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História Little Fairy (Camren) - A família (parte 1)


Escrita por: demilovodka

Notas do Autor


eu to viva

Capítulo 19 - A família (parte 1)


 

 

[LAUREN POV]

 

Dia seguinte, acordei com Camila quase que toda por cima de mim, enquanto meu braço estava entorno de seu corpo. Sorri observando-a dormir serenamente. Ela era linda, tudo nela era lindo.

 

A tirei cuidadosamente de cima de mim e levantei da cama, evitando barulhos. No banheiro, fiz minha higiene matinal e troquei de roupas rapidamente. Quando voltei, encontrei a fada com os olhinhos abertos e encolhidinha na cama, ela tremia de frio. Engatinhei até a criatura e a abracei na tentativa de aquecê-la.

 

- Nós vamos procurar meus pais hoje, não é? - ela sussurrou me olhando esperançosa. 

 

- Claro que sim, meu amor. - sorri bicando seus lábios rosados. - Está ansiosa? 

 

- Sim, mas tenho medo de não encontrá-los. - a menina fechou seus olhos, se aconchegando mais em mim. 

- Olha, eu não posso garantir nada, Camz. - suspirei. 

 

- Tudo bem, só obrigada por me ajudar a procurá-los. 

 

- Claro que vou ajudar você, minha fadinha! - fiz cosquinhas em Camila que se contorceu em meus braços dando uma de suas risadas gostosas. - Agora levanta da cama e vamos começar o dia! 

 

- Estou com preguiça, Lolo... e com frio também. - resmungou, encolhendo-se nos cobertores quando separei meu corpo do seu. 

 

Ri suavemente e me ajoelhei na cama, pegando Camila em meu colo, a levando até o banheiro. A menina gargalhou abraçando meu pescoço, depois eu a coloquei no chão do banheiro, antes beijando gentilmente sua testa. 

 

- Faça o que precisar aqui e troque de roupas, ok? Estou te esperando lá em baixo. - eu me virei para sair, mas Camila segurou meu braço. 

 

- Antes tenho que fazer uma coisa. - ela me disse, segurando meu rosto com as duas mãos. 

 

Sorri largamente vendo seu rosto se aproximar do meu em câmera lenta, e então ela me beijou profundamente. 

- Uou. - eu disse desconcertada quando nos separamos. 

 

- Agora vai e prepara minha comida, estou com fome. - Camila me empurrou para fora do banheiro e eu ri negando com a cabeça. 

 

Eram quase 9h30 da manhã, como era sábado meus pais acordavam mais tarde, então eles ainda nem estavam de pé. 

 

Na cozinha, peguei duas tigelas e as enchi de leite e logo depois de cereal. Esperei pacientemente Camila terminar lá em cima para comermos juntas. Assim que a criatuta chegou, me surpreendeu novamente com um selinho rápido. Ela vestia uma de minhas calças pretas e um moletom cinza que escondia muito bem suas asas e nos pés tinha um tênis all-star preto também. 

 

Enquanto comíamos pensei nas possibilidades de encontrar os pais da fada. Eles são tão pequenos e eu nem sei se realmente estão procurando por Camila, mas o que custa tentar? Eu faço qualquer coisa para ver minha menina feliz. 

 

Terminei de comer e coloquei minha tigela na pia, sacando meu celular para avisar Dinah que Camila havia aparecido, ontem acabei me esquecendo. Minutos depois Camila terminou também e nós fomos em direção à porta de mãos dadas. 

 

Enquanto caminhavamos vieram em minha cabeça alguns flashbacks da noite em que encontrei Camila. Quem diria que aquela "boneca bonitinha" viraria minha namorada.

 

Chegamos exatamente no local onde achei Camila. Tinha pessoas andando por ali agora. 

 

- Como vamos procurar por eles? - a fada sussurrou, com os olhos arregalados vendo a quantidade de gente que passava por nós. 

 

- Uh, eu não sei. Onde fadas geralmente ficam? 

 

- No ar, eu acho. Não podemos ficar no chão porque algum humano pode ver. - deu de ombros. 

 

Olhei para cima e não vi nada além de algumas nuvens no céu azul. Franzi a testa e voltei a olhar para Camila. 

 

- Se eu pudesse voar, procuraria por eles. - a menina suspirou. 

 

- Se você pudesse voar todo mundo ia ter ver, você não tem mais só alguns centímetros. 

 

- Ah é, droga! - bufou, revirando os olhos. 

 

- Vamos procurar por esses becos, vem! - puxei a fada pela mão. 

 

- Por que eles estariam aqui? 

 

- Porque aqui não tem humanos. 

 

- Faz sentido. - a garota respondeu, iniciando sua busca por alguns sacos de lixo que tinha ali. 

 

Vasculhei o chão em busca de qualquer pista que uma fada tinha passado por ali, mas não tive sucesso. Acabei me afastando um pouco de Camila e só fui perceber isso quando ouvi um grito vindo da menina, me virei rapidamente para ver o que aconteceu e a encontrei jogada no chão. 

 

- Camz! - eu corri assustada até a fada, que já estava se levantando sozinha, limpando suas roupas. - Tudo bem? - perguntei preocupada, procurando qualquer ematoma em seu corpo. 

