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História Lilith - Três palavras


Escrita por: paradisepalvin

Capítulo 11 - Três palavras


Fanfic / Fanfiction Lilith - Três palavras

Justin Bieber 

Talvez eu seria um cara morto se Lilith me pegasse usando a escova de dentes dela, eu estava ultrapassando os limites no quesito intimidade, confesso. 

Eu lavo minha boca, e em seguida meu rosto. O sorriso que encontro no espelho sujo é tão convencido e prepotente. Eu não deveria estar assim, mas me encontro convencido desde que ela me beijou antes de sair para trabalhar, achando que eu ainda estava dormindo. 

Mas não, eu a observei toda atrapalhada organizando suas coisas. O modo como ela xingava e chutava as coisas pelo caminho, era engraçado. 

Estar em sua casa sozinho é como testar meu nível de curiosidade em Lilith. Mesmo minha vontade sendo bisbilhotar cada canto, eu me contive. 

Eu a presenteei com uma TV. Sim. Na verdade, eu pedi para trazerem uma das várias em minha casa. Talvez ela jogaria pela janela da sala, junto ao meu corpo morto. Mas era um presente, a conheço o bastante para saber que ela não irá fazer isso. Bom, talvez não. Okay, daria a desculpa que estava sozinho tempo demais, e era tediante. Não era uma desculpa, era a verdade, afinal. 

Eu arrumei sua cama, e me vi recolhendo todas as roupas dela jogadas no chão. Também tive que conter para não abrir sua gaveta de calcinhas e levar todas no meu bolso para casa. 

A casa de Lilith era uma bagunça, e eu me peguei arrumando tudo aquilo. Cacete, eu havia mesmo me tornado uma mulherzinha apaixonada. Sem ofensas. 

Não estava arrumando, até porque não sabia fazer aquilo direito. Mas não havia mais coisas espalhadas pelo chão, e nem pratos e copos sujos em cômodos distintos. E até estava com um cheiro melhor. Sem ofensas para você Lilith. 

Lilith não deveria ter o menor tempo para fazer aquilo, e eu não a culpava, a entendia, e estava tentando ajudar. 

Eu tomei um banho, usei o seu sabonete líquido e agora tinha o mesmo cheiro dela. Era estranho, e não era a mesma coisa de quando ela me tocava e ficava tempo demais ao meu corpo e seu cheiro ficava ali. Não era a mesma coisa de quando nós transavamos e eu sentia o cheiro do seu shampoo e seu perfume doce pela cama do hotel. 

Cacete, Lilith, chega logo. Não irá demorar muito para eu conseguir enlouquecer, ou mudar meu sexo para feminino. 

Não fazia ideia da sua rotina. Já se passava das uma da tarde, e ela não havia chegado. 

Antes do meu celular descarregar completamente, eu consegui pedir algo para comer por um aplicativo. Foi engraçado a cara do entregador ao me ver. 

Eu pensei em pedir uma pizza, mas não era hora para isso. Pensei em pedir um hambúrguer, fritas e refrigerante, mas Lilith parecia precisar de algo mais saudável para comer, graças às marcas roxas em baixo dos seus lindos olhos. Eu esperava que ela chegasse até a comida não esfriar o suficiente. 

Eu devorava meu filé, com arroz e fritas quando ela chegou. Dez minutos após o entregador. Eu assistia Friends, era a única opção além do canais abertos, eu não gostava tanto, mas eu me lembrava dela. Eu também havia trago um aparelho de DVD e um box que havia comprado há algum tempo para ela com todas as temporadas da série, esqueci de mencionar. 

Lilith passou reto por mim, até porque ela não olhou para o lado, então não dava para me perceber. Mas ela parou assim que sua atenção parou na TV. Ela me olhou, franziu o cenho ao me ver usando as roupas dela, era as que eu havia dado da marca da minha tour, era inicialmente minhas, então não havia problema com tamanho. Seu olhar parou na TV mais uma vez, e depois em mim. 

— Eu não vou gritar e nem questionar isso agora — ela negou com a cabeça e continuo seu caminho pra dentro do seu quarto. Eu continuei comer enquanto ria. 

— Como conseguiu isso? — ela perguntou quando voltou se jogando ao meu lado no sofá, roubando uma das minhas batatas. Eu levantei meu celular e balancei, indicando que era graças a ele, até porque ainda mastigava. 

— Tem guardado pra você no microondas, e uma lata de refrigerante na geladeira — ela levantou o olhar surpresa e levantou depressa, eu ri quando ela quase caiu tropeçando nos próprios pés. 

Ela se sentou ao meu lado com suas coisas, e eu quase gemi junto com ela ao ouvir seu som de satisfação quando levou a primeira garfada a boca. 

