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História Lilith - Papai.


Escrita por: paradisepalvin

Notas do Autor


boa leitura 📖❤️

Capítulo 17 - Papai.


Justin Bieber 

Meus dedos deslizam pelo nariz arrebitado de Lilith, que estava em dois tons mais avermelhados que o normal. Meus dedos seguem pela sua bochecha, seu maxilar, e por fim, volto para sua boca, onde deixo um beijo rápido, mas calmo. Solto um riso fraco, sem humor, e volto a encarar sua expressão serena, mas com a respiração pesada. Seus olhos estão fechadas, mas é perceptível notar a vermelhidão em volta deles. A porra do resfriado a pegou de jeito. Em partes, eu agradecia. Não deveria. Mas já estávamos no segundo mês de um novo ano, e era a porra da mísera quinta vez que eu a via. A tive tão pouco em tanto tempo. 

Lilith e Dylan não estavam mais em minha casa. Ela resolveu alugar um apartamento, era um pouco longe de onde atualmente eu morava, mas não poderia reclamar, era para o bem da sua segurança e seria saudável para nosso relacionamento. 

Morarmos juntos era uma passo muito grande. Nós já éramos complicados, então, deveríamos ir com mais calma. 

Não passamos o natal juntos. E isso de uma forma me deixou chateado. Ela precisou resolver algo que ela não entrou no assunto com sua família no Texas. Mas passamos a virada do ano no México e ela conheceu minha família, bom, meu pai e meus irmãos. 

Acho que Lilith se deu tão bem com a crianças porque no fundo ela era uma. 

Lilith abre seus olhos com dificuldade, sorrindo franco em seguida. Dou o devido espaço quando a vejo tentar se levantar aos poucos, mas ela resmunga baixo, fazendo uma careta de dor, e volta a se deitar. 

— Acho que eu vou morrer. 

Lilith diz com a voz rouca, gemendo de dor. Leva sua mão fina até sua testa, e umedece os lábios. 

— Não seja dramática, Lilith — respondo tentando controlar o riso, ela me devolve um olhar ofendido. 

— É sério, Justin. Eu não me lembro a última vez que fiquei doente.. Na verdade, eu nunca fiquei doente —Lilith tem a mesma expressão de quem havia acabado de descobrir a América — Viu, só? E eu não posso ficar doente, eu tenho um filho. Mães não ficam doente — ela cruza os braços, fazendo um bico em seguida.

— Mães também não fazem drama digno de uma criança de oito anos. 

Lilith revira os olhos. 

Me deito ao seu lado, passando meu braço por volta de seu pescoço. Ela aninha seu corpo no meu, e deita sua cabeça em meu peito. 

— Você não deveria estar tão perto assim de mim, eu estou puro ranho. É nojento! — ela murmura me fazendo rir. 

— Na saúde e na doença, amor — eu brinco, deixando um beijo no topo da sua cabeça. 

— Nós ainda não fizemos os votos, Justin. 

Eu abro um sorriso. 

— Isso então é um incentivo para que eu te peça em casamento? — Lilith gargalha pelo meu tom de voz com falso entusiasmo e brincadeira. Ela inclina sua cabeça para trás, para conseguir finalmente me encarar. E fica assim por vários e vários segundos. Ela deve estar pensando em seu plano de fuga pela forma que me encara séria. Morde os lábios vez ou outra. Suas íris azuis estão brilhando, não deve ser uma coisa ruim. 

— Você é tão lindo — sua voz rouca e quase fanha pelo resfriado não deixa que isso não soe tão bonito quanto parece saindo da sua boca. Seus dedos finos seguem a estrutura do meu maxilar cautelosamente, faz um caminha até minha boca e a desenha com a ponta do seu dedo polegar. 

— Eu te daria um beijo muito molhado se eu não estivesse espalhando bactéria da gripe pela saliva — a forma que ela franze o nariz me faz rir. 

— Eu não me importo — viro seu corpo na cama, fazendo com que seu corpo fique por debaixo do meu. Ela resmunga enquanto ri, dizendo que dois doentes em casa já é demais. Mas sua risada gostosa me hipnotiza, e a única coisa que consigo fazer é ignorar seu pedido, e beija-lá. Mato toda a maldita saudade. Ainda ontem, quando ela bateu na minha porta, com Dylan dormindo em seu colo, fungando o nariz, eu não ganhei ao menos um beijinho na bochecha. 

Eu estava adorando sua preocupação comigo ao pegar uma maldita e mínima gripe. Eu mesmo não estava ligando, caso eu contraísse beijando sua boca. 

Papai, o que você está fazendo com a mamãe? — a voz sonolenta de Dylan nos chama atenção. Papai. Ele está ao lado da cama, com seu pijama do SpiderMan, coçando os olhos quase fechados, mas com o olhar curioso sobre nós. Papai. Eu não me importo que a a única peça que Lilith vestia era uma blusa larga minha, e que ela já estava erguida até sua barriga, e que eu ainda estava por cima dela. Dylan havia acabado de me chamar de papai. 