 

- Estou bem, só tropecei em- MEU DEUS! - ela berrou me fazendo saltar de susto, colocando a mão no peito. - Olha isso! - ela abaixou-se no chão para pegar o objeto que tinha a feito cair. 

 

Parecia uma miniatura de balão. 

 

- Eu não consigo acreditar nisso! - Camila sorriu, olhando para mim. - É o balão usado para trazer as fadas para cá. 

 

- Caraca, então isso significa que tem fadas aqui? - eu sorri desacreditada. 

 

- Sim! E pode ser os meus pais, Lolo! - Camila sorriu mais ainda de forma que seus olhos fecharam e então ela me abraçou rapidamente. - Obrigada por me trazer aqui. 

 

- Não tem que agradecer, meu amor. - beijei sua testa e depois sua boca, recebendo um sorriso em troca. - Agora é só acharmos seus pais. 

 

- É, mas como? 

 

- Podemos esperar aqui, uma hora eles vão vir atrás do balão, certo? 

 

- Sim, mas isso pode demorar muito. - a fada grunhiu. 

 

- É o único jeito, nunca vamos encontrá-los por aí. 

 

- Tudo bem, então vamos esperar. - Camila encostou-se na parede do beco, deslizando até sentar no chão. 

 

Sentei-me ao seu lado, observando o pequeno balão em suas mãos, parecia até um brinquedo. 

 

Respirei fundo. - Camz? - a chemei, a mesma fez um som nasal para que eu continuasse enquanto olhava para mim. - Se você encontrar seus pais, vai voltar para o vilarejo? 

 

- Eu não sei, Laur... No vilarejo eu tinha uma casa e aqui eu não posso morar na sua casa para sempre. - ela sorriu triste. 

 

- Por que não? 

 

- Os seus pais, ué. 

 

- Mas eles gostam de você. - dei de ombros. 

 

- Mesmo assim. 

 

- Eu não vejo problemas nisso, Karla. - fiz beicinho, cruzando os braços. 

 

- Não me chame de Karla. - revirou os olhos. - Se coloque no meu lugar, Lo. Não é legal morar lá de favor. 

 

- Não é favor. - dessa vez eu revirei os olhos. 

 

- Claro que é. Eu não posso nem sequer trabalhar para ajudar nas despesas da casa. 

 

- Camila... - eu olhei em seus olhos. - Não me diga que você vai embora, por favor! 

 

- Eu não quero ir, mas isso é complicado e... ainda tem a decisão dos meus pais. 

 

- Decisão? Então se eles decidirem que você tem que voltar, você vai voltar? - falei entrando em estado de choque. 

 

- Não, Laur. Esqueça isso! - a fada negou com a cabeça. - Eu quis dizer que não sei como eles vão reagir à isso tudo. Estou com medo deles serem que nem aqueles homofóbicos. 

 

Torci os lábios, puxando Camila para descansar sua cabeça no meu ombro. 

 

- Eles são meus pais e se quiserem podem separar a gente. - a garota sussurrou, entrelaçando nossas mãos.

 

- Ninguém vai nos separar. - eu a abracei bem apertado, deixando um beijo em sua bochecha. 

 

Um silêncio confortável caiu entre nós. Me perdi em meus pensamentos e nem vi o tempo passar. Trinta minutos depois e nenhum sinal dos pais da fada. A própria já estava começando a ficar entediada então eu lhe dei meu celular para ela jogar um joguinho qualquer. 

 

Mais meia-hora depois e eu estava andando de um lado para o outro naquele beco, cogitando a idéia de ir embora, mas então eu lembrei que eu estava aqui por Camila e aguentei firme. 

 

Outra meia-hora se passou e eu voltei a me sentar no chão, me divertindo ao ver Camila tirando várias fotos de coisas aleatórias como papéis de balas que tinha pelo chão. A cada fotografia ela dava uma gargalhada. Suspirei apaixonada, Camila é uma preciosidade! 

 

- Está com fome, Karlinha? - eu perguntei à menina que tinha agora a câmera do celular apontada para o céu. 

 

- Não me chame de Karlinha também! - ela rolou os olhos, virando-se para mim. 

 

- Desculpa, mas adoro quando você faz esse biquinho. - sorri, roçando seus lábios nos meus. 

 

- Você é uma chata. - a garota me empurrou pelos ombros, sorrindo. 

 

- Falando sério, está com fome? - acariciei sua bochecha com meu polegar. 

 

- Um pouco. 

 

- O que acha de tomar um sorvete? 

 

- Sim! - Camila jogou os braços para o ar, animada. - Espera, mas e se meus pais aparecerem? 

 

- Ahm, droga! Não tinha pensado nisso. - olhei de um lado para o outro, buscando uma solução. - E se nós fôssemos rapidinho comprar para comer aqui? 

 

Camila assentiu com a cabeça e correu para pegar o balãozinho do chão. Ainda bem que a sorvetereia ficava aqui perto. Camila estava apressada, caminhava na minha frente, mas ela nem sequer sabia o caminho.

