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História Literalmente daddy - Epílogo


Escrita por: larishim

Capítulo 15 - Epílogo


O som do despertador tocou alto, fazendo o ômega resmungar sonolento e se embrulhar nas cobertas, desejando poder dormir mais um pouco. Havia dormido mais tarde do que o previsto por simplesmente ter cedido em passar a noite na casa do alfa. 

O mais novo não imaginava que passariam tanto tempo acordados fazendo coisas impróprias, após colocarem Tama para dormir em seu quarto. Marco se questionava como o mais velho conseguia ser tão insaciável a ponto de só pararem quando o loiro aparentou cansaço, mas se dependesse somente do moreno teriam prosseguido noite afora. 

O loiro revirou na cama usando a coberta para tampar seus ouvidos do som irritante de seu despertador, tentando fingir que não o ouvia, mas chegou um momento em que era demais para ignorar. Um tanto a contragosto se sentou na cama, se espreguiçando e acompanhando com o olhar a coberta deslizar por seu corpo, revelando as novas marcas avermelhadas que o moreno deixara em si. Sua mão seguiu para o celular desativando o alarme, pronto para se levantar e começar um novo dia.

Um suspiro baixo deixou seus lábios ao sentir os braços fortes rodearem sua cintura e o puxarem novamente para se deitar, dessa vez sobre o corpo alheio. Seus olhos se chocaram aos do moreno e um involuntário sorriso apaixonado surgiu no rosto do loiro ao perceber a expressão preguiçosa e manhosa do maior. 

— Fico aqui só mais um pouco — pediu o alfa apertando levemente o menor contra si, encaixando seu rosto entre o pescoço e o ombro alheio, dando alguns beijinhos na região, as lufadas de ar quente que deixavam seu nariz o fazendo se arrepiar por inteiro.

— Ace... A gente precisa se levantar ou vamos ter que nos arrumar correndo e... 

— Uhum, eu sei, só mais uns minutinhos, Marco, você é tão quente e bom de abraçar — comentou o moreno girando o corpo menor para o lado, envolvendo suas pernas entre as do ômega, mantendo-o tão perto quanto possível — depois a gente levanta. 

— Só mais cinco minutos — murmurou o loiro se aconchegando nos braços do maior, deixando-se ser embalado pelas carícias que o alfa fazia em suas costas, subindo e descendo lentamente a mão por sua espinha, as unhas arranhando sua pele de uma forma lenta e sedutora — Ace... 

— Cinco minutos parece o suficiente pra mim — concordou o mais velho apalpando a bunda arredondada, massageando a carne da região, pressionando as pontas dos dedos ali, antes de voltar a deslizar sua mão pelas costas do menor.

O loiro ofegou baixo com o aperto em seu corpo, espalmando suas mãos sobre o peitoral alheio. As mãos ágeis logo acariciavam a entrada do menor enquanto seus lábios distribuiam mais beijos por todo seu pescoço, lambendo e mordiscando a região, ouvindo-o soltar sons em deleite.

— Ace... — murmurou o loiro em um gemido baixo, deixando levemente seu pescoço mais exposto para o alfa — a gente vai se atrasar assim... 

— Prometo ser rápido e não nos atrasar — disse o moreno mantendo as mordiscadas constantes em sua epiderme — o que me diz, Marco? 

O ômega deu uma leve arfada, fechando os olhos ao sentir seu corpo estremecer com a voz rouca e sedutora do alfa chegar aos seus ouvidos, não havia como resistir a ele, não quando ele exalava o mais puro cheiro de sexo que o envolvia por completo. Talvez fosse pelo moreno ter essa aura tão envolvente e sexual que fazia os demais quererem estar ao seu lado ou ao menos ter alguma chance consigo. 

[...]

Como prometido, o alfa havia realmente não os feito atrasar naquele dia, entretanto, o loiro estava o próprio caos exterior. Tivera que se vestir correndo após tomar uma ducha de menos de cinco minutos, além de ter que comer o café da manhã no carro, o que gerou farelos em toda sua roupa, os quais tentaria limpar quando descesse do veículo.

