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História Lilly Evans e os Marotos em O Legado de Ravenclaw - O Bicho-Papão


Escrita por: CoracaoClandest

Notas do Autor


Quem tem medo de Bicho-Papão?

Capítulo 21 - O Bicho-Papão


Fanfic / Fanfiction Lilly Evans e os Marotos em O Legado de Ravenclaw - O Bicho-Papão

 

Gildeão, ou melhor, o Sr. Prewett era um ótimo professor.

Alguns, inclusive, torciam pela aposentadoria precoce da professora McGonagall para que ele assumisse como Diretor da Casa. Também havia sido um ótimo veterano, junto com seu irmão gêmeo. Ensinara muitos dos segredos de Hogwarts aos Marotos, antes de se formar, quando os meninos estavam ainda no 2º ano. Desses segredos e de muitos outros que viriam mais tarde, eles fizeram o mapa.

Sobre Fábio, até onde Tiago sabia, também se tornara professor, de Trato de Criaturas Mágicas em alguma escola da Europa central.

Mas ninguém gostava mais de Gideão do que Remo.

Os olhos do rapaz brilhavam, acompanhando cada movimento do jovem professor. No fundo, Tiago sabia que Remo via, na verdade, a si mesmo, dali a alguns anos. Não importava o quanto o mundo ainda fosse preconceituoso com lobisomens, enquanto Dumbledore estivesse à frente de Hogwarts, sempre haveria um lugar para Aluado.

-Está apaixonado por mim, Pontas? –Perguntou Remo, com um sorriso. Tiago não resistiu a retribuir.

-O que você faria se eu dissesse que sim, Aluado?

-Acho que teríamos um problema. –Os amigos riram.

-Vamos lá, pessoal, todos sentados. –À medida que todos se aquietavam, perceberam que havia um guarda-roupas em um dos extremos da sala.

Donatela Wood levantou a mão:

-O que é aquilo, professor?

-O professor roubou o guarda-roupas da professora McGonagall. –Interveio Daniel Spinnet, da Lufa-Lufa.

A turma inteira riu.

-Muito engraçado, Sr. Spinnet, mas não. Esse é o objeto da aula de hoje, Srta. Wood.

-É um bicho-papão, não é?

-Finalmente alguém acertou. Parabéns, Remo! 15 pontos para a Grifinória.

Os colegas da Grifinória cumprimentaram Lupim, enquanto os estudantes da Sonserina viravam o rosto.

-Vamos lá. O bicho-papão é uma criatura que muda de forma, assumindo a aparência do que mais amedronta a pessoa que o encontra. Tomem nota. Ninguém sabe como um bicho-papão realmente é sem ninguém o observando, embora ele continue existindo; geralmente dá sinais de sua presença ao zumbir, balançar ou arranhar o objeto no qual está escondido. Foi assim que esse carinha quase mata o Filch de susto. Bichos-papões gostam de lugares confinados, mas também podem ser encontrados escondidos em bosques e lugares escuros. –O professor se aproximou do guarda-roupa que gemia e se debatia. -Nosso amigo aqui foi encontrado no armário de Filch, então eu me comprometi a dar um jeito nisso e vocês, obviamente, vão me ajudar. Alguém sabe dizer por que bichos-papões são perigosos?

-Em tempos de Você-Sabe-Quem dominando o mundo mágico, há coisas muito mais perigosas que um bicho-papão, Prewett. –Os olhos do sonserino Zabini se dirigiram para o fundo da sala, localizando Megan (uma nascida trouxa da Lufa-Lufa), Lilly e Viollet e, em seguida, sobre o próprio Gideão Prewett. A temperatura na sala pareceu cair 5 graus. A algazarra cessou. -Ainda mais para nascidos trouxas e traidores de sangue.

Gideão Prewett se aproximou lentamente de Zabini, os olhos faiscando.

-Eles são poderosos, Sr. Zabini, porque eles nos mostram nossos maiores medos. –O professor se afastou um pouco antes de completar. –O que as pessoas diriam, por exemplo, se soubessem que um dos nossos alunos tem medo de palhaços trouxas?

Benedict Zabini ficou branco como papel, enquanto Gideão sorria.

-Ele usou... Legilimentis... –Remo arfou baixo. Atraindo os olhares de Tiago e Sirius. -Ele não deveria...