Eu encaro Lilith, seu rosto mostra mais espanto que o meu, isso me aflige. 

Pisco os olhos diversas vezes. Encaro Dylan mais uma vez. Pelo seu olhar, ele deveria estar se perguntando se a mamãe e o papai eram loucos. 

— Ahn... Eu estava beijando a mamãe — digo por fim, deitando ao lado de Lilith, e puxando Dylan para cama. Ele faz uma careta com a resposta. 

— Não pode, papai. Você quer ficar doente também? Eu sou pequeno demais para conseguir cuidar de você e da mamãe — a forma que ele cruza os braços me faz querer sorrir. Eu olho para Lilith, e sim, ela também está sorrindo. 

— Quando foi que você cresceu tão rápido? — ela reclama — Saco, eu não posso te encher de beijos. Mas você pode ficar agarradinho o dia inteiro com a mamãe, o que acha? — ela pergunta, e Dylan concorda entusiasmado. 

— E eu vou buscar a sopa de legumes da sua mãe. 

— Ew, sopa não — Lilith faz uma careta. Ela realmente parecia uma criança fazendo birra. E ao menos percebia isso — Que tal um lanche e muitas batatas? — ela sugere passando a língua pelos lábios levemente. 

— É esse o exemplo que vai dar ao Dylan, senhorita Lilith? — Dylan encara sua mãe, e ela sorri amarelo — E você não conseguiria engolir nem uma batata com essa garganta inflamada. 

— Não duvide da minha capacidade, Justin Bieber — ela diz com os olhos estreitos. Eu apenas nego com a cabeça, finalmente saindo do quarto. 

Meu único pensamento enquanto preparo a maldita sopa da Lilith — o preparo é tirar da embalagem do restaurante, colocar no prato, e deixar alguns minutos no microondas — é que havia me tornado pai. Não por escolha minha, e sim de Dylan. Ele havia me escolhido como seu pai. E não tinha sensação melhor que essa. 

Esse com certeza era um dos medos de Lilith. Ela havia me contato que tinha medo do papel que eu iria representar na vida de Dylan. Ele não tinha um pai, sua figura paterna era o seu avô, que lá não tinha muita carga energética para o garotinho. Ela me contou que Dylan nunca a perguntou sobre seu pai, e também notou que um também não fazia falta na vida dele. Mas eu cheguei, e o medo de tornou presente. Ela não queria colocar uma figura masculina em sua vida e saber que aquilo mais cedo ou mais tarde fosse acabar, e não só quebrar o coração dela, e sim o do pequeno. 

Eu havia conquistado essa posição na vida dele, sem Lilith ou com Lilith, eu não queria perder. 

A conversa que eles dois lá em cima devem estar tendo no momento deve ser essa. Só que mais simplificada para que uma criança de cinco anos possa entender. 

O Justin não é seu papai. Mas se você quiser, você pode chamá-lo assim. A mamãe ama você, e vamos ser nós dois independente de tudo que acontecer. E agora tem o Justin, e vamos ser nós três até onde a vida nos permitir, ok? 

Foi assim que Lilith diria caso isso acontecesse um dia. Aconteceu. E eu não poderia estar mais feliz.

Ou até onde o papai Justin irritar o suficiente a mamãe e ela querer sair correndo. 

{...} 

— Eu ganhei um convite para um desfile, é na Itália — Lilith diz com entusiamo, enquanto me observa terminar de fazer a barba pelo espelho. Ela estava cada vez mais envolvida com seus trabalhos de modelo. Ela ainda tinha receio em aceitar algumas coisas. Algo mais alto, que estivesse muito na cara que havia conseguido apenas por ser minha namorada. Ela não dizia, mas estava explícito em seus olhos. Mas eu não a deixava recusar todos os convites. Se ela não fosse tão boa com as fotos, eles não a chamariam. Eu levanto as sobrancelhas, a incentivando a continuar. 

Não era apenas o convite do desfile. Tinha algo a mais que ela queria me dizer, sentia isso e estava disposto a ouvir. A semana estava terminando, sua voz rouca e fanha não estava lá e nem o seu maldito resfriado. E era sempre gostoso ouvir o som da sua voz, mesmo eu não dando a mínima para o assunto. Como esses de mulher. 

Passo a loção pôs-barba, e passo minhas mãos pela toalha branca de rosto, afim de seca-las. Viro meu corpo, voltando para o quarto, com Lilith logo atrás de mim. Me deito na cama, e encosto as costas na parede. Pronto para ouvi-la. 

— Eu fui a um desfile no mês passado, você sabe — ela sorri de lado, se aproximando mais da cama, ficando de joelhos no final dela — Mas esse é para uma marca maior. Sabe tem algumas modelos que eu adoro. Alessandra Ambrósio, Karlie Kloss... Nossa tem a Bella Hadid também, eu acho ela tão linda, parece uma sereia, você conhece ela, não é? — eu apenas concordo. E junto minhas sobrancelhas pela forma que ela fala rápido — Hailey Baldwin... 