 

- Lauren, vamos logo! - ela disse, puxando minha mão para andar mais rápido. 

 

Ri divertida vendo o desespero da menina e acelerei meus passos até a sorveteria. Ao chegar lá, perguntei qual sabor ela queria e a menina gritou animada "dálmatas!". Ri alto, vendo o olhar confuso da mulher que nos atendeu. Pedi dois de flocos e paguei a conta, logo Camila me puxou para fora da sorveteria. Surpreendentemente ela havia decorado o caminho, então dessa vez foi na frente sem precisar de minha ajuda. 

 

Quando chegamos no local, Camila sentou-se no chão e deu toda sua atenção para o sorvete. Meu telefone começou a tocar em meu bolso. Era minha mãe, eu iria levar boas broncas por ter saído sem avisar. 

 

- Oi, mãe. 

 

:- Lauren, onde você esta?! 

 

- Uh, eu saí com Camila. 

 

:- Por que não avisa, sua mal criada?! Eu aqui morta de preocupação! Você está bem? Que horas volta para casa? O que estão fazendo? 

 

- Calma, mãe. Eu estou bem e Camila também. Não temos hora pra voltar, nós estamos procurando os pais de Camila. 

 

:- Ahhh tá... Espera, o que? Procurando os pais de Camila? 

 

- Quando eu chegar explico tudo. Mas não se preocupe, mãe, está tudo ok. 

 

Me despedi de minha mãe e voltei para Camila, que batucava os dedos em seu joelho, distraída. 

 

- E se esse balão não for o mesmo que vocês usam? - perguntei, sentando-se ao seu lado. 

 

- Eu tenho certeza que esse é o balão do guia, eu já estive aqui dentro. - deu de ombros, assenti com a cabeça. 

 

- Certo, vamos esperar mais um pouco. - me escorei no muro, olhando para o lado, vendo as pessoas passando pela frente do beco. 

 

Passou-se muito tempo. Camila e eu conversamos sobre assuntos aleatórios e trocamos carícias, mas quando olhei a hora em meu celular, meus olhos se arregalaram. Eram 13h30! 

 

- Já está tarde, Camz. - eu disse à menor, que olhava esperançosa para o céu enquanto tinha o balãozinho nas mãos. Eu odiava vê-la assim. - Vamos almoçar lá em casa e depois voltamos. - levantei e estendi minha mão para ajudar Camila fazer o mesmo. 

 

A menina assentiu e agarrou minha mão, ficando de pé. Virei-me para ir embora e segundos depois ouvi um grito vindo do beco. Camila e eu viramos no mesmo instante. 

 

- Ei, esse é o nosso balão! - meus olhos quase saltaram do meu rosto ao ouvir a voz da pequena criatura. 

 

- Meu Deus! - Camila exclamou sorridente. - Nick, lembra de mim? Você trouxe meus pais também? - minha namorada correu até as fadas. 

 

- C-camila? É você? - o pequeno garoto indagou. 

 

- Por que ela parece humano? - foi a vez da outra fada perguntar. - E quem é você? - ela apontou para mim. 

 

- Eu explico tudo depois, só me digam se trouxeram meus pais! - Camila disse impaciente. Eu observava tudo boquiaberta.

 

- Sim, eles vieram conosco. - o menino falou fazendo com que Camila soltasse um gritinho que animação. - Vou atrás deles, fique aqui. - dito isso, a fada voou para longe deixando apenas a outra com a gente.

 

- Oi, eu sou Demi. - ela disse sorrindo para nós duas.

 

- Eu nunca tinha te visto antes no vilarejo, mas é um prazer lhe conhecer, Demi. - a menina acenou para a criaturinha. - Essa é Lauren, minha, uh, amiga humana. - ela olhou para mim e sorriu torto, arqueei uma sobrancelha e tombei a cabeça para o lado, Camila deu de ombros e sorriu torto.

 

Nick voltou logo em seguida trazendo duas outras fadas com ele. 

 

- Mãe, pai! - Camila gritou correndo para pegá-los em suas mãos.

 

- Camila do céu, o que aconteceu com você, minha filha? - o homem perguntou chocado, ri baixinho enquanto via a cena.

 

- Então a lenda do pozinho é verdadeira. - afirmou a mãe de Camila. 

 

- Sim, mas não totalmente, não vou crescer até explodir. - ela deu de ombros. - Lolo me disse!

 

- Gente, eu acho melhor nós irmos para minha casa, aqui alguém pode ver vocês. - eu me intrometi na conversa pois estava já preocupada. 

 

- Oh, e quem é ela? - Nick indagou. 

 

- É Lauren, ela é humana. - minha namorada respondeu. 

 

- Humana?! - os pais da fada e Nick disseram em uníssono, recuando para longe de mim. Demi continuou onde estava, distraída brincando com seu cabelo. 

 

- Não se preocupem, ela é do bem e vem me ajudando até agora. - Camila disse agarrando minha mão - Agora vamos para um lugar seguro.

 

As criaturinhas concordaram e nós fomos para minha casa. Levei Demi e Nick em meu bolso e Camila levou seus pais. Caminhamos de mãos dadas sem que meus quase sogros vissem.



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