Mas não reclamaria, afinal, havia sido uma ótima forma de acordar e não teria mudado nem um pouco aquela sequência de fatos matinais. O loiro até mesmo chegou a rememorar os toques quentes e afobados daquela manhã em seu corpo, sentindo-se aquecer novamente. 

Apenas ficar próximo ao moreno já era motivo o suficiente para seu corpo corresponder e reagir daquela forma, mas não sabia se era devido a própria existência do alfa ou se era devido a sua paixão ardente pelo mais velho. Talvez uma mistura dos dois.

O ômega balançou levemente a cabeça para os lados, tentando desfocar daqueles pensamentos impróprios e em seguida tentou ajeitar seus cabelos bagunçados, ao qual não tivera muito tempo de arrumar antes.

— Já pensou em tentar um moicano? Acho que ficaria legal — sugeriu o alfa olhando de soslaio para o loiro, um sorriso divertido surgindo em seus lábios. 

— Hm, já tentei usar quando era criança, mas ficou estranho — pontuou o loiro olhando para o maior — meu irmão queria testar um gel de cabelo super forte, ficou horrível e só saiu depois de lavar três vezes — comentou o menor fazendo uma careta ao lembrar de como seu cabelo ficara ridículo na época, além dos demais irmãos tirarem sarro o chamando de porco-espinho mesmo depois de seu cabelo ter voltado ao normal. Tal fato só fez o sardento rir ao imaginar aquilo.

— Tio, posso fazer uma trança no seu cabelo? — pediu a garotinha no banco de trás, balançando as pernas de forma empolgada — a Toko me ensinou a fazer outro dia, queria treinar, mas eu não consigo fazer em mim mesma.

— Ah, pode, quando chegarmos na escola deixo você fazer umas tranças no meu cabelo, tá bem? — Tama assentiu animada, balançando ainda mais seus pés na cadeira mais elevada, o que fez o loiro sorrir ainda mais. 

O jovem ômega sentiu a mão quente apertar sua coxa com carinho e repousou a sua própria ali, direcionando o olhar para o alfa, um sorriso sendo trocado entre eles. Naquele momento, Marco teve a certeza de que estava no lugar certo, onde seu coração queria estar e não havia motivos para que fosse diferente. 

Gostava da sensação de estar com os dois ali, sentia seu peito aquecer e inflar em um sentimento tão puro de amor que sentia-se leve como um balão, preenchido pelo ar quente e afetuoso daquela sensação tão boa. Todas as inseguranças e motivos contrários pareciam tão distantes agora, esquecidos no fundo de sua memória. 

Marco olhou para o moreno, a paixão fervilhando em seu interior, queimando-lhe por completo, aquele sentimento tão cálido que parecia o incendiar dos pés à cabeça, seus dedos entrelaçaram com os do alfa em sua coxa e as palavras praticamente saltaram de sua boca, incontroláveis. 

— Ace, eu acho que te amo — confessou em uma só lufada, sentindo seu peito balançar em nervosismo, seu coração palpitando ansioso com aquela declaração que pareceu tão abrupta e repentina, mas que precisava expor ou não suportaria manter aquela confissão trancada dentro de si por muito tempo, precisava lhe dizer enquanto tinha e sentia coragem para tal. 

O alfa arregalou levemente os olhos em surpresa com a fala repentina, pressionando seus dedos contra as costas da mão alheia, um sorriso logo se formou em seus lábios e o moreno depositou um longo selar no menor. 

— Você acha? Quando terá a certeza, Marco? — questionou o moreno em um tom brincalhão, selando mais uma vez seus lábios ao do mais novo — eu também acho que te amo. 

O ômega sentiu as bochechas esquentarem e o coração bater mais forte ainda, não esperava que o alfa lhe corresponderia naquele nível, dizendo que também o amava, parecia tão surreal, mas ao mesmo tempo tão natural. Todos os dias que passara somente o vendo e trocando breves palavras por curtos períodos, as noites que passaram juntos, os passeios, nada daquilo o havia preparado para ouvir a reciprocidade deslizar pelos lábios macios daquela forma. 

— E eu? — perguntou Tama, inflando levemente as bochechas por ter sido excluída daquele momento de troca de afeto em palavras.

