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História Lírio - Dream


Escrita por: Maiakl

Notas do Autor


Desculpem a demora, espero que gostem. XOXO
[Beltane/primavera]

Capítulo 4 - Dream


Fanfic / Fanfiction Lírio - Dream

Na manhã seguinte eu fui avisada que haveria treino para todas as participantes, e como minha magia tinha sumido desde o dia do acidente não tinha ideia do que eu podia fazer.
Sai andando em direção aos jardins, o sol brilhava e todo o perímetro cheirava a inicio do Beltane, flores de todas as cores e formas começavam a brotar com uma rapidez impressionante, sorri. Beltane sempre foi minha estação favorita, era quando as flores das nossas plantações finalmente se abriam formando um enorme tapete colorido sobre a grama. 
Um homem rechonchudo com cabelos brancos já ralos me esperava em meio ao jardim, tomei um enorme fôlego me preparando para o que estava por vir. 
Quando cheguei ao seu lado, ele me olhou por alguns segundos antes de dizer
-Siga-me.- Ele entrou na floresta e eu obedeci seguindo seus passos largos. Pequenos espinhos e galhos se enrolavam em meu vestido e eu me amaldiçoei por não estar usando calças. 
Andamos poucos passos adentro até ele parar e eu quase me bater contra suas costas, estava preocupada demais arrancando alguns espinhos presos na saia do vestido. 
Uma pequena mesa de madeira estava em nossa frente, nela jazia uma brilhante pena branca pousada delicadamente no centro. 
Ergui uma sobrancelha para o meu treinador de forma questionadora, ele suspirou e andou até o outro lado da mesa. 
-Super simples, você precisa se concentrar e fazer a pena levitar.- Ele disse. 
Olhei fixamente para a pena.
-Tá, o que eu faço agora?-Perguntei
-Imagine que ela está flutuando, coloque toda sua força nisso, não desvie o olhar.-
Imaginei ela subindo no céu azul, passando pelos troncos das árvores, balançando com a brisa do vento...continuei olhando para ela e mandando esses pensamentos até que ficasse vesga, a pena nem se mexeu. 
-Tudo bem, chega.- O treinador falou. 
Soltei o ar, suor já pingava do meu rosto. 
-Não vou conseguir.-
-Você não tem escolha.- Ele disse em um tom de voz afiado. -Vamos tentar outra coisa.-
Ele tirou a pena e colocou um vaso de planta na minha frente, a terra estava remexida e eu podia ver que uma semente recentemente foi plantada ali. 
-Todas vocês irão fazer isso no dia da celebração do Beltane.- Ele fez uma pausa e apontou para o vaso. -Será a primeira prova.- 
-O que exatamente preciso fazer?- 
-Brotar uma flor, como sua magia não é água, nem fogo, nem qualquer coisa parecida, talvez seja magia da natureza.- Ele olhou para mim. -Vamos, faça nascer.- 
Levantei minha mão e fechei meus olhos, tentei sentir alguma coisa, qualquer coisa, um único fio de magia, mas era como bater em uma parede invisível. 
Abri meus olhos e desabei na cadeira. 
-Não consigo!- Falei exasperada, até meus ossos estavam suados. 
O treinador deu de ombros.
-Bom, você tem dois dias.- 
-Dois dias?- Gritei. -Não sei se consigo com cem anos de tentativas.- 
Ele olhou para o braço fingindo checar um relógio imaginário. 
-TIC TAC, Lady.- 
Quando ele saiu, eu ainda fiquei alguns minutos sentada tomando ar, quando por fim me levantei sai cambaleando por causa das pedras até o começo do jardim, uma sombra esperava por mim. 
-Não preciso de babá.- Passei por Archie que estava de pé com os braços cruzados. Ele andou atrás de mim. 
-Eu tenho ordens para isso.- Retrucou. Andei mais rápido. 
-Olha só, Archie, preciso de um banho, por que você não vai fazer alguma coisa interessante?- 
-Ah, isso é interessante suficiente.- Ele disse. Me virei para encara-lo. 
-Ficar no me pé o tempo inteiro é interessante?- 
-Muito.- 