Aí estava. 

Lilith estreita os olhos quando cita o nome da loira, morde o canto da boca e desvia o olhar. A única coisa que consigo fazer é prender o riso. 

Lilith Ali Boomer estava com ciúmes. Esse momento é meu. Preciso gravar. 

Eu me aproximo dela com cautela. Minhas mãos passam pela sua cintura, e deixo um beijo em seu pescoço. 

— Que legal, amor. Qual o dia do desfile? — pergunto com indiferença. Até porque não havia motivos para qualquer outra coisa. E minha reação era um forma de divertimento para ver a reação de Lilith. 

Ela afasta meu corpo devagar, me analisa devagar com os olhos estreitos. Lilith com certeza leu alguma coisa, ou está assim porque a loira é meu “término” mais recente. 

— É só isso que você tem para me dizer? — ela pergunta mordendo o canto da boca, seus ombros estão encolhidos e sua bochecha está mais rosada que o normal. Ela está de TPM ou algo assim, porque sua mudança repentina me faz acreditar que sua cabeça está criando outros motivos. 

Lilith está brava. Minha Lilith que é tão confiante está com ciúmes e brava. 

— Você está com ciúmes, baby? — eu pergunto controlando o sorriso. 

Ela cruza os braços. 

— Tenho motivos para estar, Justin? 

Eu gargalho, jogando seu corpo na cama com cuidado.  Beijo seus lábios e recebo uma mordida fraca de Lilith. 

— Bom.. Me diz você, quem está na minha cama agora? 

{...}

Talvez esperar por Lilith em seu apartamento não tenha sido uma boa ideia, principalmente em sua cama. Ela tem seu cheiro espalhado por ela. Assim como por todos os cômodos do lugar. Ela só chegaria pela manhã e cada minuto aqui sem ela parece tortura. 

A melhor parte, era que ela ainda me ligava todas as vezes que precisava viajar de avião para ouvir minha voz acalma-lá. 

Mas estava na porra de outro país, se divertindo, e eu escolhendo o próximo filme na Netflix. 

Eu começaria a acompanha-lá em seus eventos. Ela teria um lançamento como capa de revista daqui um mês. Seria o seu primeiro trabalho grande e eu estaria lá, ao seu lado, na festa de lançamento. 

Seria nossa primeira vez como um casal em público. Acho que as fotos nas ruas que os paparazzi’s sempre tiravam não contam. Queria que em seu primeiro trabalho a atenção fosse voltada somente a ela, nós dois em um lugar como casal, sei que vai ser diferente.  Mas é algo pela minha namorada, e é meio difícil negar um convite dela. 

Quando vejo, já estou rolando o feed do meu Instagram a procura de algo dela. Ela havia enviado duas fotos mais cedo. Uma ela estava se arrumando, havia uma pessoa escovando seu cabelo, e outra, fazendo sua maquiagem. Ela disse que nunca se sentiu tão importante. Na outra, estava sentada na primeira fileira de cadeiras do desfile. Sua boca formava um biquinho, mais rosa por conta do batom que ela usava. Na mensagem abaixo ela dizia que estava com saudades. Eu não estava diferente. 

Não são só pessoas que falam mau ou não gostam de Lilith. Há outras que passaram a amar ela, boa parte. Sim, ela tem fã-clubes e ela fica eufórica com isso. É em um deles que acho fotos suas de hoje. Ao lado de um cara. Loiro, alto, e de olhos claros. Ela sorria igual uma idiota sentada ao lado dele. 

Matthew Noszka. 

Que porra de nome é esse? 

Eu não me controlo meus dedos, e quando vejo, início uma chamada de voz com ela. 

Estou com saudades.. — é a primeira coisa que Lilith diz quando o celular deixa de tocar na quarta vez. 

Ok, eu posso esquecer o surto por alguns minutos. 

— Eu também, meu amor. Gostou do desfile? 

Sim, claro, eu amei. Acabou faz alguns minutos, estou voltando para o hotel.. Até o almoço estou em casa, ok? 

Ela diz com se estivesse alguns quarteirões do seu apartamento. 

— Quem é Matthew? — não respondo sua pergunta anterior, disparo nos primeiros dois segundos de silêncio, ouvindo a risada gostosa da Lilith do outro lado da linha como resposta. 

Ahn.. um modelo que conheci aqui no desfile. 

É a única coisa que ela diz, com seu tom risonho. 

— Ele é bonito. 

Não. Eu não sei porque eu disse isso. Minha careta no momento faz a mesma pergunta. E Lilith deve estar se perguntando também. 

Sim, ele é. Eu posso pedir o número dele se você quiser.. Mas achei que nós tivéssemos algo, Justin — seu tom de voz é ofendido no final da frase. 

— Vai se foder, Lilith — eu resmungo, e ela gargalha. 

Você está com ciúmes, baby? — ela repete a minha frase de dias atrás. 

— Eu deveria? 

Não sei, me diz você. Quem está na minha cama agora? 


Notas Finais


obrigada por lerem, espero que tenham gostado 💓


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