— Sério. Você é um anjo. Arrumou minha casa, me deu uma TV, e ainda comprou meu almoço. Me lembre de te deixar mais vezes sozinho em casa — ela não reclamou? E ainda riu no final da frase. Puta que pariu, que tipo de lavagem cerebral fizeram com ela em seu trabalho? E a última frase soou tão coisa de casal, como se eu fosse um marido desleixado e havia tirado a toalha molhada da cama ou abaixado a tampa do vaso pela primeira vez. 

Eu resolvi apenas rir fraco e ficar quieto, antes que eu abrisse minha boca e contasse meus pensamentos em voz alta e assustasse ela. 

Eu limpei sua boca com guardanapo enquanto ela falava, e deixou o molho do filé escorrer. Ela sorriu com a boca fechada e cheia de comida. Eu era apaixonado por uma criança de 19 anos, e linda. Quando ela terminou de comer, só faltou abrir o zíper da sua calça, pela barriga estufada, porque não se poupou em arrotar, e pedir desculpas baixo depois. Eu não liguei, estava tão feliz em ela se sentir confortável desta forma comigo. 

Ela colocou as nossas embalagens de comida no lixo, e voltou a se sentar ao meu lado, repouso sua cabeça em meu peito, e aconchegou seu corpo no meu. Passei meu braço em volta do seu corpo, e acaricie seu braço, enquanto assistíamos o episódio de Friends chegar ao fim. 

Na metade do episódio seguinte, eu achei que ela estaria dormindo, pela forma que sua respiração estava pesada, mas ela estava acordada, e a sua frase a seguir quase fez meu coração parar. 

— Eu tenho um filho — ela disse de uma forma tão simples, como se estivesse comentando sobre como o vai-e-volta de Ross e Rachel na série era chato. 

— Quê? — eu perguntei como se não tivesse escutado direito. Eu não queria ter escutado direito. Eu estava bloqueando qualquer tipo de possibilidade ruim sobre a vida dela. Não que ter um filho fosse uma coisa ruim. Mas me pegava de surpresa de uma forma inesperada. Eu tentei não pensar em muitas coisas desde ontem, eu apaguei nossa quase discussão sobre as drogas, e pensava apenas em nosso sexo de reconciliação. 

Ela afastou seu corpo do meu, e me olhou nos olhos. — Eu tenho um filho. 

— Como? — era uma pergunta idiota. Eu não queria que ela me contasse como transou com um cara, e ele gozou dentro dela, e eles foram burro o bastante para não usarem camisinha, ou outra coisa que prevenisse. Porra, eu estava nervoso e pensando como um babaca, um babaca que está colocando o ciúmes na frente. 

Eu queria que ela me contasse como tem um filho e eu não sei disso. Como ela tem um filho e nunca o vi correndo pela casa, ou qualquer outra coisa de criança espalhada. Ela tinha um filho mas não tinha uma TV, crianças gostam de assistir desenho animado, não é? Porra, eu preciso para de pensar, minhas comparações são idiotas. 

— Com sexo, ué — ela riu, mas revirou os olhos a ver minha expressão fechada — Você precisa entender meu humor-negro nas horas inapropriadas, Bieber.

Foi minha vez de revirar os olhos. 

— Na verdade, não foi com sexo. Ele não saiu da minha vagina e nem foi gerado no meu ventre, mas cuido dele como se sim. 

Seria idiota dizer que eu estava mais aliviado? Sim. 

Mas eu ainda não entendia. 

Ela pareceu entender e começou a me explicar. 

— Na verdade, ele é meu meio-irmão. Meus pais são outra história complicada que eu prefiro não explicar agora. Dylan é mais importante, porque ele é a minha resposta e explicação para tudo. 

Dylan. Eu havia escutado esse nome ontem. Oh, sim! Ele era o cara que ela canta a música do Tarzan pelo celular. Eu era mesmo um babaca exagerado e ciumento. 

Ela sorriu fraco e triste. Eu não queria questionar, apenas a escutar e a entender. 

— Ele tem 5 anos, e é a criança mais linda e doce que conheço, até porque ele é meu filho e a descrição de uma mãe não seria diferente — ele riu, e acompanho, mesmo sendo tão estranho ouvir que minha garota de 19 anos era mãe. 

— Tudo que faço é por ele. Meus dois empregos, ter uma vida corrida, para que a dele seja tranquila. Minhas noites como stripper foram para que ele conseguisse ficar internado em um hospital particular por conta da sua crise de pneumonia. Eu o ensinei a andar de skate na semana passada, e estava tão feliz por vê-lo, mesmo chorando cada vez que ele caia mas mesmo assim se levantava. O cachê das minhas fotos em Aruba conseguiram fazer com que isso acontecesse, essa parte tenho que te agradecer. 

Ela sorriu fraco, as fotos aconteceram por minha causa, ela sabe. Não me senti culpado no momento, e agora, muito menos. 