— Eu também te amo, minha princesa, desde o momento em que te vi e a peguei em meus braços — afirmou o alfa dando uma breve olhada para trás e voltando sua atenção para a rua, vislumbrando a garota pelo espelho retrovisor ora ou outra — eu sempre vou te amar, não importa o que aconteça, independente de tudo, você sempre vai ser a pessoa que eu mais amo na vida. 

A garota de cabelos roxos sorriu largo, falando algumas vezes e em voz alta que também o amava do tamanho do mundo todo. O loiro deu um sorriso, sentindo o calor aconchegante daquele momento o inundar por inteiro. Eles eram o exemplo de família que queria ter no futuro, todo aquele amor que transbordava entre eles, a cumplicidade, o carinho e a dedicação... Era tão intenso, tão palpável, aquele momento o preenchia por completo com sentimentos bons, sentimentos que pareciam escorrer para fora de si.

— Tio Marco — chamou a garotinha dando leves chutinhos no banco em que o loiro estava, tentando atrair a atenção dele para si, já que seus braços não o alcançavam — eu também te amo, tá? Não precisa ficar triste. 

— Eu não estou triste, Tama — explicou o loiro, sentindo o vento entrar pela janela e bater contra sua bochecha, a sutil gota que havia escorrido de seus olhos esfriou com o contato, o fazendo questionar quando a havia derramado — eu só estou feliz. Eu também te amo, pequena. 

— Ah, entendi, eu achei que você tava triste porque você tava chorando. A gente também chora quando fica muito feliz? — o ômega assentiu, o que fez a garotinha sorrir ainda mais — então, eu quero que a gente seja muito feliz pra chorar sempre de alegria. 

O loiro passou a mão sobre os olhos, enxugando rapidamente as lágrimas emotivas que saíram sem que percebesse. Em seguida se virou no banco, o suficiente para olhar para Tama e acarinhar seus cabelos com carinho, sentindo-se mais uma vez ser inundado por aquele sentimento tão intenso de afeto. Talvez fosse algo de família conseguir adentrar no coração do ômega, passar a possuir uma parte tão preciosa e importante de si. 

Marco queria que aquele momento nunca mais acabasse, mesmo sabendo que em breve seria partido quando o alfa estacionasse o carro e tivessem que seguir para a escola, mas, mesmo assim, ainda desejava ardentemente que pudesse continuar ali, apreciando todo o sentimentalismo que existia em seu interior e exterior. 

O loiro interrompeu seus pensamentos ao sentir os dedos quentes do alfa tocarem sua bochecha, fazendo seus olhos se chocarem naquele instante. Um suspiro deixou os lábios do menor e suas pálpebras fecharam por curtos segundos, enquanto o polegar alheio percorria sua pele de forma suave. 

— Você é tão fofo, Marco. Se for chorar toda vez que declararmos nosso amor, não vai existir mais água em seu corpo logo mais — brincou o maior — mas não se preocupe que estarei aqui para secar suas lágrimas e a Tama também, não é, meu amor? 

— Uhum, é isso que uma família faz — afirmou a garotinha sorridente e animada. 

— Obrigado, Ace, Tama... Eu também... Também estarei aqui para secar as lágrimas de vocês — pontuou o loiro mordiscando levemente o lábio, tentando controlar aquela enxurrada de emoções que queriam transbordar de seu interior, antes de repetir: — como uma família faz. 

O ômega sorriu contente com todas as peças que haviam dentro de si se encaixando naquele momento, todas as inseguranças e questionamentos sendo enterrados pelas certitudes que aquela situação lhe dava. Todas as falas contrárias àquilo perderam totalmente suas forças perante a intensidade dos sentimentos que fizeram morada em seu coração. 

Os olhares atravessados não tinham mais importância, os julgamentos alheios já não eram relevantes. De que importava o que os outros viam e diziam sobre eles perto do que eles viviam e sentiam? 

Os três estavam felizes com isso, com aquela relação que em nenhum momento havia sido oficializada com palavras, mas talvez nem precisasse, afinal, todos os toques, olhares e conversas já pareciam o suficiente para estabelecer aquela cumplicidade, amor e carinho que nutriam entre eles. 

Independente se aparentasse e soasse errado para os olhos e ouvidos dos outros, para eles era a mais certa e harmoniosa sinfonia. E isso era o que mais importava no agora e no depois. 



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