Qual é, Lil, só uma noite — ele passa os braços pelo meu ombro e abraça meu corpo. Theo sempre foi carinhoso, mas estranho quando ele beija meu pescoço. 

Me afasto. 

— É sério, Theo. Eu trabalho porque preciso de dinheiro, sabia? — ironizo. 

Ele me olha e nega. 

— Não se faça de pobre inocente, meu anjo. Seu namorado é milionário — ele cospe as palavras ríspido e sorri com maldade. 

— Não acredito que está dizendo isso... — rio nervosa, passo as mãos pelos cabelos incrédula. 

— Você simplesmente nos esqueceu, Lilith. Estava aproveitando o dinheiro dele? Ser a putinha nova do Bieber deve trazer muitas vantagens mesmo... — ele me olha dos pés a cabeça com desgosto. 

— Você precisa para de beber Theo, consegue ter o dom de falar mais merda que o normal — era a verdade. Mesmo sendo meu melhor-amigo, ele era totalmente desagradável com algumas doses de bebida. 

Eu não acreditava que estava ouvindo isso dele. Talvez eu e Justin precisávamos viver mais algum tempo na nossa bolha de proteção. Eu poderia me controlar em dar alguns tapas e mandar Theo se foder, mas com pessoas que ao menos me conhecem eu não poderia. 

Mas se ele que me conhece há alguns anos e está me tratando assim, imagine desconhecidos? 

Eu trato de sair de perto do seu corpo. 

— Lilith! — ele grita meu nome e está logo atrás de mim. 

Acelero meus passos, mas sua mão aperta com força meu braço. 

Me viro, soltando com dificuldade sua mão do meu braço, empurro seu corpo, que graças ao álcool cambaleia pra trás. 

Quando chego ao lado de fora do Joe’s, respiro fundo. Preciso fumar. 

Sinto estar sendo observada até o último trago do meu cigarro. Olho para todos os lados da avenida agitava feito uma paranóica. 

Jogo o resto do cigarro no chão, pisando em cima, e logo entro no táxi livre parado na minha frente. 

 

 

Como eu imaginava, Bieber não está me esperando em casa dessa vez. Não há jantar, e nem ele apenas de cueca box na minha cama. Merda. Era a minha primeira vez em algo semelhante a um relacionamentos e eu não suportava a parte de discussões brigas e muito menos a saudade.

 

{...} 

 

Atrasada. Mais uma vez. Eu precisava ser estudada, conseguia dormir além do tempo mesmo o meu horário na clínica começando às onze da manhã. Se Justin estivesse comigo, poderia ser usado como desculpa. É irresistível quando ele me pede com a voz rouca mais cinco minutos com ele na cama, ou quando ele acorda mais cedo e prepara o meu café... A minha vontade é de esquecer que preciso me sustentar e transar com ele o resto dia. 

O meu mau-humor acompanhou meu trajeto até a clínica, derramar café na minha camiseta social só contribuiu para que ele se tornasse maior, até eu receber um sorriso largo de um bebê no colo da sua mãe. 

Okay, o dia não pode ser tão ruim. 

— Eu odeio crianças — Megan, a outra recepcionista da clínica resmunga ao meu lado. Meu olhar se direciona a sua camiseta social, assim como a minha, mas na cor vinho, coberta por vômito. 

Eu faço uma careta, e tento controlar minha risada. 

— Não fala assim, Meg. Eles são uns anjinhos.. — eu ironizo, apesar de achar que meu filho seja um. 

— Lucifer também era... — ela diz com sarcasmo e sorri amarelo, gargalho do seu tom, e ela faz uma careta caminhando até o banheiro. 

Eu volto ao meu trabalho, mas como ontem à noite, tenho a sensação que estou sendo observada. A garotinha de 10 anos na recepção desvia o olhar quando encontra o meu, e começa uma conversa com sua mãe. Porque ela me olhava como se soubesse todos os meus segredos? Oh anjo Lúcifer! 

Juntos minhas sobrancelhas quando ela aponta para mim, e cochicha mais uma vez com sua mãe. Okay, que porra é essa? 

Eu já havia trocado a camiseta suja de café, e meu dente não estava sujo de batom, até porque não estava usando. 

— Lilith, sua falsa! — Meg está novamente ao meu lado e sussurra bem próximo. 

— Que foi garota? 

— Quando ia me contar que tem uma vida dupla? — ela carrega consigo um sorriso de lado e sugestivo. 

— Do que está falando, Megan? 

— Disso — ela coloca o celular na minha direção, e minha expressão de confusão muda para desespero em poucos segundos. 

O que eu esperava? Até que durou tempo demais... 

Lá estava eu, assunto principal de um site de fofocas... 

Conheça Lilith Boomer, a nova modelo de 19 anos e a nova namorada do cantor Justin Bieber”


Notas Finais


• obrigada a todos os comentários no capítulo anterior eu fiquei mt feliz. não seria justo deixar quem acompanha Lilith pelo SS na mão, então aqui está o capítulo, espero que gostem, até o próximo 💓


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