Rolei os olhos e continuei andando. Tropecei na escada e abaixei para arrancar os sapatos, bem na hora que cabelos louros entraram em meu campo de visão. 
Levantei minha cabeça para encarar olhos azuis brilhando com divertimento.
-Alteza.- Saudei com a cabeça. Ele sorriu. 
-Lady Visely.- Respondeu calmamente. 
-Bom, se vocês me dão licença, preciso ir.- Eu disse desviando meu olhar para Archie que fez uma careta. 
O príncipe olhou para os meus pés descalços e depois para minhas mãos que seguravam um par de sapatos carmim.
-Você não ia correr, ia?- 
-Garanto que ia.- Archie respondeu. Lancei um olhar furioso para ele. 
-Eu realmente preciso ir.- Falei e comecei a andar. 
Cheguei no quarto em tempo recorde, os criados me ajudaram a tomar um banho rápido e me vestir.
Fiquei no quarto algumas horas, estava agitada, não tinha conseguido levitar uma única pena, e se eu falhasse em brotar a flor? Com certeza o rei vai falar que é só algum tipo de tática para fugir da competição. 
Minha vida só melhora.
Quando as estrelas brilharam no céu peguei minha túnica e fui até os jardins, tudo estava iluminado e pessoas passavam para lá e para cá, incrível, o castelo nunca dormia. 
Joguei a capa na minha cabeça e continuei andando, o vento beijava meu rosto e açoitava meus cabelos. 
Me sentei em um banco e fiquei olhando as pessoas passarem, brincarem e rirem, algumas estavam acompanhadas, outras só sentadas como eu aproveitando a brisa da noite.
De relance vi duas competidoras, uma estava de pé ao lado de uma árvore conversando com um jovem bonito que provavelmente era um dos nobres das terras do sul, não só pelo cabelo branco como dente de leão, mas pela cor de sua pele. No sul nunca fazia sol. 
A outra tinha cabelos castanhos claros e estava sentada do outro lado do chafariz, uma menininha muito parecida com ela balançava suas pernas no banco e ria, logo depois as duas se abraçaram. 
Lembrei do meu primo Robin, eu não tinha irmãos, mas era bem próxima dele, provavelmente vou ficar sem vê-lo por algum tempo.
Suspirei e levantei do banco, a saudade de casa me sufocava, mesmo minha mãe estando comigo aqui, ainda queria ir para cada, minha casa. 
Só tirei os sapatos antes de me jogar na cama e o sono me levar. 
Estava andando pelo corredor, algum dos diversos corredores do castelo, estava escuro, todos sempre pareceram iguais para mim, meu vestido pesava como se estivesse molhado, sai apalpando as paredes, o cheiro de ferro cobriu meu nariz me deixando tonta, pisei em algo, pensei que era água, mas água não era tão densa, coloquei minhas mãos no chão e ela veio suja de um líquido escuro, minha mão tremia, a porta na minha frente estava entre aberta, iluminado um pequeno freixo do corretor, empurrei a porta mas ela não se moveu, empurrei com mais força, nada. Estava cada vez mais difícil ficar com os olhos abertos, estava fraca, minha respiração irregular, juntei toda a minha força e bati minha perna contra a porta que rangeu e se abriu. Um corpo estava na cama, coberto de sangue, seus olhos estavam vidrados olhando para o nada, sufoquei um grito de horror.
Acordei gritando, meu rosto estava coberto de suor e meu coração batia violentamente no meu peito. Olhei para minhas mãos, nada, estavam limpas, só um pesadelo, um pesadelo que parecia muito real. Ainda sentia o cheiro de sangue inundando minhas narinas, o corpo, tinha alguém na cama, mexi minha cabeça, não consigo lembrar quem era.
Empurrei os lençóis me sentindo completamente desperta, olhei pela janela, o sol ainda estava nascendo. Sentei na cadeira perto de um abajur. 
-Sem chances de dormir de novo.- Murmurei para mim mesma. 


Notas Finais


Não perca o próximo capítulo, Obrigada! <3


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