— Encontrá-lo na semana passada foi como em todas as outras vezes. Eu choro feito uma criança por querer ele por perto sempre. Estou passando a semana fazendo horas-extras para que isso aconteça, por isso o estimulante na minha água, e a cocaína. Eu não cheguei a usar o pó, mesmo sendo a coisa mais forte, e que me faria aguentar tudo isso. 

Mesmo querendo entender ela, essa é a parte mais difícil em ouvir. Não queria. Não queria ouvi-lá. 

Lilith nota meu desconforto e muda de assunto, me conta sobre seus pais. O desconforto aumentou, junto à raiva. Que porra de pai é esse? Eu ainda teria a oportunidade de encontrá-lo, depois de um soco em seu olho, talvez dois, um possível processo, eu o agradeceria. Não é a função do ser humano ser um babaca, mas esse tirou de letra, mas resultou em uma Lilith foda e maravilhosa pra caralho, e eu agradecia, acho que como todas as pessoas que conhecem ela fariam. 

Eu poderia passar horas dizendo a todos em uma rodinha sentado na grama o quanto esse garota é admirável. 

Com o meu silêncio quase eterno, Lilith me puxou pelo braço, me levando até o corredor, pegou uma chave em seu bolso, a abriu uma porta ao lado do seu quarto. Estava curioso, primeiro ela me limitou a conhecer apenas a sala e a cozinha. Estávamos evoluindo. Era um pouco menor que o cômodo do lado, estava repleto de móveis ainda na caixa. 

— Essas são as coisas para futura nova casa com Dylan, eu compro desde que cheguei aqui. Como você pode ver, eu tenho uma TV — ela apontou para a caixa  retangular e que tinha um desenho de TV por fora. Eu solto uma risada. 

— Quando vou conhecer esse carinha? — eu pergunto rindo com as mãos no bolso, e desvio meu olhar do seu, pois sei o quanto essa pergunta a intimidou. Ela solta alguns sons estranhos na tentativa de responder alguma coisa. 

— Prometo que irá ser o primeiro convidado da nossa casa. 

— Você já a comprou? — ela nega. 

— Preciso de mais alguns mil de dólares, e um pouco mais de crédito no banco, mas conseguirei em pouco tempo, as coisas vão se ajeitar. 

Eu poderia resolver suas coisas em tão pouco tempo. Eu me aproximo de Lilith, envolvendo minhas mãos em sua cintura, deixo um beijo em seu pescoço, e um rápido em sua boca. 

— Você é foda pra caralho, você sabe disso não é? — Lilith está envergonhada e isso me surpreende — Você deveria escutar isso a cada segundo, Lilith. Sempre achei você maravilhosa, ouvir sua história me fez te achar mil vezes mais. Já te disse isso, mas você merece o mundo, e sei que você e o Dylan vão ter isso — eu roço meu nariz no seu, e ela concorda sorrindo de olhos fechados — Estou tão apaixonado por você, porra... — eu confesso baixinho. É a segunda vez que digo isso a ela, mas não me sinto incomodado com isso, e nem com a sua reação. 

A noto engolir o seco, mas ela não diz nada. Nós ficamos em silêncio por muito tempo, apenas abraçados. 

— Sabe, a minha casa é tão grande e vazia, quando meus amigos não estão lá é tão solitário e.. — eu digo e ela dá um tapa no meu braço antes que eu continue. Sim, eu estava a chamando para morar comigo. Ela e o pequeno Dylan. Eu esqueço de tudo, e qualquer empecilho. Qualquer merda que possam dizer sobre minha garota. A vontade de tê-la comigo é maior que tudo isso. A quero dormindo comigo na minha cama, seu cheiro espalhado por ela. Não me importaria com a bagunça com os brinquedos, e muito menos de sermos vistos como uma família. 

— Não estrague isso, Bieber. Você me conhece, sabe que sou orgulhosa. Não vá comprar uma casa pra mim, ou me dar uma parte do seu closet que eu sei que deve ser enorme. Eu não gritei com você sobre me dar uma TV, não me faça gritar agora — ela ri, e eu a acompanho. 

Seus olhos azuis me olham intensamente por vários segundos, e encaro aquilo como um desafio para não dizer a três palavras entaladas em minha garganta.


Notas Finais


Vocês gostaram? Espero que sim! Obrigada por acompanharem.

Obrigada pelos 100 favoritos e todo comentários, amo vocês 💓



Eu comecei uma nova história no Wattpad, talvez em breve será postado aqui. Preciso de apenas a capa para Fanfic. É Jarbara também ☺️ Vou deixar o link do meu tweet, o social não aceita link do Wattpad. Obrigada 💓
https://twitter.com/defencepalvin/status/926318754547621888


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