-O feitiço para derrotar um bicho-papão pode ser complicado, pois envolve a transformação da criatura em uma figura engraçada, para que o medo possa ser convertido em diversão. Se o lançador do feitiço conseguir rir alto do bicho-papão, esse desaparecerá no ato. O encantamento é ‘Riddikulus’, e a intenção é forçar o bicho-papão a assumir uma forma menos perigosa e mais cômica. Façam uma fila. Vou soltar o bicho-papão e um de cada vez vai enfrentá-lo. Como disse, Sr. Zabini, se não puder enfrentar um mero bicho-papão, como poderiam enfrentar coisas mais terríveis que estão lá fora?

-Nem todos querem enfrentá-las. –Tiago ouviu a voz de Crabbe. Snape, Dolohov e Lestrange sorriam.

Um a um. Os estudantes enfrentaram o bicho-papão e, inexplicavelmente, isso despertou em Tiago empatia. Havia alunos com temores normais, como medo de aranhas, cobras. Mas havia outros que estavam absolutamente aterrorizados pela guerra ou por questões pessoas. O bicho-papão de Remo, obviamente, se transformara numa lua cheia, que ele ridicularizou em um balão. E talvez a maioria não compreendesse o que aquilo significava, mas Tiago sabia. Ele viu Megan fitando desamparada uma velhinha caída, trêmula diante de algum perigo invisível. Tiago viu seus próprios pais absolutamente fracos e muito idosos, estavam perto de partir, ele sabia, o que, fora daquela aula sobre defesa contra as artes das trevas, isso não demoraria muito para acontecer. Dois senhores, provavelmente os pais de Lilly com estrelas amarelas pintadas em roupas que mais pareciam pijamas. Ele poderia não entender o que significava, mas parecia triste e errado. Lágrimas cintilaram nos olhos da garota antes que ridicularizasse a imagem. Tiago ficou surpreso com a força necessária para lançar o feitiço.

O rapaz poderia jurar que o bicho-papão de Sirius seria sua mãe (a temível sra. Black).

Ao invés disso, se transformou em correntes tentando prendê-lo desesperadamente. Ao ridicularizá-las, se transformaram em algemas de pelúcia, gerando uma troca de olhares sugestiva entre as garotas da sala. O rapaz compreendia: havia poucas coisas no mundo que Sirius protegesse mais que sua liberdade. O ensebado, por sua vez, se recusou a participar, seguido por Dolohov, Lestrange e Crabe. Restava apenas Viollet.

Gideão piscou para ela quando a garota se posicionou.

O bicho-papão levou um segundo, antes de se transformar numa réplica de Viollet.

Tiago aproximou-se.

Talvez o bicho tivesse ficado confuso depois de ser tão ridicularizado.

A garota hesitou.

A imagem de Viollet, contudo, explodiu diante dos olhos de todos, numa nuvem de cinzas e vento, jogando-se sobre ela. A escuridão absoluta a envolveu, enquanto a garota gritava. O som da sua varinha batendo contra o chão.

Exclamações eram ouvidas por toda a parte, enquanto a maior parte da turma corria. Lilly foi a primeira a chegar até a amiga, mas não conseguia se aproximar. Sirius e Remo chegaram logo depois, seguidos por Tiago, sem a menor idéia do que fazer. Não havia como ridicularizar aquilo. Era violento e poderoso. Parecia capaz de destruir o que tocasse.

Uma figura prateada na forma de um caracal avançou sobre a escuridão seguida por Gideão, afastando-a de Viollet. Com um gesto da varinha, o professor prendeu novamente a criatura no guarda-roupa com a ajuda de Sirius, Tiago e Remo.

Viollet pálida como um fantasma, seguia sentada no chão, quando Lilly a abraçou. Um som, contudo, chamou a atenção de Tiago: eram risadas. Crabbe, Dolohov, Lestrange e Zabini riam abertamente, acompanhados por Alecto Carrow. Até mesmo Snape, que um dia fora amigo da garota, soltava pequenas risadinhas. Lilly começou a avançar sobre ele. Tiago se controlou para não quebrar o nariz de todos eles.

-Blue, não sabia que tinha medo do escuro. –Assobiou Crabbe.

–Isso explica porque ficou escondida enquanto matavam a sua mãe. –Disse Lestrange.

Tiago sentiu antes de ver. Sirius já cruzava a sala. O ódio que parecia consumir e queimar tudo por dentro. Ele mataria Lestrange se ninguém impedisse. Gideão se interpôs entre eles.

-Não vou hesitar em estuporar você, Sirius. Precisa se acalmar. –Sussurrou, segurando o garoto. Tiago não pôde deixar de notar que Gideão parecia assustado. -Lestrange e Crabbe, me acompanhem imediatamente. Menos 50 pontos para a Sonserina.

Mas já era tarde. A confusão corria a sala como fogo. Tiago viu Lilly se aproximar, procurando algo.

Viollet havia sumido.

 

***

Tiago não conseguiria explicar como sabia, mas sabia. Algo profundo lhe dizia que ela estaria ali. Quase com tanta certeza quanto de que as marcas continuavam nas paredes. Filch gritara e ameaçara os culpados, mas estava infinitamente mais preocupado em punir e causar confusão do que limpar a bagunça.

Nas paredes da sala que eles costumavam treinar duelos à noite, escrito em letras garrafais em tinta azul permanente: “Saia daqui, aborto”; “Traidora da Grifinória”; “Blue”; “Louca”. No meio da sala, uma garota pequena com longos cabelos negros revoltos fitava as paredes com a varinha nas mãos. Inerte.

-Lilly não está aqui. –Ela não se virou para encará-lo.

-Eu sei.

-Ela deve estar na Sala Comunal.

-Eu não estou procurando Lilly.

-Eu cuido disso.

-Você não está sozinha.

Tiago pegou um dos panos que estava nas mãos e se dirigiu às paredes. Antes de ir até lá, passara nas cozinhas para conseguir alguns trapos e no gabinete do professor Horácio Slughorn, onde roubara uma boa quantidade de poções de remoção. O rapaz não era grande fã do professor, mas contar com o talento dele era sua única opção. Isso ou pedir a Lilly. Seria mais fácil ele falar com o ensebado do que com ela naquele momento.

Depois de algum tempo, Viollet pegou um dos panos que Tiago trouxera e se unira a ele em silêncio.

-Vai sair... –Ele falou, com determinação. Ela devia ter tentado feitiços antes, sem sucesso. Tiago lembrou da varinha em suas mãos. Talvez pelo nervosismo da garota ou o tipo da tinta. Mas as poções eram mais poderosas. Dariam conta. Era o que ele esperava. Suspirou, cansado. Se não dessem, poderia pintar a sala com ajuda de Pedro, Remo e Sirius. Não entendia porque Dumbledore ainda não tinha intervindo em situações como aquela. Talvez não soubesse a extensão do que Viollet sofria ou estivesse ocupado demais para se preocupar com uma brincadeira de mau gosto. Aquilo, contudo, não era uma brincadeira...

Um novo som preencheu a sala, desviando a atenção de Tiago.

Algumas lágrimas caiam dos seus olhos, Tiago percebeu, assustado. Violett Lovelace estava chorando. Não importava o que acontecia, Viollet nunca chorava. Nem mesmo quando foi ameaçada de transferência de Hogwarts, ou quando caiu da vassoura e quebrou as costelas ou quando avisaram que ela estava fora do time.

Mas lá estavam... as lágrimas.

Logo, o choro silencioso se transformou em um pranto soluçado.

As pessoas tinham um limite para o que poderiam suportar e Vi era pequena da última vez que chorara daquele modo. Lembrava, pois a partir dali, sua vida mudaria para sempre. Mas lá estava ela, 12 anos depois, solta naquele choro desesperado na frente de Tiago Potter, tentando esconder o rosto vermelho com as mãos.

O garoto de cabelos espetados arregalou os olhos, espantado, largou o pano que segurava e atrapalhadamente a abraçou.

-Eu sinto muito...

Ela pedia desculpas pela confusão que causava, por sua capacidade de destruição. Pelo incidente na Floresta Proibida. Pela mãe. Pelo irmão. Pelo desaparecimento do padrinho. Por todos que já tinha perdido ou visto irem embora. Pelo próprio caos. Por não conseguir si perdoar.

E Tiago não a soltou.

Então, ela lembrou...

Naquela última vez, nos braços do padrinho, se sentira como agora... de algum modo tudo parecia pouco melhor.

Na porta, um vulto negro se afastava.


Notas Finais


Deixem um "oi"!! O que acharam do capítulo?


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